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  • PM invade república e persegue estudantes com tiro e violência (MS)

    PM invade república e persegue estudantes com tiro e violência (MS)

    Estudantes da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) foram ameaçados, agredidos e presos

    A PM invadiu uma república de estudantes da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, no sábado (11), sem mandado ou qualquer respeito aos estudantes presentes. Novas imagens conseguidas pelos Jornalistas Livres mostram a violência com que os policiais trataram os jovens.

    Estudante com a rótula do joelho quebrada após tiro de bala de borracha
    Estudante com a rótula do joelho quebrada após tiro de bala de borracha.

    Em um momento, um PM aparece apontando uma arma aos estudantes, os obrigando a ir para a delegacia, enquanto em outro ordena a prisão de uma garota, a puxando pelo cabelo a base de socos e tapas, mesmo sem apresentar o motivo ou mandado . Ao perceber que estavam sendo filmados, retiraram os celulares a força das mãos dos alunos.

    Nesse momento desencadeou o furor da PM, utilizando as armas letais e menos-letais à queima roupa. Duas estudantes foram baleadas, uma delas teve a rótula do joelho quebrada. Outro estudante fora ameaçado por um policial, o qual colocou uma arma de fogo em seu rosto ordenando o afastamento dele de uma das alunas a qual estava tentando proteger.

    Cinco estudantes foram levados presos e há informações de que mais cinco foram detidos nesta quarta (16).

    Os estudantes estavam concentrados na república, no sábado (11), após desocupação do campus da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul. Desde então estão sendo perseguidos pelos PMS que amedrontam, usando o bom e velho coronelismo.

    Veja abaixo a carta dos estudantes a integra:

    Na madrugada desta última segunda-feira (14) na cidade de Três Lagoas/MS, alguns estudantes, após participarem de um Sarau, que reuniu comunidade acadêmica e local, em homenagem ao Ocupa UFMS (movimento que reivindica a não aprovação da PEC 55 que congela os investimentos em áreas como saúde e educação por 20 anos), se dirigiram a uma confraternização que ocorreu numa república da cidade. A maior parte dos integrantes da confraternização participou do movimento Ocupa UFMS. Salienta-se que desde o início do processo de ocupação a mídia local tenta qualificar o movimento como invasão o que não é a realidade, criminalizando-o de toda maneira. Desde então, os ex-ocupantes estão sofrendo represálias por toda a parte, mesmo com a ocupação já desfeita devido à reintegração de posse realizada no dia 12/11/2016 (sábado). Por volta das 04h30min, policiais fortemente armados invadiram o local e deram voz de prisão à dona da casa sob a alegação de pertubação ao sossego, arrastando-a violentamente para a viatura. Segundo testemunhas, a ação truculenta da polícia não se limitou somente a isso, pois agrediram (com socos, tapas e chutes) os estudantes que tentavam apaziguar a situação, o que gerou tumulto e desespero. Ao tentarem se defender da ação coercitiva dos policiais, as pessoas presentes no local receberam, também, disparos de bala de borracha a queima roupa, vindo a atingir duas moças que precisaram de atendimento médico, tendo uma delas a rótula do joelho quebrada em várias partes. O abuso de autoridade foi exacerbado. Cinco estudantes encontram-se presos devido a este ocorrido, sendo três moças e dois rapazes. Estão imputando aos mesmos quatro tipos penais: dano ao patrimônio público, desacato, resistência e pertubação ao sossego, o que é claramente desconstruído pelas provas audiovisuais obtidas de testemunhas oculares. Conforme os vídeos a seguir, é possível observar o abuso de autoridade e o ato ilegal que os policiais cometeram, quais sejam:

    1) A abordagem e agressão contra a dona da casa (que foi arrastada pelos cabelos em algum momento);
    2) O uso da força exagerada (socos, chutes, tapas e balas de borracha) resultando em graves ferimentos;

    3) A apreensão de pessoas, juntamente com seus celulares, pois estavam filmando o ato abusivo. As mesmas foram jogadas nos camburões para que fossem arroladas como testemunhas. Essas e outras ações praticadas pelos policias surgiram a partir de um ato ilegal, pois invadiram a casa sem um mandado e deram voz de prisão a uma das moradoras alegando pertubação ao sossego, contravenção penal esta que foi cessada de imediato com a chegada dos policiais à residência.

