Jornalistas Livres

Tag: democratização da imprensa

  • Quem é que vai pagar por isso?

    Quem é que vai pagar por isso?

    Por: Vinicius Souza *

    A crise dos suportes tradicionais do jornalismo, especialmente o papel, leva à questão de como sustentar financeiramente as iniciativas jornalísticas digitais. O presente artigo pretende mostrar como alguns veículos que migraram de suporte e outros desenvolvidos diretamente na Web encontram, ou não, os recursos necessários para suas atividades. Paywall, crowdfunding, doações, assinaturas e diversos tipos de publicidade estão entre as alternativas.

    Uma das primeiras reuniões de formação dos Jornalistas Livres

    Poucas áreas tiveram seus modelos de negócio tão impactados pelas tecnológicas digitais quanto o Jornalismo. Apesar da liberdade de “procurar, receber e transmitir informações e ideias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras” ter sido definido como um direito básico no artigo 19º da Declaração Universal de Direitos Humanos[1] das Nações Unidas há quase 70 anos, poucas eram as pessoas ou grupos com acesso ou posse dos meios de produção da indústria das notícias. Ainda hoje não são muitos os que, apesar da queda nos custos de manutenção de sites, blogs e portais na internet, conseguem manter equipes de reportagem, apuração de notícias, análises econômicas e políticas, design de infográficos, captura e edição de imagens e tantas outras atividades ligadas ao jornalismo. Esse artigo procura dar um olhar sobre os principais modelos de negócio, com ou sem sucesso, que estão sendo aplicados nas iniciativas jornalísticas na internet atualmente.

     

    A expressão “modelo de negócios” passou a ser mais usada a partir da explosão da chamada “bolha de internet”, na virada do milênio, quando ficou claro que nem toda ideia colocada na Rede seria facilmente vendida para grandes investidores por valores milionários. Há diversas definições para termo (França, 2016: s/n) mas para esse artigo vamos usar a mais simples delas: como o veículo de comunicação consegue os meios (incluindo investimentos em dinheiro) para manter suas atividades. Da tradicional venda de espaços para publicidade às “vaquinhas” virtuais, são várias as maneiras de se monetizar a atividade jornalística na internet. Mas há, ainda, outras formas não ou menos financeiras. É o que veremos a seguir

     

    Papel e digital

     

    Durante sua primeira fase, o jornalismo era uma atividade restrita aos políticos e partidos que tinham dinheiro para publicar suas ideias, como lembra Marcondes Filho (2009: 19-22), no que ele classifica como “primeiro jornalismo” , entre 1789 e a metade do século XIX. A segunda fase, a partir das revoluções burguesas, forja uma nova imprensa que precisa vender jornais para pagar os pesados investimentos com as novas tecnologias de impressão. Nesses, a saída, conforme Jorge (2013: 127-128) era publicar notícias do cotidiano, especialmente crimes, em jornais baratos de grande circulação, os penny-papers. Paulatinamente as verbas de publicidade passaram a ser o principal sustentáculo financeiro dos veículos que investiam em reportagens e análises mais aprofundadas, o que funcionou bem por todo o século XX. Com a Internet e sua cultura de distribuição gratuita de conteúdo avançando, no entanto, esse modelo entra em choque.

     

    Desse modo, apesar de todos os grandes conglomerados de mídia no Brasil começarem a distribuir notícias por internet desde a segunda metade da década de 1990 (Ferrari, 2010 e Jorge, 2013), somente em 2012 as verbas publicitárias nos meios digitais iriam ultrapassar as destinadas aos veículos impressos[2] (e ambas ainda longe dos valores aplicados nas TVs abertas, especialmente a Rede Globo), isso num cenário de queda constante nas tiragens e fechamento de vários diários. Diversos modelos de rentabilizar os acessos aos portais noticiosos foram testados pelas empresas tradicionais. Entre eles, os principais foram a oferta de serviços digitais pagos (como endereços de e-mail, hospedagem de sites e blogs e o próprio provimento de internet) e os paywall (ou muro de pagamento), sistemas de cobrança para acesso ao conteúdo. No Brasil, usa-se principalmente o modelo “poroso” ou “flexível”, que, diferente do “duro”, o qual bloqueia todos os acessos gratuitos, permitindo a leitura de não mais de uns poucos textos por mês (normalmente entre cinco e 10) a partir de um mesmo endereço de Internet Protocol – IP[3]. A resistência ao paywall foi bastante forte no início, mas pouco a pouco ele vem sendo adotado com relativo sucesso.

     

    O pioneiro nesse sentido foi a Folha de S.Paulo, que o utiliza desde 2012. Mas, apenas no ano passado, segundo o Knight Center for Journalism in the Americas, o jornal passou a ter mais assinaturas digitais do que das edições impressas. Em setembro de 2016, a Folha teria vendido 164 mil edições digitais e 151 mil impressas. No mesmo mês, o jornal O Globo também estaria bem perto de fazer a virada, com 150 mil de circulação digital e 163 mil impressa, de acordo com o Instituto Verificador de Circulação – IVC. Conforme relatório do órgão citado em artigo no blog Jornalismo nas Américas, do Knight Center,

    “em setembro de 2016, as assinaturas digitais de 33 jornais com edições online monitoradas pelo IVC chegaram a 818.873, um número 20% maior do que a média de 2015. No mesmo período, a circulação impressa caiu quase 20%, chegando a cerca de 2,6 milhões de exemplares vendidos no Brasil. (Estarque, 2016: s/n)”

     

    Apesar do aumento de assinaturas digitais, o modelo de sucesso ainda está longe de ser atingido, afinal, apenas 22% dos leitores de notícias na internet teriam pago alguma coisa por esse acesso tanto em 2015 como em 2016 (Carro, 2017: 106). Assim, segundo artigo da Ombudsman da Folha de S. Paulo, Paula Cesarino Costa, em outubro de 2016[4], o jornal “encerrou 2015 com receita líquida de R$ 526 milhões e lucro líquido de R$ 2,6 milhões”, menos ruim do que seu principal concorrente, O Estado de São Paulo, que teria tido um prejuízo de R$ 3 milhões no período, ou dO Globo, no vermelho em mais de R$ 51 milhões, provavelmente cobertos por outras operações do conglomerado, como a TV Globo, que recebe a maior parte dos investimentos publicitários em TV aberta (que responde por 53% das verbas totais) no Brasil[5], um país com 97% das residências com aparelhos de televisão mas apenas metade com acesso à internet (Carro, 2017). Mesmo com os valores aplicados em publicidade digital subindo ano a ano, em 2016 as mídias digitais receberam apenas 6,6% das verbas, mas já acima das revistas (4,1%), e do rádio (3.9%).

     

    Embarcando de vez na Web

     

    Com os altos custos de impressão e distribuição, vários veículos, entre tradicionais e mais recentes, migraram totalmente para a internet. É o caso do Jornal do Brasil, fundado em 1891, que deixou de ter versão impressa em setembro de 2010 (Barros e Spannberg, 2010) e da Revista Fórum, lançada durante o Fórum Social Mundial de 2001 e que deixou as bancas em 2014 após 129 edições em papel para ser publicada somente na internet[6]. Enquanto o Jornal do Brasil[7] aparentemente se mantém apenas com publicidade tradicional (banners de anunciantes como o próprio portal que hospeda o jornal, o Terra, e a Confederação Nacional do Comércio de Bens Serviços e Turismo – CNC), a Fórum procura novas formas de financiamento mais parecidas com as utilizadas pelas demais iniciativas jornalísticas brasileiras que já nasceram digitais.

     

    Entre as fontes usuais do jornalismo digital estão as agências de publicidade na web orientadas a veículos informativos, como a Publy[8], usada, por exemplo, pela Fórum. Essas agências fazem a ponte entre os veículos interessados em monetizar suas operações com os anunciantes interessados em publicar seus banners em sites de grande tráfego. Cada “click” em um banner da agência gera um pequeno pagamento ao veículo. O modelo é diferente da publicidade tradicional em que um espaço fixo na página é vendido por um valor também fixo por um tempo determinado por conta do acesso total à página (e portanto a visualização do anúncio) independente da quantidade de usuários que clicam na propaganda. No novo modelo, os anúncios publicados e sua localização exata na página não são definidos em reuniões entre o veículo e a agência, que possui sistemas automatizados para distribuir peças que teoricamente atenderiam ao público-alvo das publicações.

     

    Algoritmos definem anúncios

     

    A Fórum utiliza também outro sistema semelhante de anúncios na web, o Google AdSense[9]. A agência virtual da gigante da internet paga os veículos tanto por visualização dos anúncios como por clique. Anunciantes e mídia podem definir critérios para a escolha dos anúncios mas no final é um algoritmo que irá destinar uma peça específica a um portal escolhido. Por conta disso, recentemente o serviço do Google foi alvo de boicotes por grandes veículos internacionais, como o Times londrino e a BBC, e por anunciantes de peso, como Audi e McDonald’s, por estar distribuindo anúncios e vídeos (no Youtube) com conteúdo extremista e de incentivo ao ódio político e religioso. A empresa foi obrigada a admitir a falha e revisar seus sistemas de triagem de anúncios, como anunciou seu diretor na Inglaterra, Ronan Harris, em 17 de março de 2017[10]. Segundo ele, apesar de mais de dois milhões de “bad ads” (anúncios ruins) e 100 mil anunciantes terem sido banidos do sistema apenas em 2016, muito ainda precisa ser feito para assegurar um ambiente virtual livre desses tópicos.

     

    A Fórum recebe verbas, ainda, pela divulgação de “conteúdos” de outros produtores por meio da empresa OutBrain[11] (também utilizado pelo site da Folha de S. Paulo). Numa barra na página principal e também nos artigos da revista, são apresentados 12 links com fotos para “matérias” de fofocas de famosos, “reportagens” sobre produtos contra envelhecimento e queda de cabelos e programas de leitura dinâmica e memorização. Sistemas semelhantes, como o Taboola[12], usado entre outros pelo Jornal GGN[13], iniciativa digital do veterano jornalista de economia Luís Nassif, que tem um único anúncio da Cemig (companhia de energia do Estado de Minas Gerais), também “impulsionam conteúdos” que muitas vezes são frontalmente contrários à linha editorial do site, de esquerda. No caso do GGN, por exemplo, além das indefectíveis pílulas de emagrecimento milagroso, há links para “artigos” da consultoria Empiricus (que por sua vez também anuncia no OutBrain), de extrema direita, que vem faturando alto desde 2014 afirmando que só a retirada de Dilma Rousseff da Presidência poderia melhorar a economia no Brasil e agora alerta para o “perigo” de uma eventual eleição de Lula e já coloca como contraponto a imagem do prefeito de São Paulo João Doria Jr nos banners.

     

    Assinaturas e doações

     

    Por fim, a Fórum tem uma página[14] com pacotes de venda de assinaturas mensais vinculadas a um programa de descontos em livros da editora da revista, mesmo mantendo o acesso livre a todo o conteúdo do portal aos não assinantes. Muitos outros sites de jornalismo independente sobrevivem com doações e assinaturas digitais, ainda que geralmente não restrinjam o conteúdo. O Outras Palavras[15], por exemplo, se recusa a receber publicidade privada e também mantém uma página, a OutrosQuinhentos[16], para doações em valores fixos (R$ 20, R$ 40 e R$ 70), por depósito bancário de qualquer valor ou assinaturas mensais e anuais vinculadas a sorteios semanais e entrega de produtos como livros, ingressos para filmes e espetáculos, e descontos em livros da própria editora ou de editoras parceiras. Lançado em 2009, o site recebeu algumas vezes verba do Governo Federal em editais de Pontos de Mídia Livre do Ministério da Cultura, inclusive no último edital de agosto de 2015[17]. Com o golpe parlamentar de 2016 e o esvaziamento do MinC, que teve suas verbas cortadas e quatro ministros em um ano, não há previsão para novos editais que contemplem a mídia alternativa.

     

    Newsletter como geradora de fluxo

     

    Um modelo bem diferente é do Brio[18]. Capitaneado pelo jovem jornalista Breno Costa, com passagem pela Folha de S. Paulo, a iniciativa criada em 2015 começou como um lugar para grandes reportagens (ao contrário do que se apregoava inicialmente no jornalismo digital) chamado Brio Stories que pretendia cobrar pelo acesso às matérias mas não conseguiu gerar o fluxo de visitantes que esperava com o portal aberto[19]. O site decidiu então investir em duas iniciativas de produção de conteúdo (o Brio Lab[20] para material estritamente jornalístico e o Brio Room[21] para produtos audiovisuais com “DNA jornalístico”). Eles também mantém o Brio Hunter[22], para capacitação e acompanhamento (coaching) de jornalistas, especialmente recém-formados, que querem entrar no mercado de trabalho. Por fim, distribuíam gratuitamente até março de 2017 uma newsletter diária com resumo das principais notícias de outros veículos chamada Pílulas Hunter. Atualmente o serviço tem uma mensalidade de R$ 5,90[23].

