Jornalistas Livres

Autor: Cecília Bacha

  • Professores  de São Paulo fazem carreatas contra proposta de retomada das aulas

    Professores de São Paulo fazem carreatas contra proposta de retomada das aulas

    Nesta terça, 7 de julho, professores e professoras do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial de São Paulo, Apeoesp,  realizam o “Dia Estadual de Carreatas, Buzinaços e Faixaços em Defesa da Vida” por todo estado e na Capital. A ação é uma das respostas da categoria contra a proposta de retomada presencial das aulas, anunciada pelo governo de João Doria (PSDB) no final de junho.

    Para a Apeoesp, o plano de reabertura é prematuro, não tem base científica e pode representar um perigo real de aumento dos casos de Covid-19, pois São Paulo é o epicentro da epidemia no Brasil. Até a manhã desta segunda (6), o estado registrava 320.179 mil casos de pessoas infectadas pelo novo coronavírus, com 16.078 mortes confirmadas.

    “Os números de contaminação e mortes por Covid-19 no estado de São Paulo continuam aumentando. Isso mostra que ainda não estamos prontos para a retomada das atividades, principalmente das aulas nas escolas da rede pública estadual. Nós, da CUT São Paulo, seguimos defendendo o direito à vida e apoiamos todas as manifestações nesse sentido, inclusive essa carreata da Apeoesp para chamar a atenção da sociedade sobre os riscos de planos precipitados do governo estadual de volta às aulas presenciais”, afirma o professor e presidente da CUT-SP, Douglas Izzo.A data prevista por Doria para a retomada das aulas presenciais no ensino público e privado é 8 de setembro. De acordo com o governador, o retorno só ocorrerá se todas as cidades paulistas completarem 28 dias na fase 3 da pandemia (etapa amarela do plano São Paulo de flexibilização econômica). Em seu anúncio, disse que o retorno seguirá normas de distanciamento social de 1,5 nas salas, rodízio entre turmas, uso obrigatório de máscara por todos esanitização dos ambientes. Também prevê a organização da entrada e saída dos alunos para evitar aglomerações, aferição da temperatura na entrada, intervalos em horários alternados e atividades de educação física preferencialmente ao ar livre.

    Confira, abaixo, a lista de cidades e locais de concentração das carreatas!

