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Tag: Direitos Humanos

  • Assassinato de Vladimir Herzog por agentes da ditadura completa 45 anos

    Assassinato de Vladimir Herzog por agentes da ditadura completa 45 anos

    Após quatro décadas de luta, familiares ainda esperam respostas do Estado brasileiro e justiça pela tortura e morte do jornalista

    Vladimir Herzog

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    Caso Herzog. Nesse domingo, 25 de outubro, o assassinato do jornalista e intelectual Vladimir Herzog por agentes da ditadura militar completa 45 anos. Após quatro décadas de sua morte, o legado de Herzog segue presente em todas as ações do Instituto Vladimir Herzog (IVH), criado para manter viva sua memória e para honrar os valores que defendeu em sua trajetória pessoal e profissional. No entanto, o IVH e os familiares do jornalista ainda esperam respostas do Estado brasileiro e que se faça justiça pela tortura e morte do jornalista.

    O Judiciário brasileiro tem, sistemática e continuamente, violado o direito à justiça das vítimas da ditadura militar, incluindo o dever de investigar, processar e sancionar os responsáveis pelos crimes imprescritíveis contra a humanidade como os que foram perpetrados contra Vladimir Herzog.

    Retrospectiva do Caso

    Em 5 de março de 2018, a Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) proferiu uma sentença internacional em que determinou que os crimes cometidos pela ditadura militar brasileira foram crimes contra humanidade.

    Vladimir Herzog

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    A versão de suicídio dada pela Justiça Militar foi caracterizada pela CIDH como fraudulenta. A sentença responsabilizou internacionalmente o Estado brasileiro pela falta de investigação e ausência de verdade sobre os crimes praticados contra Herzog, e determinou que o Estado brasileiro inicie com a devida  diligência, a investigação e o processo penal cabíveis para identificar, processar e, caso seja pertinente, punir os responsáveis pela tortura e morte de Vladimir Herzog.

    Nessa perspectiva, a Corte considerou que, frente ao contexto da época da tortura e assassinato de Herzog, essas práticas eram utilizadas pelo Estado brasileiro como uma forma sistemática de coerção e controle social pelo medo, sobretudo em relação à oposição política ao regime militar que governava o país.

    Dessa forma, tendo em vista esses elementos contextuais, a gravidade das violações e o envolvimento direto de agentes estatais, a Corte entendeu por considerar os crimes cometidos contra Vladimir Herzog como crimes contra a humanidade, tal qual o fez em outros casos.

    Vladimir Herzog

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    Em 17 de março de 2020, obedecendo à determinação da Corte Interamericana de Direitos Humanos (Corte IDH) de 2018, o Ministério Público Federal ofereceu denúncia contra 6 militares responsáveis pelo assassinato do jornalista Vladimir Herzog, ocorrido em 1975.

    O juiz federal Alessandro Diaferia, da 1.ª Vara Criminal Federal de São Paulo, rejeitou a denúncia no dia 5 de maio, citando a Lei da Anistia, que marcou um processo incompleto de transição democrática ao conceder anistia para “crimes políticos ou conexos com esses” cometidos entre 02/09/1961 e 15/08/1979.

    Segundo o juiz, sua decisão não visa “acobertar atos terríveis” ocorridos durante a ditadura militar brasileira, mas “pontuar que a pacificação social se dá, por vezes, a duras penas, nem que para isso haja o custo elevado da sensação de impunidade àqueles que sofreram na própria carne os desmandos da opressão”.

    “Ficamos absolutamente indignados com a resposta do juiz. A Corte IDH entendeu que o crime cometido contra o meu pai e outras pessoas que foram presas e torturadas caracteriza-se como Crime de Lesa-Humanidade, crimes estes que são imprescritíveis e não podem ser perdoados (anistiados). Cabe, portanto, ao Estado Brasileiro investigar as circunstâncias da morte do meu pai e punir os responsáveis. Esperamos que esta decisão possa ser revista”, disse Ivo Herzog, filho do jornalista.