  • Por que as ocupações em São Paulo duram menos de 24 horas?

    Por que as ocupações em São Paulo duram menos de 24 horas?

    A luta secundarista tem sido fortemente marcada por repressões, tanto físicas como psicológicas, por parte da Polícia Militar. Desde a primeira reintegração de posse com mandato, feita no dia 09 de novembro de 2015, na Escola Estadual Fernão Dias Paes, a PM tem utilizado um conceito do Direito Civil chamado esbulho.

    Presente no artigo 1.210, inciso 1º. do Código Civil, essa teoria foi naturalizada pela jurisprudência, numa decisão de exceção, para reprimir os movimentos estudantis atuais. Ou seja, foi feita uma modificação dentro do conjunto de interpretações dessa lei pelos tribunais com o intuito de cessar e deslegitimar essas ocupações.

    A ação de esbulhar se caracteriza por agir desonestamente, ou com negligência, em alguma propriedade ou apossar-se dela, sendo pública ou privada. Diferentemente da pauta escolhida pelos estudantes, que estão se manifestando com o objetivo de reivindicar direitos, e não se apropriando das escolas usando a força e com ânimo de permanecer nelas. Entretanto, essas noções têm gerado livres interpretações diante dos olhos dessa onda de conservadorismo instalado no Brasil atualmente. As consequências desse cenário são ações incoerentes e arbitrárias em relação a esses secundaristas.

    A Procuradoria Geral do Estado de São Paulo (PGE), para efetivar a repressão dessas ocupações, foi adaptando o conceito do esbulho para que assim fosse possível realizar a desocupação das escolas de uma forma “legal”. O procurador Elival da Silva Ramos concedeu o pedido de desocupação das escolas técnicas, em maio deste ano, pelo atual Ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, então secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo. Ele elaborou um parecer que defende a possibilidade de autotutela realizada pelo Executivo. Ou seja, tornou-se possível que o Estado as retomasse sem a necessidade de uma autorização judicial.

    Além disso, os diretores do colégio ou da própria Secretaria da Educação são convocados para afirmar que os estudantes, durante o ato de ocupação, estão tomando a posse integral das escolas ou até mesmo deteriorando este patrimônio público, para que assim seja justificada a solicitação de uma liminar de reintegração de posse a um juiz e a Polícia seja acionada para reprimir essas ocupações.

    Esse contorno realizado pelo esbulho, um dos conceitos mais elementares do Código Civil, tem motivado a intensa atuação da PM de forma violenta na desocupação das escolas. O movimento estudantil novamente ganhou força durante o último mês, com as mais de mil ocupações, e juntamente a ele, os relatos de abuso de poder pela parte dos agentes do Estado têm crescido fortemente. Como no recente caso da ocupação da sede do Centro Paula Souza, quando estudantes foram impedidos de realizar a ocupação devido às ações truculentas da PM.

    O prédio foi cercado por cordões de isolamento e um dos policiais agrediu o estudante Mateus, 16, com um chute no queixo, e acabou tendo o dente quebrado durante a ação de desocupação que os oficiais alegaram como pacífica e legal. Neste caso, a medida realizada foi a autotutela, que não possui documento jurídico nem ordem judicial e conta apenas com um parecer (opinião de um juiz sobre o caso). Sendo assim, não possui decisão legal para ser utilizada contra os secundaristas, mas a Polícia foi autorizada para agir.

    As violações contra os Direitos Humanos e o Estatuto da Criança e do Adolescente não cessam. A questão legal se une fortemente com esse histórico de ações violentas que vêm sendo questionadas por uma parcela da sociedade. Afinal, essas justificativas para as desocupações, unidas pelo entorpecimento do significado real do movimento estudantil, têm sido fruto de um jogo de poder por parte do Estado, afim de calar a voz dos secundaristas e dos movimentos sociais.

