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Tag: morador de rua

  • ZELADORIA ILEGAL DE BRUNO COVAS  “varre” pertences de moradores em situação de rua

    ZELADORIA ILEGAL DE BRUNO COVAS “varre” pertences de moradores em situação de rua

    Mais uma vez, ação truculenta de agentes da prefeitura acontece na Praça Princesa Isabel, centro de São Paulo, e desobedece o DECRETO nº 59.246/2020 que dispões sobre o tratamento à população em situação de rua. Um problema que requer ações de assistência social, de saúde e de humanidade, é substituído por violência e descaso com os mais necessitados. Além do sequestro dos poucos bens dessas pessoas, incluindo documentos, e material doado para que a sua subsistência na condição de rua seja menos caótica.

    A Ação ilegal se deu na manhã de, dia 13/10, entre 8 e 9 horas.  Uma grande equipe de limpeza urbana e vários Guardas Civil Metropolitanos estiveram na Praça Princesa Isabel e retiraram das pessoas seus bens, tais como barracas, documentos, roupas, cobertores e ameaçaram as pessoas, conforme os primeiros depoimentos.

    Moradora idosa desabafa: “Que prefeito é esse?” … ” Fazendo a gente de cachorro…” 
    “A gente não tá aqui por que a gente quer” desabafa moradora
    “Essa prefeitura está destruindo nós” declaração da moradora em situação de rua
    “Levaram até roupa, até a ração do meu cachorro” moradores desabafam
    Recebemos doações e a GCM vem todo dia e tira as barracas da gente, desabafa Bruna moradora
    Morador em situação de rua faz denúncia de truculência em ação de zeladoria ilegal, centro de SP.
    “Nem pegar as coisas que tem dentro da barraca, roupa de vestir, coberta, eles deixaram” diz morador
    “Mais um dia de caos na praça…. chegaram arrebentando” desabafa morador
    PLAYLIST COM TODOS OS DEPOIMENTOS
    Imagine se a gente tivesse roubando? A gente é gente de bem, procurando a reciclagem fala morador



    Os depoimento foram colhidos pela A Craco Resiste, coletivo de ativista que atua na região com projetos de redução de danos, e proteção da população, entre outros.

    Uma rotina de truculência ilegal

    Segundo o decreto e portaria isto não poderia ser realizado. Conforme obriga o DECRETO Nº 59.246 de 2020 que dispõe sobre os procedimentos e o tratamento à população em situação de rua durante a realização de ações de zeladoria urbana.

    A conduta, ainda, é vedada pela mesma normativa:

    Art. 10. As equipes de zeladoria urbana deverão respeitar os bens das

    >pessoas em situação de rua.

    § 1º É vedada a subtração, inutilização, destruição ou a apreensão dos

    seguintes pertences da população em situação de rua:

    I – bens pessoais, tais como documentos de qualquer natureza, cartões

    bancários, sacolas, medicamentos e receitas médicas, livros, malas,

    mochilas, roupas, sapatos, cadeiras de rodas, muletas, panelas, fogareiros,

    utensílios de cozinhar e comer, alimentos, colchonetes, travesseiros,

    tapetes, carpetes, cobertores, mantas, lençóis, toalhas e barracas

    desmontáveis;

    II – instrumentos de trabalho, tais como ferramentas, malabares,

    instrumentos musicais, carroças e material de reciclagem, desde que dentro da carroça.

    Ao ser questionado sobre a irregularidade da ação, funcionário presente ao local, que não se identifica, pede que o repórter procure a assessoria de imprensa da subprefeitura.

    Fizemos contato por email, com a da assessoria de imprensa das Sub-Prefeituras do Município de São Paulo, até as 15h30 (horário de publicação deste vídeo no youtube), e fechamento desta matéria, não haviamos recebido resposta sobre o por que da ação ilegal. ABAIXO a nota da Prefeitura enviada às 17h30 do dia de hoje (13.10.2020).

    Funcionário não se identifica, e pede que se procure a assessoria de imprensa da subprefeitura

    Nota da Secretaria de Segurança Pública da Prefeitura

    Boa tarde

    Seguem informações

    A Prefeitura de São Paulo, por meio da Subprefeitura Sé, esclarece que a ação citada aconteceu em 09/10 e que realiza diariamente operações de zeladoria urbana em áreas aonde vivem pessoas em situação de vulnerabilidade, como a Praça Princesa Isabel. As ações ocorrem em conjunto com as equipes de zeladoria e limpeza, e a Guarda Civil Metropolitana (GCM).

