Jornalistas Livres

Autor: Aloisio Morais

  • Colégio da PM não quer alunas com trança ‘box braid’

    Colégio da PM não quer alunas com trança ‘box braid’

     

    E eis, que, de repente, as alunas do Colégio Tiradentes, mantido pela Polícia Militar no bairro Santa Tereza, em Belo Horizonte, estão sendo impedidas de usar tranças tipo ‘box braid’, atingindo de cheio as mulheres negras, que reclamam de racismo. Diante disso, nessa quarta-feira as estudantes realizaram um ato de protesto para denunciar o problema (Confira o vídeo abaixo). Curiosamente, o jornal “O Tempo”, um dos maiores de Minas, e um dos raros veículos a noticiar o fato, omitiu na longa reportagem que o colégio pertence à PM.

    Tudo começou quando, na terça-feira, as alunas foram chamadas para ter uma conversa sobre a padronização de penteados, quando foram orientadas a não usarem as tranças ‘box braids’ usadas por várias delas. A proibição fez com que uma delas desabafasse: “Agora me perguntam o motivo das fotos chorando, meu amigos, foram ANOS de aceitação, ANOS que demorei para aceitar minha cor, meu cabelo, minha ancestralidade”, escreveu na postagem que viralizou. “Dói em mim, em  pleno 2018, época em que todo dia vejo histórias de preconceito, um lugar onde deveria propagar o respeito às diferenças entre raças me manda ocultar quem sou de verdade”, acrescentou a aluna nas redes sociais. “Querem obrigar as meninas a tirar suas tranças, qual o problema ter tranças? Pode parecer besteira, asneira, mas não é. Algumas pessoas não sabem o que isso significa pra nós, meninas negras” desabafou a garota no Facebook. 

    Outra aluna contou que estava na aula quando foi chamada por um assistente de turno, junto com uma colega de turma que também usa tranças, para ir ao auditório. Quando chegaram lá, um grupo de meninas com penteados semelhantes estava no local aguardando para conversar com uma major, identificada como Lylian, e com a vice-diretora, Cláudia Boldoni. “A major e a vice-diretora estavam conversando com as meninas falando que o nosso cabelo não está no padrão da escola. Comecei a chorar, já tinha medo de isso acontecer há um tempo. Depois que falaram isso, algumas alunas foram liberadas e outras ficaram”, contou ao portal BHZ.

    “A major, o tempo todo, falou que fazer trança estraga o cabelo, não sei de onde ela tirou isso. Disse que as tranças estragam a raiz do cabelo e eu expliquei que era até por uma questão de autoestima. Aí ela perguntou se eu já tinha alisado o cabelo. Uma outra menina respondeu por mim ‘é o cabelo dela, não vai alisar’ e a major disse que estava conversando comigo e não com ela”, contou a estudante. Voltei para a sala e comecei a chorar”, acrescentou. 

    Punição

    Caso não cumpram a determinação de mudar o modelo das tranças até o próximo dia 22, quando termina o recesso escolar, as alunas poderão ser penalizadas com um Formulário de Registro Disciplinar (FRD). O acúmulo de FRD’s pode gerar suspensões e até mesmo a expulsão do colégio.

    “Eu uso trança desde abril do ano passado e nunca reclamaram assim. Já falaram para prender o cabelo e reclamaram do tamanho. Eu uso porque melhora minha autoestima, não me sinto bem sem as tranças e não quero voltar a alisar o cabelo”, disse uma adolescente. “Eu estava pensando em falar com a vice-diretoria para que a nova regra fosse colocada para o ano que vem, por exemplo. Tem uma menina que colocou no fim de semana, custa no mínimo R$ 180, e, do nada, falam para tirar? Penso até em sair do colégio. As tranças fazem bem para a autoestima”, ressaltou a estudante, que tem o apoio da família para manter o penteado.  “O cabelo é a autoestima dela, ela sempre sofreu bullying e, quando encontramos algo que a faça feliz, vem isso. Tem que olhar se a nota é boa, se é bem educada. Minha filha está arrasada, com o olho inchado”, disse a mãe da jovem.

    O pior é que após a reunião, as meninas passaram a ser alvo de racistas. Em um áudio enviado pelo WhatsApp, um garoto se refere a elas como “macacas”. “Sai fora, suas macacas. Vocês não querem aceitar as regras, sai fora do colégio”, disse. No status do WhatsApp, outra manifestação discriminatória: “A interpretação das negrinha: ‘Colégio Machista opressor! #mimimi”, escreveu um estudante em tom pejorativo.