     

    Esse formato de newsletter com uma espécie de clipping (ou curadoria) de notícias tem sido usado por algumas iniciativas jornalísticas para gerar fluxo de visitantes nos sites e portais empresariais ou mesmo pessoais de seus criadores. Um bom exemplo é o Canal Meio[24]. Fundado em 2016, o Meio alia principalmente a experiência de Pedro Doria, que começou como colunista de internet na revista MacWorld ainda nos anos 1990 e atualmente é colunista do Globo, O Estado de São Paulo e Rádio CBN e do empreendedor Vitor Conceição, com 20 anos de experiência no mercado digital brasileiro. A iniciativa conta, ainda com a jornalista premiada Audrey Furlaneto. Perguntado para esse artigo sobre o modelo de negócio do Meio, Doria conta que não pretende fechar o conteúdo e nem abrir espaço para anúncios tipo click bait (isca de clicadas, como os oferecidos pela OutBrain e Taboola) ou mesmo o Google AdServe. Ele considera que a newsletter conseguirá captar em breve anúncios “de alto nível” que poderão dar retorno ao investimento inicial e manter a qualidade do serviço. Doria diz, ainda, que enxerga como seu mais forte concorrente no mercado nacional a newsletter do Nexo[25], chamada A_Nexo.

     

    Apesar de também ser gratuita e diária, a A_Nexo, diferente da Meio, não publica apenas resumos de notícias e links para as fontes originais de outros veículos. Eles têm uma produção própria para o NexoJornal, com artigos, reportagens, análises e colunas cobrindo praticamente todas as editorias de um jornal tradicional. A iniciativa que nasceu digital em novembro de 2015[26], atualmente conta 30 profissionais de diversas áreas. Assim como a Brio, o Nexo começou distribuindo todo o seu conteúdo gratuitamente para criar público e depois mudou de estratégia para um paywall flexível. Serviços como a newsletter e as seções Vídeo, Estante – Trechos, Ensaio e Podcasts do portal seguem sendo grátis. Mas apenas cinco reportagens por mês das seções Política, Economia, Internacional, Sociedade, Cultura, Ciência e Saúde, Tecnologia, Esporte e Meio Ambiente estão disponíveis para os não-assinantes. Há dois tipos de assinatura: a mensal (R$ 12,00 cobrados a cada mês) e a anual (pagamento único de R$ 120,00). Existem duas opções de pagamento renovadas mensal ou anualmente de forma automática: cartão de crédito ou boleto bancário. Até aqui o modelo parece estar sendo muito bem sucedido, com resumos de seus conteúdos sendo inclusive distribuídos pelo Meio e pela Pílulas Hunter.

     

    Fontes diversificadas

     

    A iniciativa jornalística digital brasileira independente e sem fins lucrativos mais premiada[27] e com o modelo de negócio que talvez seja o mais consolidado até momento é a Agência Pública[28], fundada em 2011 pelas jornalistas Natalia Viana e Marina Amaral, ambas antigas colaboradoras da mais importante revista de jornalismo alternativo dos anos 1990 e 2000, a Caros Amigos. Inovadora, a Pública tem desde 2014 uma seção de checagem de informações (fact-checking) chamada Truco[29] e lançou em junho de 2017 um aplicativo de realidade aumentada para smartphones com informações históricas sobre a antiga área portuária do Rio de Janeiro, o Museu do Ontem[30]. A agência de jornalismo investigativo focada em direitos humanos faz questão de não receber anúncios e distribui gratuitamente todo o material produzido, inclusive para outros veículos, por meio de um modelo inspirado nas licenças Creative Commons[31]. A principal diferença é que enquanto no modelo original é permitido alterar o conteúdo desde que citada a fonte, a Pública aceita alterações somente nos títulos e intertítulos para adequação ao estilo do veículo. Ainda assim, a rede de jornais, sites, portais e revistas que reproduzem as reportagens de fôlego da Pública já chega a 60 veículos, incluindo El País Brasil, Huffpost Brasil, Carta Capital, portal UOL (da Folha de S. Paulo) e os já citados Luís Nassif Online e Outras Palavras.

     

    Além da competência das jornalistas, a Pública nasceu também atraindo um grande interesse internacional. Afinal, Natalia havia sido, meses antes, a única brasileira chamada a Londres para ser a representante no país (depois em associação com a Folha de S. Paulo) para a seleção, tradução, edição e publicação dos documentos diplomáticos estadunidenses vazados pela organização WikiLeaks, de Julian Assange. Foi credenciada com essa exposição que ela conseguiu para a agência o financiamento da Fundação Ford e da Open Society Foundations e, mais tarde da Oak Foundation, Instituto Betty e Jacob Lafer e Aliança pelo Clima e Uso da Terra[32]. Também é possível fazer doações individuais via PayPal e Pague Seguro da UOL. Há, ainda, um fluxo por meio de crowdfundings constantes para bancar investigações específicas sugeridas por jornalistas de todo o Brasil que quiserem correr atrás de uma pauta instigante mas que não têm os recursos para isso nem um veículo de destaque para a publicação.

     

    Juntando os amigos

     

    O crowdfundig, também chamado de financiamento coletivo ou “vaquinha virtual” em português, é um sistema de arrecadação via internet em que sites especializados recebem projetos de pessoas físicas ou jurídicas das mais diversas áreas e gerenciam as doações geralmente por uma porcentagem do valor levantado. Um desses serviços, o Kickante[33], tem uma página em que lista os 10 principais sites de crowdfunding do país[34]. O mais famoso deles no é o Catarse, que inclusive fez uma pesquisa sobre o sistema de vaquinha virtual no país entre 2013 e 2014[35]. Para o jornalismo digital independente, o financiamento coletivo é uma opção bastante atraente. Em primeiro lugar, como tudo é feito via Web, se encaixa muito bem à própria cultura de produção em que os jornalistas estão imersos hoje. Além disso, liberta o jornalista das rédeas editorias (e ideológicas) da imprensa hegemônica e o aproxima de um público tão ávido por reportagens que não saem nos jornais tradicionais que se compromete a pagar pela sua realização.

    “Para os criadores, o crowdfunding abre todo um leque de novas possibilidades de financiamento de suas ideias. Para o público, oferece um sentido de participação antes impensável. O fã sente-se como um criador, autêntico colaborador do processo produtivo, capaz mesmo de ajudar a determinar os destinos das obras/produtos que admira. (FELINTO, 2012: 141)”

    Uma iniciativa jornalística brasileira digital financiada exclusivamente por crowdfunding é o coletivo Jornalistas Livres[36]. Iniciada de maneira quase anárquica no dia 15 de março de 2015 devido à angústia que profissionais independentes ou mesmo ligados a grandes grupos midiáticos sentiam ao ver a cobertura ideologicamente enviesada das manifestações contra o governo recém reeleito de Dilma Rousseff, o coletivo precisou buscar nos meses seguintes recursos para a montagem de uma infraestrutura mínima de atuação (aluguel de sede para os encontros, domínio e servidor de internet, impressão de credenciais, serviços de telefonia e um fundo para o financiamento de alguma reportagem especial). A campanha[37] de 45 dias no Catarse entre maio e junho de 2015 obteve o maior volume de doações via crowdfunding do jornalismo brasileiro, arrecadando R$ 132.730,00 (32% acima da meta estipulada) de 1.292 apoiadores.

     

    Desde então, o coletivo tem usado esse fundo em suas atividades. O dinehri tem sido suficiente porque nenhum Jornalista Livre recebe por seu trabalho. Praticamente todas as colaborações, sejam reportagens, artigos de opinião, fotos, vídeos, memes, etc, são feitas de forma voluntária com os equipamentos dos próprios profissionais e estudantes da equipe. Há núcleos dos Jornalistas Livres em vários municípios do país e troca de material e colaboração com outros coletivos em coberturas especiais, como por exemplo as manifestações e greves distribuídas pelo Brasil. Na sede que divide com outras mídias alternativas (como Fórum e Outras Palavras) em São Paulo são realizadas as reuniões semanais de pauta, abertas a qualquer interessado, nas terças-feiras à noite. Mas o controle diário de produção e publicação é realizado por meio de chats via Telegram, serviço de mensagens russo semelhante ao WhatsApp. O chat dos editores, jornalistas com mais senioridade que possuem as senhas de publicação nos diversos canais como Medium, WorldPress, Facebook, WhatsApp, Telegram e Twitter, possui atualmente 50 membros ativos.

     

    O uso de serviços gratuitos de redes sociais e plataformas de construção e até hospedagem de sites é comum em iniciativas jornalísticas que não possuem um fluxo regular de recursos financeiros. A mídia NINJA[38] (acróstico para Narrativas Independentes, Jornalismo e Ativismo) é outro exemplo. Surgida em 2013 a partir das experiências da Rede Fora do Eixo[39] e da Pós-TV[40], seu modelo de produção é colaborativo com boa parte dos parceiros vivendo em casas coletivas nas várias sedes e produzindo eventos culturais de forma independente como festivais, ou por meio de editais públicos. Os jornalistas, artistas, ativistas e produtores culturais compartilham um caixa comum, assim como roupas, equipamentos, utensílios de cozinha, etc. Além das coberturas ao vivo via streaming de smartphones que os tornaram famosos pela forma de reportar as manifestações de junho de 2013, também produzem comercialmente vídeos, ensaios fotográficos, cobertura de eventos, etc e, de maneira similar à Pública, os ninja possuem ainda patrocínio das fundações estadunidenses Ford e Open Society.

     

    Falando outra língua

     

    Esse sistema de “brodagem”, ou seja, amigos (brothers) se ajudando, trabalhando e vivendo em rede por meio de escambo e uso de moedas alternativas, atraiu muita atenção dos meios tradicionais de comunicação. É representativo da dificuldade da velha mídia de entendimento não só do modelo de negócio mas até mesmo da linguagem usada por eles, a entrevista no programa Roda Viva[41], da TV Cultura de São Paulo, com dois dos idealizadores da Mídia NINJA, Pablo Capilé e Bruno Torturra. Os jornalistas entrevistadores se dividiam basicamente em três grupos: os que não compreendiam a simplicidade dos equipamentos para transmissão streaming (na época smartphones 3G e o aplicativo coreano gratuito TwitCasting[42]), o conceito de multiparcialidade contraposto ao mito da imparcialidade jornalística e os que não “sacavam” como eles podiam viver sem salário com dinheiro compartilhado e não dividido.

     

    Fora das casas, interligando as cidades e colaboradores independentes, também há uma produção distribuída semelhante à dos Jornalistas Livres que, aliás, contaram muito com a parceria tecnológica dos NINJA em seu início.

    Temos vários chats do Telegram e um deles, por exemplo, é o chat de editoria, que tem inclusive colaboradores jornalistas de renome que não fazem parte da Mídia Ninja, mas fazem parte da nossa editoria. É por meio desse chat de editoria que diariamente vamos decidindo o que entra e o que não, as notícias do dia, vamos debatendo assuntos pertinentes. Tem um chat só de design, tem um chat só de texto e redação, tem os chats regionais e assim por diante. Então, a nossa redação se movimenta pela comunicação pelos chats e é muito mais vivo que presencialmente, por conta da conexão com outras cidades. (Cleyton Nobre in França, 2016. s/n)

    Como se vê, dentro das lógicas do Século XXI de produção e comunicação em redes digitais, a variedade de modelos de negócio para o jornalismo na Web é bastante grande. As iniciativas até aqui mais sólidas e sustentáveis parecem ser as que juntam diferentes modos de financiamento e/ou contam com trabalho colaborativo e voluntário. E, diferentemente dos investimentos necessários para manter estruturas com impressoras rotativas, estúdios, transmissores, antenas e equipamentos caríssimos; os custos de produção e divulgação das notícias e coberturas por meio de redes sociais e sites próprios são relativamente baixos. Esse novo ambiente comunicativo digital tem permitido a entrada em cena de players inovadores que estão criando não somente novas maneiras de se fazer jornalismo, mas também de sobreviver da atividade.

     

    Referências:

    BARROS, Cindhi Vieira Belafonte e SPAANENBERG, Ana Cristina Menegotto. Do Impresso ao Digital: A história do Jornal do Brasil. Anais do 10º Encontro Nacional de História da Mídia. UFRS 2010. Disponível em <http://www.ufrgs.br/alcar/encontros-nacionais-1/encontros-nacionais/10o-encontro-2015/gt-historia-do-jornalismo/do-impresso-ao-digital-a-historia-do-jornal-do-brasil/at_download/file>, acesso em 2 de julho de 2017.

