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Tag: Política Argentina

  • LUTE COMO UM ARGENTINO

    LUTE COMO UM ARGENTINO

    Diante dos inúmeros retrocessos que estão acontecendo na América latina, em especial na Argentina, o povo foi às ruas para protestar contra a política neoliberal do presidente Macri que está deixando os argentinos na miséria.

    O ato teve início no Obelisco e caminhou pela Avenida de Maio até chegar na Plaza de Maio, região central de Buenos Aires. O ato reuniu milhares de argentino de todos cantos do país; entre eles estavam peronistas, partidos políticos, sindicatos, estudantes e trabalhadores que estão na luta contra a política monetária do FMI que levou a inflação acima dos 50%.

    Fotos Nina Azambuja

  • ENTENDA O QUE MUDA NO SISTEMA DE APOSENTADORIAS DA ARGENTINA, SEGUNDO A PROPOSTA DE MAURICIO MACRI

    ENTENDA O QUE MUDA NO SISTEMA DE APOSENTADORIAS DA ARGENTINA, SEGUNDO A PROPOSTA DE MAURICIO MACRI

     

    Por Úrsula Asta especial para Jornalistas Livres

     

    Atualmente, as aposentadorias são modificadas duas vezes por ano (em março e setembro) pela chamada “lei de mobilidade da aposentadoria”. É uma norma que foi aprovada em 2008. Antes desta lei, aprovada durante a administração Kirchner, o governo nacional decidiu discricionariamente quanto se aumentaria as pensões.

    Segundo o projeto aprovado no Senado, e que agora pela segunda vez o governo argentino pretende adotar na Câmara para que se torne lei, a fórmula de aumento de aposentados e pensionistas, ou seja, dos veteranos da Guerra das Malvinas, pessoas com deficiência e beneficiários do plano social Atribuição Universal por Criança, seria alterada.

    De acordo com o projeto de reforma das pensões, a mobilidade (aumentos) será baseada em uma variação de 70% da inflação e em um aumento de 30% de acordo com a correção dos salários, que será aplicado trimestralmente nos meses de março, junho, setembro e dezembro de cada ano. Com este cálculo, os aumentos seriam inferiores do que até agora. Por exemplo, o próximo aumento dos aposentados será de 5,7%, em vez de um aumento de 12%, que seria o aumento de acordo com a fórmula atual. O que implicaria milhares de pesos em perdas para o bolso anualmente.

    Além disso, a nova lei concederia ao empregador o poder de intimar o trabalhador a se aposentar, uma vez que este último alcance 70 anos e atenda aos requisitos de aposentadoria.

    Além disso, o estado nacional diz que garante aos aposentados com 30 anos de contribuições o pagamento de um suplemento monetário até atingir uma pensão equivalente a 82% do valor do salário mínimo, vital e móvel. No entanto, o aumento não seria significativo uma vez que, atualmente, a aposentadoria mínima representa 81,8% desse salário mínimo. Ou seja, é quase nulo.

    Finalmente, é importante enfatizar que essa reforma – ou ajuste a aposentados e a todos que recebem pensões – vai de mãos dadas com outros projetos, a reforma tributária e a reforma trabalhista. Todos os três envolvem perdas de direitos e do poder de compra para a maioria.

  • “Até que libertem Milagro”.

    “Até que libertem Milagro”.

    Organizações populares se mobilizam pela libertação de uma militante política. Realizam acampamentos e bloqueios de estradas após um mês da detenção da dirigente Milagro Sala, presa por defender os direitos dos trabalhadores no norte do país .

    Foto Acampe Plaza de Mayo - #LIBERTADAMILAGRO“Presa política, líder social, defensora dos direitos humanos, indígena, mulher”, diz um dos inúmeros dos cartazes feitos à mão dispostos no acampamento que exige a libertação da militante Milagro Sala, na Praça de Maio, espaço público localizado na cidade de Buenos Aires e cenário de históricos acontecimentos políticos na Argentina.