    A administração regional cumpre o Decreto Nº 59.246/20, que dispõe sobre os procedimentos e o tratamento dado à população em situação de rua durante as ações de zeladoria urbana na cidade de São Paulo.

    É vedada a retirada de pertences pessoais, como documentos, bolsas, mochilas, roupas, muletas e cadeiras de rodas. Podem ser recolhidos objetos que caracterizem estabelecimento permanente em local público, principalmente quando impedirem a livre circulação de pedestres e veículos, tais como camas, sofás, colchões e barracas montadas ou outros bens duráveis que não se caracterizem como de uso pessoal.

    A Secretaria Municipal de Segurança Urbana informa que Guarda Civil Metropolitana apoia os agentes da Subprefeitura nas ações de zeladoria urbana e limpeza, bem como os agentes de Saúde e Assistência Social, sempre que solicitada. A GCM está orientada a não retirar nenhum pertence dos moradores de rua.


    Enviamos os vídeos com as denúncias dos moradores, como resposta.

    Com Informações da A Craco Resiste

  • Marmitas orgânicas da agricultura familiar beneficiam moradores em situação de rua

    Marmitas orgânicas da agricultura familiar beneficiam moradores em situação de rua

    Uma rede de voluntários e militantes que atuam da produção ao preparo de alimentos orgânicos, saudáveis e da agricultura familiar tem feito a diferença na vida e na saúde de moradores em situação de rua e em condição de vulnerabilidade da cidade de São Paulo, por meio do projeto Lute como quem cuida. Elaborado e colocado em prática de maneira coletiva pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e o Movimento Sem Teto do Centro (MSTC) de São Paulo, o projeto distribui aproximadamente 300 marmitas todos os dias há mais de três meses.

    Por Nara Lacerda, do Brasil de Fato

    A ideia é criar uma rede de solidariedade contínua, que atenda essas populações em um momento delicado, com a crise causada pelo coronavírus. A falta de recursos e trabalho pode agravar ainda mais a insegurança alimentar e nutricional. No Brasil, o acesso a alimentos cultivados sem veneno ainda é limitado. Em parte, pelo preço que as grandes redes varejistas praticam, mas também pela falta de incentivo à agricultura familiar.

    A dirigente do MST no estado de São Paulo Daiane Ramos explica que a campanha teve início no âmbito da Brigada Estadual de Solidariedade Zilda Camargo, formada por militantes de diversos municípios, e cresceu com foco na coletividade. Segundo ela, a intenção é chegar à doação de 30 mil marmitas entre julho e agosto. 

    CLIQUE AQUI PARA CONTRIBUIR COM A CAMPANHA

    “Essa brigada está desde o dia 20 de abril participando desse trabalho intenso de solidariedade para a Rede Rua e o Prédio dos Imigrantes (que abriga pessoas de outros países em situação de vulnerabilidade). No fim ela se estendeu, na parceria com o MSTC. As organizações se unem por uma causa única, de trazer esse alimento saudável e orgânico para essas pessoas mais vulneráveis. Infelizmente, com a covid, vem aumentando esse número.” 

    Mais que a simples doação dos produtos, o projeto tem cuidado especial com a garantia de que essas pessoas vão receber o melhor da produção orgânica do país. Todo o preparo – da higienização ao embalo – segue normas sanitárias criteriosas, que ficaram ainda mais rígidas com a pandemia. O cardápio é definido entre os militantes, mas leva em consideração também as sugestões de quem recebe as marmitas.

    Moradores de rua do centro de São Paulo recebem os alimentos. / Arquivo Brigada Zilda Camargo Ramos

    Os mais de 200 quilos semanais de arroz, por exemplo, vêm de assentamentos do Rio Grande do Sul, que hoje são os maiores produtores do grão na América Latina. A Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF), em Guararema (Região Metropolitana de São Paulo), fornece as hortaliças e o pão. Assentamentos e acampamentos de outros municípios enviam em média por semana 90 quilos de feijão, 30 quilos de macarrão, 230 quilos de carne, 120 dúzias de ovos e 150 quilos de legumes.

    O trabalho é totalmente coletivo e dividido. Cada voluntário tem a oportunidade de passar por diferentes etapas do processo, para ampliação da experiência e dos laços criados entre quem está na colheita e atrás do fogão e as pessoas que recebem os alimentos. Oscar do Nascimento Teles, militante do MST e morador do Assentamento Dom Tomás Balduíno, no Pontal do Paranapanema (SP), faz parte dessa rede. Ele relata o cuidado existente em todo o processo. 

