Jornalistas Livres

Tag: Não vai ter golpe

  • Brasilia contra o Golpe

    Brasilia contra o Golpe

    Manifestantes a favor da democracia começam a chegar ao estádio Mané Garrincha em Brasília. O ato une pessoas de todo o país, que viajaram por mais de 48 horas. Antes, no aeroporto do DF, um homem provocou manifestantes de esquerda que reagiram cantando. Assista!

    Por Thelma Mello, especial para Jornalistas Livres e Revista Caros Amigos
    Edição: Henrique Cartaxo/Jornalistas Livres

  • Começou! Isto você não vai ver na TV Globo!

    Começou! Isto você não vai ver na TV Globo!

    pau4Pau dos Ferros, município do interior do estado do Rio Grande do Norte, a 392 quilômetros a oeste da capital do estado, Natal, fez o seu ato em Defesa da Democracia e Contra o Golpe!
    Nosso correspondente em Pau dos Ferros, Joabson Emanoel, do Movimento Fora da Ordem, conta como foi a mobilização, especial para os Jornalistas Livres

    Começou por volta das 9h da manhã. Saímos em passeata até o centro da cidade. Havia muitos estudantes, professores, funcionários públicos, representantes da OAB e advogados aqui de Pau dos Ferros, além de representantes da CUT e das demais centrais sindicais, movimentos sociais, pessoal do do IFRN (Instituto Federal do Rio Grande do Norte), da UERN ( Universidade do Estado do Rio Grande do Norte) e UFERSA (Universidade Federal Rural do Semi-Árido).

    Pau dos Ferros tem pouco mais de 30 mil habitantes, e neste governo Dilma se tornou um grande pólo universitário, com a criação dos cursos de bacharelado em Ciência e Tecnologia, bacharelado em Tecnologia da Informação, Engenharia Civil, Engenharia Ambiental e Sanitária, Engenharia de Software, Engenharia da Computação, Arquitetura e Urbanismo, todos da UFERSA. É o povo nordestino na luta pela Democracia!
    pau3pau2

  • Luta à sombra de um pão com mortadela

    Luta à sombra de um pão com mortadela

    Cinquenta reais ou um pão com mortadela. Esses são alguns dos “pagamentos” que os manifestantes de esquerda foram mais uma vez acusados de receber para, em troca, participarem do ato realizado na Avenida Paulista no último dia 18, contra o golpe e a favor da democracia. Os comentários surgiram com a veiculação de matérias antigas na internet – publicadas originalmente em 2015 e 2013 – que falavam de pessoas que transitavam com bolos de dinheiro nas mãos e distribuíam entre os presentes.

    Nesta quinta-feira (24), a Frente Povo Sem Medo liderou mais uma marcha que partiu do Largo da Batata, em Pinheiros, rumo à frente da TV Globo, nas proximidades do Brooklin. Cerca de 30 mil pessoas compareceram. Os Jornalistas Livres entrevistaram várias delas, de movimentos diferentes, para saber o real motivo que as levara até ali e para mostrar, também, a diferença entre receber dinheiro e ter um apoio do movimento para poder participar do ato.

    Foto: Mauro Lopes para os Jornalistas Livres
    Foto: Mauro Lopes para os Jornalistas Livres

    Vim do Parque Independência, no Capão Redondo, de Metrô e ônibus. Não teve benefício nenhum. Nós, de movimentos sociais, vimos por vontade própria. É condição do nosso bolso. Ninguém nos obriga a nada. Se é bom para nós, vimos pra dar apoio. Não existe esse negócio de pão com mortadela. Vem quem quer. Não tem ônibus fretado. Vimos a pé quando não tem transporte, pedimos carona”, explicou Simone de Santos Mota, que é faxineira e integrante do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) desde 2007.

    Mais adiante no curso da marcha, conversamos com Edson Gordiano da Silva, pedreiro e coordenador da Ocupação Vila Soma, considerada a maior da América Latina e que recentemente teve um pedido de reintegração de posse suspenso pelo Supremo Tribunal Federal. A comunidade fica na cidade de Sumaré, a uma hora e quarenta minutos de viagem de São Paulo.

    Edson explicou que ele e outros ocupantes vieram de caravana, em um ônibus fretado pelo movimento. Algum problema nisso? Não para ele. “A gente vem porque ‘tamo’ na luta”. Perguntamos o que ele acha do pensamento de que os manifestantes participam do ato somente porque o ônibus é “de graça”, e também se ele teria disposição de viajar quase duas horas em troca de um lanche. “Jamais, jamais, jamais. Saio por luta, para lutar pelos nossos direitos. Por conta própria. A pessoa [que diz isso] não sabe o que é a luta, porque é uma pessoa de berço. A gente que luta desde criança, batalha pra ter o seu espaço, sabe qual que é a realidade. Não estamos aqui pra lutar por pedaço de pão com mortadela. A gente tá lutando pelo nosso direito, que é a democracia”, salientou.