     

    CARRO, Rodrigo. In Digital News Report 2017. Reuters Institute for the Study of Journalism. (pp. 106-107) Disponível em <http://po.st/lfJFXh>, acesso em 2 de julho de 2017.

     

    ESTARQUE, Marina. Após adotar paywall, jornais brasileiros batem recorde audiência e vendem cada vez mais assinaturas digitais. In Blog Jornalismo nas Américas, Knight Center for Journalism in the Americas. Disponível em <https://knightcenter.utexas.edu/pt-br/blog/00-17750-adocao-de-paywall-faz-aumentar-audiencia-de-jornais-no-brasil-e-estimula-venda-de-assi>, acesso em 29 de junho de 2017.

     

    FELINTO, Erick. Crowdfunding: entre as Multidões e as Corporações. Revista Comunicação, mídia e consumo. São Paulo, ano 9, vol. 9, n. 26, p. 137-150. Disponível em: <http://revistacmc.espm.br/index.php/revistacmc/article/view/347/pdf>. Acesso em 14 julho de 2017.

     

    FERRARI, Pollyana. Jornalismo Digital. São Paulo: Contexto, 2010.

     

    FRANÇA, Erick Caldeira de. Modelos de negócio no jornalismo independente e digital brasileiro. Monografia de pós-graduação em jornalismo digital e produção multimídia do Instituto e Educação Superior de Brasília – IESB, 2016. Disponível em < http://jordigital.iesb.br/wp-content/uploads/tccs/jdpm12015/FRAN%C3%87A%20-%20Erick%20-%202016%20-%20Modelos%20de%20neg%C3%B3cio%20no%20jornalismo%20independente%20e%20digital%20brasileiro%20-%20TCC%20JDPM12015.pdf >, acesso em 15 de junho de 2017.

     

    JORGE, Thaïs de Mendonça. Mutação no Jornalismo – Como a notícia chega à internet. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2013.

     

    MARCONDES FILHO, Ciro. Ser Jornalista – O desafio das tecnologias e o fim das ilusões. São Paulo: Paulus, 2009.

     

    [1] Disponível em <http://unicrio.org.br/img/DeclU_D_HumanosVersoInternet.pdf>, acesso em 1º de Julho de 2017.

    [2] Disponível em < https://knightcenter.utexas.edu/pt-br/blog/00-10482-no-brasil-internet-supera-jornais-e-se-torna-o-segundo-meio-preferido-para-investiment>, acesso em 1º de Julho de 2017.

    [3] O endereço IP define o terminal e a conexão usados para acesso a determinado conteúdo. Os paywall conseguem identificar assim qual máquina está solicitando a leitura de um artigo no portal do jornal, quantas vezes esse mesmo computador ou usuário acessou o portal e liberar ou não o acesso, pedindo uma senha pessoal ou direcionando o leitor à página de assinatura digital.

    [4] Disponível em <http://www1.folha.uol.com.br/colunas/paula-cesarino-costa-ombudsman/2016/10/1825449-a-conta-da-noticia.shtml>, acesso em 2 de Julho de 2017.

    [5] Fonte: Kantar Ibope Media. Disponível em <https://www.kantaribopemedia.com/meios-de-comunicacao-janeiro-%D0%B0-dezembro-2016/>, acesso em 2 de Julho de 2017.

    [6] Ivan Longo. Do impresso ao digital, Fórum proporciona uma nova experiência de se ler revistas. Disponível em <http://www.revistaforum.com.br/2015/07/05/do-impresso-ao-digital-forum-proporciona-uma-nova-experiencia-de-se-ler-revistas/>, acesso em 7 de junho de 2017.

    [7] Disponível em <http://www.jb.com.br/>, acesso em 2 de julho de 2017.

    [8] Disponível em <http://pt.publy.net/>, acesso em 2 de julho de 2017.

    [9] Disponível em < https://www.google.com.br/adsense/start/#/?modal_active=none/>, acesso em 2 de julho de 2017.

    [10] Disponível em < https://www.blog.google/topics/google-europe/improving-our-brand-safety-controls/>, acesso em 2 de julho de 2017.

    [11] Disponível em <http://www.outbrain.com/pt_br/about/company>, acesso em 3 de julho de 2017.

    [12] Disponível em <https://www.taboola.com/>, acesso em 4 de julho de 2017.

    [13] Disponível em <http://jornalggn.com.br>, acesso em 4 de julho de 2017.

    [14] Disponível em <http://www.revistaforum.com.br/socio/>, acesso em 3 de julho de 2017.

    [15] Disponível em < http://outras-palavras.net/>, acesso em 3 de julho de 2017.

    [16] Disponível em < http://www.outraspalavras.net/outrosquinhentos/>, acesso em 3 de julho de 2017.

    [17] Disponível em <http://www.cultura.gov.br/documents/10883/1300669/Portaria+n%C2%BA%2034+-+Fase+de+Classificados+-+M%C3%ADdia+Livre+-+Portal+MinC.pdf/26b08b77-9ee3-4f82-b52b-de7f143f9fb7>, acesso em 3 de julho de 2017.

    [18] Disponível em <https://briohunter.org/>, acesso em 29 de junho de 2017.

    [19] Mais detalhes sobre o fracasso no plano de negócios em < https://medium.com/brio-stories/raz%C3%B5es-para-otimismo-com-o-jornalismo-e08aa023e85e>, acesso em 29 de junho de 2017.

    [20] Disponível em <https://briohunter.org/lab/>, acesso em 29 de junho de 2017.

    [21] Disponível em <htt https://briohunter.org/room/>, acesso em 29 de junho de 2017.

    [22] Disponível em <https://briohunter.org/>, acesso em 29 de junho de 2017.

    [23] O director explica os motivos da mudança em < http://us3.campaign-archive2.com/?u=b2d6ff04d02b5697f0583e1ab&id=90f8a30a15/>, acesso em 29 de junho de 2017.

    [24] Disponível em < http://www.canalmeio.com.br/>, acesso em 9 de julho de 2017.

    [25] Disponível em < https://www.nexojornal.com.br/>, acesso em 9 de julho de 2017.

    [26] Disponível em < http://www.portaldosjornalistas.com.br/nexo-esta-na-rede/>, acesso em 9 de julho de 2017.

    [27] Disponível em < http://apublica.org/quem-somos/>, acesso em 14 de julho de 2017.

    [28] Disponível em < http://apublica.org/>, acesso em 14 de julho de 2017.

    [29] Disponível em < http://apublica.org/truco/>, acesso em 14 de julho de 2017.

    [30] Disponível em < http://apublica.org/museu-do-ontem/>, acesso em 14 de julho de 2017.

    [31] Veja como funciona em <https://br.creativecommons.org/>, acesso em 14 de julho de 2017.

    [32] Disponível em <http://apublica.org/quem-somos/#financiadores>, acesso em 14 de julho de 2017.

    [33] Disponível em < https://www.kickante.com.br/>, acesso em 14 de julho de 2017.

    [34] Disponível em < https://www.crowdfundingnobrasil.com.br/>, acesso em 14 de julho de 2017.

    [35] Disponível em < http://pesquisa.catarse.me/>, acesso em 15 de julho de 2017.

    [36] Disponível em < https://jornalistaslivres.org/>, acesso em 15 de julho de 2017.

    [37] Disponível em < https://www.catarse.me/jornalistaslivres>, acesso em 15 de julho de 2017.

    [38] Disponível em < http://midianinja.org/ >, acesso em 15 de julho de 2017.

    [39] Disponível em < http://foradoeixo.org.br/ >, acesso em 15 de julho de 2017.

    [40] A Pós-TV < http://foradoeixo.org.br/tag/pos-tv/> foi uma experiência de produção de vídeos e coberturas de eventos via internet desenvolvida por ativistas do Fora do Eixo e os jornalistas Lino Bochini (atualmente dirigindo as mídias digitais da revista Carta Capital) e Bruno Torturra (que hoje tem a iniciativa jornalística Fluxo < http://www.fluxo.net/> e colabora com o programa Greg News < http://br.hbomax.tv/serie/Greg-News-Com-Greg%C3%B3rio-Duvivier-01-Eps-01/501493/TTL613338>, de Gregório Duvivier na HBO). Acessos em 15 de julho de 2017.

    [41] Disponível em < https://www.youtube.com/watch?v=kmvgDn-lpNQ>, acesso em 15 de julho de 2017.

    [42] Disponível em < http://pt.twitcasting.tv/?hl=pt>, acesso em 15 de julho de 2017

     

     

     

  • O futebol não será televisionado

    O futebol não será televisionado

    Wilson Simonal eternizou de maneira célebre, na música Aqui é o País do Futebol, os versos que pautam, normalmente, as discussões políticas sobre o esporte:

     

    “Brasil está vazio na tarde de domingo, né?

    Olha o sambão, aqui é o país do futebol

    No fundo desse país

    Ao longo das avenidas

    Nos campos de terra e grama

    Brasil só é futebol

    Nesses noventa minutos

    De emoção e alegria

    Esqueço a casa e o trabalho

    A vida fica lá fora

    Dinheiro fica lá fora

    A cama fica lá fora

    Família fica lá fora

    A vida fica lá fora

    E tudo fica lá fora”

     

    Por mais que as Diretas Já tenham tido influência da Democracia Corinthiana, que o futebol tenha sido uma das principais portas da luta contra o preconceito racial com times como a Ponte Preta e o Vasco da Gama, o futebol é visto como um esporte de manutenção do status quo ou de reacionarismo. Muitas vezes nem é o esporte que faz isso, mas sim pessoas que utilizam a camisa esportiva para motivos extracampo.

    Todo esse senso-comum contra o futebol no Brasil teve uma fagulha de oposição neste último domingo, dia 19 de fevereiro de 2017. As equipes do Atlético Paranaense e do Coritiba entravam na Arena da Baixada decididos a fazer história no primeiro clássico do futebol do Paraná pelo campeonato estadual de 2017.

    Antes da decisão do certame, Atlético e Coritiba recusaram a proposta da RPC/Globo de venda dos direitos televisivos. Apesar de ambas equipes serem campeãs brasileiras – Atlético Paranaense em 2001 e Coritiba em 1985 –, a proposta foi muito abaixo daquela oferecida para outras equipes do Sudeste. Com a recusa, veio a ideia: a transmissão via Facebook pelas páginas oficiais dos dois clubes. Seria algo inédito no futebol nacional.

    Seria, afinal não aconteceu. A Federação Paranaense de Futebol, sem motivo claro – ora foi o não-credenciamento dos profissionais de comunicação, ora foi o posicionamento errado das equipes, mas nenhuma das duas com clareza legal –, proibiu o árbitro Paulo Roberto Alves Junior de iniciar a partida. Em alguns veículos de imprensa, tal como o Zero Hora Online e o UOL, o principal motivo posto foi o contrato da Globo com a Federação Paranaense, que é assinado sem a confirmação da proposta com os clubes.

    A resposta vinda dos representantes das equipes no campo foi clara. “Eu queria explicar para as duas torcidas. Atlético-PR e Coritiba não venderam seus direitos por essa esmola que a RPC e a TV Globo quiseram nos pagar. É um direito nosso. E hoje nós queremos fazer a transmissão de forma gratuita pelo Facebook e pelo Youtube. A Federação de forma absurda não quer que o jogo comece. Mas nós não vamos parar. Os dois clubes não venderam os seus direitos. A Federação de forma arbitrária quer que nós tiremos do ar a nossa transmissão, que não é ligada a nenhuma TV, é uma produtora que nós contratamos. Então não vai ter jogo. Peço desculpas às duas torcidas. Os técnicos estão de acordo. Eu já recebi o telefonema do presidente Petraglia e do presidente Bacellar que concordam com essa decisão”, declarou Mauro Holzmann, diretor de marketing do Furacão, ao jornal esportivo Lance!.

    O resultado desse imbróglio reside no legado das inúmeras imagens dos dois times saudando as torcidas no meio de campo antes de abandonar o jogo e no importante debate da desmonopolização da comunicação brasileira, especialmente no âmbito esportivo. A busca pela liberdade de informação não pode ser feita pela manutenção de velhos monopólios, sejam eles estatais ou privados.

    Equipes do Atlético Paranaense e Coritiba saudam, juntos, as torcidas. Reprodução Youtube

    Os clubes ao decidirem explorar eles mesmos – sob uma forma de comunicação do-it-yourself – a partida de futebol mostram o potencial das redes sociais digitais para uma nova era da transmissão da informação, uma era de liberdade plena de expressão. Liberdade de expressão essa que, muitas vezes, é pregada pelos meios tradicionais de informação em determinados assuntos. Só que, no entanto, quanto tocam em casos onde o monopólio e a restrição de informação os interessa, eles se tornam contrários a essa liberdade vinda das redes sociais digitais.

