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  • RICARDO MELO: Brasil à deriva, salve-se quem puder!

    RICARDO MELO: Brasil à deriva, salve-se quem puder!

    Não vou repetir nem me alongar sobre a situação inédita em que vive o país. Mas vale um rápido retrato.

    O país está literalmente desgovernado. Ninguém, exceto os alucinados neofascistas ou os tubarões do “mercado” e seus asseclas, leva a sério o que o facínora Jair Bolsonaro fala ou deixa de falar.

    Governadores, prefeitos, donos de pequenos comércios – cada um faz o que quer. Feriadão em São Paulo? Quem andou pelas ruas viu que cada cidadão interpretou à sua moda a decisão. Lojas abertas, aglomerações em centros de compra, ambulantes indiferentes ao “isolamento social”, festas de socialites.

    O Brasil vive um momento de salve-se quem puder.

    O dito presidente e sua família são bandidos de papel passado. Genocidas assumidos.

    Governadores que hoje figuram como salvadores da pátria foram cabos eleitorais do bandoleiro instalado no Planalto. Alguém se esquece do “Bolsodória”?

    A mídia oficial, complacente, conivente e cúmplice do impeachment criminoso da presidenta Dilma, hoje posa de preocupada com as vidas ceifadas pela pandemia. Pera aí. Alguém não ligado aos interesses do grande capital imaginaria que um sujeito como Bolsonaro agiria de modo diferente?

    A cada 24h, o Brasil é informado de mais mil mortes pela Covid-19. Números falsos. São muito mais. É o que informam especialistas independentes e sem subserviência aos militares que assumiram o papel de generais da saúde e que raramente tomaram uma aspirina ou sabem o que representa o SUS.

    Temos um paradoxo. O tal do Bolsonaro que combate o isolamento social só está de pé porque as pessoas honestas não saem às ruas em defesa das suas próprias vidas e da vida dos semelhantes que merecem respeito. São civilizadas. Coisa que não se encontra no Planalto. Lá está instalado um QG de piratas milicianos que transformou a Polícia Federal em polícia política a serviço de uma quadrilha familiar de criminosos e amigos, conforme depoimento confesso do ex-capitão facínora ao vivo e a cores.

    Bolsonaro é um cadáver político. Seus dias estão contados diante do povo. Resta saber quem vai ocupar seu lugar. Lula, cujo papel é inapagável como o melhor presidente da história do país, já jogou a toalha. Está cuidando da vida que lhe resta e de sua biografia na posteridade, limitando-se a comunicados óbvios. Ninguém pode recriminá-lo por tanto. Mas também não pode se satisfazer com isso.

    Ao povo sobra a opção de se defender como pode. A esmola de 600 reais mal chega aos mais necessitados, amontoados em filas que apenas fazem aumentar o número de infectados e óbitos.

    Já os bancos recebem bilhões para supostamente socorrer os desvalidos, mas embolsam o dinheiro ao negar empréstimos a custo honesto a quem precisa.

    Mais do que nunca, cabe ao povo decidir seu destino.

    Ignorar as orientações desmioladas de “governantes” quanto a táticas de rodízios que mudam a cada semana, relaxamentos de isolamento sem nenhuma base científica e outras “sacadas” que só têm feito multiplicar as mortes nas periferias enquanto o 1% têm acesso garantido a leitos de luxo em hospitais privados.

    Estamos diante de um massacre declarado dos que têm o salário cortado, vivem em cômodos lotados, veem o desemprego se multiplicar e assistem a parentes morrer dentro de casa pela falta de assistência aos pobres.

    É preciso muita fibra para enfrentar tudo isso, concordo. Mas o troco virá. E, mais dia, menos dia –e ele está cada vez mais próximo–, os responsáveis pelo desastre que estamos vivendo vão pagar o preço que merecem.

    O povo brasileiro é muito maior do que estes crápulas fantasiados de governantes. Acreditem nisso.