    Não podemos aceitar que, tendo passado quatro décadas de busca por verdade e justiça, a Justiça continue negando a investigação e o processamento dos responsáveis pelos crimes contra a humanidade cometidas contra Vladimir Herzog, ignorando o fato de que decisões da Corte IDH são vinculantes, descumprindo as suas obrigações internacionais em matéria de direitos humanos.

    Vladimir Herzog

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    Instituto Vladimir Herzog

    Trabalhar com a sociedade pelos valores da Democracia, Direitos Humanos e Liberdade de Expressão.

    Democracia
    O Instituto Vladimir Herzog luta pelos valores democráticos: essa missão requer o resgate da nossa História – especialmente da mais recente, ocultada pela ditadura sob sistemática censura – e a sua exposição às novas e às próximas gerações.

    Direitos Humanos
    Almejamos transformar a cultura da sociedade para transformar a própria sociedade. Trabalhamos na formação dos valores do indivíduo, desde os seus primeiros anos de vida, buscando a vivência do respeito à diversidade em todas as dimensões e a consciência de seus direitos e como buscá-los.

    Liberdade de Expressão
    Inspirados na grandeza dos valores de Vlado, não é o medo que nos move, mas a confiança no ser humano e em seu potencial. Por isso, garantir a plena Liberdade de Expressão é uma de nossas missões. Este valor não é um direito garantido. É preciso estar atento para assegurar o diálogo e a tolerância às opiniões diversas na sociedade.

    Para conhecer um pouco mais: https://vladimirherzog.org/o-instituto/

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    Ação-Projeção:

    Sato do Brasil https://www.instagram.com/satodobrasil/

    Casadalapa https://casadalapa.net/

    Condô Cultural https://condo.org.br/

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    Leia também: https://jornalistaslivres.org/instituto-vladimir-herzog-e-oab-denunciam-bolsonaro-na-onu-por-comemoracoes-do-golpe-de-64/

  • Corpo de Rua. Pelos labirintos do corpo

    Corpo de Rua. Pelos labirintos do corpo

    Documentário Corpo de Rua vai além das narrativas prontas sobre a Cracolândia.

    “O território é nosso corpo, nosso espírito”, diz o poeta Fábio Rodrigues ao recitar um de seus textos no documentário Corpo de Rua. Invertendo a ordem das palavras podemos chegar ao que talvez seja a essência do filme – a exploração desse território que é o corpo, que se confunde com a rua.

    Assista aqui Corpo de Rua:

    https://bombozila.com/corpo-de-rua-brasil/

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    É partir do ato de sorrir que os diretores Pedro Santi e Gustavo Luizon entram nesse espaço que é físico, mas não está delimitado apenas pela pele – também existe no impacto que esses corpos causam no ambiente.  Os depoimentos de Fábio e Cleiton a respeito das dificuldades de mostrar os dentes nos momentos de alegria são uma chave preciosa de entendimento de como asfalto e carne se misturam. A condição social marcada no rosto.

    Corpo de Rua

    A geografia dos corpos – onde a cor da pele é fundamental – se confunde com o relevo do espaço físico: onde esses rostos podem aparecer, por quais ruas essas pernas são permitidas caminhar, as chances dessa carne ser confinada. A falta dos dentes aparece como elemento determinante no processo que levou Kawex à cadeia.

    Como o palhaço Flávio faz questão de frisar em sua aparição no filme, o rapper foi preso por “um crime que não é crime” – desacato à autoridade. Apesar do documentário não chegar a mais detalhes do que isso, lembremos que Kawex foi acusado de cuspir em um policial. Em sua defesa, ele negou a intenção, disse que a saliva escapou pelos dentes que não existem mais na parte da frente.

    Corpo de Rua

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    Mesmo tendo sobrevivido a esse nível de humilhação feita pelo Estado, o rapper aparece com o olhar firme diante da câmera. Pela sua vivência nesse território em movimento da Cracolândia, os diretores conseguem trazer as vulnerabilidades mantendo a dignidade e o protagonismo dos personagens.