    O mundo do futebol acordou diante das possibilidades da liberdade de expressão. Sair dos monopólios onde uma única empresa (no caso do Brasil) ou mesmo o Estado (no caso da Argentina) tem a totalidade do controle dos direitos de transmissão do esporte se torna a tarefa primeira da comunicação esportiva nesse fim de segunda década do século XXI. Os clubes precisam expandir suas áreas de comunicação – tanto de jornalismo institucional como de marketing, sabendo bem distinguir o nicho de cada um – e dar possibilidade à pluralidade de vozes informacionais.

    É chegada a hora de não mais defender uma única mídia esportiva, mas sim as inúmeras vozes que formam o caleidoscópio do futebol. É uma oportunidade única em um país onde é fácil assistir a um jogo do Barcelona, mas difícil de ver na TV aberta um jogo que não seja dos 13 clubes grandes do país. O futebol precisa deixar de ser televisionado para cair de vez na rede digital e, com isso, se tornar grande novamente e ligado com o seu povo e suas demandas. É a chance do Brasil se tornar um país do futebol que não seja alienado tal como a música do Simonal, mas que represente direitos fundamentais, tal como o da liberdade de expressão informacional.

     

     

  • Jornalistas Livres chamam a atenção da Fundación para el Nuevo Periodismo Iberoamericano

    Jornalistas Livres chamam a atenção da Fundación para el Nuevo Periodismo Iberoamericano

     

    Dois representantes da Fundación para el Nuevo Periodismo Iberoamericano, responsável por uma das mais importantes premiações jornalísticas ibero-americanas, o Prêmio Gabriel García Márquez de Jornalismo, estiveram no Brasil essa semana. Jaime Abello Banfi, diretor geral da FNPI, e Ricardo Corredor Cure, diretor geral da entidade (na foto acima, da esquerda para a direita), vieram anunciar o prêmio especial de Excelência em Jornalismo a ser entregue para a jornalista Dorrit Harazim, da Revista Piauí e do jornal O Globo, no próximo dia 30 de setembro em Medellin, na Colômbia.

    Nos poucos dias que passaram no país, os diretores da FNPI aproveitaram para aprofundar suas informações sobre jornalistas e veículos tradicionais brasileiros. E também para conhecer melhor iniciativas mais recentes e inovadoras, como os Jornalistas Livres.

    “Sempre estamos interessados em saber mais sobre como os jornalistas independentes estão se organizando em novos modelos de cobertura e financiamento de reportagens”, explicou Banfi.

    Por quase duas horas, na sexta-feira 24 de julho, os diretores da FNPI conversaram com os representantes dos Jornalistas Livres sobre Crowdfunding, redes sociais, reportagens coletivas, reuniões de pauta abertas, mercado tradicional de jornalismo na América Latina, as manifestações de junho de 2013 e o cenário político brasileiro atual. Com pouco mais de quatro meses de existência, os Jornalistas Livres compartilham do ideário da FNPI, fundada pelo mítico escritor colombiano: independência, integridade e compromisso com um jornalismo ético, público e plural.

     

     

     

  • Tod@s junt@s somos fortes

    Tod@s junt@s somos fortes

     


    Festança de lançamento da rede Jornalistas Livres congrega artistas e ativistas, professoras e sem-teto, brasileiras e estrangeiros, mídia livre e jornalistas da mídia tradicional, adolescentes e veteranos


    São quase 15h do domingo 24 de maio de 2015 e os portões da Praça das Artes, no centro da cidade de São Paulo, ainda não foram abertos. A Praça das Artes é uma praça pública, administrada pela prefeitura paulistana, mas possui portões, e eles estão fechados. Os chefes de segurança da instituição zelam pela preservação do patrimônio público e estão temerosos no quase-início da festa de apresentação d@s Jornalistas Livres ao público paulistano, paulista, brasileiro e terrestre (estaremos em transmissão ao vivo via internet até o fim da festa, já na madrugada da segunda-feira).

    São quase 15h quando chega um grupo de homens vestindo a orgulhosa camiseta da FLM, a Frente de Luta por Moradia, e do MSTC, o Movimento Sem Teto do Centro.

    Foto: Jornalistas Livres

    A jornalista Laura Capriglione, uma das forças motrizes d@s #JornalistasLivres, reúne os bravos militantes da FLM numa roda para conversar sobre a dinâmica do evento. Os seguranças da Praça das Artes, uma mulher e um homem negr@s, parecem sobressaltados. É o momento de cair a ficha (com o perdão da expressão de quando as fichas ainda caíam): quem fará a segurança da Praça das Artes no grande dia d@s Jornalistas Livres será o movimento social de luta por moradia. Alguma coisa está de ponta-cabeça nesta festa, nesta cidade, neste país, neste mundo.

    Mal se abriram os portões da praça que tem portões e a praça agora sem portões já está lotada de gente, de gente que reluz uma diversidade humana estonteante, daquelas de arrancar lágrimas de participantes e de organizadores, to@s junt@s e misturad@s e de olhos molhados.

    Foto: Jornalistas Livres

    A compositora, cantora, ativista e deputada estadual Leci Brandão faz um discurso veemente, preciso e magoado, afirmativo de que a mídia tradicional jamais deu conta, atenção e muito menos demonstração de afeto à riqueza humana reunida nesta festa.

    “Não dá pra gente ser comandado por seis famílias que acham que podem pautar o Brasil”, expressa-se Leci. “São seis famílias que não olham pra uma coisa chamada periferia, pro genocídio da juventude negra, pra quem é considerado fora do sistema deles, pra violência contra a mulher, que ficam tripudiando com o segmento LGBT. Eles têm preconceito contra tudo e contra todos.”

     

    Leci conclui se identificando com a rede #JornalistasLivres e acarinhando nossos afetos: “Estes jornalistas são verdadeiramente jornalistas, não são pautados pelo chefe, pelo dono. Não. É a cabeça, é a independência, é a liberdade. Viva a liberdade da imprensa. Viva a liberdade do Brasil”.

    A banda Satélite Musique dinamita fronteiras ao som latino, caribenho, africano da mistura de que é composta, com cidadãos-músicos haitianos e africanos, todos eles atualmente moradores do Brasil. “Haitimanos — Haiti-Brasil”, proclamam as camisetas azuis dos Satélite Musique: o Haiti é aqui.

    Foto: Sérgio Silva / Jornalistas Livres

    A valorosa Carmen da Silva Ferreira, líder-força da FLM, dança majestosamente ao som dos refugiados. Minutos atrás, Carmen e sua filhaPreta correram em minha direção e me abraçaram juntas, com força, de um modo como só uma mãe e uma irmã me abraçariam — afinal, somos mesmo parentes (como diriam dois índígenas que se reconhecessem um ao outro na rua). Agora, a senhora-menina-mulher-da-pele-preta-baiana Carmen dança.

    Ao microfone, o secretário municipal paulistano de Direitos HumanosEduardo Suplicy canta “Blowin’ in the Wind”, secundado por animado coro popular.

    A cartunista Laerte passeia livre, leve e loura pela nossa festa.

    Foto: Jornalistas Livres

    Leo Moreira Sá, ator, dramaturgo, homem transexual, ex-integrante da banda de meninas punks Mercenárias, atual jornalista livre, me conta ao microfone da dor e da delícia de ser o que é, de ser quem é. Nossos olhos se umedecem juntos, e eu lembro da honra que tenho em ajudar a editar ostextos jornalísticos que ele escreve.

    As cineastas Tata Amaral (Antônia) e Caru Alves (De Menor) passeiam juntas pela festa — além de terem em comum a profissão, são mãe e filha e nossas parentes #CineastasLivres.

    Jovens de cabelos coloridos e de cabelos afro e de cabelos moicanos dançam aos sons latinos da banda mexicana-e-paulista Francisco, el Hombre, ao samba paulistano de Yvison Pessoa, de São Mateus, ao rap feminino de Flora Matos e ao candomblé tropicalista do DJ Tutu Moraes.

    Fotos: Jornalistas Livres

    Garotas de penteados e visuais sensacionais transformam num front feminista a fila do gargarejo do show de rap-jazz da linda e ruiva Tássia Reis.

    Converso de passagem com Gina Lobrista, a Índia Apaixonada, cantora paraense de sofrência tecnobrega, que se apresenta no Mercado Ver o Peso, em Belém, ao lado do namorado equatoriano, o DJ Ata Wallpa, também presente a esta festa de diversidades.

    Foto: Jornalistas Livres

    Meninos Fora do Eixo trabalham duro na arquitetura de palco. Meninas fora do fora do fora do eixo quebram tudo na arquitetura de logística.

    Meninas e meninos Jornalistas Livres trabalham sem um tostão no bolso (e, sim, prezad@ leitor@, isto é um baita problema), mas com sorrisões no rosto que só a felicidade podem proporcionar.

    Jornalistas Livres de todas as idades nos fotografamos e filmamos e descrevemos e entrevistamos uns aos outros, cientes de que somos personagens da festa heterogênea, além de seus anfitriões.

    No amplo pátio-praça, a modesta barraquinha vende, por preços mais que camaradas, produtos da agricultura de assentamento, do Movimento Sem Terra, coisas de comer sem agrotóxico e sem ódio.

    A militante negra e jornalista livreEliane Dias, esposa de Mano Brown, assiste embevecida à apresentação-relâmpago do rapper gay Rico Dalasam, um dos MCs de nossa festa e um dos talentos explosivos do hip-hop brasileiro pós-Emicida e pós-Criolo. Eliane está com a filha já quase-adultaDomênica, irmã de Jorge — Jorge e Domênica foram batizados em honra e amor de Jorge Ben (Jor)e sua esposa Domingas. E hoje é domingo.

    Coincidentemente parado em pé ao lado de Eliane, um senhor de muita idade, já combalido pelo tempo, assiste a fragmentos das apresentações de noss@s parceir@s #ArtistasLivres. Trata-se de Paul Singer, um dos mais importantes intelectuais brasileiros, pai de gente que fez história na redação da Folha de São Paulo e na USP.

    Foto: Jornalistas Livres

    Um jornalista histórico, Dermi Azevedo, se emociona e embevece os corações machucados d@s Jornalistas Livres, afirmando em entrevista aos#JL Haroldo Ceravolo e Adriano Diogo que esta nossa é a maior manifestação pela democratização da mídia de que ele participou em toda sua vida.

    (Pausa para mais lágrimas.)

    O amigo de Twitter Julio Cesar Amorim, @juliocesaramor, me dá um importante livro de presente e se encaminha para a barraca de doações. Um dos motivadores da festa é apresentar nosso projeto de financiamento cidadão junto ao site Catarse — nós não sobreviveremos sem o seu apoio direto, querida leitora, querido leitor.

    No processo de democratização da informação de que fala Dermi, somos 200 milhões de #JornalistasLivres no Brasil, compreendendo por jornalistas livres to@s aquele@s que lemos, assistimos, escutamos, gravamos, filmamos, fotografamos, consumimos e ajudamos a financiar jornalismo livre.

    Foto: Jornalistas Livres

    O amigo tuiteiro Julio Cesar faz sua generosa doação e diz que vai para casa chorar — chorar, concluo por ver os sonhos de democratização dele (nossos) virando realidade aos poucos. O Julio sabe que, lá no Twitter e no e-mail dele, também é #JornalistaLivre — assim como você (você sabe?).

    Nós, que estamos na rede #JL, assistimos junt@s e emocionado@s à projeção, na parede da prédio da Praça das Artes, do vídeo que fizemos para o Catarse. Agora só falta você (ou não falta?).

    Também estão entre nós, para nosso espanto e contenteza, colegas da mídia tradicional, tanto operários cotidianamente torturados nas redações como gente com cargo “grande” de colunista,editor etc. Desconfiamos que, mesmo assim, nossa festa não será documentada pela chamada “grande” mídia (ou foi?).

    Alguma coisa está de ponta-cabeça neste mundo, neste país, nesta cidade, nesta festa e nas redações desta nossa machucada profissão chamada jornalismo.

    Do mundo oficial, das autoridades, convidamos a galera toda, nos níveis municipal, estadual e federal, o Haddad e o Alckmin e a Rousseff. Temos representantes municipais (Suplicy, o secretário municipal de Promoção da Igualde Racial Antonio Pinto) e federais (o secretário nacional de Juventude Gabriel Medina, a secretária de Cidadania e Diversidade Cultural do Ministério da Cultura Ivana Bentes).