     

    *Ricardo Melo, jornalista, foi editor-executivo do Diário de S. Paulo, chefe de redação do Jornal da Tarde (quando ganhou o Prêmio Esso de criação gráfica) e editor da revista Brasil Investe do jornal Valor Econômico, além de repórter especial da Revista Exame e colunista do jornal Folha de S. Paulo. Na televisão, trabalhou como chefe de redação do SBT e como diretor-executivo do Jornal da Band (Rede Bandeirantes) e editor-chefe do Jornal da Globo (Rede Globo). Presidiu a EBC por indicação da presidenta Dilma Rousseff.

    Leia mais Ricardo Melo em:

     

    Paulo Marinho comprova que o Brasil está nas mãos de um facínora: Jair Bolsonaro

     

    BALANÇO E PERSPECTIVAS: 2019 FOI RUIM? PREPARE-SE PARA 2020

     

    LULA ESTÁ SOLTO, MAS AINDA NÃO LIVRE

  • Mônica Cunha: “Witzel deixa Favela sem água enquanto faz populismo barato na TV”

    Mônica Cunha: “Witzel deixa Favela sem água enquanto faz populismo barato na TV”

    A televisão não para de informar que levar as mãos é a medida mais eficiente contra a infecção provocada pelo novo coronavírus. Hoje é o Dia Mundial da Água, mas a metade do Morro da Providência,  no Rio de Janeiro, está sem o líquido há mais de 10 dias. O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, deixa a favela sem água enquanto faz falas populistas e polariza com Bolsonaro na TV. 

     

    A Providência é um dos pontos de maior aglomeração da capital. Uma favela localizada no centro. Agora eu pergunto para você: como deter a proliferação do Coronavírus na cidade se o governador não toma nenhuma medida urgente sobre essa necessidade básica?

     

    O cara tá gravando vídeo repetindo como uma vitrola quebrada que o povo precisa lavar as mãos, mas não se ocupa em fiscalizar se os pontos de maior aglomeração da cidade estão com o abastecimento de água. 

     

    Instagram Jornalistas Livres: Morador denuncia falta de água na Favela da Providência 

     

    Lido diariamente com mães vítimas de violência do Estado, que perderam (como eu perdi) seus filhos em mortes violentas, umas com seus filhos ou maridos presos no sistema socioeducativo e no sistema carcerário. Essas mulheres, em sua maioria negras, desenvolveram doenças crônicas por toda dor e sofrimento que passam.

     

    Há milhares de mulheres que estão longe da realidade que o governador pinta na televisão. Elas não podem ficar de quarentena porque trabalham em supermercados, são diaristas, empregadas domésticas ou trabalham na rua informalmente tentando ganhar o alimento para quem está dentro de casa. Barracos, muitas vezes, com apenas um cômodo para abrigar uma família inteira.

     

    Se no centro do Rio de Janeiro encontramos esse tipo de situação, imagine em lugares do Brasil onde as condições de vida são ainda mais precárias… Vivemos um período de urgência e nós, mulheres negras, não temos tempo para o populismo barato de um governador cruel, vaidoso e descompromissado com as necessidades reais de quem está na linha de frente dessa crise.

     

    É urgente que o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, cuide para que o abastecimento de água nas favelas e periferias aconteça. Não tem como pedir quarentena para o povo sem entregar uma cesta básica com alimentos e materiais de limpeza.

     

    O racismo desse Estado não vai nos matar sem que haja resistência. Mais uma vez a população negra sofre em dobro. O governo do Estado do Rio de Janeiro está lavando as mãos para nós, mas não fará isso com o nosso silêncio. 

     

    *Mônica Cunha é Fundadora do Movimento Moleque e Coordenadora da Comissão de Direitos Humanos da Alerj 

  • SOBRE HOMENS E MONSTROS

    SOBRE HOMENS E MONSTROS

    ARTIGO

     

    Vinícius Augusto Pontes de Carvalho, historiador, mestrando pela Universidade do Estado de Santa Catarina

     

    Vocês estão horrorizados com a política do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel de fuzilamento de escolas, pedreiros, mulheres com bíblia na mão, crianças com chuteira na mochila e casas de moradores?

    Estão horrorizados com a promessa de violência prometida por Bolsonaro, Ônix Lorenzoni e Weintraub, caso a previdência não fosse aprovada ou o Future-se não passe?

    Eu também estou. Mas essa violência é um projeto. E não, não é uma frase pronta. A violência no neoliberalismo É DE FATO um projeto científico.