    CARREATA DIA 07/07
    SUBSEDE HORÁRIO TRAJETO
    TODAS AS SUBSEDES DA CAPITAL (contato) 14H00 SAÍDA DA SUBSEDE SUDESTE CENTRO E SEGUE PELA AVENIDA PAULISTA
    BRAGANÇA PAULISTA – Bugana 14h Carreata da subsede Bragança Pta. dia 07/07 – início às 14h. Saindo da frente da subsede, passando pela Av. Antonio Pires Pimentel, Praça Central Cel. Osório, Prefeitura municipal, lago do Taboão, Av. José Gomes da Rocha Leal, Diretoria de Ensino, Lavapés e seguindo na Alquindar Monteiro pra zona norte, percorrendo todas as ruas do Parque dos Estados, Cidade Planejada e Jardim da Fraternidade, retornando a subsede para encerramentos.
    PIRACICABA – Marli 12h30 Local de concentração: APEOESP – Subsede Piracicaba (Rua Alferes José Caetano, 968)
    Itinerário
    A carreata de professores e apoiadores ao movimento sairá da região da subsede da Apeoesp, subirá a rua Moraes Barros, contornará a Praça José Bonifácio, passará pela rua Governador Pedro de Toledo, entrará na rua São José, contornando novamente a Praça José Bonifácio, acessando a rua São José até a Alferes José Caetano. Em seguida, entrará na rua Prudente de Moraes e novamente passará pela Praça José Bonifácio, seguindo pela rua Boa Morte até a rua Joaquim André. Entrará na do Rosário e irá a até a rua Jane Conceição (Paulista), pegando a rua da Palma, depois a rua Edgard Conceição, até a rua Sud Menucci, entrando na  avenida Dr. Paulo de Moraes, e acessando a rua Governador Pedro de Toledo novamente até o seu final e se dirigindo para a Diretoria Regional de Ensino, na rua João Sampaio, 666, terminando com grande “apitaço”.
    PINDAMONHANGABA – Lucia 9h Dia 07/07 – terça – 9 horas.
    Carreata com saída da Subsede – Rua Capitão Vitório Basso, 300, destino à rápida concentração
    Praça Monsenhor Marcondes, Centro
    Trajeto : Avenida Nossa Senhora do Bom Sucesso (ida) e Rua Albuquerque Lins (volta), terminando na Subsede.
    OBS: O DEPTRAN da cidade não está permitindo qualquer tipo de aglomeração no centro, devido ao aumento de contaminação nos últimos dias. Portanto vamos ter que ser bem rápidos.
    FRANCO DA ROCHA – Mara 13H00 Saída de frente à Santa Casa de Francisco Morato, passando pelo Centro, Via Parque
    Paulista, Centro de Franco da Rocha, seguindo para Caieiras
    MARÍLIA – Juvenal 10h00 Em Marília, o buzinaço acontecerá no dia 7/7, às 10 horas, e estão convidados todos os professores e funcionários públicos ativos e inativos de Marília e das cidades no seu entorno. Às 9 horas, todos deverão se dirigir à Apeoesp para pegar material (colantes, adesivos ou faixas) para colá-los no carro ou expô-los pela janela.
    LITORAL SUL   –                Moacyr e Regina 11H00 Peruibe: carreata dia 07 de Julho ás 11 horas, trajeto Saída  da subsede Rui Barbosa, entra na Avenida Jaime de Castro ( contorna) – Rui Barbosa- Centro – Avenida João Batista Leal – Alça da Ponte- Pollastrinni/ Volta Pollastrini – Avenida Peruibe- Praia do Sonho – Centro.