     

    • Foto: Fernando Sato

  • Moradores da Comunidade do Horto sofrem reintegração de posse brutal

    Moradores da Comunidade do Horto sofrem reintegração de posse brutal

    Na manhã desta segunda, 7.11.2016, a Polícia Militar realizou de forma truculenta a reintegração de posse de 50 famílias, que construíram suas casas décadas atrás, na região do Horto, próximo ao Jardim Botânico, localizado na Zona Sul do Rio de Janeiro.

    Ás 6h30 da manhã, os policiais chegaram ao local denominado por seus moradores de “Comunidade do Horto”, com o mandato de reintegração. Porém, foram impedidos após baterem de frente com uma barricada criada pelos habitantes e um cordão de isolamento humano, que incluía crianças e idosos.

    Por volta do meio-dia, os policiais presentes passaram a usar bombas de gás lacrimogêneo, spray de pimenta e balas de borracha, com o intuito de inibir a resistência dos moradores. Dois idosos ficaram feridos, uma senhora foi atingida por uma das bombas de gás lacrimogêneo ateadas, um senhor levou um tiro de bala de borracha na cabeça e alguns jovens foram mobilizados no chão.

    Localizado em uma área ativa do Jardim Botânico, que inclusive manteve-se fechado nesta segunda, o ocorrido fez com que o Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro afirmasse em divulgação que: “Trata-se do cumprimento de decisão judicial proferida em processo ajuizado pela União na década de 80, cujo trânsito em julgado ocorreu há quase dois anos, cabendo ao Instituto atuar conforme o que foi determinado pelo Poder Judiciário no sentido de acompanhar a diligência e zelar pela posse após a reintegração”.

    Em 2014 outra reintegração de posse foi realizada e na época três pessoas saíram feridas.

    Em gravação, policial deixa bomba de gás lacrimogêneo ao lado de moradores que se encontravam sentados, demonstrando resistência ao movimento. Em outro instante, mais um agente é abusivo ao mirar uma arma de bala de borracha para o cinegrafista, que se manteve firme diante tamanha repressão.

  • Em defesa do Direito de Informação! Solidariedade à fotógrafa Marlene Bergamo

    Em defesa do Direito de Informação! Solidariedade à fotógrafa Marlene Bergamo

    Nós todos, fotógrafos, jornalistas, comunicadores e brasileiros nos encontramos indignados, nesse feriado de Finados, com a notícia da agressão à fotógrafa Marlene Bergamo, que, em exercício da profissão e em seus plenos direitos, foi agredida propositalmente, ferida à bala de borracha.

    Como se em dia dos mortos devêssemos temer a morte da liberdade de comunicação, direito fundamental e inviolável.

    marlene021101

    Acompanhamos nos últimos meses vários episódios parecidos, onde o exercício da profissão de jornalista é duramente agredido por forças do Estado. Afirmamos também que não é só a liberdade de comunicação que está em risco, pois atos de agressão têm se evidenciado contra os mais pobres, pretos, gente do campo, indígenas e estudantes a todo momento.

    É primordial que se zele pela segurança do cidadão e que se garanta a liberdade de registrar, informar e comunicar, exercícios fundamentais em uma Democracia.

    Convidamos você, que concorda com nossa posição e quer assinar junto com a gente, para nos mandar uma mensagem para o email jornalistaslivres@gmail.com.