    A prisão de Milagro Sala, primeira presa política do recém-empossado governo do presidente Mauricio Macri, fez com que diversas organizações políticas, sociais e sindicais, se unissem pedindo sua libertação. Em um mês, mais de 200 bloqueios de estradas fizeram com que suas vozes fossem ouvidas. Ao mesmo tempo continua o acampamento que desde janeiro é organizado na chamda “Praça do Povo”, em frente ao Palácio do Governo.

    “PROTESTO SOCIAL NÃO É CRIME”,

    “MACRI, A ARGENTINA É GRANDE PRA VOCÊ… SAIA OU TE TIRAMOS À FORÇA”.

    NOSSA ARGENTINA NÃO SE VENDE”

    Estas são algumas das mensagens que podem ser vistas perto da grande tenda branca, com imagens e fotografias que ilustram cozinhas comunitárias em bairros e construções habitacionais. Todas elas, ações levadas a cabo pela militante da Organização Comunitária Tupac Amaru, na província de Jujuy, localizada ao norte do país.

    Foto Acampe Plaza de Mayo - bandera TODO PRESO ES POLÍTICO

    Foto Acampe Plaza de Mayo - carteles a mano

     

    Foto Acampe Plaza de Mayo - carpas y banderas

    Sob a bandeira da luta contra a criminalização da organização e dos protestos, essa tenda permanente em Buenos Aires integra o apelo da organização Tupac Amaru, a qual acampa desde dezembro no norte do país em nome da continuação dos trabalhos que desenvolve na região. Já que milhares de cooperativas ficaram sem convenios laborais após a posse dos novos governos, nacional (Macri) e estadual (Morales).

    O meandro jurídico

    Após as reivindicações do Tupac Amaru na província de Jujuy, em meio ao que os especialistas chamam de “escândalo institucional” e “sequestro legalizado”, Milagro Sala foi detida no seu estado, no dia 16 de janeiro, acusada de dificultar o funcionamento dos transportes terrestres. Dessa forma, fica claro que não foram levados em conta os direitos cidadãos, tais como, o de manifestação pública.

    Diante da insustentabilidade de que estivesse detida por essa razão, ela foi libertada, ao mesmo tempo em que voltou a ser acusada e presa. Desta vez, por administração fraudulenta, associação ilícita e extorsão. Sendo deputada estadual, a militante tem foros que não impedem que seja processada, mas impedem que seja detida.

    Esta semana, o juiz encarregado do caso voltou a recusar sua libertação sob o argumento de que “existem indícios de que se Sala recuperar a liberdade poderia obstruir a investigação”. Após as medidas mencionadas, integrantes do Parlamento do Mercosul denunciaram os juízes e a fiscal encarregados do caso por ‘privação ilegal da liberdade agravada’.

    Foto Acampe Plaza de Mayo - charla, mesa de militantes de la Tupac Amaru Jujuy

    Foto Sur - cortes de accesos por Milagro Sala

    Foto Acampe Plaza de Mayo - cortes de accesos por Milagro Sala (2)

    Foto Acampe Plaza de Mayo - cortes de accesos por Milagro Sala (3)

    Foto Acampe Plaza de Mayo - cortes de accesos por Milagro Sala (4)

    É bem conhecido como, ao longo da história, os governos antipopulares apadrinhados pelo Poder Judiciário criminalizaram o protesto e procuraram disciplinar o povo. Em declarações à Radio Gráfica da Argentina, a especialista Azucena Racosta, como tantos outros, disse:

    “HÁ QUE SE REENFATIZAR QUE MILAGRO SALA ESTÁ DETIDA SEM CAUSA PENAL. ISTO É GRAVÍSSIMO. ISTO NOS FAZ LEMBRAR AS PRISÕES ILEGAIS DA DITADURA. (…) ESTÁ SE FALANDO COMO SE FOSSE UMA GRANDE DELINQUENTE E NA SUA CAUSA PENAL NÃO HÁ NADA PARA QUE SEJA DETIDA. COMEÇARAM A INVESTIGAR APÓS UMA PRISÃO ILEGAL (…) SE NAO COLOCARMOS SALA EM LIBERDADE, NÃO PASSARÁ MUITO TEMPO ATÉ QUE SEJAMOS TODOS CRIMINALIZADOS (…) AQUELE QUE RECLAME POR SEU TRABALHO, PELA DEMOCRATIZAÇÃO DOS MEIOS OU POR UMA EDUCAÇÃO DIGNA SERÁ PRESO SEM CAUSA LEGAL PARA ISSO”.