    11h00 Itanhaém: Sai da subsede, passa pelo Centro de Itanhaém (próximo a 2 escolas estaduais e vai para o bairro Belas Artes Escola Estadual Polastrini. : Duas escolas do Centro Calixto e Jon Teodoresco.
    ATIBAIA Parte da manhã: BAIRROS IMPERIAL CEREJEIRAS CAETETUBA
    ALVINOPOLIS / ATIBAIA JARDIM
    Parte Tarde:
    Centro/ Bairro Arredores/ Jd Pinheiros
    TATUÍ – Fátima 17h30
    Saída Subsede e segue por toda a cidade
    BEBEDOURO – Gandini 12H00 CENTRO DA CIDADE EM VOLTA DA PRAÇA MATRIZ
    OESTE/LAPA – Tania IRÃO PARTICIPAR EM 20 CARROS COM A SUBSEDE SUDESTE
    SUDOESTE – Anatalina IRÃO PARTICIPAR COM A SUBSEDE SUDESTE
    CARAGUATATUBA – Rodolfo  Saída da Subsede na Av. Rio Grande do Sul.
     Atravessar a Rua Pe Américo Virgílio (sentido Praça Candido Motta)
     Segue pela Rodovia Manoel Hipolito Rego
     Passa em frente a praça Candido Motta
     Desce a Engenheiro João Fonseca (sentido praia)
     Pega a Avenida Dr Arthur Costa Filho (sentido Sul) até o bairro do Indaiá
    PENÁPOLIS – Tereza 11H00 PELO CENTRO DA CIDADE
    JUNDIAÍ A atividade ocorrerá das 9h as 12h. Percorrerá as principais ruas de Jundiaí. Av. 9 de julho, Av Jundiaí, Rangel Pestana, Frederico Ozanan, Fernando Arens, JJ Rodrigue, Dr Cavalcante, Marechal Deodoro da Fonseca, Rua XV de Novembro, Rua Anchieta entre outras.e faixas. Ainda não está definido o horário.
    ITAPEVI 14H00 PELO CENTRO DA CIDADE
    LESTE TATUAPÉ – Claumir  Sem informação.
    SANTO AMARO – Francisca 11h30 Na região
    Luis Claudio 14h00 Vergueiro e Paulista
    SÃO BERNARDO – Vera 12H00 PELO CENTRO DA CIDADE
    LORENA – Walmir Realizamos uma pesquisa on line com conselheiros/as e representantes de aposentados/as e representantes de escolas, onde foi decidido que não realizaremos carreata em Lorena no dia 07/07 contra abertura das escolas.
    Nesta data irá passar um veículo de som pela cidade com áudio q nos foi enviado pela Sede Central.
    Walmir Gonçalves Santos
    Coordenador
    JACAREÍ – Roberto Mendes Será às 17h. Sai da subsede, passa pela Praça dos Três Poderes, Prefeitura Municipal, Rua XV de Novembro, Praça Alfredo Schurig, Rua Barão de Jacareí, Av. Senador Joaquim Miguel, Rua Dr. Lúcio Malta, Rua Luiz Simon Pires, Rua D. Pedro l e encerra na Sub sede.
    Cruzeiro – Luiz Na subsede Cruzeiro os REs são contrários à carreata, mas será colocado um carro de som circulando na cidade nos dias 06 e 07 com a mensagem da APEOESP.
    LIMEIRA – Patricia 10H00 SAÍDA DA SUBSEDE
    REGISTRO – Ana Cugler Há um decreto proibindo aglomerações por conta da regressão da
    FERNANDÓPOLIS – FRAZÃO Local da concentração:
    ✅ Ao lado de horto florestal – antigo zoo.
    ✅ Horário: às 10:40.
    ✅ Itinerário: Paraíso-COHAB Brandini-Ubirajara-Rodoviária-Aparecida-Centro( Av Brasil)-Brasilândia-Jd. Paulista.
    Encerramento: R. São Paulo( depois da Av dos Arnaldos).
    ARAÇATUBA – ODIMAR Concentração em frente à Subsede Araçatuba, Rua Mem de Sá, 757.