    Também moradora da Vila Soma e partilhando da mesma opinião, Rosemeire Costa, que representa o MTST e a CUT (Central Única dos Trabalhadores), veio com a família e uma amiga. Ela conversou com a reportagem enquanto descansava da caminhada de quase oito quilômetros, comendo alguns biscoitos para recuperar as energias. “Trouxemos tudo de casa. Refrigerante, tudo”. A amiga complementou: “Comemos em casa”.

    Foto: Sato do Brasil para os Jornalistas Livres
    Foto: Sato do Brasil para os Jornalistas Livres

    Nilton França, ajudante de pedreiro, veio da Ocupação Palestina, no bairro do Jangadeiro, próximo ao Jardim Ângela. Cearense, Nilton vive no estado de São Paulo há quase 30 anos e fez questão de comparecer para ajudar o movimento sem terra, que na opinião dele recebeu mais atenção nos governos da presidente Dilma e do ex-presidente Lula. “Só voto no PT, porque é o partido melhor que tem. Hoje não tá muito bom, mas melhor que se fossem os outros. Com os outros não podíamos comprar nada”. Para estar ali e provar a sua convicção política, ele pegou ônibus e Metrô, tudo pago por ele próprio. “Nunca tive auxílio nenhum do movimento. Tô aqui porque eu quero. É o povo mais ‘coisado’ que fala isso [sobre o pão com mortadela], né? Acham que fazemos isso por troco de pão, porque somos pobres. Nunca recebi. Paguei a passagem e vou pagar a de volta”.

    Até mesmo as lideranças do movimento relataram a mesma iniciativa para participar do ato. Gabriel Simeone, professor e coordenador do MTST, nos indagou. “Se eu te falar que mal tenho dinheiro pra voltar pra casa você vai acreditar? É isso. Quando acabar [o ato], dá uma olhada na quantidade de gente que vai andar de volta até Pinheiros porque só tem dinheiro pra pegar o ônibus intermunicipal até a região de Taboão da Serra, e não consegue pagar o municipal. Você vai ver que as pessoas que estão aqui tão porque o projeto [de governo] que vai entrar vai contra o interesse popular e dos trabalhadores [referindo-se ao ajuste fiscal, uma das causas da manifestação]”.

     

     

    Foto: Eduardo Nascimento para os Jornalistas Livres

    Gabriel complementou explicando que, da parte do MTST, seria inviável qualquer tipo de “financiamento”. “É só você olhar pro padrão de vida das lideranças de todo mundo que é do movimento. Vai pagar como? Vai pagar o que? Vai pagar de onde? Não tem como pagar nada, estamos aqui tirando do bolso”. Quando questionado se já vira alguma vez – ao longo dos seus dez anos de militância – o “distribuidor de dinheiro das manifestações” que abordamos no início da reportagem, Gabriel reagiu com sarcasmo: “Queria muito ver (risos). Tô esperando. Procuro ansiosamente por esse maluco ai. Quando eu achar ele eu vou ser um cara mais feliz”, ressaltou.

    Outro movimento presente em bom número no ato era a Intersindical. Conversamos com um dos seus representantes, Everton Vieira, que também é presidente do Psol (Partido Socialismo e Liberdade) do Guarujá, que fez uma análise semântica da expressão “pão com mortadela”. “A fala expressa o mais puro ódio de classes. Para eles [que usam a expressão], a classe trabalhadora não pode se organizar, não pode ter consciência de classes e lutar pelos seus direitos. Acham que esse direito é deles. Quando eles dizem que vimos até aqui por um pão com mortadela, querem dizer que recebemos algum dinheiro pra estar aqui, querem dizer que somos burros, que não estudamos e não temos condições de analisar a situação de lutar por nossos direitos”, detalhou.

    Sobre a existência de auxílio financeiro, Everton foi enfático: “Não existe nenhum tipo de auxílio. Quem vem, vem por vontade própria. As centrais sindicais e a classe trabalhadora organizada juntam-se e racham todas as despesas. Vimos pra poder lutar, ninguém recebe diária ou cachê, nenhum dinheiro”. Perguntamos se poderíamos comprovar essa informação com outros membros da Intersindical e ele concordou: “Com certeza, fica à vontade. A resposta vai ser a mesma”, finalizou, retornando à frente da faixa do sindicato.

    Seguimos com a missão. Primeiro, conversamos com Antonio Cordeiro, advogado e membro da Intersindical. “Tô aqui de livre e espontânea vontade para estar junto com os trabalhadores. Venho de Carapicuíba, de trem e Metrô, sozinho. Paguei meu transporte. Não conheço ninguém aqui que tenha recebido um centavo. Todos que estão aqui ao meu lado estão por livre e espontânea vontade. Nunca vi isso. Sou militante há mais de 30 anos. No campo da esquerda nunca vi esse tipo de procedimento, é um expediente usado pelo campo da direita em campanha”, pontuou.

    Foto: Sato do Brasil para os Jornalistas Livres
    Foto: Sato do Brasil para os Jornalistas Livres

    É um expediente usado pelo campo da direita em campanha”. Praticamente com as mesmas palavras, Charles Marinho de Sousa, do Sindicato dos Químicos – filiado à Intersindical­ – opinou sobre a questão. Seu depoimento corroborou a versão da liderança da legenda de que não há ajuda financeira, mas sim – e tão somente – o uso do dinheiro do caixa do sindicato para pagar o ônibus vindo da cidade de Sumaré e também para ajudar na alimentação dos manifestantes. O que, na opinião dele, não representa qualquer problema nem pode ser confundido com a “compra” da presença das pessoas.