    A jornalista e economista canadense Naomi Klein, investigou e pesquisou vastamente sobre como se deu a implantação do modelo neoliberal em países periféricos e, principalmente, no seu primeiro laboratório, o Chile. E o questionamento que os baluartes desta teoria econômica faziam, era: “Como implantar um modelo econômico tão destrutivo para a população sem reação?”. A saída encontrada por eles foi uma metodologia baseado na eletroconvulsoterapia utilizada na psiquiatria, mas isso elevado a condição de psicologia de massas. Ou seja, recrudesce a violência para cima da população, antes dela sequer saber o motivo, sem ter espaço para defesa, e assim domesticá-la.

    Segundo a autora, “a doutrina do choque, como todas as doutrinas é uma filosofia de poder. É uma filosofia sobre como conseguir seus próprios objetivos políticos e econômicos. É uma filosofia que sustenta que a melhor maneira, a melhor oportunidade para impor as ideias radicais do livre-mercado é no período subsequente ao de um grande choque. Esse choque pode ser uma catástrofe econômica. Pode ser um desastre natural. Pode ser um ataque terrorista. Pode ser uma guerra. Mas, a ideia é que essas crises, esses desastres, esses choques abrandam a sociedades inteiras. Deslocam-nas. Desorientam as pessoas. E abre-se uma ‘janela’ e a partir dessa janela se pode introduzir o que os economistas chamam de ‘terapia do choque econômico’. “ (Klein, 2007)

    Bolsonaro, Witzel e Weintraub podem não conhecer com sofisticação científica tal projeto de dominação social, mas entendem o método.

    No dia 21 de março de 2019, o jornal “O Estado de S. Paulo” divulgou duas matérias categóricas sobre o assunto: “Onyx vê mérito em reformas de Pinochet e diz que ditador ‘teve que dar banho de sangue’” e “Bolsonaro diz que o governo se inspira em modelo de Previdência do Chile”.

    Nelas, Lorenzoni daria a seguinte declaração: “O Chile lá atrás teve que dar banho de sangue para mudar princípios macroeconômicos (…) é uma coisa curiosa até do ponto de vista histórico. No Chile uma coisa sangrenta, e o Chile se rearrumou” e prossegue fazendo um vínculo entre violência, regime Pinochet, e uma pauta bastante cara ao modelo neoliberal, o sistema previdenciário, “mas a gente está propondo caminho muito similar ao do Chile (em relação ao modelo previdenciário) (…) a turma da esquerda se incomodou por ter reconhecido algum mérito no governo Pinochet”.

    Experiências capitaneadas por militares demonstraram que a eletroconvulsoterapia (terapia de submeter uma pessoa a uma série de eletrocuções planejadas no crânio) reduziam a propensão ao raciocínio, e imputavam ao “paciente” um estado generalizado de apatia e poucos estímulos, evitando, assim, de forma generalizada, o que Pavlov chamava de “reflexo condicionado”. Segundo Klein, a experiência passou a ser alcunhada fora do campo da medicina, e passou a ser aplicada no campo da psiquiatria, criando um ambiente de onisciente coletivo. Amplamente utilizada em combates durante a Guerra Fria, passou a ser imposta também, com o intuito de realizar políticas completamente impopulares e predatórias no campo político-econômico de um país.

    Neste enleado a Escola de Chicago, protagonizada pelo economista Milton Friedman, realizou uma robusta doutrina econômica, e sabendo da resistência que enfrentaria para ser imposta em “seus laboratórios”, com um receituário de privatizações, venda de bens públicos e a desregulamentação de capitais, foi aplicado com uma larga utilização do expediente da “doutrina de choque”.

    No mesmo “O Estado de São Paulo”, na edição de 6 de abril de 1975, página 12, o conceito de “tratamento de choque” apresentado por Milton Friedman aparecia no jornal pela primeira vez, na matéria intitulada “Chile tenta vencer a crise econômica”: “O debate econômico deve ser por muito tempo, ao que parece, a principal preocupação dos chilenos. Nos dias que precederam a Semana Santa, os economistas Milton Friedman, Arnold Harberger e Carlos Lagoni reiteraram uma vez mais o diagnóstico e a proposição de tratamento que a escola de Chicago oferece ao Chile. A solução, “um tratamento de choque”, de acordo com Friedman, foi ouvida com interesse e até mesmo “com devoção”.

