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  • Projeto Futuro do Presente, Presente do Futuro #23 – Gustavo Oliveira: Cidade Invisível

    Projeto Futuro do Presente, Presente do Futuro #23 – Gustavo Oliveira: Cidade Invisível

    Gustavo Oliveira

    Cidade Invisível

    Provocado por um ódio pela falta de ações de políticas públicas do Estado, visando a população de rua da cidade de São Paulo, resolvi registrar o quão perversa é a sociedade que habita essa cidade. Perversão no sentido de ignorar os vulneráveis a ponto de torná-los invisíveis aos olhos dos transeuntes bem vestidos e alimentados que circulam pelas calçadas das grandes e ricas avenidas de São Paulo.

    Com a câmera na mão e diante de um tema delicado como esse, o grande desafio foi chocar a sociedade e tentar expor o mínimo possível essas pessoas esquecidas pelo Estado. No início não se tratava de um projeto, mas sim, uma revolta e a necessidade de mostrar que as políticas públicas estão definhando em São Paulo.

    Pessoas passam fome e são privadas de direitos constitucionais na cidade que possui o maior PIB (Produto Interno Bruto) do país. É um verdadeiro genocídio promovido pelos que aqui governam, independentemente de sigla eleitoral. Somados, desde o início, foram 4 longos anos do que acabou se tornando um projeto que ainda está inacabado, pois a população de rua segue aumentando na cidade mais rica da América Latina. Até quando?

    Gustavo Oliveira
    Gustavo Oliveira
    Gustavo Oliveira
    Gustavo Oliveira
    Gustavo Oliveira
    Gustavo Oliveira
    Gustavo Oliveira
    Gustavo Oliveira
    Especial Ciade Invisivel.
    Gustavo Oliveira
    Matéria Especial
    Gustavo Oliveira
    Gustavo Oliveira
    Matéria Especial
    Gustavo Oliveira
    Gustavo Oliveira
    Gustavo Oliveira
    Matéria Especial
    Gustavo Oliveira
    Gustavo Oliveira

    O Democratize surgiu como uma agência de jornalismo independente no ano de 2015, em uma São Paulo conturbada por ocupações secundaristas, greves e protestos pelo impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT). Percebendo a necessidade de uma visão alternativa ao jornalismo tradicional, alcançamos um público fiel neste tempo de atuação. 

    Após uma pausa de cerca de 3 anos, o Democratize retorna de maneira repaginada. O conceito por trás é o mesmo: democratizar a informação. 

    Portal > https://www.portaldemocratize.com.br/

    Facebook > https://www.facebook.com/democratizemidia/ 

    Instagram > https://www.instagram.com/oficialdemocratize/ 

    Twitter > https://twitter.com/agdemocratize

    Minibio Gustavo Oliveira

    Minha atuação como Repórter Fotográfico em São Paulo, cobri pautas importantes como as Ocupações de Escolas contra a reorganização estudantil proposta pelo então governador de São Paulo Geraldo Alckmin, barrada pelos alunos da rede pública(2015-2016). – Acompanhei a luta dos movimentos sociais por moradia digna no centro e zonas metropolitanas da capital paulista(2016-2019). – Cobri Pautas importantes fora de São Paulo, estive presente nos rompimentos das barragens em Bento Rodrigues/MG(2015), aonde passei o natal com as famílias desabrigadas e estive presente no rompimento da barragem Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho/MG(2019). – Cobri em Brasília a votação do processo de Impeachment da ex-presidente da República Dilma Rousseff. – Conheci a luta pelo direito a terra em 2017 quando viajei pela primeira vez à acampamentos e assentamentos do MST no sudoeste do Estado da Bahia e na Capital sergipana Aracajú. – Em 2018 fui convidado para expor minhas fotografias no Encontro Estadual do Movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, que aconteceu em Salvador/BA. – No ano de 2019 fui convidado para voltar ao acampamento em Sergipe para registrar através de minhas lentes importantes assembleias que definiriam os rumos do acampamento em questão.