    Assinam:

    Adolfo Varzea

    Adriana Guerra

    Adriana Zehbrauskas

    Agatha Azevedo

    Ailton Cruz

    Alan Herrison Ferreira

    Alberto César Araújo

    Alberto da Rocha Barros Neto

    Ale Anselmi

    Alejandro Zambrana

    Alessandra Anselmi

    Alessandra Lori Borges

    Alessandra Pereira

    Alessandra Sapoznik

    Alessandro Azevedo

    Alessandro Ranulfo Lima Nery

    Alexandre Campbell

    Alexandre de Paulo

    Alexandre Hodapp

    Alexandre Lima

    Aloísio Moraes

    Amauri Eugenio Jr

    Ana Alexandrino de Souza e Silva

    Ana Araujo

    Ana Carolina Fernandes

    Ana Flávia Marx

    Ana Kaptchouang

    Ana Lira

    Ana Lúcia Araujo

    Ana Lúcia de Lima Carezzato Costa

    Ana Ottoni

    Ana Paula Amorim

    Ana Paula Arias

    Ana Paula Guimarães

    Anadaria Veiga

    Anderson dos Santos

    André Carvalho

    André Montenegro

    André Okuma

    André Parente

    Andrea D Amato

    Andréa Merkel

    Andrea Testoni

    Andressa Silva

    Angelina Braga

    Antonio J Scarpinetti Luiz Di Bella

    Araquém Alcântara

    ARFOC

    Arnaldo Penachio

    Associação Raso da Cararina

    Associação Raso da Catarina

    Baby Siqueira Abrão

    Bárbara Dias

    Bárbara El Zein

    Beatriz Sallet

    Bel Pedroza

    Bernadete Lou

    Bernardo Cotrim

    Bernardo Guerreiro

    Beto Hektor

    Beto Monteiro

    Bia Abramo

    Bianca Santana

    Bijari

    Blanca Dueñas Peña

    Bola Nicoli

    Bruna Brandão

    Bruna Prado

    Bruno Amaral / Jornalismo Periférico

    Bruno Lopes de Paula

    Bruno Risas

    Cacalos Garrastazu

    Caco Ishak

    Caetano Barreira

    Caio Santos

    Camila Mouri

    Camila Valones

    Carina Viana

    Carla Dias Caffé Alves

    Carla Serqueira

    Carlos Carvalho

    Carlos Noel Mazia

    Carlos Norberto Souza

    Carlos Roberto

    Carmen da Silva Ferreira

    Carol Almeida

    Carol Caffé

    Carol Nogueira

    Carolina Nery

    Casa da Lapa

    Cassia Fellet

    Cayo Honorato

    Cecilia Capistrano Bacha

    Cecilia do Lago

    Cesar Locatelli

    Chico Carneiro

    Chico Ferreira

    Christian Braga

    Christina Bocayuva

    Claudia Barreto

    Claudia Barroso

    Cláudia Leão

    Claudia Linhares Sanz

    Claudia Priscilla

    Claudia Rolli

    Clo Guilhermino

    Clovis Gomes Ferreira

    Coletivo Passarinho

    Conceição Lemes

    Conrado de Moraes

    Coraly Santilli

    Cris Aaraújo

    Cristina Barczinsk

    Cristina Camargo

    Cristina Charão

    Cristina Lopes

    Cristina Villares

    Cristina Zappa

    Crysthiana Monteiro de Souza

    Custodio Coimbra

    Daniel Fuentes

    Daniel Iglesias

    Daniel Lima

    Daniel Ramalho

    Daniel Scandurra

    Danilo Barretto

    Dárkon Vieira Roque

    Dayanne Holanda

    Dayanne Holanda

    Débora Cruz

    Débora Firmiano dos Santos

    Demian Golovaty

    Democratize

    Denise Camargo

    Ding Musa

    Diógenes Muniz

    Dirce Franca

    Driade Aguiar

    Dudu Tsuda

    Ed Figueiredo

    Edilson Dantas

    Edouard Fraipont

    Edu Gióia

    Eduardo Baptistão

    Eduardo Verderame

    Egberto Nogueira

    Elenice Moreira Calixto

    Eliana Meireles