    Regulamento

    A direção do Colégio Tiradentes alega que não apenas as alunas que usam tranças foram chamadas, mas estudantes com cabelos tonalizados, topetes e outros fora do padrão imposto pelo regimento. “Diversos alunos foram chamados para falar sobre a adequação dos penteados, não só as meninas que usam tranças. Existe um regulamento que deve ser seguido. Então, se o cabelo está fora do padrão, que tem a ver com os valores da instituição, a mudança é necessária”, explicou a tenente-coronel Lívia Azevedo ao BHZ, sem explicar por que só agora o colégio está se preocupando com o penteado das alunas.

    Quanto às manifestações racistas, a tenente-coronel disse que já tem uma equipe responsável pela identificação dos autores. “Ao serem Identificados, os alunos serão punidos conforme o código de ética do colégio. Trata-se de uma questão disciplinar”, afirmou.

    Na manhã de terça-feira, estudantes de diferentes turmas se reuniram em um ato de apoio às colegas que usam trança, quando foram para a quadra, durante o intervalo, e deram as mãos. Após uma contagem regressiva, gritaram: “Uma por todas e todas por uma”, “Somos todas tranças!”. Em seguida, deram as costas e revelaram estar todas de trança, um modelo de penteado bastante usado por elas.

     

  • Lula faz 73 anos e pede voto em Haddad como presente

    Luiz Inácio Lula da Silva teve seu nome registrado em cartório no dia 27 de outubro de 1945, mas ele sempre fez questão de lembrar que, oficialmente, o dia em que nasceu foi 6 de outubro daquele ano. Portanto, neste sábado Lula completa 73 aninhos, uma data especial, por ser a véspera das eleições deste domingo. E, por coincidência, o 27 de outubro também será véspera de nova rodada das eleições, desta vez em segundo turno, no dia 28. Nesta sexta-feira, 5, o ex-presidente enviou um recado ao povo brasileiro:

    Ao meu querido Povo brasileiro

    Dia 6 de outubro é o meu aniversário oficial. Espero ganhar de presente no dia 07 de Outubro o voto do povo brasileiro no Haddad para Presidente. 

    Haddad é 13 

    Haddad e Lula 

    Um grande abraço do Lula

  • MANIFESTO DOS JORNALISTAS MINEIROS EM DEFESA DA DEMOCRACIA

    MANIFESTO DOS JORNALISTAS MINEIROS EM DEFESA DA DEMOCRACIA

     
    Somos jornalistas. Nosso ofício é trabalhar com a notícia. Notícia pressupõe informação e informação pressupõe democracia. Sem informação, as pessoas não têm elementos para fazer suas escolhas. Sem democracia, não têm as informações de que necessitam para fazê-las.
    Muitos de nós convivemos com a ditadura. Sentimos de perto a força das baionetas. Elas é que determinavam o que podíamos e o que não podíamos divulgar. Nem quando o patrão estava do nosso lado podíamos avançar o sinal. Afinal, não havia escolhas a serem feitas.
    Superamos as trevas. Voltamos a respirar. Voltamos a poder informar, mesmo que não de maneira plena. A democracia econômica não acompanhou a política. O povo, contudo, voltou a poder escolher. Por isso, a informação continuou a ser essencial para ele.
    Passados quase 35 anos, as trevas voltam a nos rondar. Mal tivemos tempo de por a cabeça para fora, de respirar aliviados, e já querem de novo sufocar a nossa alma, calar a nossa voz, amarrar as nossas mãos.
    A ameaça que enfrentamos é grave. Muito grave. Querem nos calar de novo. Querem, antes de tudo, calar a voz dos que produzem nossa matéria-prima. Querem, calando nossa voz, calar o povo.
    Não permitiremos. Chega de trevas! Nossas vozes são, com frequência, dissonantes. Nem sempre somos um coro afinado. Nem sempre falamos e escrevemos na mesma língua. Em uma coisa, contudo, estamos sempre juntos: não abrimos mão de falar, não abrimos mão de escrever. Com a liberdade que precisamos. Com a liberdade que precisam aqueles a quem nos dirigimos.
     
    Em defesa da informação!
    Em defesa da liberdade e da democracia!
     
