Secundaristas e professores de ETECs e EEs fizeram nesta manhã em São Paulo um ato pela merenda escolar nas escolas técnicas e pela CPI do escândalo da merenda nas escolas estaduais. A manifestação é também contra os cortes na educação pública estadual, contra violência policial em atos de estudantes e em apoio às lutas pela educação pública em todo o país.
A concentração para o ato começou por volta das 8 da manhã na Estação da Luz. Em assembléia no local, foi decidido o percurso da manifestação. A passeata começou passando pelo Centro Paula Souza, que foi desocupado à força pela Polícia Militar na última Sexta-feira. Houve grande comoção por parte dos alunos que estavam na ocupação durante a passagem.
Em seguida, os estudantes seguiram pela Av. Tiradentes, Av. do Estado, Ponte Cruzeiro do Sul, Marginal Tietê, até que chegaram ao Parque da Juventude, próximo à Estação Carandiru do metrô, onde encerraram o ato com uma assembléia fechada.
O ato marcou a oficialização da unificação da luta das ETECs e das escolas estaduais de São Paulo, articulando alunos e professores na luta pela merenda e pela educação pública.
Numa Assembleia Legislativa, onde nunca antes na história, o povo se sentiu representado, movimentos estudantis venceram o terror psicológico construído pelo presidente da Alesp e principal suspeito de envolvimento com a máfia das merendas, Fernando Capez.
A ocupação dos estudantes secundaristas no plenário Juscelino Kubitschek inaugura um novo tempo. Um tempo de cidadania ativa. Quem vai narrar esse momento no futuro? Quem vai escrever esse episódio dos bravos jovens que permaneceram por 4 dias naquele espaço profanado pela corrupção. Foi a primeira vez que tamanha ousadia aconteceu.
A última vez que o povo “tomou conta” da assembleia foi em 1992, quando professores em greve ocuparam o plenário por algumas horas. Mas esse novo tempo que agora se configura, traz novos ares e tem como mote a ocupação das escolas em luta.
A juventude ocupou esse espaço e vem ocupando seu próprio lugar no mundo! Essa é a principal lição! Nem que para isso seja necessário parar, o plenário da maior metrópole da América Latina, o estado mais importante do país, o Brasil ou mundo! Esses meninos e meninas não vão se calar.
#CPIdasMerendasJá #MexeuComEstudanteVocêVaiSairPerdendo
Katia Passos e Christian Braga, especial para Jornalistas Livres, com edição de Rafael Ramos.
O presidente da Casa, Fernando Capez (PSDB), foi quem pediu a reintegração de posse no plenário da Assembleia. Capez também entrou com uma ação judicial contra a presidenta da UBES, Camila Lanes. O tucano é um dos investigados pelo Ministério Público.
Caso não deixassem a Alesp, os estudantes teriam de pagar multa diária e individual de 30 mil reais para cada ocupante da casa.
Capez afirmou que o valor estipulado da multa é justificável porque ele tem fotos de estudantes com computadores da Apple de R$ 20 mil e viu estudantes chegarem de carro blindado na assembléia.
Querer entender onde foi parar a merenda virou crime em São Paulo.
Apontado como destinatário final de parte da propina oriunda do esquema de desvio de verba da merenda de escolas públicas paulistas, Fernando Capez (PSDB), mudou de idéia e agora não vê mais importância na abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito na Assembleia Legislativa.
No início de abril, o suposto lobista Marcel Ferreira Julio fechou acordo de delação premiada com o Ministério Público e afirmou ter negociado pagamentos de propina com três ex-assessores de Capez, atual presidente da ALESP.
O delator Marcel é filho do ex-presidente da Assembleia, Leonel Julio, e seu contato com a campanha do tucano foi durante a campanha de 2014 que levou o deputado a ser o deputado mais votado do estado.
Segundo o advogado Coordenador da rede Minha Sampa, Guilherme Coelho, “no caso da Máfia da Merenda, a CPI é fundamental levantar fatos novos, chamar a atenção da imprensa para o caso. Isso ajuda a aprofundar a investigação e melhorar as chances de punição dos envolvidos de um escândalo com fortes indícios de participação de agentes do estado no esquema.
Foto – Lina Marinelli/ Jornalistas Livres
A figura da CPI aparece na Constituição Brasileira desde 1934, mesmo assim, até hoje, o presidente Capez, que tem 60 livros de Direito publicados, ainda não se acostumou com ela.
