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  • 1º de Maio em Cuiabá foi de protesto do povo periférico

    1º de Maio em Cuiabá foi de protesto do povo periférico

    Reforma da Previdência e ataques a direitos dos trabalhadores uniram centrais sindicais em todo o país. Em Cuiabá, capital do estado de Mato Grosso, pela primeira vez em vários anos os trabalhadores decidiram comemorar, protestar e preparar a greve geral em atos distantes da região central de Cuiabá.

    Foto: Francisco Alves
    Foto: Francisco Alves

    Para levar a política até quem mais precisa, os eventos foram realizados em uma das regiões periféricas da capital mato-grossense, próxima à estrada que dá acesso ao município de Chapada dos Guimarães. Normalmente esta ação, assim como tantas outras lutas, têm lugar no centro histórico de Cuiabá. Mas não desta vez.


    Os trabalhadores se encontraram às 15h30, no Ginásio Verdinho (CPA), e seguiram em marcha até à Praça Cultural do Jardim Vitória. Aí, nesse local, aconteceu um Ato Cultural-Político com shows de artistas regionais

    No ato, as dez centrais sindicais – CUT, Força Sindical, CTB, Intersindical, CSP-Conlutas, Nova Central, CGTB, CSB, Pública e UGT – e as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, anunciaram o início da construção da greve geral contra Reforma da Previdência proposta pel governo Bolsonaro (PSL). Segundo as entidades, a data indicativa para a greve geral é o dia 14 de junho.

    #DiadoTrabalho

    #DiaDeLuta 

    #ContraAReformaDaPrevidência

  • O Trabalhador

    O Trabalhador

    Primeiro de maio, dia do trabalho.

    O povo “celebrado” pela data se vê vencido, sujeitado e encurralado por um golpe que fere, antes de tudo, as suas conquistas. Quão poucas, já roucas.

    O trabalhador que não dorme, que se fere, que sangra, que morre. Não entra para a história. Não tem tempo de sonhar, nem sabe o que é sonho. Trabalho imposto, forçado, que deixa a vontade de lado.

    Quando é artista, vagabundo ativista. Senão ferramenta da máquina da vida, que enferruja e vai pro lixo. Sem saída. Sem verniz, sem polimento.

    “Ai, não encosta essa mão suja, grossa.”

    Suja, grossa, sim. Resistência, sobrevivência. Símbolo da minha luta, do pouco ar que me permitiram respirar.

    Não tem liberdade, mas dizem que é livre pra escolher. E pra viver?

    “Esta cova em que estás, com palmos medida
    Não é cova grande, é cova medida
    É a terra que querias ver dividida”

    (Funeral de um Lavrador – Chico Buarque)

    Midia Ninja

    Mas vai entender. Mesmo sabendo ser estatística, visto como “aquela classe”, os carteiras-assinadas se erguem na dor, encontram seus iguais, olham para o céu, fecham os olhos e respiram o ar da luta. Não é a luta pelo trabalho, é pelo trabalhador. É pela dignidade. É pela escolha.

    Mesmo com olhos embotados de cimento e lágrima, enfrentam o doutô, enfrentam o futuro e mudam a história de “fim” para “começo”. Das trancas para oportunidades. O suor, enfim, encontra seu verdadeiro trabalho. O trabalho pelo trabalhador.

    “O operário foi tomado
    De uma súbita emoção
    Ao constatar assombrado
    Que tudo naquela mesa
    – Garrafa, prato, facão
    Era ele quem fazia
    Ele, um humilde operário
    Um operário em construção.
    Olhou em torno: a gamela
    Banco, enxerga, caldeirão
    Vidro, parede, janela
    Casa, cidade, nação!
    Tudo, tudo o que existia
    Era ele quem os fazia
    Ele, um humilde operário
    Um operário que sabia
    Exercer a profissão.”

    (Operário em Construção – Vinícius de Moraes)