    É notável ainda a capacidade, não só de desviar dos clichês que simplificam a vida dos contadores de histórias mais preguiçosos, como também a possibilidade que o filme apresenta de mostrar o esforço necessário dos frequentadores do fluxo para se desembaraçar das narrativas externas criadas sobre eles. Ao mostrar esses nós, o documentário constrói uma trama que não traz soluções prontas, mas joga uma linha para não se perder nos labirintos do preconceito e violência.

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    Texto: Daniel Mello

    Imagens retiradas do filme.

    Daniel Mello é jornalista, documentarias e poeta. Faz parte do coletivo A Craco Resiste

  • DEUTERONÔMIO: Se há empobrecidos, a Aliança com Deus está rompida

    DEUTERONÔMIO: Se há empobrecidos, a Aliança com Deus está rompida

    Há 50 anos, no Brasil, mês de setembro é também Mês da Bíblia na Igreja católica e somos convidados ao estudo de um livro da Bíblia. Em 2020, a reflexão sugerida pela CNBB[1] é sobre o Livro do Deuteronômio. Olhando superficialmente e à primeira vista, o Livro do Deuteronômio[2] parece ser uma “Segunda Lei” como se fosse um código de ética e de costumes. Isso é, justamente, o que sugere a etimologia das palavras (em grego: deutero = segunda, nomos = lei). DEUTERONÔMIO (“Código de Leis de Direitos Humanos”) compreende uma série de ensinamentos, acompanhados de exortações, apelos e advertências da tribo sacerdotal dos Levitas.

    Por Gilvander Moreira[1]

    Tais ensinamentos se referem ao período que abrange desde a conquista da terra prometida – Canaã/Palestina/Israel – até o exílio na Babilônia, em 587 antes da Era Comum. Provavelmente, o livro de Deuteronômio é fruto de inúmeros ensinamentos orais dos Levitas, encarregados por Moisés de guiarem o povo, para que se conservasse fiel à Aliança com Javé, Deus solidário e libertador do povo escravizado. Moisés era considerado por todos como um grande líder do povo escravizado na Caminhada de Libertação do imperialismo dos faraós no Egito. Bem mais tarde essas tradições orais, elaboradas na época tribal, foram registradas por escrito, em documentos redigidos por Escribas da Corte de Josias, já no final da época monárquica, ou seja, dos Reis.  Isso, como já se pode suspeitar, alterou bastante o conteúdo daquelas tradições orais, elaboradas em um tempo em que o povo não tinha reis e tomava decisões a partir dos costumes dos clãs e tribos.  Hoje, ainda há no Livro vestígios de ensinamentos da época tribal, mas sempre envolvidos pelo pensamento autoritário e centralizador da monarquia.

    Na iminência do exílio também para o povo do sul da Palestina, por volta de 587 antes da Era Comum (A.E.C.), bem depois da desintegração do Reino do Norte da Palestina, com o exílio imposto pelo Império Assírio, por volta de 722 A.E.C., foi que aconteceu a redação final do documento. O contexto era de recrudescimento do imperialismo estrangeiro, de superexploração e de desagregação social do povo. A edição final do livro de Deuteronômio pretende apresentar um projeto para construção de uma sociedade justa economicamente e solidária socialmente. Para isso, alerta: “Se vocês não obedecerem a Javé seu Deus, não colocando em prática todos os seus mandamentos e estatutos que eu hoje lhes ordeno, virão sobre vocês…” (Dt 28,15): exílio na própria terra, sofrimento, adoecimento, violência social, reproduzindo a morte. E, como consequência, haverá “terra queimada onde não se semeia e nada brota nem cresce” (Dt 29,21), ou seja, desertificação e anulação das condições materiais e objetivas de vida. Essa advertência me faz recordar Mozart, das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), do noroeste de Minas Gerais, que me disse quando eu era criança e nunca esqueci: “Há muitas injustiças no mundo porque as pessoas não colocam em prática a lei de Deus, mas seguem a lei dos homens que mandam politicamente e economicamente”.