    Do nível estadual, salvo engano meu, não há viv’alma, e nunca deixa de me causar espécie e desgosto o desinteresse, o apartheid, a ausência completa do aparato tucano (que é também o aparato midiático tradicional) em meio à nossa população de jornalistas, sem-teto, fora-do-eixo, índias, haitianos, senegaleses, congoleses, transexuais, adolescentes, idosos, jovens, sem-terra, gays, mato-grossenses, mineiros, baianas, sem-emprego, rappers, funkeiras, tecnobregas, moradoras de rua, professoras em greve, povo sem água etc. etc. etc.

    Fotos: Márcia Alves

    No abismo entre os movimentos sociais e o mundo-cenário que a mídia tradicional se esforça diariamente por inventar, mora talvez o espanto d@s seguranças da Praça das Artes diante dos garbosos militantes da FLM que vieram nos ajudar a garantir a paz e a harmonia num evento aberto, gratuito, prolongado, alcoólico, festivo e hedonista.

    Pois bem, a festa acaba lá pelas 2h de segunda-feira num congraçamento entre Jornalistas Livres, o DJ Tutu Moraes e moradores de rua do centro paulistano. Foram 11 horas de festa, durante as quais não houve nenhum incidente, nenhuma briga, nenhum bate-boca, nem uma gotícula respingada de ódio. Não foi porque sejamos realmente e/ou completamente livres (ainda estamos longe de realizar esse sonho) — é que viver em busca de igualdade, fraternidade e liberdade é algo que pacifica os ânimos e acalenta os corações.

    Foto: Jormalistas Livres

    Quer apostar comigo que você também sentiu alegria, emoção ou alguma outra sensação calorosa enquanto lia este texto?


    Seja Jornalista Livres! Apoie a construção da nossa rede de jornalistas independentes: catarse.me/jornalistaslivres

  • Nós somos as e os #JornalistasLivres

    Nós somos as e os #JornalistasLivres

     

    #JornalistasLivres somos uma rede de coletivos originada na diversidade. Existimos em contraponto à falsa unidade de pensamento e ação do jornalismo praticado pela mídia tradicional centralizada e centralizadora. Pensamos com nossas próprias cabeças, cada um(a) de nós com sua própria cabeça. Os valores que nos unem são o amor apaixonado pela democracia e a defesa radical dos direitos humanos.

    #JornalistasLivres nos opomos aos estratagemas da tradicional indústria jornalística (multi)nacional, que, antidemocrática por natureza, despreza o espírito jornalístico em favor de mal-disfarçados interesses empresariais e ideológicos, comerciais e privados, corporativos e corporativistas.

    #JornalistasLivres não agimos orientados por patrão, chefe, editor, marqueteiro ou censor. Somos nossos próprios patrões/patroas, somos nossos próprios empregados. Almejamos viver em liberdade e vivemos na busca incessante por liberdade.

    #JornalistasLivres produzimos REPORTAGEM. Lamentamos o confinamento a que a indústria midiática relegou o mais nobre dos gêneros jornalísticos e trabalhamos para reduzir o abismo de desequilíbrio. A matéria-prima de nossas reportagens é HUMANA. Almejamos um jornalismo humano, humanizado e humanizador, ancorado principalmente em personagens da vida real (não só em estatísticas), na frondosa diversidade da vida dentro da floresta (não à distância robocop das tomadas aéreas panorâmicas), na fortuna das histórias (não dos cifrões).

    #JornalistasLivres lutamos pela democratização da informação, da comunicação e da vida em sociedade, contra a ditadura de pensamento único instalada dentro das redações convencionais. Agimos por espírito público, jamais por interesses privados. Produzimos reportagem, crônica, análise, crítica, nunca publicidade ou lobby privado. Somos jornalistas-cidadãs e jornalistas-cidadãos, comprometidos a informar sob a égide da cidadania e do combate às desigualdades. Trazemos notícias dos fracos e oprimidos, sabendo que individualmente também somos fracos e oprimidos, mas TODAS E TODOS JUNTOS SOMOS FORTES.

    #JornalistasLivres acreditamos que a história da qual participamos, todos os dias, precisa ser contada a partir de muitos pontos de vista. Somos ambiciosos a respeito das narrativas do nosso tempo. Fazemos o registro da história e das histórias e não aceitamos que a realidade seja registrada somente pelos que detêm o poder econômico, político e cultural.

    #JornalistasLivres não observamos os fatos como se estivéssemos deles distantes e alienados. Sabemos que a mídia, o jornalismo e os jornalistas interferem diretamente naquilo que documentamos, reportamos e interpretamos. Não nos anulamos, não nos apagamos das fotografias, não nos escondemos atrás dos fatos para manipulá-los. Nos assumimos como participantes ativos dos fatos que reportamos. Participamos da realidade como cidadãos e cidadãs movidos pelo interesse coletivo: transparentes, francos, abertos, democráticos.

    #JornalistasLivres não competimos entre nós. #JornalistasLivres colaboramos uns com as outras e com a sociedade a que nos apresentamos como trabalhadoras e trabalhadores.

    #JornalistasLivres abominamos a hierarquia, o autoritarismo, o patrimonialismo, o patriarcalismo. #JornalistasLivres prezamos a descentralização em uma sociedade horizontal, igualitária, fraternal. Sob o guarda-chuva das e dos #JornalistasLivres cabemos VOCÊ e brasileiros de todos os quadrantes, dos interiores e dos litorais, das florestas e dos sertões, das roças e das cidades, das periferias e dos centros, além de todas e todos os brasileiros expatriados e os não-brasileiros que adotaram o Brasil como sua casa.

    #JornalistasLivres somos uma rede que funciona a partir do conceito de rede distribuída, não tem centro, não tem intermediários. Todos os #JornalistasLivres somos pontos importantes em um mesmo nível de acesso à informação, manifestação, ação, decisão e responsabilidade. Apostamos na multiplicação de nós mesmos e no livre compartilhamento do que produzimos, salvaguardados o compromisso ético e os direitos individuais de autoria. Convidamos todos a se somarem na construção desse processo colaborativo, a organizer seus próprios coletivos em seus estados, cidades, bairros, comunidades, a ser #JornalistasLivres.

    #JornalistasLivres nos horrorizamos diante de quaisquer preconceitos e vivemos para combatê-los. Somos mulheres, homens, cisgêneros, transexuais, não-binários, negras e negros, brancas e brancos, amarelas e amarelos, mestiças e mestiços, indígenas, quilombolas, caiçaras, lésbicas, gays, homossexuais, bissexuais, heterossexuais, polissexuais, assexuais, religiosas e religiosos, ateus, agnosticas e agnosticos, pobres, remediados, ricos, velhos, jovens, de meia-idade, experientes, novatos, alunos, professores, arraigados, nômades, ciganos, INDECISOS. Existimos para trazer notícias desses povos, de todos os povos.Combatemos frontalmente a misoginia, o racismo, a homofobia, a lesbofobia, a transfobia, as fobias, os preconceitos de origem social, o fascismo, a desigualdade, o ódio à democracia e à coexistência democrática. Defendemos a liberdade religiosa individual como defendemos a laicidade do Estado. Somos libertários e prezamos a memória, a verdade, a justiça, a solidariedade.

    #JornalistasLivres nos indignamos profundamente com a desigualdade racial vigente neste país de maioria afrodescendente que teima em afirmar que “não somos racistas”. Afirmamos a urgência do combate à discriminação racial e social, ao genocídio da população negra, à desumanidade carcerária.

    #JornalistasLivres sabemos que escutar é o maior dom dos jornalistas.#JornalistasLivres falamos e nos expressamos, mas acima de tudo ESCUTAMOS a polifonia de vozes ao nosso redor (e, inclusive, dentro de nós mesmos). Praticamos um diálogo, uma algazarra polifônica, jamais um monólogo.

    #JornalistasLivres não carregamos certezas. Não sabemos mais do que VOCÊ. Não somos donos da verdade, de nenhuma verdade. Pedimos a VOCÊ que, a um só tempo, acredite e duvide do que escrevemos, falamos, gravamos, reportamos. Queremos disseminar ideias e, entre elas, a ideia de que o que produzimos serve ao diálogo e ao debate, nunca para decretar a ninguém o que pensar ou como agir.

    #JornalistasLivres temos lado (cada uma de nós tem seus próprios lados). Individualmente, não somos neutros, isentos, apartidários, brancos ou nulos. Nossa pluralidade é resultado do agrupamento de todos nós, não da ruptura interna de nossos corpos e mentes individuais.

    #JornalistasLivres sabemos que todo cidadã e cidadão se torna um(a) jornalista quando está munido de sua rede social, de seu blog, de seu telefone celular, de sua câmera filmadora, de suas próprias ideias. Estamos convictos de que a realidade lá fora é a soma complexa, desierarquizada e contraditória de todos os nossos olhares, escutares e falares aqui dentro.

    #JornalistasLivres acreditamos no jornalismo como fonte de conhecimento transformador, de superação das desigualdades e de construção de um mundo menos autoritário e menos concentrado nas mãos de um poderio militar, econômico e midiático. #JornalistasLivres não toleramos manipulações midiáticas, impérios, ditaduras.#JornalistasLivres queremos os povos unidos, fortes e soberanos — em especial os da América Latina, porque aqui vivemos.

    #JornalistasLivres amamos a cultura, a arte, a cidadania, a política, a memória, a história, o cotidiano, o convívio. #JornalistasLivres amamos, não odiamos — mas sabemos enfrentar os que odeiam.

    #JornalistasLivres praticamos a observação do cotidiano e o senso crítico sob o prisma do SIM, mais do que o do NÃO. Nosso jornalismo é afirmativo, jamais reativo ou reacionário. Não somos jornalistas contra (tudo e todos), somos jornalistas a favor (da justiça, do aprimoramento humano, da convivência em sociedade, da troca, da alegria, da felicidade, da sexualidade, da paixão, do amor, da luta por um planeta mais limpo para as gerações que virão).

    Nós somos as e os #JornalistasLivres.


    Aos nossos queridos apoiadores, conforme combinado, é uma honra ter seu nome eternamente no Manifesto dos Jornalistas Livres.