    Twitter > https://twitter.com/gfo1989

    Instagram > https://www.instagram.com/gustavo.foliveira/

    O projeto Futuro do Presente, Presente do Futuro é um projeto dos Jornalistas Livres, a partir de uma ideia do artista e jornalista livre Sato do Brasil. Um espaço de ensaios fotográficos e imagéticos sobre esses tempos de pandemia, vividos sob o signo abissal de um governo inumanista onde começamos a vislumbrar um porvir desconhecido, isolado, estranho mas também louco e visionário. Nessa fresta de tempo, convidamos os criadores das imagens de nosso tempo, trazer seus ensaios, seus pensamentos de mundo, suas críticas, seus sonhos, sua visão da vida. Quem quiser participar, conversamos. Vamos nessa! Trazer um respiro nesse isolamento precário de abraços e encontros. Podem ser imagens revistas de um tempo de memória, documentação desses dias de novas relações, uma ideia do que teremos daqui pra frente. Uma fresta entre passado, futuro e presente.

    Outros ensaios deste projeto: https://jornalistaslivres.org/?s=futuro+do+presente

  • Projeto Futuro do Presente, Presente do Futuro #22 – Gabriela Queiro: Perambulância Estática

    Projeto Futuro do Presente, Presente do Futuro #22 – Gabriela Queiro: Perambulância Estática

    Gabriela Queiro

    Perambulância Estática

    A cada vez que tenho a oportunidade de me conectar com alguém me vejo entrando em um tipo de aventura. Retratar pessoas pela internet em suas próprias casas é ressignificar o contato, o limite, o decupar, o olhar que temos sobre o outro e a permissão de conhecer, ao mesmo tempo, o que o outro chama de casa.

    Esse ponto de encontro intermediário só surge pela necessidade de se ajustar e se adaptar aos espaços, de reinventar e abandonar a aflição do isolamento e de todo a perspectiva para olhar pra nós mesmos com carinho.

    Gabriela Queiro
    Gabriela Queiro
    Gabriela Queiro
    Gabriela Queiro
    Gabriela Queiro
    Gabriela Queiro
    Gabriela Queiro
    Gabriela Queiro
    Gabriela Queiro
    Gabriela Queiro
    Gabriela Queiro
    Gabriela Queiro
    Gabriela Queiro
    Gabriela Queiro
    Gabriela Queiro
    Gabriela Queiro
    Gabriela Queiro
    Gabriela Queiro

    Conheça mais do trabalho da artista:

    https://www.instagram.com/gabiqueiroph/

    O projeto Futuro do Presente, Presente do Futuro é um projeto dos Jornalistas Livres, a partir de uma ideia do artista e jornalista livre Sato do Brasil. Um espaço de ensaios fotográficos e imagéticos sobre esses tempos de pandemia, vividos sob o signo abissal de um governo inumanista onde começamos a vislumbrar um porvir desconhecido, isolado, estranho mas também louco e visionário. Nessa fresta de tempo, convidamos os criadores das imagens de nosso tempo, trazer seus ensaios, seus pensamentos de mundo, suas críticas, seus sonhos, sua visão da vida. Quem quiser participar, conversamos. Vamos nessa! Trazer um respiro nesse isolamento precário de abraços e encontros. Podem ser imagens revistas de um tempo de memória, documentação desses dias de novas relações, uma ideia do que teremos daqui pra frente. Uma fresta entre passado, futuro e presente.

    Outros ensaios deste projeto: https://jornalistaslivres.org/?s=futuro+do+presente

  • Projeto Futuro do Presente, Presente do Futuro #5 – Carol Quintanilha: Reflorescendo

    Projeto Futuro do Presente, Presente do Futuro #5 – Carol Quintanilha: Reflorescendo

    Carol Quintanilha

    Reflorescendo

    Com este passar de tempos estranhos, estou começando a ficar mais otimista.
    Impossível realisticamente. Mas utopicamente, para conseguir viver.
    Estudando sobre possibilidades de mundos novos que florescerão.
    Das ideias novas que crescem nas cabeças dos artistas,
    renovadores de sonhos.
    Dos nossos corpos, do corpo dos nossos filhos.
    Precisamos voltar a sonhar
    Se a distopia é possível. A utopia também pode ser!