    No livro do Deuteronômio há uma mistura de tempos nos textos.Com 34 capítulos, o livro do Deuteronômio, o quinto da Bíblia, não é um livro de história e nem é crônica jornalística, escrita no calor dos acontecimentos. Escrito provavelmente uns 600 anos após ocorrer a parte mais antiga dos acontecimentos, o livro do Deuteronômio é uma “teologia da história”, ou seja, um esforço de entender a história do ponto de vista de Deus que faz Opção pelos escravizados e injustiçados. Este livro constitui, por si só, a Fonte Deuteronomista que, junto com as Fontes Javista, Eloísta e Sacerdotal, são responsáveis pela formação do PENTATEUCO, o conjunto dos cinco primeiros livros da Bíblia Judaica e Cristã: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio.

    Em um olhar panorâmico, à primeira vista, o livro do Deuteronômio constitui-se de discursos atribuídos a Moisés, discursos de despedida, uma espécie de testamento espiritual. Um dos motivos que, provavelmente, levaram os autores e as autoras do livro do Deuteronômio a colocar as narrativas na boca de Moisés, que era reconhecido como um grande profeta, líder libertador, pode ter sido a intenção de passar a ideia de que os textos eram de sua autoria, visando dar credibilidade aos mesmos. Porém, ao ler atentamente os textos de Deuteronômio, olhando nas linhas e nas entrelinhas, ‘no dito e no não dito’, nas ambiguidades e contradições ao longo das narrativas, percebemos que, no texto de Deuteronômio se misturam textos e contextos de várias épocas e, como uma corda de três fios, se faz referências a três tempos:

    a) tempo em que os fatos aconteceram;

    b) tempo em que os acontecimentos foram transmitidos oralmente;

    c) tempo em que foram fixados por escrito, com revisões, atualizações etc.

    Ao ler os textos de Deuteronômio, podemos pressupor que estaremos lidando com experiências de vida e de Aliança de um povo escravizado com Javé, experiências estas que envolvem um período de mais de 600 anos, desde o início da conquista da Terra Prometida – Canaã/Palestina, por volta de 1200 Antes da Era Comum, até o ano do Exílio na Babilônia, por volta de 587 antes da Era Comum (A.E.C.).

    Para compreendermos de forma sensata e libertadora os textos do Deuteronômio, é necessário pressupor que o livro envolve várias etapas e um longo processo de gestação, nascimento e de desenvolvimento. O povo em marcha de libertação das opressões, que buscava seguir a Aliança com Javé, tinha sido um povo escravizado, mas cheio de fé em um Deus libertador e, por isso mesmo, povo que resiste e luta pela superação de toda e qualquer escravidão.

    Em uma primeira etapa, a sabedoria do povo se torna cultura, bons valores. Por exemplo, a nossa experiência camponesa de partilhar com a vizinhança um pedacinho do porco matado por nossa família, ajuda-nos a imaginar a partilha e a solidariedade que foi experimentada na época da vida nos clãs, sob o regime do tribalismo. Ser solidário/a era um valor a ser posto em prática e também era uma necessidade de sobrevivência dos grupos minoritários, em contexto de grandes opressões. Essa prática de solidariedade entre as famílias e comunidades ou clãs, com o passar do tempo, começou a se desintegrar. Vírus do individualismo e sede de acumulação começaram a seduzir as pessoas. Nesse momento, surgiu a necessidade de se escrever tais tradições, com o objetivo de tentar resgatar as memórias libertadoras. Quando começaram a aparecer pedintes, estrangeiros, viúvas e órfãos desamparados, era sinal de que a Aliança com Javé estava sendo rompida.

    Em uma segunda etapa, criam-se leis para não haver pobres. Por exemplo, a utopia sonhada e defendida pelos autores e autoras do livro do Deuteronômio brada: “Que não haja pobres no meio de vocês” (Dt 15,4). Ao acordar a memória, percebiam que ‘lá atrás ninguém estava sem-terra’. Para resgatar a equidade nas relações sociais cria-se a lei do Ano Sabático que prescreve: ‘a cada sete anos, a terra deve descansar’. E após sete vezes sete anos, ou seja, 49 anos, no ano seguinte – 50º ano – se faça um jubileu, ano da graça de Javé, que consiste em propor uma reorganização geral da sociedade (Cf. Lv 25,8-55). As terras compradas devem ser devolvidas aos seus antigos donos/ancestrais (Cf. Lv 25,28), porque “a terra pertence a Deus” (Lv 25,23). Todas as pessoas escravizadas deverão ser libertadas (Lv 25,41). Todas as dívidas devem ser perdoadas. “Ninguém explore seu irmão” (Lv 25,17). Declare-se um perdão geral.