    Portanto, a espetacularização da violência praticada por Witzel, e a prometida por Bolsonaro, autodenominados governos neoliberais, são milimetricamente planejadas. Todo o resto é narrativa…

    O neoliberalismo é um sistema que gerou um rearranjo de classes produzindo concentração de renda, desemprego, aumento de miséria e que, de forma esmagadora, viria a destruir os focos e diferentes formas de resistências populares, trabalhistas, sindicais e de movimentos sociais. Tornando tanto o Estado quanto a sociedade civil como figuras apáticas e imobilizadas perante a teoria do choque.

    E finalizando com Klein:

    “O estado de choque não é apenas o que acontece conosco quando acontece algo ruim. É o que acontece quando perdemos nossa narrativa, quando perdemos nossa história, quando ficamos desorientados. O que nos mantém orientados, fora de choque, é a nossa história.”

     

     

  • Governador do Rio rebate deputada e defende violência policial

    Governador do Rio rebate deputada e defende violência policial

    O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), reagiu mal às últimas declarações da presidente de Comissão de Direitos Humanos da Alerj, a deputada estadual Renata Souza (PSOL). O representante de Bolsonaro no Rio rebateu as constantes críticas feitas pela ex-chefe de gabinete de Marielle Franco, colocando a culpa pelas mortes em favelas nos defensores de direitos humanos.

    Durante sessão plenária na Assembleia Legislativa, na última quarta-feira (14), Renata Souza fez duras críticas ao governador Witzel, após o líder do governo na Alerj, Márcio Pacheco (PSC-RJ), afirmar que mais inocentes vão morrer. “A síndrome de Rambo do governador está colocada na lógica de guerra que é nefasta, cruel e violenta. O porta-voz do governo veio aqui falar que outras pessoas vão morrer. Que papel é esse do governador de dizer para a população que mais inocentes vão continuar morrendo?”, questionou a presidente da Comissão de Direitos Humanos.

    Na manhã da última sexta-feira (16), o governador Wilson Witzel abriu o dia na inauguração de uma base da Segurança Pública em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, onde aproveitou para rebater as críticas feitas pela deputada estadual Renata Souza.

    “Pessoas que se dizem defensoras de direitos humanos, ‘pseudo defensoras’ de direitos humanos, não querem que a polícia mate quem está de fuzil. Porque se não mata quem está de fuzil, quem morre são os inocentes”, afirmou. “Então, está na sua conta, defensor dos direitos humanos. Esses cadáveres desses jovens não estão no meu colo. Estão no colo de vocês, que não deixam que as polícias façam o trabalho que tem que ser feito”, emendou.

    O ataque do governador aos defensores dos direitos humanos por mortes em operações policiais também fez o presidente da Ordem dos Advogados do Rio de Janeiro (OAB-RJ), Luciano Bandeira, se pronunciar. “Quanto à declaração do governador, eu tenho apenas uma ponderação, nunca vi um defensor de direitos humanos entrar em favela dando tiro” resumiu.

    De Berlim, onde fez agenda com Jean Wyllys na Fundação Rosa Luxembrug, denunciando a situação vivida por defensores de direitos humanos no Brasil, a deputada estadual Renata Souza comentou o assunto. “A tentativa de inversão de valores e o ataque à dignidade dos defensores dos direitos humanos é só mais uma tentativa de desviar atenção. O governador deveria apresentar uma política de segurança com prevenção, inteligência e investigação”, aconselhou a ex-chefe de gabinete de Marielle Franco.

    Durante esta semana, seis jovens foram mortos dentro ou perto de comunidades do estado, durante operações da Polícia Militar do Rio de Janeiro.  Curiosamente, o governador afirmou que os responsáveis seriam traficantes tentando culpar a PM.

    Segundo o Instituto de Segurança Pública (ISP-RJ), as Polícias Militar e Civil do Rio mataram 434 pessoas de janeiro a março deste ano. Foram quase cinco (4,82) mortos por dia, recorde para o período na série estatística de 21 anos, iniciada em 1998. As mortes continuam a crescer nos meses em curso.