    Saída: 10h da manhã
    Trajeto: Avenida Brasília, Rua Luíz Pereira Barreto, Centro da Cidade, Rua Prudente de Morais, Rua Quinze de Novembro, Rua Tupi, Avenida dos Araçás, Rua Silva Manoel, Rua do Fico.
    Finalizando em frente ao Bosque Municipal.
    Trajeto de aproximadamente 60 minutos.
    PEREIRA BARRETO – Nós da subsede Pereira Barreto, estaremos participando com faixas no dia 07 a partir das 10h em frente a agência bancária do banco do brasil, situada no centro da cidade.
    ASSIS – CONCENTRAÇÃO EM FRENTE SUBSEDE: RUA AMADOR BUENO, 383 – Vl. CENTRAL
    Saída 09h00 da Rua Amador Bueno, 383 ( Em Frente APEOESP)/Av. Dom Antonio/Av. José Nogueira Marmontel/Avenida Rui Barbosa/ Praça Arlindo Luz (Encerramento)
    – Previsão de 30 a 50 veículos
    Para a Carreata Convidamos os Professores, Funcionários Escolas/ Funcionários Públicos Ativos/Inativos de Assis e Região
    BAURU 14H00 Praça da Paz
    LESTE VL. PRUDENTE FARÁ COM SUBSEDE SUDESTE
    RIBEIRÃO PIRES 10H00 PERCORRERÃO BAIRROS DA CIDADE E DE RIO GRANDE DA SERRA COM CARRO DE SOM ATÉ AS 15H00
    NORTE 14h00 FARÁ COM SUBSEDE SUDESTE
    DIADEMA – Néia 1400 Participarão da carreata em São Paulo.
    BAIXADA SANTISTA 09h00 Praia Grande: centro (Cont da Av. Malet até a praia, Boqueirão, entre estes dois pontos tem próximo da escola técnica – ), vila Tupy, Guilhermina
    09h00 São Vicente: centro, jockey clube, Catiapoã
    09h00 Santos:  centro da cidade, zona noroeste ( é maior), região do canal 2 (Av. Bernardino de Campos), Aparecida até canal 6.
    CAMPINAS 9H00 RUA DELFINO CINTRA, 100
    ITAPEVA 14H00 IRÃO PERCORRER TODA A CIDADE
    RIO CLARO – Ademar NÃO HAVERÁ
    FRANCA NÃO HAVERÁ
    TUPÃ NÃO HAVERÁ. FARÃO DEBATE COM A SOCIEDADE E ENTREVISTAS NAS RÁDIOS DA CIDADE
    JAU SEM INFORMAÇÃO
    PRES. PRUDENTE SEM INFORMAÇÃO
    ARARAQUARA SEM INFORMAÇÃO
    S. J. RIO PRETO DEFINIRÃO EM REUNIÃO AMANHÃ
    AMPARO Neusa NÃO HAVERÁ
    SÃO MIGUEL – Zafalão FARÃO JUNTO COM SUBSEDE SUDESTE
    CATANDUVA – Keandro LEANDRO DISSE QUE NÃO SERÁ POSSÍVEL FAZER PORQUE VÁRIAS PESSOAS ESTÃO DOENTES COM COVID.
    S. J. DOS CAMPOS – Gilmar Ato Unificado do movimento sindical no dia 10.
    PIRAJU – Joaquim NEGOCIANDO.
    TAUBATÉ – Moreno NÃO PROGRAMADO.
    RIBEIRÃO PRETO – Tófolli SEM INFORMAÇÕES.
    SÃO CARLOS AINDA NÃO CONFRMADO.
    Apeoesp São Carlos
    AVARÉ Babi NÃO HAVERÁ.
    SANTO ANDRÉ -Martinha NÃO HAVERÁ.
    OURINHOS – Sueli NADA DEFINIDO
    BARRETOS – Ana NÃO HAVERÁ.
    MOGI DAS CRUZES A Subsede de Mogi das Cruzes não fará  carreata no dia 07/07 e sim uma vídeo conferência  às  19 horas.
    MOGI MIRIM NÃO VAI FAZER DEVIDO AO GRANDE NÚMERO DE INFECTADOS PELA COVID
    S J RIO PRETO NÃO HAVERÁ.
    GUARATINGUETÁ SEM INFORMAÇÕES.
    AMERICANA ZENAIDE NÃO RESPONDEU
    ANDRADINA CILENE FICOU DE VER MAS NÃO RESPONDEU
    OURINHOS SEM INFORMAÇÕES.
    ARARAQUARA NÃO REALIZARÃO
    PRESIDENTE PRUDENTE NÃO HAVERÁ