    O papa e apoios internacionais

    Foto Télam - Milagro y el Papa en 2014

    Foto Télam - Milagro y militantes de la Tupac Amaru

    Foto Sur Agencia Fotográfica - misa de Curas en Opción por los Pobres en Plaza de Mayo

    “A PARLAMENTAR MILAGRO SALA FOI DETIDA EM SUA RESIDENCIA EM CONSEQUENCIA DE UMA DENÚNCIA FORMALIZADA PELO GOVERNO DA PROVÍNCIA DE JUJUY, ACUSADA DE INSTIGAÇÃO AO COMETIMENTO DE DELITOS E TUMULTOS. A REALIDADE É QUE NÃO FEZ MAIS DO QUE EXERCER, JUNTO A OUTRAS MILHARES DE PESSOAS (…) SEUS DIREITOS À LIBERDADE DE EXPRESSÃO, REUNIÃO, MANIFESTAÇÃO E PETIÇÃO. (…) SUA DETENÇÃO É UMA MANIFESTAÇÃO DE INTOLERÂNCIA E DE CRIMINALIZAÇÃO DO PROTESTO SOCIAL PACÍFICO. ESTA GRAVE DECISÃO SOMA-SE A OUTRAS MEDIDAS REGRESSIVAS ADOTADAS PELOS ATUAL GOVERNO ARGENTINO EM DISTINTOS ÂMBITOS…”,

    afirma um texto assinado por representantes de mais de 20 países. Entre os quais, Brasil, Chile, Bolívia, Espanha, França, Alemanha e deputados da União Européia.

    Também foi apresentada solicitação à Comisão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) para que outorgue medidas cautelares que libertem Milagro Sala e garantam o direito ao protesto social. Até o momento, os requerimentos incluem diversas instituições ligadas aos direitos humanos, como: Mães e Avós da Praça de Maio, HIJOS, Assembléia Permanente pelos Direitos Humanos, ONU, entre muitos outros.

    Outro ponto-chave. O papa Francisco, antes de sua viagem ao México, enviou um rosário abençoado a Milagro, por meio de um de seus colaboradores próximos na Argentina. “Coco” Garfagnini, do Tupac Amaru, explicou em declarações à imprensa que Enrique Palmeyro, enviado pelo papa, levou o rosário à tenda localizada na Praça de Maio e manifestou a preocupação do pontífice pela prisão de Milagro.

    Isto acumula certas tensões ao encontro de Francisco com o presidente argentino, que está previsto para o próximo dia 27 de fevereiro. Antes da entrega do rosário, sacerdotes do núcleo de Padres em Opção pelos Pobres pediram na Praça de Maio, que o papa não receba Macri até que libertem a militante. “Temos uma irmã presa política”, afirmaram na missa que celebraram no acampamento. Nesse sentido, diversos grupos colocaram em ação uma campanha nas redes sociais para chegar ao sumo pontífice: @Pontifex_es #PapaFranciscoNoRecibasAMacri hasta que#LiberenAMilagroSala

    Pela libertação de Milagro

    A organização comunitária dirigida por Milagro tem o nome do líder que levou adiante a maior rebelião anticolonial indígena do continente americano: Tupac Amaru. Esse grupo surgiu na década de 90 no norte da Argentina e começou organizando a distribuição de leite para crianças, em tempos onde a fome era moeda corrente. Até hoje, construiu milhares de moradias, restaurantes populares, centros de atenção à saúde básica e espaços educativos de todos os níveis, parque aquático, centro cultural, fábricas e oficinas cooperativadas. Tudo isso para um setor social que nunca havia tido acesso a esses direitos.