As CPIs não existem para sufocar o trabalho das polícias, mas porque é dever dos deputados prestarem contas à sociedade. E este prestar de contas deve acontecer em reuniões normalmente públicas, sendo reservadas ou secretas somente em casos especiais.
Para Guilherme, “um dos princípios de uma democracia forte e viva é a oposição ativa, que fiscaliza o executivo”.
No entanto, há anos, a blindagem tucana impede que qualquer Comissão de Investigação proposta por deputados da oposição seja instalada na Assembleia.
Em agosto de 2013, o Partido dos Trabalhadores deu início a busca de assinaturas para tentar instalar uma CPI que investigasse o chamado Cartel do Metrô. Mesmo com a oposição mais forte na legislatura anterior, apenas 26 deputados aderiram ao pedido.
Agora o discurso do Capez é de que CPI sempre acaba em “pizza”. Acontece que esta é uma tentativa de desqualificar a importância da Comissão de Inquerito, já que seu valor está no processo de investigação, que acontece mais perto da sociedade.
No dia 4 de fevereiro deste ano, pressionado pelas investigações que colheram depoimentos que citavam seu nome, Capez declarou jornal Estadão: “Eu vou instalar porque o fato é grave”. Porém, ontem (04/05), ao dar de frente com Plenário ocupado por estudantes que pedem a instalação imediata da CPI, o presidente não tomou nenhuma providência para aglutinar os deputados de sua bancada para que assinassem o pedido.
Ao contrário, o presidente da Alesp decretou ponto facultativo para os funcionários e dificultou ao máximo o funcionamento normal da casa, limitando a entrada de assessores.
A foto apreendida pela Polícia Cívil mostra o vendedor da Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf), Carlos Luciano Lopes, em uma mesa cheia maços de notas de R$ 50, R$ 20, R$ 10 e R$ 2.
Carlos Luciano Lopes declarou à Polícia Civil e ao Ministério Público Estadual que o atual presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), Fernando Capez, do PSDB, recebia parte de comissão entregue ao lobista Marcel Ferreira Júlio por contratos suspeitos de superfaturamento com prefeituras na venda de produtos agrícolas e suco de laranja.
A imagem estava no celular de um dos investigados e foi divulgada hoje, 14/04, com exclusividade pelo repórter Walace Lara, no Jornal Hoje, da TV Globo.
Esta não é a única novidade sobre o caso esta semana.
O deputado estadual João Paulo Rillo, denunciou recentemente que a bancada tucana da Alesp vem boicotando reuniões para tentar impedir que requerimentos de convocação de autoridades ligadas ao caso sejam protocolados. Apenas hoje a Rádio CBN deu a notícia.
“Era para ser a nona reunião da Comissão. Por que não está acontecendo? Porque o governo do Estado está em meio a denúncias da Máfia da Merenda. Como a base blinda o governador, não conseguimos instalar uma CPI. O que nos resta são os requerimentos de convocação protocolados na Comissão. Aí os deputados não comparecem, fugindo da responsabilidade de se posicionar”, questinou Rillo, que é membro da Comissão, no site da bancada petista.
Um dos requeridos para dar depoimento na Comissão é o atual secretário da Educação José Renato Nalini. Segundo divulgado pela assessoria de imprensa da Liderança do PT na Alesp, ele poderá esclarecer como um documento tido como prova importante para o andamento das investigações da operação sumiu da Secretaria conforme denunciou a imprensa na semana passada.
No ato de ontem (31 de Março), o Coletivo Democracia Corinthiana chamou a torcida para participarem “como corinthianos e como cidadãos”. Estavam presentes nomes históricos ligados à Democracia Corinthiana, como o ex-jogador Wladimir dos Santos, o jornalista Antonio Carlos Fon e um dos fundadores da Gaviões da Fiel, Chico Malfitani.
O grupo se reuniu na Praça… da Liberdade e partiu em direção à Praça da Sé, onde foi calorosamente recebido pelos manifestantes que já estavam ali. Entre cantos clássicos da torcida corinthiana e gritos de “Não vai ter golpe!”, os torcedores também lembraram do escândalo da merenda escolar na rede estadual de ensino de São Paulo. O deputado estadual Fernando Capez (PSDB) é um dos acusados de participar de um esquema de desvio de verba da merenda. A Gaviões da Fiel tem apoiado as manifestações de estudantes junto à assembléia legislativa do estado pela abertura de uma CPI para investigar o caso.