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    Professores repudiam tentativa de prisão de deputada que defende casas na pandemia

  • Damares publica revogação de 295 anistias políticas de militares

    Damares publica revogação de 295 anistias políticas de militares

    A ministra de Estado da Mulher, da Família e Direitos Humanos, Damares Alves, publicou no Diário Oficial da manhã desta segunda-feira,8, a revogação da anistia política de cerca de 295 pessoas. A resolução teve como base uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de outubro do ano passado que autoriza o governo a revisar e, eventualmente, anular as anistias concedidas pela Comissão de Anistia a mais de 2,5 mil cabos desligados da Aeronáutica durante o regime militar. 

     

    As decisões da Comissão, tomadas entre os anos de 2002 e 2004,  visavam fazer justiça aos heróis nacionais  da Aeronáutica que se opuseram ao golpe militar de 1964 que derrubou o presidente constitucionalmente eleito João Goulart. Para alegar a cassação do direito, o governo Bolsonaro alegou “ausência de comprovação da existência de perseguição exclusivamente política no ato concessivo”.

     

    Segundo a advogada Rita Sipahi, que foi conselheira da Comissão de Anistia, do Ministério da Justiça, as decisões da Comissão tiveram como base a data de publicação da reforma administrativa da corporação que limitavam em 8 anos a permanência no cargo. Sipahi explica que todos aqueles que entraram depois da reforma não puderam alegar uso político da decisão, mas reforça que a decisão administrativa, de limitar o tempo de serviço foi, sim,  uma forma de punir os revoltosos. A data da portaria e suas consequências passaram, após decisão do STF, a não valer como única prova no caso dos servidores da Aeronáutica prejudicados, que deverão apresentar em seus processos mais evidências da perseguição que sofreram.

     

    O ex-presidente da Comissão da Verdade do Estado de São Paulo, Adriano Diogo, considera “muito estranho que essa decisão do STF  de tenha tido uma aplicação imediata de revogação da anistia, porque não necessariamente a decisão se enquadra na Lei de Anistia”. Para Adriano, “é uma forma de punir pela segunda vez, após quase 20 anos, esses jovens que agora já são anciões ou já falecidos que tiveram as vidas e as carreiras prejudicadas por perseguições políticas”. 

     

    A procuradora Eugênia Augusta Gonzaga, exonerada da presidência da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos pelo governo Bolsonaro lembra que este é o caso, por exemplo, do ex-militar Manoel Raimundo Soares que hoje teria mais de 84 anos. Ele  certamente seria considerado um veterano de guerra e mereceria todas as honrarias militares, se a ala legalista das Forças Armadas, à qual ele pertencia, não tivesse sucumbido à ala golpista que se perpetuou nas forças de

    Jornal Ultima Hora reporta homenagens a sargento assassinado pela ditadura

    segurança. O único título que o Sargento Manoel recebeu foi o de “Caso das Mãos Amarradas”, porque seu corpo foi encontrado no dia 24 de agosto de 1966, com as mãos e os pés atados às costas, boiando no Rio Jacuí nas proximidades de Porto Alegre/RS”, como conta o movimento Vozes do Silêncio contra a Violência de Estado”, que busca preservar a memória e revelar a verdade para evitar que se repitam as violações de direitos humanos cometidas durante o período ditatorial e garantir que novos episódios não ocorram frente ao atual contexto político.

    Para a procuradora a decisão “é péssimo precedente e uma falta muito grande de compreensão da imensa perseguição perpetrada nas forças armadas contra os legalistas, ou seja, aqueles que não apoiaram o golpe”, para ela apenas a data da portaria, 12de outubro  de 1964, bastaria para demonstrar sua ilegalidade. 

     

    GESTÃO IDEOLÓGICA E CLASSISTA 

     

    Na prática a portaria de Damaris, que agora coloca em risco os precatórios devidos aos outros mais de 2 mil cabos,  põe por terra o discurso de apoiadores e do governo Bolsonaro de valorização das Forças Armadas.  E reforça o caráter ideológico que o governo atual usa nas decisões que dizem respeito à instituição. Basta lembrar que a União pagou R$ 128,2 milhões em pensão para filhas de militares brasileiros nos dois últimos meses de 2019.Valores são referentes aos meses de novembro (R$ 84,8 milhões) e dezembro (R$ 43,4 milhões). Os dados foram levantados no Ministério da Economia pela Fiquem Sabendo, agência de dados especializada na Lei de Acesso à Informação. Em um único mês, uma beneficiária vitalícia teria recebido quantia superior a R$ 325 mil em novembro. 

     

    Em entrevista para a Rede Brasil de Fato, o ex-integrante da Comissão Nacional da Verdade e professor de teoria política na Universidade Estadual Paulista (Unesp), Paulo Ribeiro da Cunha  ressaltou  o “recorte de classes” entre os militares que se manifesta nesse caso. A carreira militar no Brasil tem duas classes distintas, a dos oficiais e a dos praças. Essas duas portas de entrada são definitivas. Por mais promovido que seja, um praça nunca chegará a ser oficial. 