    Esse era o espírito do jubileu prescrito em Levítico 25, e retomado em Deuteronômio, por ter sido, provavelmente, vivenciado, pelo menos em parte, quando o povo vivia em clãs, sob o regime tribal, com razoável igualdade e equidade social.  E, provavelmente, o período da devolução das terras tenha sido mais curto: sete anos e não 50, pois se chamava “Ano Sabático”. Ora o sábado ocorre de sete em sete dias… A centralização do poder pela monarquia a pedido dos donos de bois (latifundiários, comerciantes, generais, juízes e sacerdotes) havia desintegrado essa experiência, que era coluna mestra da aliança de Javé com o povo que tinha sido escravizado no Egito sob o imperialismo dos faraós.

    [1] Frei e padre da Ordem dos carmelitas; doutor em Educação pela FAE/UFMG; licenciado e bacharel em Filosofia pela UFPR; bacharel em Teologia pelo ITESP/SP; mestre em Exegese Bíblica pelo Pontifício Instituto Bíblico, em Roma, Itália; assessor da CPT, CEBI, SAB e Ocupações Urbanas; prof. de “Movimentos Sociais Populares e Direitos Humanos” no IDH, em Belo Horizonte, MG. E-mail: gilvanderlm@gmail.com – www.gilvander.org.br – www.freigilvander.blogspot.com.br      –       www.twitter.com/gilvanderluis        –    Facebook: Gilvander Moreira III

     Obs.: Os vídeos nos links, abaixo, ilustram o assunto tratado acima.

    1 – Frei Carlos Mesters fala sobre o Livro do Deuteronômio em entrevista a frei Gilvander – 15/01/2020

    2 – Cartilha do mês da Bíblia de 2020 do CEBI/MG: livro do Deuteronômio. Por Julieta Amaral – 18/6/2020

    3 – Livro do Deuteronômio, Levitas Resgatando ideais do Êxodo em plena Monarquia – CEBI/MG – Parte I

    4 – Livro do Deuteronômio, a pregação dos Levitas. Por Frei Gilvander, Julieta e Irmã Marysa – Parte II

    5 – Livro do Deuteronômio – chaves de leitura – Mês da Bíblia de 2020 – por Rafael, do CEBI. Vídeo 1

    5 – Deuteronômio/Mês da Bíblia 2020/Chaves de Leitura por Rafael Rodrigues, do CEBI/Vídeo 2 – 02/2/2020

    6 – Livro do Deuteronômio – Mês da Bíblia/2020: Pistas para uma leitura sensata e libertadora, por Rafael Rodrigues – Entrevista completa

    7 – Live – CEBI-MG lança Mês da Bíblia de 2020 sobre o livro de DEUTERONÔMIO, UM GRITO POR JUSTIÇA – 31/8/2020


    [1] Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.

    [2] Título dado ao texto pelos tradutores da Bíblia da língua Hebraica para o Grego, durante o 3º século antes da Era Comum, tradução esta que ficou conhecida como “Septuaginta”, versão dos “Setenta sábios”.

  • Grupos antirracismo denunciam  parada Ku Klux Klan em Portugal

    Grupos antirracismo denunciam parada Ku Klux Klan em Portugal

    Menos de um mês depois da sede do SOS Racismo ter sido vandalizada em Lisboa, com a frase racistas e xenofóbicas “Guerra aos inimigos da minha terra”, a associação foi, mais uma vez, vítima de perseguição. No último sábado, 8 de agosto, um grupo neofascista de Portugal, nomeado “Resistência Nacional”, juntou seus membros em frente a sede do SOS Racismo para uma “parada Ku Klux Klan”, que exaltava os agentes da Política de Segurança Pública (PSP) e atacava a luta antirracista travada em Portugal pela SOS Racismo e outras associações, frentes, coletivos e partidos políticos.