    Carol Quintanilha

    Carol Quintanilha

    Carol Quintanilha

    Carol Quintanilha

    Carol Quintanilha

    Carol Quintanilha

    Carol Quintanilha

    Carol Quintanilha

    Carol Quintanilha

    Carol Quintanilha

    Carol Quintanilha

    Carol Quintanilha

    Carol Quintanilha

    Carol Quintanilha

     

    Para conhecer mais o trabalho de Carol Quintanilha: www.carolquintanilha.com.br

     

    O projeto Futuro do Presente, Presente do Futuro é um projeto dos Jornalistas Livres, a partir de uma ideia do artista e jornalista livre Sato do Brasil. Um espaço de ensaios fotográficos sobre esses tempos de pandemia, vividos sob o signo abissal de um governo inumanista onde começamos a vislumbrar um porvir desconhecido, isolado, estranho mas também louco e visionário. Nessa fresta de tempo, convidamos os criadores das imagens de nosso tempo, trazer seus ensaios, seus pensamentos de mundo, suas críticas, seus sonhos, sua visão da vida. Quem quiser participar, conversamos. Vamos nessa! Trazer um respiro nesse isolamento precário de abraços e encontros. Podem ser imagens revistas de um tempo de memória, documentação desses dias de novas relações, uma ideia do que teremos daqui pra frente. Uma fresta entre passado, futuro e presente.

     

  • Projeto Futuro do Presente, Presente do Futuro #4 – Paulo Pereira: Contração

    Projeto Futuro do Presente, Presente do Futuro #4 – Paulo Pereira: Contração

    Paulo Pereira

    Contração

    O Projeto “Contração” surge por uma necessidade de contato durante o período de quarentena e está sendo realizado na Cidade de São Paulo, Brasil. Idealiza uma visita, na intenção de encurtar distâncias entre sentimentos. O objetivo é pensar os meios de comunicação e as possibilidades de interação neste momento. O uso da tecnologia como ferramenta de aproximação, revelando a saudade.

    “Contração” busca que, ao menos uma das pontas, seja “real”, em corpo físico. Pesquisa formas de contato fazendo uso de um drone. O drone como extensão dos meus olhos.

    Faço um convite às avessas: convido-me para adentrar e para a troca, através de uma proximidade segura – uma das únicas formas possíveis de se fazer uma visita nesse momento – sem toque, sem físico… o olhar.

    Retrato estas pessoas em suas casas, seus espaços possíveis. São a minha comunidade, meus vizinhos e minha rede de apoio. Cada qual vivendo em seus casulos, lugar onde aprendem o significado de reviver, o contexto espacial que lhes é possível, na tentativa de segurarem a vida… A deles e a de todas e todos.

    Poder estar em casa neste momento, sabemos! já começa a ser um privilégio. No Brasil, vivemos um colapso político, além de todo o colapso já causado por uma pandemia. Trabalhar remuneradamente, quase já não faz parte do cotidiano da maioria do brasileiros e brasileiras, seja ele ou ela da classe social que for. Estamos à deriva, soltos à plena “sorte” e caminhando para uma situação de desumanidade geral.

    Lembramos aqui da importância de se estar em casa e gritamos alto, cobremos  por políticas públicas que nos dêem condições de permanecer… Sobretudo Vivas e Vivos.

    Contração

    Contração

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    Contração

    Contração

    Contração

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    Contração

    Contração

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    Contração

    Contração

    Contração

    Contração

    Contração

    Contração

    Contração

    Vejam mais trabalhos do artista:

    https://www.instagram.com/paulopereiraox/

    https://www.instagram.com/falangeav/

    www.cargocollective.com/paulopereira

     

    O projeto Futuro do Presente, Presente do Futuro é um projeto dos Jornalistas Livres, a partir de uma ideia do artista e jornalista livre Sato do Brasil. Um espaço de ensaios fotográficos sobre esses tempos de pandemia, vividos sob o signo abissal de um governo inumanista onde começamos a vislumbrar um porvir desconhecido, isolado, estranho mas também louco e visionário. Nessa fresta de tempo, convidamos os criadores das imagens de nosso tempo, trazer seus ensaios, seus pensamentos de mundo, suas críticas, seus sonhos, sua visão da vida. Quem quiser participar, conversamos. Vamos nessa! Trazer um respiro nesse isolamento precário de abraços e encontros. Podem ser imagens revistas de um tempo de memória, documentação desses dias de novas relações, uma ideia do que teremos daqui pra frente. Uma fresta entre passado, futuro e presente.