    Não a Bolsonaro!
    #Elenão

     

     

    Adária Bernardo

    Adriana Carvalho Diniz

    Adriana Castro

    Alessandra Melo

    Alevi Ferreira de Sá Jr

    Alice Damasceno

    Aloísio Morais

    Américo Antunes

    Ana Flávia Junqueira

    Ananias José de Freitas

    André Leão

    Andréa Vieira

    Ângela Drummond

    Ângelo de Oliveira Lisa

    Antônio Luiz Bernardes

    Arlan França

    Bárbara Figueiredo Lima

    Bertha Maakaroun

    Brune Montalvane

    Bruno Mateus de Vasconcelos

    Cândida Borges Lemos

    Carem Abreu

    Carlos Lúcio Gontijo

    Carlos Máximo

    Carmen Dulce Diniz Vieira

    Cau Gomez

    Cecília PederzoliCynthia Camargo

    Circe Avany Canedo

    Cleurice Fernandes Alves

    Cristiana Andrade

    Cristina Alkmin Guimarães

    Cristina Lima

    Cristina Magalhães

    Daniel Melo

    Denise Camarano

    Denise Menezes

    Dilke Fonseca

    Dinorah do Carmo

    Edson Fernandes Martins

    Eduardo Ávila

    Eduardo Bandeira

    Eduardo Franco Assunção

    Eduardo Murta

    Eduardo Nunes Campos

    Eduardo Rocha

    Eliane Machado

    Eliane Nunes

    Elizabeth Fleury

    Ércio Sena

    Erich Roberto de Araújo

    Érika Luiz dos Santos

    Fabiana Abaurre

    Flávia da Silva Miranda

    Flávio Soares da Cunha

    Guilherme Minassa

    Heitor Diniz Peixoto

    Helena Maria Penna Amorim Pereira

    Hélia Ventura

    Heraldo leite

    Hila Rodrigues

    Isabel Maria Ballstaedt

    Izabel Cristina Campos de Oliveira \prates

    Izabel Zóglio

    Jane Maria de Medeiros

    João Sampaio

    José Jurani Garcia de Araújo

    Kátia Bão

    Kátia Mássimo

    Lauro Sousa

    Leidélia Teixeira Villefort

    Lígia Elias Coelho

    Lívio César Ferraz

    Lúcia Fernanda Estanislau

    Luciene Luzia Ferreira

    Lúcio Pérez

    Luisana Gontijo

    Maíra Vasconcelos

    Marcela G.F. de Souza

    Marcelo Araújo Passos

    Marcelo de Castro Portela

    Marcelo Prates

    Marcelo Procópio

    Márcio Metzker

    Marco Antônio de Castro Malheiros

    Marcos Jorge Barreto

    Maria Amélia Tostes Campos

    Maria Beatriz Afonso de Castro

    Maria Cândida Canedo

    Maria Célia Pinto

    Maria Cláudia Barreto

    Maria Isabel Baldoni

    Maria Joanita Costa Gontijo

    Maria Regina Delgado

    Maria Tereza Rios

    Marina Pozzolini

    Marisa Cardoso de Oliveira

    Mauro Guimarães Werckema

    Mércia Aracy Mateus de Vasconcelos

    Mirian Chrystus

    Mirtes Helena Pereira Scalioni

    Mônica Santos

    Natália Martinho

    Nilton Eustáquio da Silva

    Orion Teixeira

    Patrícia Duarte

    Paulo Camargos

    Pedro Artur Mateus

    Pedro Ferreira

    Pérsio Fantin

    Priscila Armani

    Priscila J. S. Lopes

    Priscila M. Diniz Freitas de Carvalho

    Raquel Furtado

    Regina Perillo

    Renata Ornelas

    Ricardo Soares Campos

    Rogério Hilário

    Ronaldo Greco Solha

    Ronaldo Inácio

    Ronaldo Pereira da Silva

    Rondy Roguq Ferreira

    Roselena Nicolau

    Sandra Freitas

    Sérgio Aspahan

    Sérgio Luiz Costa Lacerda e Silva

    Sidney Martins da Silva

    Sulamita Esteliam

    Tahiana Máximo Antunes Saúde

    Tatiane Amaral

    Tatiane Fontes Ladeira

    Thiago Gomes Ferreira

    Tiago Parrela

    Tiago Pavanele

    Valdeci Paulo de Souza

    Vanessa Albergaria Rodrigues

    Vanessa Rodrigues

    Vilma Fazito

    Virgínia Maria Fonseca de Castro

    Vivian Amaral de Menezes

    Viviane Moreno

    Willian Dias

    Zuzileison Moreira

     