    Para tal, o grupo utilizou máscaras brancas e tochas, numa iconografia semelhante à dos supremacistas brancos Ku Klux Klan, organização que surgiu no século XIX, nos Estados Unidos, para perseguir, assassinar, incendiar e espancar pessoas negras e quem mais defendia os direitos civís para os afrodescendentes norte-americanos.

    Segundo jornal Público, o grupo “Resistência Nacional”, que atacou a Associação SOS Racismo, tem nas suas fileiras ex-membros da suspensa Nova Ordem Social, organização neonazista criada por Mário Machado; o grupo supremacista Portugal Hammer Skins; o grupo de adeptos 1143, afeto ao Sporting; o Partido Nacional Renovador; e o partido de extrema-direita Chega, de André Ventura, que já organizou duas manifestações de cunho fascista em Portugal neste ano.

    O dirigente do SOS Racismo, Mamadou Ba, afirmou que a página da associação recebe centenas de ameaças da extrema-direita. A associação está a juntar todas estas ocorrências para uma queixa no Ministério Público de Portugal, por ofensa à integridade física, ofensas morais, danos patrimoniais e incitamento ao ódio e violência.

    “Nenhuma ação criminosa nem nenhuma manobra intimidatória nos desviará do combate sem tréguas contra o racismo”, afirmou Mamadu Ba.

    Coletivos e associações da luta antirracista de Portugal expressaram sua solidariedade aos companheiros de luta da SOS Racismo e não se intimidaram frente às ameaças fascistas e supremacistas dos grupos de Portugal.

    O Coletivo Esquerda Revolucionária postou  em suas páginas na internet o ato tinha a dupla finalidade de intimidar os militantes antirracistas e em defesa do insignificantes agentes dos órgãos de repressão do Estado burguês.

    “As manifestações anti-racistas e anti-fascistas deste ano mostram claramente não apenas que as camadas mais pobres e racialmente oprimidas do proletariado não vão mais tolerar que este tipo de violência continue impune – incluindo a violência racista de Estado, como o enorme potêncial revolucionário que têm — como se verificou em particular na manifestação de 6 de Junho onde marcharam mais de 20.000 trabalhadores e jovens negros. São os fascistas que vivem intimidados (…) nós, a classe trabalhadora, somos capazes de destruir o sistema capitalista, raíz de todas as opressões, e por conseguinte de os purgar da nova sociedade, da sociedade socialista. A Esquerda Revolucionária manifesta toda a sua solidariedade com os companheiros do SOS Racismo e compromete-se uma vez mais com a luta anti-racista e anti-fascista. Não passarão! Está na hora da organização e da luta!”

    O Coletivo Consciência Negra também expressou sua firmeza diante da polarização que está sendo criada em Portugal e enviou uma mensagem aos fascistas:

    “Aos fascistas, nomeadamente os ‘antigos elementos da Nova Ordem Social’: se sabem quem somos, onde moramos e o que fazemos, sabemos igualmente quem são, ondem moram e o que fazem e, sempre que se justificar, sem quaisquer hesitações, faremos uso da legítima defesa – artigo 32 do Código Penal. Nem um passo atrás! Não passarão!”

    https://www.instagram.com/p/CDwMZTFBY_i/
  • “Malditas sejam todas as cercas!” Perdemos um pescador de almas e semeador de vidas

    “Malditas sejam todas as cercas!” Perdemos um pescador de almas e semeador de vidas

    Malditas sejam todas as cercas!
    Malditas todas as propriedades privadas que
    nos privam de viver e de amar!
    Malditas sejam todas as leis, amanhadas por
    umas poucas mãos, para ampararem cercas e
    bois e fazerem da terra escrava e escravos os
    homens!

    Pedro Casaldáliga, poeta do Araguaia


    “Quem fica na floresta um dia, quer escrever uma enciclopédia; quem passa 5 anos, fica em silêncio para perceber o quanto é profunda e complexa a Criação.”