    Eliane Biondo

    Eliane Caffé

    Eliane Dal Colleto

    Eliária Andrade

    Elias Carvalho da Costa

    Elisabete Savioli

    Elson Stecher

    Erika Fae

    Erika Tambke

    Evelyn Ruman

    Fabiana Ribeiro

    Fabio Martins

    Fábio Rodrigues

    Fatima Gasperazzo

    Fátima Pombo

    Felipe Altenfelder

    Felipe Malavasi

    Felipe Milanez

    Felipe Mota

    Fernanda Cirenza

    Fernanda Curiá

    Fernanda Takai

    Fernando DK

    Fernando DK Rodrigues

    Fernando Lago

    Filipe Olivieri

    Filipe Peçanha

    Flavia Correia

    Flávia Martinelli

    Flavio alberto Menna Barreto Trevisan

    Francisco Diniz

    Francisco Toledo

    Gabriel Lindenbach

    Gabriel Rocha Gaspar

    Gabriel Soares

    Gabriela Athias

    Gabriela Biló

    Gabriela Di Bella

    Gabriella Forabelli

    Geandre Tomazzoni

    Geanilton C Araujo

    Gioconda Bretas

    Giovana Meneguim

    Gisele Porto

    Giuditta Ribeiro

    Glacy Leão

    Graça Marque

    Graziella Widman

    Gui Christ

    Guila Flint

    Gustavo Aranda

    Gustavo Oliveira

    Guta Pacheco

    Hamilton Celestino Carrijo

    Haroldo Sereza

    Helio Carlos Mello

    Henrique Cartaxo

    Henry Zatz

    Hosana Pedroso

    Ignacio Aronovich

    Inara Chayamiti

    Ingryd Rodrigues

    Iolanda Depizzol

    Iraci de Jesus

    Iris Kantor

    Isabela Gaia

    Isabela Kassow

    Isabella Araújo

    Isadora Paula Stentzler Souza

    Israel do Vale

    Ivana Debértolis

    Ivana Jinkings

    Ivany Turibio

    Jaime Lauriano

    Jair Neto

    Janaina Cesar

    Jane Voisin

    Janine Moraes

    Jaqueline Rodrigues

    Jeniffer Mendonça

    Jéssica Patrícia da Conceição

    Joana Brasileiro

    João Bacellar

    João Roberto Ripper

    João Salgado

    Jordana Mercado

    José Alexandre Silva Filho

    José Cláuver

    José de Abreu

    José Mamede

    Joyce Guadagnuci

    Juan C Carabetta

    Juca Kfouri

    Juca Martins

    Julián Fuks

    Juliana Caffé

    Juliana Castro

    Júlio Appel

    Julio Dojcsar

    Jussara Martins

    Karla Palma Portes

    Katia Angélica

    Katia Carvalho

    Katia Passos

    Kauê Pauline

    Kelly Santos

    Lais Galvão

    Lala Bradshaw

    Larissa Amaral

    Laura Barbosa

    Laura Capriglione

    Laura Maringoni

    Laura Vinci

    Léa Maria Aarão Reis

    Lea van Steen

    Leandro Melo

    Leandro Taques

    Lela Beltrão

    Leo Jandre

    Leonardo Drumond

    Leonardo Fuhrmann

    Leonardo Milano

    Letícia Regina Pereira

    Lia Ribeiro Dias

    Liane Rossi

    Lidia Molina Mendes de Oliveira

    Lilith Passos

    Lineu Kohatsu

    Lourdes Nassif

    Lourival Cuquinha

    Lu Valiatti

    Lucas Martins

    Lucia Guanaes

    Lúcia Inês do Carmo Salgueiro

    Lucia Paganelli Caldas

    Luciana Paschoal

    Luciana Queiroz

    Luciana Sérvulo da Cunha

    Luciana Withaker

    Luís Dávila

    Luis Guilherme Lange Tucunduva

    Luiz Morais

    Luiz Parise

    Luiz Prado

    Luiz Santos

    Luiza Japiassu

    Luiza Lusvarghi

    Luiza Rotbart

    Luiza Sigulem

    Luludi Melo

    Macarena Mairata

    Maina Fantini

    Maíra Natassia de Vargas Bergamo