    ABEL DE CARVALHO FILHO

    ACI APARECIDA DINIZ RANGEL

    ADAUTO PINTO DE ARAUJO

    ADILSON ARAÚJO

    ADOLFO GABALDO GARROUX

    ADRIANA GONÇALVES SARAIVA

    ADRIANA GUIMARAES JACOBSEN

    ADRIANA NUNES

    ADRIANA OLIVEIRA MAGALHÃES

    ADRIANA SOUZA SILVA

    ADRIANO ARRUDA RAMOS

    ADRIANO JOSÉ DE SOUSA

    ADRIENNE RODRIGUEZ

    AGNES ZULIANI

    AITZIBER URIBETXEBARRIA ETXABE

    ALAM KENJI MINOWA

    ALBERTO BETINHO CUNHA

    ALBERTO PAULO VASQUEZ

    ALBERTO PERIBANEZ GONZALEZ

    ALBERTO ROCHA BARROS NETO

    ALBERTO ROCHA BARROS NETO

    ALDO QUEIROZ

    ALECIO MANHAS

    ALERRANDRE BARROS

    ALESSANDRA ALVES

    ALESSANDRA GUARNERI

    ALESSANDRA JORGE

    ALESSANDRO AZEVEDO

    ALESSANDRO PINZANI

    ALESSANDRO RANULFO LIMA NERY

    ALESSANDRO SILVEIRA

    ALEX ANDRADE SIQUEIRA CAMPOS

    ALEXANDRA FERNANDES DO AMARAL

    ALEXANDRE AGUIAR DE CASTRO

    ALEXANDRE ANDRÉ AMENDOLA

    ALEXANDRE AUGUSTO

    ALEXANDRE BRANDÃO HENRIQUES MAIMONI

    ALEXANDRE DE JESUS TRINDADE

    ALEXANDRE MACHADO PAIXÃO

    ALEXANDRE MORAIS

    ALEXANDRE NÍCOLAS RENNÓ

    ALEXANDRE PROCHNOW

    ALFREDO CORREIA NETO

    ALICE GEROLAMO

    ALICE LANA

    ALICE LANA

    ALICE LANA

    ALICE MARTINS MORAIS

    ALICE SHINTANI

    ALICE VERGUEIRO

    ALICIA SANTOS PERES

    ALINE CUSTÓDIO

    ALINE GASPARINI

    ALINE RUIZ MENEZES

    ALINNY RUSSINI

    ALISSON DOS SANTOS BASILIO

    ALLAN PATRICK MEDEIROS LUCAS

    ALUIZIO FERREIRA PALMAR

    ALVARO ANDRADE ALVES

    ÁLVARO JOÃO OLIVEIRA DE DEUS

    ALVARO MARINHO

    ALYNE RANGEL

    AMANDA LOPES

    AMANDA OLIVEIRA SCARPARO

    ANA BALESTIERE DE SOUZA

    ANA BEATRIZ LUCATO CIANFLONE

    ANA BETE

    ANA CAROLINA LASS VIOLANTE

    ANA CAROLINA SCHIRMER LIMA

    ANA CAROLINE AYRES CARDOSO

    ANA CLARA DEMARCHI BELLAN

    ANA DE SANTANA

    ANA GODOY

    ANA LÍDIA ROST

    ANA LUCENA DE SÁ

    ANA LÚCIA BATISTA ALMEIDA

    ANA LÚCIA PRADO

    ANA LUISA MONTEIRO CORREARD

    ANA MARIA VIEIRA DE SOUZA

    ANA MARIA ZODI

    ANA NASCIMENTO ABRAMO

    ANA NOVAIS

    ANA PAULA CERQUEIRA

    ANA PAULA COSTA DA SILVA

    ANA PAULA FRANKE

    ANA PAULA GUIMARÃES

    ANA PAULA KLEIN

    ANA PAULA VENTRIS VALENTIM

    ANA ROSA COLHADO

    ANA TIGRINHO

    ANALICE DE NOVAIS PEREIRA

    ANALINE ALMEIDA SPECHT

    ANAMARIA TELES

    ANANDA GANDRA AGUIAR

    ANDERSON FELISBERTO DIAS

    ANDERSON GODOI BERNARDES

    ANDRÉ BARRETO AMARAL

    ANDRÉ DE PAIVA TOLEDO

    ANDRÉ LIMA

    ANDRE LUIS GRUBER

    ANDRÉ LUIZ PIZARRO DE CASTILHO

    ANDRÉ MARINCEK

    ANDRÉ MATSUMURA

    ANDRÉ NOGUEIRA

    ANDRE PASSAMANI

    ANDRÉ PASSOS RIBEIRO

    ANDRÉ RUOPPOLO BIAZOTI

    ANDRÉ TOSO

    ANDRÉ VILELA PEREIRA

    ANDRÉ XAVIER

    ANDRÉA CASTELLANO MOSTAÇO

    ANDRÉA DE LIMA

    ANDRÉS THOMPSON

    ANDRYO MARRANE AMARAL

    ANGELA GAMBASSI

    NGELA GUIMARÃES

    ANNA HADDAD

    ANNETE SCOTTI RABELO E RONILDE ROCHA MACHADO

    ANTONI OLIVER REUS

    ANTONIO AUGUSTO DELFIM DA SILVA SANTOS

    ANTONIO CARLOS CARVALHO

    ANTONIO CARLOS VALENÇA DE OLIVEIRA MOTTA

    ANTÔNIO DE PÁDUA DE LIMA BRITO

    ANTONIO DONATO MADORMO

    ANTÓNIO FERREIRA

    ANTONIO FREITAS

    ANTONIO FREITAS

    ANTONIO JACINTO INDIO

    ANTONIO LUIZ ROCHA DACORSO

    ANTONIO SERGIO BORBA CANGIANO

    APARECIDO ARAUJO LIMA

    ARIEL FAJTLOWICZ

    ARIEL PEREIRA QUINTELA

    ARLETE AVANI GOMES DA SILVA

    ARMANDO LUIZ ANTENORE

    ARMANDO P. SILVA JR.

    ARNOBIO LOPES ROCHA

    ARTHUR CF

    ARTUR AZEREDO

    ASSOCIAÇÃO CULTURAL PARALELA

    AUGUSTO CESAR MAGALHAES CONSENTINI

    AUTENIR DE REZENDE

    BÁRBARA BRAGATO

    BÁRBARA FURTADO

    BEATRIZ COSTA BARBOSA

    BEATRIZ TREZZI VIEIRA

    BEATRIZ VIANNA HENRY

    BEN-HUR DEMENECK

    BERNARDO ALE ABINADER

    BERNARDO BULCÃO DA SILVA

    BERNARDO JUREMA

    BETH SALGUEIRO

    BIBIANA LEME

    BIEL LARA

    BREILLER PIRES

    BRENO MORITA FORASTIERI DA SILVA

    BRUNA ARCANGELO DE TOLEDO

    BRUNA DE LARA MORAIS FERREIRA

    BRUNA GOMES CARNEIRO

    BRUNA POTENZA

    BRUNO AZEVEDO ANDRIOTTI

    BRUNO CAMILLOTO

    BRUNO DE FIGUEIREDO E SILVA

    BRUNO DOS SANTOS PEREIRA LEITE

    BRUNO MIRANDA

    BRUNO PASSOS

    BRUNO VERGUEIRO

    CAIO CÉSAR SPILLERE

    CAIO RENNÓ JOSÉ

    CAMILA ALAM NUNES

    CAMILA B F BARALDI

    CAMILA LOUSANA PAVANELLI DE LORENZI

    CAMILA RODRIGUES DA SILVA

    CAMILO MORANO VANNUCHI

    CARINA KUNZE

    CARINA PACCOLA

    CARLA CAFFE

    CARLA PAVAO

    CARLA TROMBINI

    CARLOS ALBERTO CARVALHO

    CARLOS ALBERTO DE OLIVEIRA

    CARLOS ALBERTO VICALVI

    CARLOS AUGUSTO RUOCCO

    CARLOS EDUARDO LIMA DA SILVA

    CARLOS EDUARDO ZARPE

    CARLOS NUNES DA COSTA

    CARLOS R A GOUVEIA

    CARLOS SOARES

    CARLOS VON SOHSTEN

    CAROL ALMEIDA

    CAROL DE SÁ

    CAROLINA BROGNARO

    CAROLINA MÓR SCARPARO

    CAROLINA OMS

    CAROLINA PINHEIRO

    CARU ALVES DE SOUZA

    CARU MURICCA

    CARU SCHWINGEL

    CASSIO TONSIG

    CATIA GOULD DE ASSIS

    CECÍLIA BACHA

    CECÍLIA GABRIELAN

    CECILIA NEGRÃO

    CÉLIA GENOVEZ

    CÉLIA MEDINA

    CELSO NUCCI FILHO

    CELSO OLIVEIRA MARCONDES DE FARIA

    CELY BERTOLUCCI

    CENTRAL DOS TRABALHADORES E TRABALHADORAS DO BRASIL

    CESAR AUGUSTO ZANIN FILHO

    CÉSAR LOCATELLI

    CIA TEATRO SEM CENSURA

    CIBELIH HESPANHOL TORRES

    CIDA VENTURA

    CLARICE VAL

    CLÁRISON DA SILVA AVELAR

    CLARISSA MERTZ

    CLAUDIA AIED VALADÃO

    CLÁUDIA MALINVERNI

    CLÁUDIA MARIA VILAR DE MELO

    CLAUDIANA CAMPANHARO

    CLAUDIO ANTONIO CAMPANA

    CLAUDIO ANTONIO CAMPANA

    CLAUDIO CAMARGO

    CLAUDIO FRANCHINI

    CLÁUDIO FREITAS GONÇALVES

    CLAUDIO LUÍS DE SOUZA

    CLAUDIO ROBERTO MOTTA JUNIOR

    CLAUDIO SANTANA

    CLAUDIO SOARES CAMPOS

    CLEUBER PEREIRA

    CLEUSA GARCIA

    CONTRA REGRAS

    CRIS CAMPOS

    CRISTIAN CHINEN

    CRISTIAN MARTINS

    CRISTIANA GIUSTINO

    CRISTIANE MELLO

    CRISTIANE OLIVEIRA

    CRISTIANE TAVARES

    CRISTIANE TEIXEIRA RODRIGUES

    CRISTIANO PAVINI

    CRISTIELE ALMEIDA DE CASTRO

    CRISTINA DA GAMA MÓR

    CRISTINA MACHADO MAIA

    CRISTINA NAUMOVS

    CTB CENTRAL DOS TRABALHADORES E TRABALHADORAS DO BRASIL

    DACIO VILLAR

    DALILA TELES VERAS

    DALMO ALEXSANDER

    DAMARIS GIULIANA MARTINS GONÇALVES

    DANIEL BUENO CATEB

    DANIEL CAMARGOS

    DANIEL CUNHA

    DANIEL DA ROSA VARGAS

    DANIEL DE CARVALLHO SOARES

    DANIEL FERNANDO FRANCENER

    DANIEL LEMOS CURY

    DANIEL MARCIS DEMETER

    DANIEL MEIRINHO

    DANIEL NAVARRO SONIM

    DANIEL NOVAIS MARTINS

    DANIEL QUEIROZ GALVÃO

    DANIEL RIBEIRO

    DANIEL SÁ FORTES GULLINO DE FARIA

    DANIEL TREVISAN SAMWAYS

    DANIELA AMENDOLA PINHEIRO

    DANIELA ARRAIS

    DANIELA DE CAMARGO BARROS AFFONSO

    DANIELA MAYORCA

    DANIELA SALOMÃO GORAYEB

    DANIELA SANTIAGO

    DANIELA TOMEI

    DANILO CASTRO

    DANILO CORRÊA SILVA

    DANILO DA COSTA LIMA

    DANILO MOREIRA

    DANILO RIBEIRO CONDE

    DANILO VALENTIN PEREIRA

    DANILO VILAÇA

    DARIO HONSHO

    DAVI MOLINARI

    DAVID LOJUDICE S.