    OFERTÓRIO
    Fragmento da Missa dos Quilombos, escrita por Dom Pedro Casaldáliga em colaboração com o poeta Pedro Tierra.

    Na cuia das mãos

    trazemos o vinho e o pão,

    a luta e a fé dos irmãos,

    que o Corpo e o Sangue do Cristo serão.

    O ouro do Milho

    e não o dos Templos,

    o sangue da Cana

    e não dos Engenhos,

    o pranto do Vinho

    no sangue dos Negros,

    o Pão da Partilha

    dos Pobres Libertos.

    Trazemos no corpo

    o mel do suor,

    trazemos nos olhos

    a dança da vida,

    trazemos na luta,

    a Morte vencida.

    No peito marcado

    trazemos o Amor.

    Na Páscoa do Filho,

    a Páscoa dos filhos

    recebe, Senhor.

    Trazemos nos olhos,

    as águas dos rios,

    o brilho dos peixes,

    a sombra da mata,

    o orvalho da noite,

    o espanto da caça,

    a dança dos ventos,

    a lua de prata,

    trazemos nos olhos

    o mundo, Senhor!

    –Na palma das mâos trazemos o milho,

    a cana cortada, o branco algodão,

    o fumo-resgate, a pinga-refúgio,

    da carne da terra moldamos os potes

    que guardam a água, a flor de alecrim,

    no cheiro de incenso, erguemos o fruto

    do nosso trabalho, Senhor! Olorum!

    O som do atabaque

    marcando a cadência

    dos negros batuques

    nas noites imensas

    da África negra,

    da negra Bahia,

    das Minas Gerais,

    os surdos lamentos,

    calados tormentos,

    acolhe Olorum!

    —Com a força dos bracos lavramos a terra

    cortamos a cana, amarga doçura

    na mesa dos brancos.

    — Com a força dos braços cavamos a terra,

    colhemos o ouro que hoje recobre

    a igreja dos brancos.

    —Com a força dos braços plantamos na terra,

    o negro café, perene alimento

    do lucro dos brancos.

    —Com a força dos braços, o grito entre os dentes,

    a alma em pedaços, erguemos impérios,

    fizemos a América dos filhos dos brancos!

    A brasa dos ferros lavrou-nos na pele,

    lavrou-nos na alma, caminhos de cruz.

    Recusa Olorum o grito, as correntes

    e a voz do feitor, recebe o lamento,

    acolhe a revolta dos negros, Senhor!

    —Trazemos no peito

    os santos rosários,

    rosários de penas,

    rosários de fé

    na vida liberta,

    na paz dos quilombos

    de negros e brancos

    vermelhos no sangue.

    A Nova Aruanda

    dos filhos do Povo

    acolhe, Olorum!

    Recebe, Senhor

    a cabeça cortada

    do Negro Zumbi,

    guerreiro do Povo,

    irmão dos rebeldes

    nascidos aqui,

    do fundo das veias,

    do fundo da raça,

    o pranto dos negros,

    acolhe Senhor!

    Os pés tolerados na roda de samba,

    o corpo domado nos ternos do congo,

    inventam na sombra a nova cadência,

    rompendo cadeias, forçando caminhos,

    ensaiam libertos a marcha do Povo,

    a festa dos negros, acolhe Olorum!

    “Não é só imoral cobrar a dívida externa, também é imoral pagá-la, porque, fatalmente, significará endividar progressivamente os nossos povos”

    NOTA DE FALECIMENTO DE
    DOM PEDRO CASALDÁLIGA PLA, CMF

    A Prelazia de São Félix do Araguaia (Mato Grosso, Brasil), a Congregação dos Missionários Filhos do Imaculado Coração de Maria (Claretianos) e a Ordem de Santo Agostinho (Agostinianos) comunicam o falecimento Dom Pedro Casaldáliga Pla, CMF, Bispo Emérito da Prelazia de São Félix do Araguaia (Mato Grosso) e Missionário Claretiano, ocorrido neste
    dia 08 de agosto de 2020 às 9:40 horas
    (horário de Brasília), na cidade de Batatais, estado de São Paulo, Brasil.