     

     

  • “Bolsonaro desejou minha morte sob tortura”

    “Bolsonaro desejou minha morte sob tortura”

    “Não se trata de política. É algo mais sério. É questão de caráter.
    No ano de 2011, eu fui convidado para falar numa reunião da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara Federal.
    Durante minha fala, eu contei que um dos envolvidos em torturas na cidade de Foz do Iguaçu, o então tenente Espedito Ostroviski, disse, por ocasião de minha prisão, que a minha mulher não teria a filha que estava esperando. Que eles “dariam um jeito” assim que ela fosse presa.
    No momento em que eu contava esse fato ocorrido em 1969, o deputado Jair Bolsonaro, apontando o dedo pra mim, disse aos gritos que eu não poderia ter sobrevivido à tortura. Que deveriam ter me matado. E acrescentou, “só matando para que os comunistas não tenham filhos, pois a ideologia passa pelo sangue”.
    Então, se dependesse desse monstro, eu não teria minhas filhas, nem meu filho, netos e netas.
    Portanto, não quero estar no mesmo espaço que as pessoas que apoiam esse psicopata. Não quero que os apoiadores de Bolsonaro entrem em minha casa, nem que telefonem.
    Oxalá, que nem passem pela minha rua.
    É uma questão de caráter. Não compactuo com pessoas que apoiam alguém que desejou minha morte e que minhas filhas, filho, netas e netos não viessem à vida.”
    Aluizio Ferreira Palmar.

  • Bolsonaristas podem ter agredido militante do Psol

    Bolsonaristas podem ter agredido militante do Psol

    Identificada apenas como “Maria”, por motivo de segurança, uma das coordenadoras do grupo “Mulheres Unidas Contra Bolsonaro” no Facebook e coordenadora da campanha eleitoral de um candidato a deputado estadual pelo Psol do Rio de Janeiro, foi agredida na noite dessa segunda-feira, 24, por três homens armados ao chegar à sua casa na Ilha do Governador. Dois homens desceram de um táxi amarelo, cujo motorista permaneceu no veículo, e desferiram coronhadas e um soco no olho de Maria, levando o seu celular. Ela foi encaminhada ao Hospital Municipal Evandro Freire, também na Ilha do Governador.

    Filiada ao Psol, Maria fez questão de ressaltar não ter afirmado que a agressão foi praticada por um apoiador de candidato de extrema-direita, embora não descarte essa possibilidade, devido à forma como ocorreu a agressão. “Foi uma tocaia e me agrediram”, disse.

    Após ser atendida no hospital, ela seguiu para a 37ª Delegacia de Polícia, onde prestou depoimento, e, depois, seguiu para o Instituto de Medicina Legal para se submeter a exame de corpo de delito. O Psol soltou nota a respeito do caso exigindo a imediata apuração e punição do autores da agressão.

    No domingo, durante uma panfletagem de campanha, um homem pegou o panfleto da mão de Maria, amassou e apontou para ela a mão em formato de uma arma. Ela é uma figura conhecida na região por suas posições e militância, trabalhando em projetos sociais em comunidades, como capacitação profissional de jovens. Atualmente ela trabalha pela reabertura da maternidade da Ilha do Governador.

    O grupo Mulheres Unidas Contra Bolsonaro reúne mais de 3 milhões de adeptas e já foi hackeado e derrubado algumas vezes por homens que se identificaram como eleitores do candidato do PSL à presidência da República. Inúmeras mulheres sofreram agressões verbais e foram ameaçadas redes sociais.

     

  • Jornalista xinga Dilma e é punido pelo TRE

    Jornalista xinga Dilma e é punido pelo TRE

    A juíza Cláudia Costa Cruz Fontes, do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais, concedeu, no sábado, “tutela de urgência” a representação apresentada por Dilma Rousseff e proibiu o jornalista Jaeci Carvalho, colunista de esportes no jornal “Estado de Minas”, de Belo Horizonte, de repetir a veiculação de um vídeo no Facebook e no Twitter em que chama a presidenta de “vagabunda, perversa e terrorista”.

    Caso o vídeo seja veiculado, será imposta uma pena de pagamento de R$ 5 mil por dia de descumprimento. Confira abaixo a íntegra da decisão mostrada pelas imagens: