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Tag: manifestação

  • Cuiabá recebe 16ª edição da Parada diversidade LGBT

    Cuiabá recebe 16ª edição da Parada diversidade LGBT

    No último sábado (22), a 16ª Parada da Diversidade LGBT de Cuiabá coloriu as ruas do centro da capital matogrossense. O evento que acontece todos os anos, e percorre algumas das principais avenidas da cidade. O início da concentração aconteceu por volta das 14h na Praça Ipiranga, e desceu até a Orla do Porto. O evento contou com o apoio da Polícia Militar para garantir a segurança dos participantes e, como já é habitual, foi organizado pela Livre-Mente: Conscientização e Direitos Humanos.

    Foto: Francisco Alves

    Estamos em pleno período eleitoral. As eleições são já no próximo mês. Assim, o tema escolhido para este ano foi o “Viver é um ato político: nosso voto, nossa voz.” O que se pretendia, durante o evento, foi que os políticos de Mato Grosso se comprometam com a causa. Foi definido que todos os candidatos poderiam participar do evento. Além desse aspecto, foi permitida a distribuição de material de campanha, tanto na concentração, como na dispersão. Candidatos tiveram fala durante o evento os que somente assinaram um “Termo de Compromisso” com a entidade organizadora, para que quando eleitos, a comunidade LGBT possa ter um político a quem recorrer na busca de suas questões.

    O maior Ato Político e Cultural LGBT do Estado de Mato Grosso (MT) teve como objectivo dizer “sim – que estamos presente, que somos seres políticos com voz e voto e que merecemos melhorias na saúde, educação, segurança e políticas públicas, pois estarmos vivos diante tantas LGBTfobia é um ato político.”

    Foto: Francisco Alves

    Na ordem dia esteve também a frontal oposição da comunidade LGBT ao candidato à presidência da república pelo PSL. Um dos organizadores, Josi Marconi, lembrou da importância de se posicionar contra o candidato Jair Bolsonaro. “Ele nunca, ele não, ele jamais. Um homem que diz que filhos gays precisam levar porrada, além de ter um discurso de ódio, não tem educação. Ele é um homem que faz apologia ao ódio, e isso para as mães são coisas muito dolorosas”.

    Foto: Francisco Alves

    O número de participantes tem crescido de ano para ano. Ao todo, 26 voluntários atuaram nas mais diversas áreas da organização do evento, como, por exemplo, segurança e logística. Outro factor particular deste evento foram as altas temperaturas, da ordem dos 38 graus e umidade muito baixa, sob os quais o participantes estiveram sujeitos.

    Foto: Francisco Alves

    O desfile terminou já de noite junto ao rio Cuiabá com Intervenções e shows e outras atrações culturais que incluíram performances, desfiles, entre outros.
    16ª edição da Parada diversidade LGBT de Cuiabá é organizada por Livre-Mente: Conscientização e Direitos Humanos Acesse a página do grupo em https://www.facebook.com/grupolivremente/

    Por: Livre-Mente: Conscientização e Direitos Humanos com fotos de Francisco Alves

  • Arcos da Lapa e “Flores para a Democracia”

    Arcos da Lapa e “Flores para a Democracia”

    Mais uma vez no Rio de Janeiro, como nos anos de chumbo da ditadura militar, artistas que se recusam a ser obrigados a calar a voz, protagonizaram o Ato por Lula Livre. Fortes emoções e muita energia emergiram deste momento histórico tão significativo para a luta de resistência popular nos Arcos da Lapa.

    Como uma das representantes do “Flores pela Democracia por Lula Livre”, ação política que vem sendo desenvolvida sistematicamente desde abril deste ano, participei deste Ato carregado de sentimentos de indignação e simbologias.

    A inquietação de algumas pessoas amigas com afinidade ideológica, desencadeou esta ação de militância política através das Flores, movida pela vontade e determinação de contribuir para a mudança desta dura realidade pós golpe em 2016, que culminou com a prisão política de Lula.

     

    Começamos com 4 pessoas e hoje somos um coletivo, uma redinha,  que abrange cerca de 50 pessoas. Uns atuam diretamente, outros que podem parecer invisíveis contribuem com parte significativa no suporte de confecção de flores: cata de gravetos, doação de papel crepom ou cola, impressão de filipetas, elaboração de textos curtos e em linguagem acessível para que todos possam entender..

    Em cada ato realizado em praças públicas, descobrimos novas identidades, novos parceiros, novos grupos que se somam e se articulam pelo desafio de romper a bolha da passividade, do descrédito da política e da falta de informações, tão bem trabalhada pelas forças golpistas, pela rede Globo e pela grande mídia.

    Estamos juntos com grupos de resistência da saúde, da cultura, Linhas de Sampa e com pessoas cujo desafio é atingir novos corações e mentes. As flores possibilitam conversa e diálogo com pessoas diversas e, especialmente para aquelas de camadas mais simples, populares, as mais atingidas pelo golpe e sedentas de troca de informações e sentimentos sobre o momento que estamos vivendo.

    Nossas  armas “Flores pela Democracia – Lula Livre” são uma semente para luta e reflexão, que podem se espalhar por todo lugar.

     

     É um trabalho de formiguinha que tem despertado interesse. Conversamos sobre a farsa da prisão do Lula, a perda de direitos sociais, trabalhistas e do direito de defesa, o corte de investimentos nas políticas públicas, a venda do patrimônio e das riquezas naturais de nosso país, a importância da política, a força da união do povo na reversão do retrocesso de direitos, da soberania de nosso país e de nosso povo, de desmoralização de setores da política e do Judiciário.

     

    Com este espírito uma pessoa de Brasília e 5 de São Paulo do “Flores pela Democracia – Lula Livre”, fomos aos Arcos da Lapa. Confeccionamos, trocamos ideias e distribuímos flores. Assim marcamos nossa presença: dedicamos um tempo de prosa para quem se aproximava, entregamos flores para a maioria dos ambulantes que emocionados enfeitavam suas barracas e isopores, enviamos um ramo de flores para os artistas. Gestos simples e simbólicos para fazer frente a essa onda de ódio de classe, intolerância e de retrocessos.

    Segundo o depoimento de Duda, uma argentina que veio especialmente prestar solidariedade ao Ato por Lula Livre e à luta de resistência do povo brasileiro, “o Lula Livre é muito mais que a liberdade de Lula, é a liberdade política, de pensamento, de raça, de gênero. Esta luta é muito maior para todo o universo e é muito mais importante do que a gente pensa. Um movimento latino americano por democracia, saúde, educação, trabalho, casa para todos, dignidade da pessoa, afirmação da mulher…”

    Ao chegarmos ao Rio, mesmo antes do Ato nos tornamos maiores com o apoio de um grupo de mulheres da Praça do bairro do Peixoto. Sob os Arcos da Lapa nos enriquecemos com novos contatos e novos adeptos: Flores e Linhas de Bordado do Rio, alguns populares, estudantes, militantes.

    Movimentos e forças progressistas unidos e fortalecidos pelo Lula

    O clima que permeou todo o Ato nos Arcos da Lapa contagiou. A sede de justiça, a indignação contra tudo o que estamos  vivendo, a garra na luta pela liberdade de Lula fortaleceu aquela multidão/semente. O recado indignado dos artistas das mais diferentes áreas e gerações, a presença das pessoas comprometidas com a luta de resistência nos remeteu à força e à determinação de Lula. A todo momento a sensação muito forte de que Lula ia aparecer.

    A sinergia dos presentes reforçou ideias, valores e emoções.

    Que vida e país queremos construir?

    De lá saímos todos mais fortes,

    “Neste país está faltando ele, e a falta dele está doendo em nós…”

    Vamos à luta!

  • Argentinos marcham contra o FMI em celebração ao aniversário de independência do país

    Argentinos marcham contra o FMI em celebração ao aniversário de independência do país

    Uma grande manifestação acontece hoje pela Avenida 9 de julho em Buenos Aires no dia em que se comemora o aniversário de independência do país, onde organizações sociais e políticas protestam contra o FMI e as políticas de ajuste do Governo.

    Mais de 40 organizações sindicais, sociais, de direitos humanos, políticas, religiosas e multissetoriais convocaram a manifestação contra os abusivo aumento nos preços dos serviços básicos e o corte no setor estatal que tem trazido várias demissões.

    Foto La Campora

    Um palco com uma grande tela instalada aos pés do Obelisco foi montado pelos organizadores desta convocação, à que se somaram também um grupo de atores com um video no que convidaram a somar à mobilização, entre eles Pablo Echarri, Liliana Ferreiro, Cecilia Roth, Leonardo Sbaraglia e Darío Grandinetti.

    ‘Neste 25 de maio a Pátria está em perigo. Dizemos não ao FMI, à OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômicos) e ao ajuste neoliberal da Aliança Mudemos, instrumentos para a dominação do povo argentino. Não os deixaremos passar’, escreveu em twitter o prêmio Nobel da Paz Adolfo Pérez Esquivel.

    Espera-se a leitura de uma proclamação popular, redigida por várias organizações, e que todos em uníssono cantem o hino nacional nesta data histórica.

    Via: Prensa Latina
    Fotos:  La Campora

  • Como a mídia classe média vê o assassinato de Marielle e a visão das quebradas

    Como a mídia classe média vê o assassinato de Marielle e a visão das quebradas

    O assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) comoveu a sociedade. Milhares de pessoas foram às ruas no dia 15, o caso ganhou repercussão internacional. Pessoas que compareceram às ruas testemunharam que o clima é de “indignação”.

    A banda nazifascista ficou encurralada. O deputado Jair Bolsonaro recolheu-se ao silêncio. Aqui e ali apareceram declarações tipo “defensora de bandidos tem que morrer”, mas ficaram nas bolhas da extrema-direita.

    A Rede Globo e toda a mídia hegemônica cobriu amplamente o episódio. Inclusive com atitudes irresponsáveis, como a divulgação do nome da assessora da parlamentar, que sobreviveu ao atentado, colocando a vida dela em risco.

    E isso forçou o governo golpista e todo o seu “staff” a se posicionar. Prometem investigar com celeridade o caso, pressionados a dar uma satisfação à opinião pública nacional e internacional.

     

    Manifestação na av. Paulista, quinta 15.03.2018. Foto Christina Braga | Jornalistas Livres

    Os analistas da mídia hegemônica continuam dando escorregadas. A tônica é que o assassinato da vereadora põe em xeque a intervenção militar no Rio de Janeiro. Não pelas críticas que a vereadora fazia, mas por demonstrar que a segurança pública no Rio de Janeiro continua falha.

    Mas o assassinato de Marielle Franco não é um problema de “falha de segurança pública”. Não foi um assalto. Não foi um seqüestro. Todos os indícios apontam para um crime político.

    E é justamente disso que os analistas da mídia hegemônica querem fugir. É fato que o golpe de agosto de 2016, que levou Temer ao poder, abriu uma caixa de pandora. O bloco que está no poder junta o que há de mais abjeto na sociedade civil brasileira. Muitos manifestantes de verde-amarelo que defendiam a derrubada da presidenta Dilma faziam apologia à ditadura militar e até a torturadores daquele período. Esta turma faz parte do poder que esta mídia hegemônica apoiou e apóia.

    Os argumentos são bizarros. O primeiro que vou citar aqui é do Josias de Souza, do portal UOL. Diz ele em sua coluna do dia 15/3, que o assassinato de Marielle é um pavio que ascenderá as mobilizações de rua como foi em 2013. Comparação incorreta. Aumento de 20 centavos no transporte público e PEC 37 não se comparam a tirar a vida de uma liderança feminina, negra e da periferia. A identificação com as bandeiras e a postura de Marielle não é a mesma que levou pessoas para as ruas em 2013. Ela era uma das raríssimas vozes representativas dos guetos periféricos no parlamento e foi calada de forma violenta.

    Os manifestantes identificados com Marielle sentiram que suas vozes também foram caladas. Por isto, as conseqüências deste fato serão bem diferentes do que ocorreu em 2013. Principalmente porque se somam a uma crescente insatisfação da população da periferia com a situação do país que está bem somente nas páginas de economia dos jornais da mídia hegemônica. Desemprego, aumento da miserabilidade, corte das políticas públicas e aumento da violência são coisas que já vêm de há tempo causando profunda irritação na população. A liderança folgada de Lula nas pesquisas de intenção de votos, não obstante a verdadeira campanha midiática contra ele, é um indicador disso.

    Já o jornalista Fernando Rodrigues, do Poder 360, vai na linha que o assassinato de Marielle Franco expôs as falhas da intervenção militar, que demonstrou a sua ineficiência no combate ao crime organizado e que, por conta disto, tornará o tema da “segurança pública” central na disputa eleitoral. Por isto, considera que o fato foi “disruptivo” no sentido de mudança da agenda pública e da situação do governo Temer.

    O mesmo enfoque incorreto: tratar o caso como um “problema de segurança pública” e não como conseqüência da direitização da sociedade cristalizada com o golpe de agosto de 2016.

    Estes enfoques decorrem de problemas de enfoque ideológico dos autores e, de quebra, da mídia hegemônica.

    Primeiro, partem do pressuposto de que o Brasil vive uma “normalidade democrática” o que não é verdade. Exemplos: o uso do lawfare contra Lula, os abusos cometidos pelo Poder Judiciário em vários episódios, o aumento de narrativas nazifascistas e a parcialidade cada vez mais intensa de órgãos, como o STF (cuja presidenta não tem pruridos em receber um presidente da República que está sendo julgado em um encontro privado e fora da agenda oficial e que também topa participar de um jantar bancado por uma transnacional do petróleo). Há tempo que o tal Estado Democrático de Direito foi destroçado no país.

    Segundo, que fatos como este assassinato decorrem de um “mau funcionamento” das instituições e não são produtos de uma determinada estrutura política.

    Terceiro, aí é de fato uma questão de classe, não entendem os sentimentos e desejos de quem mora nas periferias e nas quebradas. O pensamento dessa população não é o mesmo que é hegemônico na classe média como os jornalistas aqui citados e os seus leitores. O que move o pensamento e os desejos é a sobrevivência e a construção de uma vida digna. Que estão sendo ceifadas com o corte de gastos, com a precarização do trabalho via a reforma trabalhista, com a reforma da previdência e com a militarização dos espaços periféricos onde residem. Pouco importa aumento do PIB de 1,5% e redução do déficit fiscal se isto foi obtido a custa de desemprego e corte de políticas públicas. Pouco importa as diatribes da República de Curitiba se falta merenda escolar – principalmente quando ficou nítido que os pseudomoralistas do Judiciário querem manter mordomias, como o auxilio-moradia de 5 mil reais.

    E quando existem poucas vozes representativas destes segmentos sociais nos parlamentos dominados por coronéis, oligarcas, empresários, latifundiários, sacerdotes religiosos, elas são caladas violentamente. É esta a indignação que explodiu. Só não percebeu quem continua fazendo “jornalismo” e “análise política” sentado em gabinetes acarpetados e com ar condicionado.

    A indignação é contra a perversidade de um Estado que, além de fazer passar fome, não quer que se grite que está com fome.

     

    Dennis de Oliveira é professor livre-docente em Jornalismo, Informação e Sociedade pela ECA/USP. Possui graduação em Comunicação Social Habilitação Em Jornalismo pela Universidade de São Paulo (1986), mestrado em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo (1992) e doutorado em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo (1998). Atualmente é professor em RDIDP (Regime de Dedicação Integral à Docência e à Pesquisa) na Universidade de São Paulo. Tem experiência na área de Comunicação, com ênfase em Comunicação Popular, atuando principalmente nos seguintes temas: comunicação e cultura, processos mediáticos e culturais, comunicação e recepção, processos mediáticos e jornalismo, mídia e racismo, e integração na América Latina. É coordenador do CELACC (Centro de Estudos Latino Americanos de Cultura e Comunicação), vice-líder do Alterjor (Grupo de Pesquisa de Jornalismo Alternativo e Popular) e membro do Neinb (Núcleo de Estudos Interdisciplinares do Negro Brasileiro), todos da Universidade de São Paulo. É professor do Programa de Pós Graduação em Mudança Social e Participação Política da EACH/USP e do Programa de Pós Graduação em Direitos Humanos da Faculdade de Direito da USP. Atua como consultor em comunicação, educação e cultura em instituições públicas, particulares e organizações não governamentais.

     

    ***Este artigo foi escrito no dia 16 de março de 2018

  • Contra a Reforma da Previdência, manifestantes ocupam as ruas de Campinas

    Por Victória Cócolo, fotos Ana Carolina Haddad

    Ana Carolina Haddad/Jornalistas Livres
    Manifestantes protestam contra a Reforma da Previdência em Campinas.  (Foto: Ana Carolina Haddad / Jornalistas Livres)

    Contra a reforma da previdência, manifestantes vão  às ruas de  Campinas (SP), nesta segunda-feira (19), dia de paralisação nacional. O ato, convocado por movimentos sociais e sindicais teve início no Largo do Rosário e percorreu toda a região central, até a Prefeitura, onde os participantes se dispersaram, por volta das 20h.

    Durante o percurso, a população campineira disse não a Reforma da Previdência, além de pedir por greve geral e criticar duramente o governo municipal de Jonas Donizette (PSB). Houve também, gritos de ordem pela saída de Michel Temer, e contra a intervenção militar no Rio de Janeiro.

    Os manifestantes foram informados, logo após o início da passeata, sobre a suspensão da tramitação de todas as propostas de emenda à constituição (PEC), entre elas a da Reforma da Previdência, mas decidiram continuar o ato.

    O evento levou um público diverso às ruas, dentre jovens, adultos e idosos. Entre as participações mais marcantes, os moradores da Ocupação Nelson Mandela, lembraram de pautas relacionadas ao direito à moradia.

    Segundo a CUT, compareceram aproximadamente 1 mil manifestantes no ato.

    Veja mais fotos da manifestação:

    (Foto: Victória Cócolo/Jornalistas Livres)
    (Foto: Ana Carolina Haddad / Jornalistas Livres)
    (Foto: Ana Carolina Haddad / Jornalistas Livres)
    (Foto: Ana Carolina Haddad / Jornalistas Livres)
    (Foto: Ana Carolina Haddad / Jornalistas Livres)
  • Porto Alegre capital da democracia e resistência

    Porto Alegre capital da democracia e resistência

    Por Adriana de Castro Jornalistas Livres

     

    Milhares de militantes de todo o Brasil ocupam a capital gaúcha na espera do julgamento que acontece na manhã desta quarta-feira, em Porto Alegre.
    O julgamento da apelação de defesa do ex-presidente Lula pelo Tribunal Federal Regional – 4ª Região (TRF-4) é acompanhado em todo país e mundo afora, com muita atenção. Existe um estado de alerta dos movimentos sociais que apoiam Lula. E deixam o recado: “todo cuidado é pouco contra uma possível condenação arbitrária e sem provas”.
    A falta de energia elétrica transferiu a manifestação, que contou com 15 mil participantes, da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul para a Praça Marechal Deodoro.

     

    “Por que o Lula está sendo condenado, sendo inocente? Já que tantos outros e outras são pegos(as) em com gravações, com mala de dinheiro, subindo e descendo, e estão protegidos a ponto de poderem concorrer livremente. Ou seja, estes(as) outros(as) não estão submetidos à Justiça”, afirmou a presidenta Dilma Rousseff durante ato esta manhã em Porto Alegre.

    De acordo com Dilma, o golpe é um processo, não um ato isolado. “Este processo começou com um impeachment sem crime de responsabilidades feito por um grupo de usurpadores. Esse impeachment não foi dado apenas contra o meu mandato de 54 milhões de votos. Foi dado contra um modelo de desenvolvimento, para reduzir o gasto social com o povo brasileiro”, concluiu.

    O filosofa e escritora Márcia Tiburi, também presente no ato, considera o momento grave e o julgamento, perverso. Ela fez um chamamento para que todos e todas estejam atentos quanto a violência e a insanidade do poder judiciário.

    Ainda nesta terça-feira, aconteceu em Porto Alegre uma grande marcha, que culminou na Esquina Democrática com a presença do ex-presidente Lula. Lá estão mais de 50 mil trabalhadores para a vigília em defesa da democracia e do direito de Lula ser candidato.

    Movimentos do campo

    Desde segunda-feira, os trabalhadores rurais sem terra estão agitando Porto Alegre. A largada da jornada, com a marcha de 5 mil camponeses do MST e Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), da Ponte do Guaíba (BR 116) até o local do acampamento.

    Hoje, de acordo com o MST, mobilizações de rua, bloqueios de rodovias e acampamentos, aconteceram em todo o país, numa vigília democrática nacional.

    Os estados da Bahia e de Pernambuco amanheceram totalmente paralisados por ações de militantes da Frente Brasil Popular e MST, bloqueando as principais rodovias e clamando à discussão sobre a falta de provas do processo e a inocência de Lula. O Fórum da cidade de Juazeiro-BA foi ocupado ainda na madrugada. Além disso, no extremo sul da Bahia, a BR 101 foi paralisada na altura dos municípios do Prado, Itabela e Itagimirim.

    Somente em Pernambuco foram mais de 10 trechos interditados nos municípios de Petrolina, Serra Talhada, São Caetano, Moreno, Jaboatão dos Guararapes, Goiana, Escada, Petrolândia, Bonito, Passira e Camuru.