    MAMANA Coletivo

    Mara Beatriz Marques

    Mara Gama

    Marcela Baladez Casagrande

    Marcela Sevilla Farrás

    Marcelli Lagonegro

    Marcello Vitorrino

    Marcelo Coutinho

    Marcelo Vigneron

    Márcia Alves

    Marcia Minillo

    Marcia Zoet

    Marcio Vasconcelos

    Maria Carolina Cerqueira Cesar Garcia

    Maria Carolina Trevisan

    Maria Cristina de Almeida Depizzol

    Maria da Conceição Silva

    Maria Tereza Romanó

    Mariana Lacerda

    Mariana Skazufka Bergel

    Marie Ange Bordas

    Marina Amaral

    Marina Azevedo

    Mario Vitor Santos

    Maristela Colucci

    Mariza Freitas

    Marizilda Cruppe

    Martha Raquel Rodrigues

    Masao Goto Filho

    Mauri Luiz Bessegatto

    Mauricio Machado

    Maurício Santini

    Mauro Montoryn

    Melanie Dantas

    Mirian Fichtner

    Mônica Bento

    Mônica Lemos

    Monica Maia

    Mônica Nunes de Azevedo

    Monica Scoville Bonfim

    Monica Zarattini

    Nair Benedicto

    Nair Noguchi

    Nalva Moreira

    Nana Rizinni

    Néle Azevedo

    Nicolle Cabral

    Nilva Leonardi

    Nina Jacobi

    Olga Vlahou

    Oliver Kornblihtt

    Olivia Byington

    Pablo Capilé

    Pamela Xavier

    Paola Refinetti

    Patrícia Cornils

    Patricia Costa

    Patricia Gouvêa

    Paulinho de Jesus

    Paulo Ermantino

    Pedro Z. Malavolta

    R U A FotoColetivo

    Rachel Gryner

    Rafa Silva

    Rafael Assef

    Rafael Menezes Bastos

    Rafael Tavares Salles

    Rafael Veríssimo

    Rafael Vilela

    Raíssa Galvão

    Raoni Arraes

    Reinaldo Meneguim

    Renata Lucas

    Renata Rangel

    Renato Cortez

    Resumo Fotográfico

    Ricardo Schmitt

    Rita Alves

    Roberto Costa Carvalho

    Roberto Iizuka

    Roberto Parizotti

    Roberto Setton

    Rodnei Corsini

    Rodolfo Lucena

    Rodrigo Garcia Dutra

    Rodrigo T Marques

    Rogério Assis

    Rogerio Jordão

    Roney Ferreira

    Rosana Bullara

    Rosane Marinho

    Rose D Agostino

    Rose May Carneiro

    Rovena Rosa

    Ruth Barros

    Sam Ahmad Issa

    Sandra Oliveira Sá

    Sandra Regina Rodrigues

    Sato do Brasil

    Savio Leitao

    Sérgio Borges

    Sérgio Gonçalves

    Sergio Silva

    SINTICVESPA

    Silvana Louzada

    Silvia Dafferner

    Silvia Noronha

    Simone Biehler Mateos

    Sonia Montenegro

    Suzana Alice Silva Pereira

    Suzana Coroneos

    Sylvia Masini

    Tadeu Amaral

    Tania Bessone

    Tania Gabos

    Tata Amaral

    Tata Barreto

    Tatiana Cardeal

    Tatiana Diniz

    Tatiana Oliveira

    Tatiana Pansanato

    Tayla Nicoletti Siqueira

    Terezinha de Fatima Ferreira Souto

    Thadeo Melo

    Tiago Macambira

    Tina Leme Scott

    Valda Nogueira

    Valderez Ravaglio Jamur

    Vanessa Ataliba

    Vera Simonetti

    Victor Amatucci

    Vilma Slomp

    Vincent Carelli

    Vinicius Campos

    Vinicius de Figueiredo

    Viviane Ávila

    Wagner Almeida

    Wagner Kaiowas

    Walter Firmo

    Wander Braga

    Wesley Passos

    Wesllen Maicon dos Santos

    Wilson Vitorino

    Wladimir Raeder

    Wladimir Viera

    Zanete Dadalto

    Zezinho Estanislau

    Zezinho Estanislau

    Zilda Zakia

     