    Informações detalhadas com:
    Pe. Ronaldo Mazula, CMF, celular/WhatsApp (11) 9.7173-7755, com Pe. Brás Lorenzetti, CMF, celular/whatsApp (16) 99257-6513 ou ainda 16 99176 8284(Pe. Luiz Botteon).No site www.claretiano.edu.br/dompedro
    Nas redes sociais (https://www.instagram.com/casaldaliga_claretiano/ e https://www.facebook.com/pedro.casaldaliga.184)
    O velório acontecerá em três locais:
    1 – Em Batatais – SP
    O corpo de Dom Pedro Casaldáliga, CMF, será velado, no dia 08 de agosto de 2020, a partir das 15 horas na capela do Claretiano – Centro Universitário de Batatais, unidade educativa dirigida pelos Missionários Claretianos, situada à rua Dom Bosco, 466, Castelo, Batatais, São Paulo, Brasil. Informações: 16.3660-1777.
    A missa de exéquias será celebrada, em Batatais, no dia 09 de agosto de 2020 às 15h, no endereço acima e será aberta ao público em geral, além de ser transmitida ao vivo pelo link https://youtu.be/spto8rbKye0. O link estará aberto para que outros veículos de comunicação possam retransmitir.

    2 – Em Ribeirão Cascalheira – MT
    O corpo de Dom Pedro Casaldáliga, CMF, será velado no Santuário dos Mártires, a partir do dia 10 de agosto, sem previsão de horário de chegada do corpo. Informações: telefone 66 – 98420 – 2253 Pe. Tiago.

    3 – Em São Félix do Araguaia – MT
    O corpo de Dom Pedro Casaldáliga, CMF, será velado no Centro Comunitário Tia Irene. O sepultamento será em São Félix do Araguaia.
    SEM PREVISÃO DE DIA, POIS ANTES PASSARÁ POR RIBEIRÃO CASCALHEIRA. Informações: com Pe. Saraiva telefone: 31 – 99677 – 4875.


    Foto: Douglas Mansur

  • Ativistas lançam cartilha com Projetos de Lei LGBTIA+ nos Estados

    Ativistas lançam cartilha com Projetos de Lei LGBTIA+ nos Estados

    Movidos pelo interesse em compreender a realidade das pautas LGBTIA+ no legislativo dos estados brasileiros, os jovens Marcos Salesse, Hugo Martins, Matheus Gonçalves e Adeilson Viana, desenvolveram a Cartilha “LGBTIA+ no Legislativo dos Estados”. O material foi publicado nesta terça-feira (28), e apresenta um panorama dos Projetos de Lei (PL), criados entre 2018-2020, que tramitam nas Assembleias Legislativas dos estados brasileiros, e também da Câmara Legislativa do Distrito Federal. A ação integra um trabalho feito pelo grupo para o programa Todxs Embaixadorxs (Todos Embaixadores), da startup social Todxs Brasil (Todos Brasil).

                Com o levantamento, o grupo conseguiu identificar uma baixíssima presença das pautas LGBTIA+ no legislativos de diversos estados. Algumas dessas unidade federativas não apresentaram nenhum PL que tratasse das demandas desta população, como foi o caso de Santa Catarina, Rondônia, Acre, Amapá, Alagoas e outros.

    Capa da cartilha disponível em https://bi.tly/lgbtianolegislativo

                Disponibilizado gratuitamente na plataforma Issuu, os interessados podem não só conferir a cartilha digitalmente, como baixar a íntegra do material. Segundo um dos desenvolvedores do conteúdo, essa é mais uma das formas de munir os LGBTIA+ com uma ferramenta fundamental na luta pelos direitos dessa população.

    “Com a cartilha a gente consegue visualizar um panorama geral da situação das nossas pautas no Brasil”, explica Marcos Salesse, estudante de jornalismo na UFMT. “É fundamental que a gente tenha materiais como esse, assim podemos entregar aos nossos uma ferramenta imprescindível na luta por direitos, que é a informação”.

                Para acessar a íntegra da cartilha, clique aqui.