    Com governo de Wilson Witzel, polícia do Rio de Janeiro matou quase 50% a mais no primeiro semestre deste ano. Segundo relatório divulgado pela Rede de Observatórios de Segurança o Estado teve aumento de 46% nas mortes envolvendo violência policial no primeiro semestre. A comparação é com igual período de 2018.

    No primeiro semestre do ano passado, foram registrados 82 casos de mortes por ação de agentes de segurança. O número saltou para 120 óbitos este ano. Entre grandes operações e patrulhamento, foram mais de mil ações policiais monitoradas. A conclusão da pesquisa Operações policiais no Rio em 2019: existe um novo padrão? é de que elas se tornaram mais frequentes, letais e assustadoras para a população, sem efetiva diminuição da violência.

    Durante esta semana, seis jovens foram mortos dentro ou perto de comunidades do estado, durante operações da Polícia Militar do Rio de Janeiro.  Curiosamente, o governador afirmou que os responsáveis seriam traficantes tentando culpar a PM.

    Durante a última semana, seis jovens foram mortos dentro ou perto de comunidades do Estado, durante operações da Polícia Militar do Rio de Janeiro.  Em declarações dadas à imprensa o governador afirmou que os responsáveis seriam traficantes tentando culpar a PM.

    Com informações da Rede Brasil Atual

  • Diário do  Bolso: não existe nada melhor que a vingança

    Diário do Bolso: não existe nada melhor que a vingança

    José Roberto Torero*

    Diário, não existe nada melhor que a vingança. Vou até confessar uma coisa: quando eu estou no banho, faço o chuveirinho de microfone e canto aquela música: “Por isso eu sou vingativa, vingativa, vingativa…”.

    Vingança é uma vitória dupla, porque vem depois da derrota.

    Eu, por exemplo, exonerei aquele cara do Ibama que me multou em Angra.

    Agora vou mandar a namorada do Lula para Foz do Iguaçu, para ela ficar bem longe dele.

    E também vou vetar esse negócio de bagagem gratuita nos voos. Só porque foi o PT que deu a ideia.

    Pena que não deu para tirar o Paulo Freire de patrono da Educação. A gente propôs botar aquele padre dos índios no lugar dele. Mas o pessoal do Santuário José de Anchieta disse que ele não merece ser colocado como patrono num momento em que a educação não é prioridade no país. Ah, ingratidão…

    Olha, Diário, a verdade é que eu só escolhi gente vingativa pro meu time. E eles querem dar o troco.

    A gente era oprimido por ser menos inteligente, por não ser intelectual, por não ter diploma. Tanto que o Witzel, o Salles e o Dallagnol inventaram que estiveram em Harvard. Mas agora eles vão ver. É a nossa chance da revanche.

    Por exemplo, o Onyx, que odeia a esquerda, demitiu todo mundo da Casa Civil logo que entrou (depois teve que chamar uns de volta, mas tudo bem).

    E o Ricardo Salles, que é xingado pelos verdes, fez uma queimada de ecologistas no Ministério do Meio Ambiente.

    Agora, cá entre nós, o Weintraub é um caso especial. É mais ressentido que miss derrotada. Ele, que tomou um monte de zero na faculdade, está se vingando bonito!

    Primeiro falou que ia cortar o dinheiro de três universidades por causa de balbúrdia. Aí, como teve reclamação, resolveu fazer um corte geral.

    Depois proibiu todo mundo de falar sobre as passeatas. E, como teve um professor que falou para os alunos irem nas manifestações, agora disse que vai instaurar processo contra o cara.

    Diário, falam que a vingança é um prato que se come frio. Mas a gente come ela quente, fria, requentada, de qualquer jeito. Pra mim, vingança é que nem rodízio de carne: tem que comer até explodir, kkkkkk!

     

    @diariodobolso

    *José Roberto Torero é autor de livros, como “O Chalaça”, vencedor do Prêmio Jabuti de 1995. Além disso, escreveu roteiros para cinema e tevê, como em Retrato Falado para Rede Globo do Brasil. Também foi colunista de Esportes da Folha de S. Paulo entre 1998 e 2012.