15 mil Sem Terra bloqueiam mais de 50 pontos de rodovias em todo país

Manifestações de camponeses em 16 estados exigem a liberdade para o ex-presidente Lula, no dia de sua possível prisão

Desde as primeiras horas desta sexta-feira (06), mais de 50 pontos de rodovias já foram bloqueados em todo o território nacional, seja nas capitais ou nos rincões mais distantes das zonas rurais do país. A expectativa é que esse número ainda possa aumentar até o final da tarde, momento crucial indicado para o cumprimento do mandado de prisão emitido pelo juiz Moro para o ex-presidente Lula.

As mobilizações acontecem até agora em 16 estados: Bahia, Sergipe, Pará, Rio Grande do Sul, Paraíba, Pernambuco, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Alagoas, Ceará, Espírito Santo, Santa Catarina e Piauí. Ao todo o MST anuncia que está mobilizando mais de 15 mil trabalhadores rurais, que prontamente reagiram com indignação ao anúncio da prisão do companheiro Lula.

Além dos bloqueios de rodovias, uma mutidão não para de chegar ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo. Uma vigília democrática dos movimentos populares acompanha Lula durante o dia de hoje no sindicato. A decisão das Frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular é de resistir e não deixar a polícia executar o mandado de prisão.

“Estamos em resistência contra a prisão do presidente Lula. A deliberação política das frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo é essa. Não vamos deixar Lula se entregar, seja na cidade de São Paulo ou em Curitiba”, adverte João Paulo Rodrigues, da direção nacional do MST. “Orientamos a nossa militância para que possa vir para São Bernardo para resistirmos, além de continuarem a mobilizar-se em todos os estados do país”, conclui.

Estão previstos para esta tarde em todo o país, particularmente nas capitais e grandes centros urbanos, marchas convocadas pela Frente Brasil Popular, às quais os militantes do MST também se somam.

A população mostra sua indignação com a prisão de Lula e queima pneus também em frente ao Diário de Santa Maria, no coração do Rio Grande do Sul. O veículo de comunicação pertence ao grupo RBS, da Rede Globo, que, segundo os camponeses, é central na condução do golpe.

A perspectiva é de resistência democrática e de manutenção da vigília em todo o país.

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