    DÉBORA BORGES

    DEBORA MAMBER CZERESNIA

    DEBORA PAZETTO FERREIRA

    DÉBORA PISSARRA

    DÉBORAH DE PAULA SOUZA

    DEBORAH LEÃO WAINER

    DEBORAH REGINA LEAL NEVES

    DENISE BECKER

    DENISE FARAGE

    DIEGO BORIN REEBERG

    DIEGO CAVICHIOLLI CARBONE

    DIEGO MARCELO BIANCHI MENDEZ

    DIEGO MORENO QUINTEIRO

    DIEGO RIBEIRO MARQUES

    DIEGO RISSATTO AUGUSTO

    DIEGO SPIERING PIRES

    DIOGO LEITE

    DIOGO SOARES MARTINS

    DIRCE QUINTINO

    DJALMA MENEZES DE OLIVEIRA

    DOMINGOS ANDRE CANADA

    DORACI ALVES LOPES

    DOUGLAS ALVES

    DOUGLAS GERMANO

    DOUGLAS MAY

    DRICA MONTEIRO

    EDELSVITHA PARTEL MURILLO

    EDER LUÍS PARLADORE

    EDER SANTOS SILVA

    EDER SANTOS SILVA

    EDILHO COSTA RABELLO CABRAL

    EDILTON ERNANI KARAS

    EDIMILSON LYRA DE SOUZA

    EDNILTON SANTOS DE OLIVEIRA

    EDSON APARECIDO DA SILVA

    EDSON CORDEIRO DOS SANTOS

    EDUARDO AUGUSTO SENA

    EDUARDO DE ALMEIDA DANTAS

    EDUARDO GRILLI

    EDUARDO IZUMINO

    EDUARDO MATARAZZO SUPLICY

    EDUARDO NUNOMURA

    EDUARDO SURIAN MATIAS

    EDUARDO TOMAZINE TEIXEIRA

    EGBERTO NOGUEIRA

    EGLE SPINELLI

    ELAINE DE LUCA DOMITH GODINHO

    ELAINE IORIO

    ELENICE ROSA

    ELIANE FACCION

    ELIEGE FANTE

    ELISA CARARETO ALVES

    ELISABETE VINCENSI GABBI

    ELISABETH NUCCINI

    ELIZABETH FERREIRA

    ELKE VANESSA BELO GIBSON DOS SANTOS

    ELOIR FERNANDES MACHADO

    ELTON DE OLIVEIRA MORAIS

    ELTON EUCLIDES FERNANDES

    EMERSON MARQUES PEDRO

    EMMANUELLE CRISTINA ALVES BARBOSA

    ERICA LUCIANA ALVES

    ERICH VALLIM VICENTE

    ERIKA ESPINDOLA FISCHER

    ERIKA ESPINDOLA FISCHER

    ERIKA FAE

    ÉRIKA MARTINS DE ANDRADE

    ERNANI LUCENA

    ESMENIA VAZ

    ESPAÇO REVISTA CULT

    ESPER LEON

    ETELMAR LUIZ SANTOS JUNIOR

    EU MESMO

    EVANDRO MESSIAS DA SILVA

    EVARISTO ALMEIDA PRATES DOS SANTOS

    FABIANA PACHECO

    FÁBIO AUGUSTO DE MORAES FERNANDES

    FÁBIO BARDELLA

    FABIO DUARTE

    FÁBIO EDUARDO DA SILVA

    FABIO EMBU

    FÁBIO LOPES BUSIAN

    FÁBIO LÚCIO SANCHEZ

    FÁBIO VANZO

    FABRÍCIO ALVES

    FABRICIO NORONHA

    FATIMA TOMAS MUSACCI

    FAUSTO SPOSITO

    FELIPE CAMPOS PENHA

    FELIPE CARUSO

    FELIPE DUVARESCH KAMIA

    FELIPE ISZLAJI DE ALBUQUERQUE

    FELIPE ISZLAJI DE ALBUQUERQUE

    FELIPE QUINTINO MONTEIRO LIMA

    FELIPE SCHMIDT FONSECA

    FELIPE VILLELA

    FELIPE ZANONI

    FELIPPE RODRIGUES

    FELIPPE SAMMARCO

    FERNANDA CARPEGIANI LOPES

    FERNANDA CURY CABRAL

    FERNANDA DE ARAÚJO PATROCINIO

    FERNANDA DE PAIVA LIGABUE

    FERNANDA FONSECA

    FERNANDA LOUREIRO

    FERNANDA MELLO MENA

    FERNANDA NASCIMENTO

    FERNANDA PAGIORO DA CUNHA

    FERNANDA SALLA MARTINS

    FERNANDA TELLES RIBEIRO

    FERNANDO BRUGNERA DE MORAIS

    FERNANDO DUARTE CALDAS

    FERNANDO GOMES FREIRE

    FERNANDO VALENCIA

    FILIPE GALGANI

    FILIPE MUNIZ FATEL

    FLAVIA GIANINI

    FLAVIA MARTINS Y MIGUEL

    FLÁVIA TONALEZI

    FLÁVIO GERALDO VIEIRA

    FLORESTAN FERNANDES JÚNIOR

    FÓRUM NACIONAL PELA DEMOCRATIZAÇÃO DA COMUNICAÇÃO — FNDC

    FRANCINE MALESSA

    FRANCISCO A. FERREIRA NETO

    FRANCISCO GABRIEL REGO

    FRANCISCO JUNIOR

    FRANCISCO MALLMANN

    FRANK ALEXANDER LANZ MANRIQUE

    FREDERICO BARÃO CALLAMARI

    FREDERICO DE ARAUJO

    FREDERICO MOSCHEN NETO

    FREDERICO RIBEIRO MARTINS

    FRIDO CLAUDINO

    GABRIEL CALOU

    GABRIEL CHAIM

    GABRIEL COLUSSO

    GABRIEL FEHR

    GABRIEL POSSAMAI BONETO

    GABRIELA BATISTA

    GABRIELA FRANZ

    GABRIELA LEAL

    GABRIELA MIRTES

    GABRIELLA CONTOLI

    GEORGE KILMER CHAVES CRAVEIRO

    GERALDO FERREIRA DE ARAUJO FILHO

    GERALDO MAGELA DA TRINDADE

    GERIA MARIA MONTANAR FRANCO

    GERMANA LÓPES SOUZA

    GERSON LUIZ DESLANDES

    GESTO

    GIL FABIANO BARBOSA

    GIL MAR AZ

    GILBERTO ALFREDO PUCCA JUNIOR

    GILBERTO DE CARVALHO SOARES

    GILBERTO GARCIA DA COSTA JR

    GILSON PACKER

    GÍLSON VASCONCELOS DOBBIN

    GIOVANA PAIVA DE OLIVEIRA

    GIOVANNA BELTRÃO

    GIOVANNA RIATO

    GISELA MARIA MOREAU

    GISELLE BEIGUELMAN

    GISLENE MADARAZO

    GLAUBER BOLZAN DE ASSIS LIMA

    GLAUCIO SANSEVERO

    GRAZIELA ARAUJO

    GRAZIELA BIANCHI

    GUI GALEMBECK

    GUIDO ROSSETTO MORAES

    GUILHERME AUGUSTO VALENTE

    GUILHERME IMBIRIBA GUERREIRO NETO

    GUILHERME LINO MARTINS

    GUILHERME SOUZA MAGALHÃES

    GUILHERME WERNECK

    GUSTAVO ADOLFO R. MELLO

    GUSTAVO BRONDANI SCHENKEL

    GUSTAVO CARNEIRO

    GUSTAVO CARRATTE

    GUSTAVO FERREIRA CORREIA

    GUSTAVO FERREIRA SANTOS

    GUSTAVO MARCHETTI

    GUSTAVO MARTINS

    GUSTAVO MIRANDA FERREIRA

    GUSTAVO SÉRVIO

    HEITOR CORREIA

    HEITOR DE ANDRADE SILVA.

    HELENA SINGER

    HELOISA BALLARINI

    HEMANUEL JHOSÉ ALVES VERAS

    HENRIQUE APARECIDO MARSON

    HENRIQUE DONNABELLA

    HENRIQUE PENILDON CARTAXO

    HERBERT DE TEJO PEREIRA

    HERMANN SCHIFFER

    HIGGO BRAGA

    HIPÓLITA SIQUEIRA DE OLIVEIRA

    HUMBERTO KIKUCHI

    IAN MAENFELD

    IARACI FERNANDES ADVINCULA

    IDA PIETRICOVSKY DE OLIVEIRA

    IDALMYR WILLY PRESOTTI HENSCHKE

    IMAGINA COLETIVO

    INGRID DOS SANTOS FURTADO

    INGRYD RIOS

    IONE CARDOSO DE OLIVEIRA SANTOS

    IRENE KABENGELE

    IRINEU MOREIRA FERNANDES

    ISABEL AMADO

    ISABEL FRONTANA CALDAS

    ISABEL MORAES

    ISABELA M P RINALDI P RINALDI

    ISABELA PALHARES

    ISABELLA MARQUES GONÇALVES DE SOUZA

    ISADORA BRANT

    ISAIAS ARAÚJO

    IVAN SILVEIRA DA COSTA

    IZABEL CABRAL

    JAILSOM LEANDRO DE SOUSA

    JAIME FARIAS

    JAIRO AUGUSTO DOS SANTOS

    JAIRO MARQUES

    JAMILLE NIERO

    JANAÍNA LESLÃO GARCIA

    JANE NUNES

    JANINE MORAES

    JAYME FILHO

    JEAN BOËCHAT

    JEAN SCHARLAU

    JEFERSON DOS SANTOS GOMES

    JEFFERSON ALVES DE LIMA

    JÔ CARVALHO

    JOANA CUNHA DE HOLANDA

    JOANA SUAREZ

    JOANNA SAVAGLIA

    JOÃO AUGUSTO CRISTELI DE OLIVEIRA

    JOÃO B. R. CARVALHO NETO

    JOAO BOSCO ALVES SOUSA

    JOÃO CARLOS DA LUZ

    JOÃO FERNANDES FILHO

    JOAO GABRIEL LIMA PRIOLLI

    JOÃO MALDOS

    JOÃO PAULO MEHL

    JOÃO PAULO RODRIGUES

    JOAO PAULO SOARES

    JOÃO VICENTE SILVA CAYRES

    JOÃO VICTOR BARISON DE OLIVEIRA

    JOAQUIM MAURICIO ATHAYDE FILHO

    JOB FELÍCIO BORBA

    JOEL SILVEIRA LEITE

    JONAS DE SOUZA

    JONATAN LOPES AMARANTE

    JORDAN MICHEL MUNIZ

    JORGE COSTA

    JORIMA VALOZ DOS SANTOS

    JORNADA PELA DEMOCRACIA

    JORNALISTAS LIVRES

    JOSÉ ALBERTO

    JOSÉ ALUÍZIO SOUZA PESSOA

    JOSÉ AMANCIO DA SILVA FILHO

    JOSÉ AUGUSTO “GUTTO” WENDLER

    JOSE ELIANO VITAL RANGEL

    JOSÉ FRANCISCO DIORIO

    JOSÉ GILBERTO CUKIERMAN

    JOSÉ HENRIQUE DUARTE NETO

    JOSÉ HENRIQUE LOPES

    JOSÉ LUIZ DE SOUZA

    JOSÉ PAULINO ABRANCHES NETO

    JOSÉ PAULO DOS SANTOS DE CAIRES

    JOSÉ VERMOHLEN

    JOSEFA BATISTA LOPES

    JOSEFA FAUSTINO MARQUE

    JOSI LAHORGUE

    JOVANIL OLIVEIRA

    JUAREZ PAULO BRAGA ZAMBERLAN

    JUCIMAR COELHO BARBOSA

    JULIA ALVES

    JÚLIA BARNABÉ

    JULIA KOVENSKY

    JÚLIA LANZ MONTEIRO

    JULIA NAIDIN

    JULIA VILELA

    JULIAN RODRIGUES

    JULIANA CESAR

    JULIANA DALBOSCO

    JULIANA MATSUOKA PASTA

    JULIANA SIMÕES COSTA

    JULIANO BORGES

    JULIANO CUSTÓDIO SOBRINHO

    JULIANO RODRIGUES DE LIMA

    JULIO CESAR DA CRUZ

    JULIO LIMA

    KAMILLA MORAIS

    KARLA THATIANA LIMA SOARES

    KAROLINA BERGAMO

    KATIA GUILHERME

    KATIA MARIA ALEXANDRE BRASIL

    KELLY MARCIANO

    KENNY MORIYA

    KERISON LOPES

    KEYCIANE PEDROSA

    KILVIA CRISTINA CARNEIRO

    KIM DORIA

    KLAUS MAIA SCHMAELTER

    KRISTIANE CÊRA CARVALHO

    LAIANE VILANOVA

    LAÍS VITÓRIA CUNHA DE AGUIAR

    LARA LINHALIS

    LARISSA DE BRITO VELOSO

    LARISSA GOULD

    LARISSA GOULD

    LARISSA LIMEIRA GRUTES DA SILVA

    LARISSA SANTIAGO ORMAY

    LAU DÍAZ ABRAMO

    LAURA CAPRIGLIONE

    LAURA JUNE XAVIER

    LAURA JUNE XAVIER

    LAURA PEIXOTO

    LAURA SALES MAGALHÃES MOTTA

    LAURO SPINELLI

    LÉA MARQUES

    LEA VAN STEEN

    LEANDRO BORTOLON

    LEANDRO CRESPO ZIOTTO

    LEANDRO JOSÉ DE OLIVEIRA

    LEANDRO MEDEIROS SANTOS

    LEANDRO TAQUES

    LEANDRO TEODORO FERREIRA

    LEDA ANTUNES

    LEDA VIVIANE PAVAN DE MEDEIROS

    LENA K A CASTELLON

    LEO GERMANI

    LEONARDO DE BARROS

    LEONARDO DUPIN

    LEONARDO ESCOBAR

    LEONARDO FELTRIN FOLETTO

    LEONARDO PINTO SILVA

    LEONARDO S. B. E ANA CAROLINA S. A.