  • Projeto Futuro do Presente, Presente do Futuro #2 – Melissa Guimarães: a Saudade do olhar

    Projeto Futuro do Presente, Presente do Futuro #2 – Melissa Guimarães: a Saudade do olhar

    MELISSA GUIMARÃES

    A SAUDADE DO OLHAR

     

    No presente do futuro o tempo está suspenso. Dos afetos, tenho a ausência. As fotos me trazem o passado, as lembranças de um tempo quando era possível estar junto, sentir o cheiro, o calor, o toque, o beijo. No presente do futuro tenho apenas as paredes, as janelas, os espelhos e as lentes para tentar fazer colagens capazes de juntar os tempos. Colagens que me fazem lembrar o som das risadas, o calor dos abraços, o doce dos beijos e a voz daqueles que se negam a desistir, porque jamais deixarão de crer que um mundo melhor é possível.

     

    a Saudade do olhar

    a Saudade do olhar

    a Saudade do olhar

    a Saudade do olhar

    a Saudade do olhar

    a Saudade do olhar

    a Saudade do olhar

    a Saudade do olhar

    a Saudade do olhar

    a Saudade do olhar

    a Saudade do olhar

    a Saudade do olhar

    Conheça mais o trabalho de Melissa Guimarães: www.instagram.com/melissaguimaraes.f

     

    O projeto Futuro do Presente, Presente do Futuro é um projeto dos Jornalistas Livres, a partir de uma ideia do artista e jornalista livre Sato do Brasil. Um espaço de ensaios fotográficos sobre esses tempos de pandemia, vividos sob o signo abissal de um governo inumanista onde começamos a vislumbrar um porvir desconhecido, isolado, estranho mas também louco e visionário. Nessa fresta de tempo, convidamos os criadores das imagens de nosso tempo, trazer seus ensaios, seus pensamentos de mundo, suas críticas, seus sonhos, sua visão da vida. Quem quiser participar, conversamos. Vamos nessa! Trazer um respiro nesse isolamento precário de abraços e encontros. Podem ser imagens revistas de um tempo de memória, documentação desses dias de novas relações, uma ideia do que teremos daqui pra frente. Uma fresta entre passado, futuro e presente.

     

  • O CANTO DO JAÓ OU O ESCONDIDO EM NÓS

    O CANTO DO JAÓ OU O ESCONDIDO EM NÓS

    Via um velho índio à margem do rio. Via, em seu olhar vago, o rio. Pela objetiva identifiquei uma tristeza de quem pensa no que vai se acabar.

    Eu o desconhecia, Toboy era seu nome. Paramos ao aceno dele, em leito distante. Sorriso profundo o homem dizia em línguas, em gestos de acolhimento e recepção. Orelhas grandes, de pau leve e liso, em discos pendurados no lóbulo.

    Rikbaktsa

    Mais profunda é a pele da terra, sua mata que recobre a vergonha dos homens. A etnofobia que antecede esses leitos percorre todas as cidades, de Mato Grosso e Amazônia infinda, fica evidente nas conversas das acanhadas ruas e vilas envolventes, intrincado território.

    Difícil à população local e ao desconhecimento nacional entender as terras indígenas quando delas procedem riquezas, como um dos maiores diamantes do mundo, encontrado aqui em Juína e de valor incalculável, exposto na Bélgica.

    Daqui onde vejo a cena é o volumoso, encantado e perigoso rio Juruena, que conduz a muitos contos e causos em suas águas valentes misturadas às pedras, corredeiras que embalam em canto de água limpa possível morte ou vida. Em seu curso tudo se resume à pedra no meio do caminho, e são muitas,  uma questão de opinião a quem conduz a embarcação. Terras, matas e águas de índios canoeiros, os Rikbaktsa, povo, entre tantas etnias que  precedem em muito o Estado brasileiro, terras de posse imemorial.