    Foto Tupac Amaru

    Diferentes organizações se uniram pela liberação de Milagro e pela defesa da organização popular que gerou postos de trabalho e acesso a direitos, bem como para repudiar a criminalização do protesto. A um mês de sua prisão, além da manutenção da tenda com atividades diante do Palácio do Governo, mais de 40 organizações participaram no último dia 17 de fevereiro, de uma jornada nacional de luta, com interdição de todos os acessos à cidade de Buenos Aires e em várias províncias do país.

    O militante “Coco” Garfagnini, do Tupac Amaru, anunciou em uma coletiva de imprensa: “Na grande jornada nacional de luta, não poderá circular um único carro na Argentina até que libertem Milagro Sala”. Foram 200 interdições em todo o país que bloquearam ruas, pontes e estradas durante várias horas.

    Sala ainda continua na mesma situação. Além das vias judiciais em andamento, a militância organizada combate e continua o protesto para que libertem Milagro, que – tal como afirmam pessoas próximas – está completamente consciente das manifestações que estão sendo levadas a cabo. Nesse sentido, no próximo dia 24 de fevereiro haverá paralisação nacional de trabalhadores e trabalhadoras, contra as dispensas em massa. Nessa jornada, como não podia deixar de ser, voltarão a levar a bandeira pela libertação de Milagro.

  • ARGENTINA: Dezenas de protestos contra demissões em massa e sucateamento dos serviços  públicos

    ARGENTINA: Dezenas de protestos contra demissões em massa e sucateamento dos serviços públicos

    Se há algo que se pode dizer sobre Maurício Macri é que ele não desperdiça tempo. As primeiras semanas de seu mandato foram marcadas por políticas radicalmente opostas a sua antecessora, Cristina Kirchner, tanto no nível econômico quanto no social. Em menos de três meses, o novo governo já acabou com o controle cambial, reduziu taxas e cotas para exportação, elevou à taxa de juros e fez cortes na folha de pagamento do Estado. Este último representa milhares de funcionários públicos sem emprego. “O que está havendo é uma mudança brutal. A partir de 10 de Dezembro, há uma concepção muito diferente do papel do governo. Ele reivindica um enxugamento do Estado, que se traduz em uma enorme quantidade de demissões, que até hoje chegam a 25 mil e há mais 25 mil previstas para os próximos meses”, explica a pesquisadora formada na Universidade de Columbia, nos EUA, e professora na Faculdade Latino Americana de Ciências Sociais (FLACSO), Victoria Basualdo.

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    Apesar do número de exonerados do cargo crescer a cada semana, esta posição não ficou sem resposta. Na última sexta-feira, foram organizadas diversas manifestações e eventos em diferentes pontos da Argentina, onde os despedidos, ativistas e a população como um todo protestaram contra as dispensas arbitrárias e injustas. Ocorreram pelo menos 14 manifestações, 11 na província de Buenos Aires, 2 no Mar de La Plata e uma no Uruguai, no distrito de La Rocha. Somente em um ponto de protesto, bem na frente do Congresso argentino, os organizadores acreditam que cerca de 2.000 pessoas participaram.

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    O evento foi chamado de 29Ñ, em referência a um tipo de massa italiana, o nhoque. Na Argentina, o nhoque é tradicionalmente preparado no dia 29 de cada mês. Deste costume, se derivou um apelido pejorativo a funcionários que não comparecem ao local de trabalho, exceto para receber seus salários no fim do mês: os “ñoques”. Este estereótipo do empregado ausente é utilizado para justificar as demissões em massa que, supostamente, apenas eliminam quem pesa no orçamento, mas não trabalha.