     

     


     

  • EDITORIAL – JORNALISTAS LIVRES

    EDITORIAL – JORNALISTAS LIVRES

     

    Em evento tucano, Alexandre de Moraes transforma Operação Lava Jato em cabo eleitoral contra o PT

    Desmoralizados estão a Justiça, o Ministério Público Federal e a PF: virou repressão política

    Se dúvidas ainda havia sobre a politização da Operação Lava Jato, escancaradamente destinada a produzir manchetes constrangedoras ao Partido dos Trabalhadores, enquanto protege, poupa e acoberta tucanos, peemedebistas, Aécio, Cunha, Temer et caterva… bem, se havia alguma dúvida, não há mais.
    Na tarde deste domingo, em Ribeirão Preto, o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, teve a ousadia de anunciar que uma nova etapa da Operação Lava Jato será deflagrada nesta semana –a última antes das eleições de vereadores e prefeitos.
    Moraes, tucano ligado ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, participava de evento de campanha do deputado federal Duarte Nogueira (PSDB), candidato a prefeito no município paulista. De maneira cifrada, o ministro golpista vazou a seus interlocutores do Movimento Brasil Livre, o MBL: “Teve a semana passada e esta semana vai ter mais, podem ficar tranquilos. Quando vocês virem esta semana, vão se lembrar de mim.” Falou isso diante do repórter Gustavo Porto, do “Estadão”, que registrou tudo.
    Foi um constrangimento atroz.
    A Polícia Federal não pode ser manipulada pelo governante ocasional, sob pena de se transformar em polícia política –o Brasil já sofreu as consequências funestas da atuação política de órgãos policiais, durante a Ditadura Militar, quando se criminalizaram delitos de opinião e o exercício de todas as liberdades.
    Na semana passada, a duas semanas das eleições municipais, a prisão do ex-ministro Guido Mantega, ordenada pelo juiz Sergio Moro, e logo depois “desordenada” (por desnecessária às investigações), já havia suscitado a suspeita de que tudo não passara de um factoide político para neutralizar uma possível arrancada do prefeito petista Fernando Haddad, candidato à reeleição.
    A indiscrição do ministro da Justiça, ademais, sugere um perigoso conluio entre o juiz Sérgio Moro, o Ministério Público Federal, a Polícia Federal e o Ministério da Justiça de Temer.
    “Ministro da Justiça sabe agora com antecedência as operações da PF na Lava Jato? Pode isso? Cadê a autonomia da PF? Só funcionou com Dilma e Lula”, acusou a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR).
    Tão grave foi a fala do ministro da Justiça, a lançar ainda mais suspeitas de facciosismo e partidarismo sobre a Operação Lava Jato, sobre a Justiça do juiz Sérgio Moro, sobre a atuação do Ministério Público Federal e sobre a Polícia Federal, que o próprio Alexandre de Moraes apressou-se a tentar se explicar.
    Procurou um site-amigo dos golpistas, chamado “Antagonista”, para dizer que foi “simplesmente uma força de expressão” a frase “esta semana vai ter mais” Lava Jato… Segundo ele, “toda semana praticamente está acontecendo alguma coisa”.
    O próprio site-amigo torce “para não ter Lava Jato esta semana”. Explica-se: a farsa ainda tem que durar mais um tantinho… para pegar vocês sabem quem.