    A anistia de militares, portanto, é “socialmente limitada e ideologicamente norteada”, considera o professor. O que explicaria a decisão do STF de não rever a decisão de anistiar os militares golpistas, mesmo havendo comprovação no envolvimento de torturas, sequestros, assassinatos e desaparecimentos de corpos, como é o caso do coronel Carlos Brilhante Ustra, sempre homenageado pelo presidente Jair Messias Bolsonaro. 

     

    RESISTÊNCIA 

    Segundo o deputado federal do Partido dos Trabalhadores, Paulo Teixeira, o PT ingressará com uma ação no Ministério Público Federal (MPF) para que o órgão se pronuncie sobre a validade da medida. Além disso, o partido estuda a elaboração de um projeto de decreto legislativo (PDL) que anule as decisões. para ele a decisão de suspender as pensões “é grave e inadmissível”.

     

    Leia sobre outros crimes da ditadura: BANCÁRIO ASSASSINADO NA DITADURA É IDENTIFICADO NA VALA DE PERUS

     

  • Amazonas em colapso pelo Covid-19

    Amazonas em colapso pelo Covid-19

    Enquanto Bolsonaro brinca de dança das cadeiras com ministros da Saúde, o estado do Amazonas (AM) vive dias de terror depois de completar apenas um mês desde que o primeiro caso de infecção por Coronavírus foi registrado na região Norte do País. Segundo o deputado federal José Ricardo (PT-AM), entrevistado pelos Jornalistas Livres, “o estado é recordista não só em número de infectados, mas também de mortos”. (Veja o vídeo na integra abaixo)

    O Amazonas ocupa o primeiro lugar no índice de infectados a cada 100 mil habitantes, segundo o Ministério da Saúde, seguido de Amapa e o Distrito Federal. Em todo o Brasil, são 9.3 infectados por 100 mil habitantes, no estado esse número chega a mais de 23. Foram registrados mais 165 casos e 18 óbitos nas últimas 24h. Com isso, o estado chegou nesta quinta-feira (16) a 1.719 registros do novo coronavírus, com 124 mortos.

    O hospital estadual de referencia para atendimento de casos de Covid-19, Delphina Aziz foi o primeiro no país a ter 100% dos leitos ocupados por pacientes da doença, e o Pronto Socorro Dr. João Lúcio Pereira Machado, também localizado na capital amazonense, ganha notoriedade nacional enquanto um vídeo que mostra corpos empilhados ao lado de macas com pessoas ainda enfermas circula em grupos de Whatsapp.

    Para o deputado do Amazonas, o estado chegou a este ponto com questões regionais que são replicadas nacionalmente: falta de valorização da vida humana, trocas na gestão da Saúde e desinvestimento na Saúde Pública. Confira a entrevista completa: 

     

     

  • Sepultamentos crescem em São Paulo e cemitério da Vila Formosa vai parar na capa do Washington Post

    Sepultamentos crescem em São Paulo e cemitério da Vila Formosa vai parar na capa do Washington Post

    Segundo dados recebidos pelo Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo (SindSep), o Cemitério da Vila Formosa, localizado na zona Leste da cidade, dobrou o número de abertura de covas nos últimos dias. No maior cemitério da América Latina, costuma-se enterrar no máximo 45 corpos em um único dia, mas só no dia de ontem (), foram feitos 57 sepultamentos. 

     

    Covas abertas em cemitério de SP viram destaque no Washington Post

    A imagem das valas abertas é tão forte que foi parar na capa do jornal diário estadunidense Washington Post, para ilustrar uma matéria sobre a crise provocada pela “inação federal”, como descreve o impresso o modo temeroso como o presidente brasileiro vem lidando com o surgimento do novo coronavírus.