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    Para contrariar este discurso, os argentinos literalmente “botaram a mão na massa”. “O governo de Macri se apropriou desta ideia (o ñoque) do imaginário popular argentino como uma desculpa para fazer demissões massivas, nós faremos o mesmo” explica Mariele Scafati, da Acción Emergente, um dos coletivos que organizou os protestos. “Organizamos uma ação de fazer e comer nhoques no espaço público como forma de protesto”. Na última sexta-feira, dia 29, montaram uma cozinha popular onde se preparava nhoques junto com os passantes na rua, distribuindo-se pratos e denunciando, a partir da ironia, a arbitrariedade das demissões.

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    Também foram organizadas mesas de debates, apresentações de músicos e artistas, além de se montar um espaço onde os despedidos poderiam falar a população, explicando as funções e as atividades que exerciam antes de serem exonerados. Entre eles, está a jornalista Milva Benitos que, desde 2013, trabalhava na agência de notícias estatal Infojus. Ela foi uma dos 10 profissionais demitidos em uma equipe de 40 pessoas – o que representa um corte de um quarto da força de trabalho. Trabalhava 8 horas de segunda a sexta, no entanto, isto não a impediu de perder o emprego no dia 25. “Nós perguntamos por que fomos demitidos? O telegrama oficial afirmava que não havia uma causa, de qualquer forma exigimos uma explicação. Pablo Flagra, assessor do ministro de Justiça simplesmente disse que foi uma decisão política.”, conta a jornalista.

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    “É arrasador. As pessoas chegam a seu trabalho e há um cerco policial ao redor dos prédios. Eles têm uma lista que define quem pode entrar ou não para trabalhar” diz Mariele Scafati, da Acción Emergente. Os trabalhadores também se sentem intimidados. Eles temem que qualquer publicação crítica nas redes sociais ou um passado em movimentos de oposição ao atual regime seja suficiente para enquadrar o servidor como ñoque e justificar sua demissão. O que também serve para inviabilizar manifestações pelos direitos trabalhistas e por um serviço público mais eficiente.

    Foto: Facción Argentina

    No dia 07 de Janeiro, a vicepresidenta do país, Gabiela Michetti, encerrou o contrato de 2.035 funcionários públicos do Senado argentino, além de 600 trabalhadores no Centro Cultural Kirchner. Dentre estes, está José Maria Costantini. “Nos expulsaram do trabalho sem perguntar quem éramos ou o que fazíamos, simplesmente nos consideravam ñoques”. José elaborava políticas públicas para pessoas com deficiência, trabalhando por sete horas diárias. Ele explicava que suas funções era entrar em contato com pessoas com deficiência e, com base no que avaliava, elaborava propostas de políticas que ajudassem suas necessidades.
    Sofrendo de paralisia infantil, sua posição devia ser garantida pela Legislação de Inclusão Laboral para Trabalhadores com Deficiência, que reserva pelo menos 4% dos cargos públicos para pessoas com deficiência. No entanto, ignorando totalmente a lei, ele e mais 49 colegas perderam seus empregos pela “decisão política” do governo Macri.

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    Estes cinquenta conseguiram fazer valer seus direitos e foram reincorporados. Apesar de recuperar seu cargo, José Costantini não se sente tranquilizado. Para ele, a experiência serviu como aviso de que o emprego de ninguém está a salvo e, é perfeitamente possível que ele ou outros trabalhadores serão cortados novamente.  “Nossa preocupação é que há muitos outros companheiros nesta situação. Estou aqui (no 29Ñ) para prevenir novas demissões de pessoas com deficiência.”

    A vice presidenta justificou as demissões no twitter, afirmando que “a quantidade de empregados do Estado é injustificada” e argumentando que não teria caixa para pagar seus salários. Os últimos dados oficiais para argentina, apontavam um desemprego de 6 por cento e uma inflação de 14 por cento antes da ascensão do novo presidente, enquanto medições privadas apontavam uma inflação de mais de 25 por cento. Foi organizado um site na web para acompanhar o número de demissões desde a chegada de Macri ao poder, El Despidometro. Até a publicação desta reportagem, 25.022 pessoas perderam seus empregos no Estado Argentino. A expectativa é que, nos próximos meses esse número poderá chegar a 60 mil pessoas.
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