  • O camburão e À queima-roupa

    O camburão e À queima-roupa

    O camburão

    Érika Bonifácio, de Belém para os Jornalistas Llivres

    Em instantes voltei há séculos atrás, vários capitães do mato para conter uma jovem de menos de 50k e um metro e meio da altura… Lá dentro é o navio negreiro do século XXI, eu, que reagi de forma pacífica, em nenhum momento alterei a voz, e eu tinha muitos motivos pra alterá-la, tentei dialogar, e praticamente fui arrastada pelo choque até a viatura… Fui humilhada e agredida verbalmente, naquele cubículo, onde eu nem podia sentar direito, sendo jogada de um lado a outro no andar daquela “carruagem”.
    Os caras fardados: É pela sua farda, não é exatamente por você…
    Eu fazendo a diplomata com um cara que queria “ordem” e mais o batalhão dele que queria quebrar vagabundo… as frases mais recorrentes entre eles “bando de vagabundo”, “eles merecem uns tapas valendo”, “não vai adiantar otários, ela não vai voltar”
    Tudo que eu tive que ouvir daqueles pol, tudo que eu tive que ver deles, armando táticas de repressão…
    Agradeçamos por estar no centro da cidade! Na quebrada não é bem assim que eles agem, na quebrada só o que vemos é o sangue preto, já derramado! Na perifa não podemos contar ate dez…
    Um sonrisal, dois sonrisal, e pronto. Um novo pol. De fato, os pol têm família, amigos e inimigos, eles não são monstros, são gente como a gente! Mas uma farda muda tudo! Um batalhão muda tudo, o militarismo muda tudo, e o machismo, os machos querendo bater. Saibam todos: o alvo da PM nas manifestações é as preta! Somos nós manas.
    No meio do barulho, bala de borracha, a acidez do espray de pimenta, um silêncio me invadia, um silêncio que muitas mulheres negras entenderam, o silêncio da minha solidão, o vazio, o enjoo no estômago de estar em um carro, cujo referência que tenho desde pequena é de medo, terror… Toda PRETA já foi ou viu um parente, amigo, vizinho entrar num veículo desses… Os que voltaram tiveram sorte! Tenham certeza que tinham milhões naquele carro comigo, muitos, muitos… Aquele camburão prefere levar preto, preta!
    A força veio da COR, veio do Útero, do cú. As manas trocando msg, e tentando me proteger, todas as que estavam lá fisicamente, e as que estavam espiritualmente! Aí eu entendi o que eles tanto temem, eles temem as pretas na rua, eles temem xs guerreirxs em combate, eles temem a nossa força! Eles temem!
    Não é pela Dilma, não é pelo PT, é por nós! É PELA REALIDADE da minha família, dos meus amigos, a minha realidade! Sem heroísmos! Somos um povo de luta, e todos somos capazes! Sem heroísmos!
    Não esquecerei o AMOR, não esquecerei de AMAR, mas NUNCA deixarei de guerrear pelo que acredito! O vômito não é só meu, o vômito é de tantas dores que me constroem. Uma preta não é apenas uma preta, ela é as varias caras de mucamas, ela é cada mulher preta escravizada, abusada, humilhada. Essa força que contagia o meu ser é ancestral, é matriarcal, e a força da minha COR!
    Novos dias virão, difíceis, pesados, mas como eu aprendi, JAMAIS TEMEREI!
    Gratidão a todos xs amigxs. Os de perto, os de longe. Muito amor nessa guerra!

    Acho que ainda chego aos 25 anos…

     

    À queima-roupa

    Relato de Renata Beckmann sobre a prisão da Érika

    Na hora em que detêm a Érika, várias pessoas foram pedir sua liberação. Eu e mais manas pretas fizemos frente, junto com outros manifestantes. Eram cerca de seis homens contra apenas uma mulher e é uma lata de spray. Pedimos a liberação da Érika e eles começaram a ameaçar com as armas e a gritar pra gente sair da frente.

    No momento em que o policial da ROTAM arrastou a Érika, eu fui questionar a ausência de uma policial na ação. Foi quando o policial que tava na minha frente engatilhou a arma e usou ela pra me empurrar. Primeiro, a arma falhou e então foi uma confusão porque mesmo tentando correr quando a arma falhou pensei que ele não fosse atirar.

    ATÉ QUE ele engatilhou novamente e atirou a menos de um metro de mim. A queima roupa mirando na perna. Eu caí e depois ouvi uma série de disparos das armas e também estouro das bombas.