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    Nosso destino foi a Terra Indígena do Escondido e o Salto Augusto, local mítico para os índios Rikbaktsa, no Parque Nacional do  Juruena, em trabalho de  reconhecimento do território tradicional proposto pelo antropólogo Adelino de Lucena.

    Seguimos nós e os canoeiros hábeis, como borboletas que não se confundem no vento que as levam em objetivo. Setecentos quilômetros em águas que fogem ao encontro do Tapajós navegamos na ida e volta do território.

    Aqui, em sertões que insistem, artistas e intelectuais estrangeiros deram a vida, como George Heinrich von Langsdorff , ou o inventor e fotógrafo Hércule Florence, que revelou aventuras seculares.

    Aqui primeiro foi a gripe e o sarampo trazido pelos seringueiros e seus pecados a dizimar, depois os jesuítas, a separar e confinar.

    Tudo era uma dúvida da dignidade da tradicional cultura e humanidade dos proprietários guerreiros de antropofagia ritualística. O índio comia porque tinha raiva e tinha fome,  e tinha fome porque tinha raiva entre as guerras étnicas, como a humanidade no mundo que avançava na Amazônia no século XIX e XX. A antropofagia se fez inversamente pela bíblia e mercado. Muitos e muitos morreram, foram devorados por rápidas mudanças em seus hábitos e estilos, como a proibição de falar a própria língua e o sequestro, recolhimento, confinamento, tortura e separação de gêneros de todas as crianças menores de seus pais e família, pelos jesuítas.

    As grandes violações dos direitos humanos que sofreram os indígenas em todo processo histórico, a política integracionista e assimilacionista. Apesar das ofensivas, os povos indígenas nunca representaram nenhum tipo de problema à terra e ao ambiente, ao contrário, em muitos momentos colaboraram para a conquista, integração e fiscalização do território da Nação.

    Ovo de tracajá, quelônio de carne doce e gema gelatinosa, se esconde em areia fina nas praias leves das manhãs quando levantamos acampamento com lua cheia. Iguaria e alimento rico aos índios indica o início da primavera e promessa de fartura.

    A  curiosidade da dor que não cala em coceiras de pium, mosquito pequeno grande defensor da floresta que enlouquece os homens, nem a guerra da cobiça que sempre ameaça a terra da amazônia em suas riquezas recônditas  nos desanimam, mas me inspiram em cada corredeira ou geografia inédita. Araras se algazarram no céu e papagaios, tucanos, quero-queros e biguás causam hora do rush no ar. Nossos barcos enfrentam e avançam, é preciso chegar.

    O rio em sua força cede ao salto que queda, água bruta e poderosa a despertar respeito e devoção de todos, mesmo aos mais incrédulos, que Deus tem bom gosto. Beleza de titãs o Salto Augusto define o trânsito e isola o percurso, indicando que à frente é sagrada a vastidão e que a outros se guarda ao futuro. Surpreendente é a sensação de pisar na rocha dura da crosta, polida pela língua da água nas cachoeiras que amedrontam e resignam .

     

     Rikbaktsa Rikbaktsa 13jl

    Dos Rikbaktsa sei que são povo e sabem das águas e entendem o canto do Jaó (ouça abaixo) que vigia. Pinturas rupestres centenárias enfeitam grutas e comprovam o lar invadido por muitos, mas que diz não ao mundo contemporâneo, em vanguarda de gestos tão arcaicos como o círculo da persistência e tolerância da comunhão estampado na rocha,  roda que nos levou a navegar no sertão de águas perdidas e suas funções.

    Rikbaktsa

    Nos chora de madrugada o Urutau, ave invisível, e o Curiango, ave noturna que pia  “amanhã eu vou”, entre poucos velhos desse mundo que sobrevivem e nos contam em roda de fogo o que lembram do tempo remoto, lembranças tristes, causos e fatos.

    Rikbaktsa

    Se picham morte aos índios nos muros de Juína, afirmo que vivem, e muito mais se faz em vida. Juruena indolente nos afaga e mostra sua saga.