    O cemitério da Vila Formosa tem aberto 100 valas diariamente. Antes da pandemia, o número de buracos abertos era de no máximo 50 por dia.

    No Cemitério São Luiz, na Zona Sul da capital, o aumento de trabalho também causou espanto. Foram 43 sepultamentos no dia de ontem, a maior curva desde o aparecimento da doença no Brasil. “Hoje () foi fora da curva até para esses tempos, acredito que amanhã (2) deva voltar para média uns 25 sepultamentos no total, isso em tempos de coronavírus”, contou um servidor que não pôde se identificar.

    Os números divulgados pelo SindSep são de trabalhadores sepultadores, já que o Serviço Funerário do Município de São Paulo não tem sido transparente com os dados, denúncia o Sindicato. “Em São Paulo o serviço funerário é monopólio. Toda morte deve passar por lá. Então eles podem anunciar diariamente quantos sepultamentos foram feitos”, critica o secretário Imprensa do sindicato, João Batista. 

    Segundo dados do Ministério da Saúde desta quarta-feira (1º) são 241 mortes, 6.836 casos confirmados, e uma letalidade de 3,5% causadas pela Covid-19, doença causada pelo coronavírus Sars-Cov-2.

     

    PROTEÇÃO DO TRABALHADOR

     

    Os dirigentes do Sindsep, João Batista Gomes e Manoel Noberto, estão percorrendo os cemitérios para orientar os trabalhadores, seja da administração direta, como terceirizados, quanto a exigência e uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs).

    João alerta que nenhum trabalhador deve colocar sua vida em risco. “Não vacile! Exija a proteção e o treinamento para a Coronavírus/Covid-19!”. Para denunciar situações perigosas nos serviços públicos municipais procure o Sindicato: https://sindsep-sp.org.br/

  • Professor negro esfaqueado convoca branquitude para combate antirracista

    Professor negro esfaqueado convoca branquitude para combate antirracista

    Em entrevista ao programa Pensa Nisso! dos Jornalistas Livres, o professor de jornalismo da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Juarez Tadeu de Paula Xavier falou da necessidade de criação de uma frente ampla de brancos antirrascistas para enfrentamento do que chamou de “necropolítica” que tomou o poder nas últimas eleições no Brasil.
    “É muito indigno e cansativo passar a sua humanidade provando que você é humano. O desgaste humano disso é brutal”, declarou.
    Apesar de se ver nessa luta diária, o professor que foi xingado de “macaco” e esfaqueado na quarta-feira, 20, no estacionamento de um supermercado em Bauru, interior de São Paulo, se diz satisfeito pelos apoios que tem recebido depois da agressão que aconteceu no Dia da Consciência Negra.
    Para Xavier, a “sacada” para sairmos da atual situação de proto-fascismo explícito “é compreender quer as questões étnicas e raciais não são um problema de pretas e pretos, é um problema da sociedade brasileira”. Para o professor,  a estratégia da frente antirracista em apoio as ações de coletivos de pessoas negras foi responsável pelos avanços conquistados na América Latina e do Norte.
    “Nós precisamos criar uma frente ampla de pessoas brancas  e não racistas no Brasil. Essa estratégia foi decisiva nos Estados Unidos particularmente nos anos 5o e 60”, destacou.
    Assista a entrevista na integra:
    Entenda o que aconteceu em Bauru
    Xavier, de 60 anos, voltava de uma consulta médica quando foi atacado por Vitor Munhoz, de 30 anos, com um canivete. “Ele parou e me chamou de ‘macaco’. Fui tirar satisfação.” Os dois, então, iniciaram luta corporal. “estou vivo porque já fui capoeira e consegui segurar o agressor”, contou o professor.
    Testemunhas disseram à polícia que Munhoz continuava chamando a vítima de “macaco”, enquanto o agredia. Ele ajudou a conter o agressor e se tornou testemunha do caso.
    O professor foi atingido no ombro esquerdo, no braço e nas costas, onde teve de fazer uma sutura. A alta foi no mesmo dia do ataque e ele diz estar bem e medicado. Apesar da violência do ataque, o caso foi registrado como injúria racial e lesão corporal.
  • Indígenas do Xingu sofrem com invasões de agropecuaristas