    Milito desde a época do PT. Ajudei na fundação do PSOL em Sumaré. Vim de ônibus fretado do sindicato pra trazer a militância. O dinheiro vem do caixa do sindicato. Entendemos que o dinheiro é do trabalhador e precisa ser usado a favor dos trabalhadores, para luta. Temos isso aprovado em nosso congresso da classe trabalhadora. Não vejo problema nenhum. Como o militante vem pra cá e não pode tomar uma água, comer um lanche? Aliás, achamos injusto ele ter que tirar esse dinheiro do bolso, pois ele já é penalizado com transporte caro, salário baixo. Não tem nenhum dinheiro [na mão]. As pessoas vêm porque acreditam na luta”, concluiu.

  • Ao vivo: coletiva de imprensa da Frente Povo Sem Medo sobre o ato do dia 24

    Ao vivo: coletiva de imprensa da Frente Povo Sem Medo sobre o ato do dia 24

    Ao vivo: coletiva de imprensa da Frente Povo Sem Medo sobre o ato do dia 24.

    14H57 – Boulos: “Não será fácil impor o Golpe. Este país será incendiado por greves, paralisações e travamentos contra o golpe.”

  • Globo tenta chamar para o golpe, mas manifestações fracassam: é o peso de carregar Cunha nas costas

    Globo tenta chamar para o golpe, mas manifestações fracassam: é o peso de carregar Cunha nas costas

    Em Brasília, um imenso vazio em frente ao Congresso. No Rio, mais gente na praia do que no asfalto. Em Belo Horizonte, 400 manifestantes (que a essa altura devem estar pensando em buscar refúgio no Leblon, ou na base aérea de Claudio-MG, na fazenda dos Neves). No Norte e Nordeste, os atos a favor do golpe parlamentar foram ainda mais pífios

    Por Rodrigo Vianna, do Blog Escrevinhador, para Jornalistas Livres

    As imagens mostravam o fracasso. Mas a Globo e a GloboNews repetiam a estratégia das manifestações anteriores: os repórteres usavam as imagens da manhã, como um “esquenta” para o ato na avenida Paulista, à tarde. A Globo convocava para o golpe; tudo a ver.

    Em São Paulo, um pato a favor do impeachment: coxinhas desmoralizam até o golpismo

    E claro que São Paulo jamais decepciona. Na Paulista, o ato no início da tarde era um pouco maior do que em outros estados. E se ainda faltava uma imagem símbolo para o golpismo coxinha de 2015, essa imagem apareceu na forma do enorme pato inflável que a FIESP levou pra avenida: infantil e tosco, um símbolo dessa massa de classe média rancorosa e indigente.

    Antes mesmo de ter um balanço definitivo de São Paulo, arrisco-me a dizer que o 13 de dezembro deixou algo claro: Eduardo Cunha é agora um entrave para o golpe do impeachment. A presença dele no cenário cria ruído, dificulta a narrativa de que “o PT precisa sair do poder porque é o comandante da corrupção”.

    Por isso, as manifestações se esvaziaram: o oportunismo de Cunha e de Temer tirou o discurso e o ânimo dos que querem afastar o PT do poder.

    Não é à toa que Folha e O Globo, no mesmo fim-de-semana, saíram com editoriais quase idênticos, pedindo a saída… de Cunha. E não de Dilma.

    Ou seja: para o tucanato e seus aliados na mídia, Cunha já cumpriu sua tarefa, abrindo o processo contra Dilma. Agora, ele precisa ser extirpado da cena. Com Eduardo Cunha no poder, não haverá gente na rua suficiente pra apoiar o golpe parlamentar.

    Folha e O Globo passam a Cunha um recado que Temer não pode enviar: você virou um entrave para nossos planos.

    O PSDB está agora numa enrascada: foi longe demais no golpismo. Não há ponto de retorno. Ou se abraça a Cunha para dar o golpe, ou parte para uma operação complicada: tirar Cunha do poder, a tempo de permitir um discurso coerente contra “a corrupção do PT”.

    Talvez, o “timing” já tenha se perdido. Mesmo com as manobras e a demora no trâmite, o processo na Câmara contra Dilma deve estar concluído até março, no máximo.

    Haverá tempo de, com o recesso de fim de ano, afastar Cunha e eleger um novo presidente que possa dar alguma credibilidade ao golpe? Parece que não.

     

    Imagens aéreas da Globo sobre protesto em Brasília

    O 13 de dezembro de 2015 foi um fracasso. E ao mesmo tempo deixou claro que o impeachment, para ter apoio na rua, precisa ser precedido de uma operação de cassa a Eduardo Cunha.

    O cenário, que já era ruim para o governo, torna-se imprevisível também para a oposição e FHC — sócios de um AI-5 fracassado.