    “Os companheiros estão fazendo isso com muito amor e carinho, porque a gente viu a realidade na rua de quem tá recebendo o alimento. Você ver as pessoas na fila, erguendo as mãos para pegar aquela comida. Isso fortalece demais nosso trabalho na cozinha, em fazer isso com amor, carinho e preparar os alimentos com todo um protocolo de higiene e cuidado. Nessa grandeza que é São Paulo, é um pouquinho que a gente está fazendo, mas de grande proporção. A gente sabe da importância”, finaliza.

    Pela “manutenção imediata da vida”, a iniciativa “Lute como quem cuida” convida a sociedade civil para também colaborar. As doações podem ser realizadas por meio do site da campanha na internet

    Saiba mais: Quem é Carmen Silva, a líder dos sem-teto que a (in)Justiça quer prender
     

  • “Quarentena na Rua” é tema do segundo episódio de Vida em Quarentena

    “Quarentena na Rua” é tema do segundo episódio de Vida em Quarentena

    Podcast Vida em Quarentena
    Ep. 02 – Quarentena na rua

    Falar sobre a quarentena e pedir para você ficar em casa pode parecer fácil quando se tem onde morar. Por mais que tenha gente que não respeita a quarentena por muitos motivos, como é a quarentena para quem vive em situação de rua ou precisa enfrentar as ruas para trabalhar em serviços essenciais? Esse é o tema do segundo episódio do Vida em Quarentena: a “Quarentena na Rua”. A gente vai contar histórias e ações voltadas a quem vive na rua e casos de imigrantes e trabalhadores que dependem das ruas para sobreviver. Coloque o fone de ouvido e mergulhe nas histórias do Vida em Quarentena, um podcast feito dentro de casa por muitas vozes!

    Spotify: https://open.spotify.com/show/6yxyK5YK5fZIlsx4kjepwY?si=Kht5DydxR6mCRWm7L7dt-Q

    Deezer: https://www.deezer.com/br/show/993622?utm_source=deezer&utm_content=show-993622&utm_term=2206201488_1585425023&utm_medium=web



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  • Com fogo, Doria Jr. manda arrancar 50 famílias do centro de SP

    Com fogo, Doria Jr. manda arrancar 50 famílias do centro de SP

     

     

    A violência e a crueldade do prefeito João Doria não tem limites. Neste sábado, por volta das 5 da manhã, agentes da Guarda Civil Metropolitana, acompanhados pelo pessoal do Rapa, da PM e do Corpo de Bombeiros, levaram a cabo, sem qualquer aviso prévio, o despejo de 50 famílias ou 200 pessoas, muitas das quais mulheres, deficientes físicos, idosos e crianças, que viviam nos baixios do viaduto Julio de Mesquita Filho, no tradicional bairro do Bixiga.

    “Eles não deram tempo nem pra gente pegar o material escolar das crianças. Roupas, documentos, alimentos, cobertores… foi tudo para o lixo”, diz a sem-teto Paula, auxiliar de limpeza e mãe de três crianças, todas matriculadas em escolas da região, há cinco anos vivendo embaixo do viaduto.

    A situação piorou quando se iniciou um incêndio em um dos barracos. Segundo os moradores, foi ateado pelos agentes do Rapa. Iniciou-se uma correria desesperada. De um lado, os moradores tinham de se esquivar da polícia, de outro, fugiam do fogo, enquanto tentavam salvar algumas coisas.

    Ainda segundo os moradores, muitas mães saíram com as crianças pela região com medo de perderem a guarda dos filhos, já que o Conselho Tutelar também apareceu para aterrorizar as famílias. O fogo foi controlado por volta das 8 horas da manhã, mas até as 17h, as famílias ainda estavam sem atendimento algum, jogadas como lixo nas calçadas.

    Sem casa, sem abrigo, sem socorro.

    Isso é a Cidade Linda de João Doria.

    Esse é o prefeito cruel da maior cidade do país!

    Os moradores, agora sem local pra ficar, pedem doações para que pelo menos consigam sobreviver.
    ?Panelas, copos, talheres;
    ?Comida: principalmente não perecíveis;
    ?Móveis: guarda-roupa, cômodas, mesas, cadeiras;
    ?Madeira para a construção de novas casas;
    ?Fraldas tamanho G;
    ?Roupas de criança;
    ?SAPATO DE CRIANÇA de 2 a 9 anos (as crianças estão descalças);
    ?Roupas de adulto;
    ?Sapatos de adulto;
    ?Mantas, colchões.

    PONTOS DE COLETA
    Teatro Oficina: Rua Jaceguai, 520 – Bela Vista, São Paulo – SP
    AL JANIAH . Rua Rui Barbosa, 269 – Bela Vista, São Paulo – SP

     

    Ponto de entrega: 

    Teatro Oficina: rua Jaceguai, 520 – Bela Vista, São Paulo /SP
  • Doria Jr., o prefeito limpinho e mentiroso

    Doria Jr., o prefeito limpinho e mentiroso

    MAIS UMA FARSA DE UMA GESTÃO PREOCUPADA COM MARKETING E NÃO COM PESSOAS!

    Depois de ter seus atos desumanos e vergonhados divulgados pela CBN, que registrou funcionários de uma empresa terceirizada, que ganhou a concessão para fazer o serviço, acordando pessoas em situação de rua com jatos d’agua quando o termômetro registrava 7,9 gaus, e pelos Jornalistas Livres que gravaram um vídeo de outra empresa terceirizada, acompanhados da GCM, recolhendo barracas, destruindo cabanas improvizadas para barrar o vento frio e tomando os cobertores, o prefeito limpinho, Doria Jr. convocou sua equipe de marketing e foi pras ruas contar mais uma mentira de uma gestão desastrosa.

    Impactado, o prefeito limpinho resolveu “dar as caras” e entregou cobertores para os que sofrem na vida cruel das ruas. Para mostrar a verdade dos fatos, uma equipe dos Jornalistas Livres percorreu o mesmo trajeto que Doria Jr. e sua equipe de marketing fez na noite de ontem (19), na região da Marechal Deodoro, e conversou com o Paulo, uma simpática pessoa em situação de rua, que contou detalhes sobre o making off do vídeo cheio de sorrisos amarelos postado nas redes sociais do prefeito limpinho. Resultado: João Doria Jr. MENTE!

     

     

     

  • As duas mortes de Francisco

    As duas mortes de Francisco

    Francisco é o nome do ser humano assassinado na escadaria da Praça da Sé na tarde do último dia 4, que foi um dos personagens da mais recente tragédia protagonizada pela Polícia Militar do Estado de São Paulo, tristemente célebre pelo protagonismo em tantas outras tragédias.

    Há dez anos morando nas ruas de São Paulo, tinha 61 anos.
    Dormia em albergues noturnos, embora tivesse casa e familiares — três filhos — para os quais ligava periodicamente usando telefones públicos.
    A filha mais velha relata que não via o pai há mais de dois anos.

    Os motivos que levaram o ser humano Francisco a sacrificar sua própria vida na tentativa de salvar outra jamais serão totalmente compreendidos.

    O que podemos dizer com absoluta certeza é que Francisco foi condenado à morte várias vezes pela mesma sociedade que tentou defender, sociedade que o tornou invisível.

    Herói em um drama humano, deu sua vida para salvar uma cidadã que não conheceu, parte de uma sociedade àcqual ele mesmo, Francisco, não pertencia nem jamais pertenceu.

    Uma sociedade que o condenou, assassinando-o duas vezes.

    Na primeira foi condenado a uma morte lenta e silenciosa, vítima da invisibilidade e da indiferença.

    Sua segunda morte teve um fim trágico, rápido, diante dos olhos de uma sociedade que antes não o enxergava.

    Francisco se tornou notável pelo gesto heróico, mas todos os seus outros gestos foram solenemente ignorados.

    Quem se lembrará amanhã daquele que foi esquecido durante toda sua vida?

    Morreu às portas fechadas de uma igreja cujo Deus, segundo a fé cristã, deu sua vida pela vida de toda a humanidade: “Conhecemos o amor (de Cristo) nisto: que Ele deu a sua vida por nós”
    (Bíblia Sagrada — primeira carta do Apóstolo João, capítulo 3 versículo 16)

    O drama do Francisco outrora anônimo foi a mais recente tragédia assistida ao vivo por uma enorme platéia de pessoas que jamais tomaram conhecimento de sua existência enquanto vivo.

    Foi necessário que morresse para que alguém o notasse.

    Francisco Erasmo Francisco de Lima é o nome completo do Francisco ontem anônimo, hoje herói.

    Que a morte de Francisco possa trazer à reflexão a questão da vida outros tantos Franciscos, condenados à invisibilidade, à indiferença e ao anonimato de uma morte silenciosa, ignorado nas ruas de alguma cidade no Brasil.


    *Diógenes Júnior é pesquisador independente, paulistano de nascimento, caiçara de coração e gaúcho por opção. Radicado em Porto Alegre, RS, escreve sobre Política, História, Cinema, Comportamento, Movimentos Sociais, Direitos Humanos e um pouco de um tudo.