    Indígenas do Xingu sofrem com invasões de agropecuaristas

    por Paulo Giannini*

    Tapar o sol com a peneira. Essa parece ser a solução do governo brasileiro nos últimos anos quando a pauta é a causa indígena. Com incêndios batendo recordes alarmantes na região amazônica, mais uma vez a questão é levantada. Não muito longe do fogo que arde, o Território Indígena do Xingu, localizado no Mato Grosso, sofre com invasões de terras comandadas pelos interesses agropecuários.

    Sempre oriento e explico, não pode liberar pro branco invadir, se não a gente vai perder. Presidente novo que entrou agora acabou de derrubar índio. Tá acabando (as terras), ele vai acabar com tudo”, afirmou o pajé Jawa Kalapalo, durante entrevista realizada em 2018 e só divulgada agora.

     

    A luta para manter as fazendas agropecuárias literalmente nos limites da demarcação do Parque Indígena do Xingu é uma constante preocupação das 16 etnias que habitam o parque, como relata Jawa:

    Querem tomar, entrar aqui. Entrar para derrubar, fazer a roça, para criar boi. Aí nós não deixamos não. Até hoje a gente segura na mão ainda. Isso é nosso, tá vendo aqui planta (mata fechada), essa é a nossa segurança. Se não como é que do branco vai esconder?”

    O relato do pajé reforça a necessidade de um olhar mais atento para a questão socio ambiental dos povos originários dessas terras. O extermínio iniciado nos primeiros anos do século 16 pelos europeus segue seu curso quando o atual governo toma medidas ilegais como a tentativa de devolver a demarcação de terras indígenas para o Ministério da Agricultura, em junho deste ano.

    Nesse momento vale ressaltar que a deputada Tereza Cristina (DEM), escolhida pelo presidente Bolsonaro para ser ministra da Agricultura e Pecuária, também já foi presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), Frente que hoje é comandada pelo deputado Alceu Moreira (MDB). A FPA, conhecida por muitos como bancada ruralista, está à frente de projetos de lei que tendem a estimular ainda mais o aumento da violência de fazendeiros contra os povos indígenas.

    É o caso do PL 3715/19, do senador Marcos Rogério (DEM), que libera a posse de arma em toda a extensão rural. O projeto foi aprovado na última quarta-feira, 21 de agosto, sobre o pretexto de corrigir um “equívoco”. O autor do projeto, senador Marcos Rogério afirma: “Não tem sentido autorizar a posse ao morador da zona rural e não permitir que ele exerça seu legítimo direito de defesa fora da sede da fazenda”. A medida preocupa ainda mais quando relatórios como o da ONG Global Witness registra 20 assassinatos de ativistas ambientais em 2018, um deles o cacique Emyra Waiãpi, no Amapá. Em 2017 foram 110 indígenas assassinados conforme informação da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai).

    Ainda há tempo, ainda há esperança, a preocupação vem quando observa-se que as ações dos últimos governos não são as de um Estado que entende a necessidade e urgência de tomar medidas que diminuam tensões e evitem conflitos. A atenção ao que é decidido no Congresso, na Câmara dos Deputados e nos Ministérios deve ser redobrada.

    * Paulo Giannini FIlho é jornalista desde 2015. Iniciou sua carreira no jornalismo institucional.  Teve passagem pelo jornalismo esportivo na redação do Jornal Lance!. Também trabalhou na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Esteve no Parque Indígena do Xingu em 2018, onde realizou a entrevista com o Pajé Jawa Kalapalo, ao lado do cinegrafista Christopher Noto. Hoje trabalha de forma independente.