    LETICIA BRAUN

    LETÍCIA LOPES DE SÁ ABDO

    LEUSA REGINA ARAUJO ESTEVES

    LIANA MELO

    LIANE ROSSI

    LÍBIA XIMENES

    LIGIA ARNEIRO TEIXEIRA DESLANDES

    LIGIA DE MORAIS OLIVEIRA

    LINALVA RIBEIRO DOS SANTOS

    LINEU NORIO KOHATSU

    LISMARA DE OLIVEIRA

    LOOP B

    LORENZO ALDÉ

    LOURIVAL CARNEIRO

    LUANA LILA

    LUCAS FALCÃO

    LUCAS SIQUEIRA DE CARVALHO

    LUCIA HAYGERT

    LUCIA HELENA RODRIGUES ZANETTA

    LUCIANA BARRETO NEVES

    LUCIANA CAPUANI MASINI

    LUCIANA GONZAGA

    LUCIANO CARON DE OLIVEIRA

    LUCIANO MORAES

    LUCIANO PEREIRA

    LUCIANO VETTORETTI

    LUCIO TADEU PEREIRA

    LUIS AUGUSTO SIMON

    LUIS FELIPE ARTEN

    LUIS FELIPE VALLE

    LUÍS OTÁVIO RIBEIRO

    LUISA BELTRAMI

    LUISA STERN

    LUÍSA TORRE

    LUIZ ANTONIO CRUZ BARRETO

    LUIZ ANTONIO DA CRUZ ARGOLLO

    LUIZ CESAR NUNES CAVALCANTI

    LUIZ FELIPE NETTO DE ANDRADE E SILVA SAHD

    LUIZ FERNANDO JUNCAL GOMES

    LUIZ HENRIQUE DE PAULA CONCEIÇÃO

    LUIZ HENRIQUE RODRIGUES DOS SANTOS

    LUIZ OTAVIO CRUZ TEIXEIRA

    LUIZ RAFAEL V MALUF

    LUIZ RECAMÁN

    LUIZ SANTELLI

    LUIZA MONTEIRO AREAS

    LUTI GUEDES

    MAITE FERNANDEZ GAUTO

    MANECO GUIMARÃES

    MANOEL FERREIRA

    MANOEL OSVALDO MELLO JUNIOR

    MARA CRISTINA GAMA

    MARA REGINA CAMARGO

    MARCELA DE CASTRO BASTOS

    MARCELA DE CASTRO BASTOS

    MARCELA XAVIER SITÔNIO LUCENA

    MARCELLO NATHAN MELO FERNANDES DOS SANTOS

    MARCELO BRANDT

    MARCELO DE SOUZA QUEIROZ

    MARCELO DIONISIO

    MARCELO JOSÉ ABREU LOPES

    MARCELO JUGEND

    MARCELO LAGUNA

    MARCELO MACHADO DE FREITAS

    MARCELO MARANINCHI

    MARCELO MIRANDA

    MARCELO SOUBHIA

    MARCELO VALADARES

    MARCIA ABUMANSUR

    MARCIA AMARAL

    MARCIA BIRMAN

    MARCIA CAMARGOS

    MARCIA CHINELATO

    MARCIA PARANHOS

    MARCIA ROSA

    MARCILIO ANDREY

    MARCIO CAPRIGLIONE

    MARCIO DIAS BONFIM

    MARCIO FERRARI

    MARCIO ISENSEE E SÁ

    MÁRCIO MONETA

    MÁRCIO SAMUEL KERBEL FIGUEIREDO SILVA

    MÁRCIO SANTANA

    MARCO ANTONIO

    MARCO ANTÔNIO CARVALHO DE MORAES

    MARCO ANTONIO LEITE DOS SANTOS

    MARCO ANTONIO QUIRINO DOS SANTOS

    MARCO AURÉLIO DA SILVA

    MARCO AURELIO LOURENÇO DE ABREU

    MARCONI CANUTO BRASIL

    MARCOS ABRAMO

    MARCOS ANDRE

    MARCOS AURÉLIO DO AMARAL DE MENEZES

    MARCOS BOFFA

    MARCOS PAULO CARVALHO SANTANA

    MARCOS PAULO FERREIRA DUARTE

    MARCOS RAFAEL TOSETTI

    MARCOS RAFAEL TOSETTI

    MARCOS ROBERTO PERUCCI

    MARCUS ROBSON NASCIMENTO COSTA

    MARCUS RONN LEITE

    MARCUS VINICIUS DANTAS DE QUEIROZ

    MARGARIDA MUSSA TAVARES GOMES

    MARIA AMELIA ROCHA LOPES

    MARIA APARECIDA TRAZZI VERNUCCI DA SILVA

    MARIA CAROLINA TOLEDO DUTRA RODRIGUES

    MARIA CRISTINA FERNANDES

    MARIA CRISTINA LAFAYETTE VALENTE

    MARIA DA CONCEIÇÃO COSTA AFONSO

    MARIA DA GLÓRIA MEDICI DE OLIVEIRA

    MARIA DE FATIMA BERTONCELLO

    MARIA DE FATIMA NOBREGA MENDONÇA

    MARIA DE FÁTIMA S. C. DE SÁ

    MARIA DE LOURDES NASSIF

    MARIA DEA CONTI NUNES

    MARIA DO CARMO GOMES

    MARIA DO ROSARIO SAMPAIO

    MARIA ELISABETH GOIDANICH

    MARIA ELIZABETH SEGURADO

    MARIA FERNANDA CARDOSO DE MELO

    MARIA FERNANDA CONTI

    MARIA FERNANDA ROCHA FREITAS

    MARIA HENRIQUETA ANDRADE RAYMUNDO

    MARIA HIRSZMAN

    MARIA HIRSZMAN

    MARIA INES ADJUTO ULHOA

    MARIA ISABEL CAMPOS MELLO

    MARIA ISABEL DINIZ FERRAZOLI

    MARIA ISABEL LIMONGI

    MARIA IZABEL DE AZEVEDO MARQUES BIROLLI

    MARIA IZILDA CAMILLO

    MARIA LIGIA PORCHAT DE ASSIS

    MARIA LUCIA DO NASCIMENTO RANGEL

    MARIA LUIZA LEVI PAHIM

    MARIA REGINA DE QUEIROZ BACHIEGA

    MARIA TERESA BARBOSA HUANG

    MARIA THEREZA REIS

    MARIANA CUNHA

    MARIANA LACERDA GONÇALVES

    MARIANA LINS LIMA

    MARIANA PEREIRA EL-KADRI

    MARIANA SOUZA

    MARILIA FONSECA

    MARÍLIA MONTEIRO

    MARÍLIA MUNDIM DA COSTA

    MARÍLIA PAIVA

    MARINA ALVARENGA BOTELHO

    MARINA ALVES NEDER

    MARINA AMARAL

    MARINA DIAS

    MARINA IZIDORO

    MARINA KNÖBL EVANGELISTA

    MARINA MIYAZAKI ARAUJO

    MARINA NABÃO DE MORAES

    MARINA TERRA MACHADO RODRIGUEZ

    MARIO CURY

    MARIO DOMINGUEZ

    MARISA SUZI DO NASCIMENTO

    MARISTELLA BERGAMO FRANCISCO DOS REIS

    MARLEN LIMA

    MARLENE BERGAMO

    MARLON CORRÊA

    MARLY APPARERCIDA DE CASTRO FREIRE

    MARTAMAIA

    MASE BESSA DO NASCIMENTO

    MATHEUS ALVES

    MATHEUS DOS SANTOS FIGUEROA SANMARTIN PERIE

    MATHEUS MARTINI

    MATIAS MAXX

    MAURI SARAIVA DE FREITAS FIUZA

    MAURICE CASTRO DE ALMEIDA PRADO

    MAURICEA ANDRADE FERREIRA LIMA

    MAURICIO MORAES

    MAURILIO LOVERDI

    MAURO COPELLI

    MAURO SCARPINATTI

    MAYRA PINTO

    MAYRA PONTES

    MELINA CESAR

    MICHELE BORGES DA COSTA

    MICHELLE MIRANDA

    MILENA HANNUD

    MILENE AKEMI FUKUDA

    MILTON LEITE

    MIRIAM AUDI

    MIRIAM GOES SHIBATA

    MITSUE ACOSTA MURAKAMI

    MÔNICA HELENA FIDELIS

    MONICA ROLIM ZARATTINI

    MONICA TARANTINO

    MURILO GARCIA

    MYKE SENA

    NAIR RUBIA NASCIMENTO BAPTISTA

    NATALIA CHERNOW

    NATÁLIA YOSHIE OLIVEIRA FUKUDA

    NATHAN CAMELO

    NELSINHO SANTOS

    NELSON MDP

    NEUSA LIMA MEDRADO

    NICHOLAS ALMEIDA

    NIGÉRIA — COLETIVO E PRODUTORA

    NILTON DEL VALLE RIBAS

    NINA TURIN

    NOEMIA TAKEMOTO

    NORMA ODARA FES

    OSCAR NETO

    OSCAR ROSSE DE CARVALHO

    OSCAR XAVIER

    OZIE GHEIRART

    PABLO MATHIAS

    PABLO VILLAÇA

    PAOLO COLOSSO

    PATRICIA DE CICCO CANATO

    PATRÍCIA LOUZADA DOS ANJOS

    PATRICIA STAVIS DA SILVA

    PATRICIA TAUFER ZANDONAI

    PAULA CAPRIGLIONE

    PAULA CAPRIGLIONE

    PAULA CARVALHO

    PAULA CARVALHO

    PAULA COSTA CAMARÃO

    PAULA DE ALMEIDA CARNEIRO

    PAULA DESGUALDO

    PAULA FERREIRA LEITE DA VINHA

    PAULA GASPARINI

    PAULA MARGARIDA CONCEIÇÃO ARAÚJO

    PAULA MARTINELLI

    PAULINHA BARRETO

    PAULO ACCIOLY

    PAULO BATISTA

    PAULO DETONI

    PAULO EDUARDO CASTELLO PARUCKER

    PAULO FERNANDO A. SOARES

    PAULO HENRIQUE MEDEIROS

    PAULO HENRIQUE RIBEIRO DE ARAUJO

    PAULO ROBERTO DE OLIVEIRA

    PAULO SANTIAGO

    PEDRO AGUIAR CHAVEDAR

    PEDRO BEILER

    PEDRO GASPARINI VICENTINI

    PEDRO HENRIQUES

    PEDRO IVO ALCANTARA

    PEDRO LOUREIRO SEVERIEN

    PEDRO LUIZ

    PEDRO NATHAN

    PEDRO RAFAEL VILELA

    PEDRO SERGIO CARVALHO GONÇALVES

    PHILIPE RAMOS PEDROSA

    PLINIO LABRIOLA NEGREIROS

    PRISCILA GONSALES

    PRISCILLA CHANDRETTI VICENTE VAZ

    PRISCILLA SCURUPA

    PRODUTORA KING CHONG

    RACHEL ELIAS ABIFADEL MONTEIRO

    RAFAEL BEZERRA

    RAFAEL COUTINHO MAYNENTE ANTUNES

    RAFAEL JACINTO

    RAFAEL MARTINS DE OLIVEIRA

    RAFAEL MENEZES

    RAFAEL MUSOLINO DE LAURO

    RAFAEL PADU

    RAFAEL PERSAN

    RAFAEL ROMER

    RAFAEL TAVARES SALLES

    RANIRO COELHO

    RAQUEL DREGUER

    RAQUEL FORESTI

    RAQUEL PIMENTEL AYRES

    RAUL ERNESTO PEREIRA

    RAVI SANTANA

    RAVI SANTANA

    REGIANE SILVESTRINI

    REGINA SALOMÃO BRODBECK

    REGINA TERRAZ

    REGINALDO LAZARO DE OLIVEIRA LOPES

    REGINALDO MATTAR NASSER

    REGINALICE CERA DA SILVA

    REINALDO AVERSA BARSUGLIA JUNIOR

    REINALDO BARROS

    REINAN MIRACLES

    RENATA ASSUMPÇÃO

    RENATA DE A MOURA

    RENATA DE FRANÇA LIMA

    RENATA FERNANDES DE ANDRADE

    RENATA HUMMEL

    RENATA MAGALHÃES

    RENATO BRANDÃO

    RENATO MAIA

    RENATO MANFRIM

    RENATO PELLEGRINI MORGADO

    RENATO SCHERRER

    RENATO STOCKLER

    RENINA SANGERMANO VALEJO

    RICARDO C SANTOS

    RICARDO COSTA

    RICARDO CURVELLO DALMASO

    RICARDO PONTES

    RICARDO RESENDE

    RICARDO SENRA

    RICARDO SOARES

    RICARDO VIEIRA DE ALMEIDA SOBRAL

    RICARDO VIEIRA ELIAS

    RICARDO WHITEMAN MUNIZ

    RICHARD CARVALHO DA SILVA

    RICK PEREIRA

    RITA DE CÁSSIA ALVES OLIVEIRA

    RITA DE CASSIA BRANDÃO BARRETO

    RITA DE CASSIA SALGADO GOMES

    ROBERTA FERRAZ

    ROBERTO LINSKER

    ROBERTO MIRANDA ROCHA SOCORRO

    ROBERTO NOZAKI

    ROBERTO RABELLO DE LIMA

    ROBINSON ESTRÁSULAS

    ROBSON COLOSIO

    ROBSON DE AGUIAR

    RODNEI TEIXEIRA

    RODOLFO JOSÉ DA COSTA VASCONCELLOS

    RODOLFO PERES RODRIGUES

    RODOLFO VALENTIM MACHADO

    RODRIGO FIDELIS

    RODRIGO ISHIGAKI

    RODRIGO LUIS DE ANDRADE

    RODRIGO MAIA

    RODRIGO MAIA

    RODRIGO ORTIZ VINHOLO

    RODRIGO PIRES

    RODRIGO ROCHA DA COSTA

    RODRIGO SCHOLZ

    RODRIGO SILVA

    RODRIGO SILVA

    ROGER LUIZ JOSLIN RODRIGUES

    ROGERIO BERTANI

    ROGÉRIO CONSTANTE

    ROMEU AUGUSTO DE ALBUQUERQUE BEZERRA

    ROMEU AUGUSTO DE ALBUQUERQUE BEZERRA

    RONALDO A LENOIR

    RONALDO ALMEIDA

    RONALDO COUTINHO GARCIA

    RONALDO MARTIM

    RONIERE SILVA MENEZES

    ROSA MARIA ALVES DE ALMEIDA

    ROSANA BULLARA

    ROSANA SANTOS JOTTA

    ROSANGELA ESCORZA

    ROSÂNGELA VIEIRA

    ROSELI GOFFMAN

    ROSSANA AROUCK DAMASCENO

    ROWENA ALMEIDA DE OLIVEIRA

    RUBEN BAUER NAVEIRA

    RUBEN S ARAUJO

    RUBENS ROJO ALMEIDA

    RUI GOETHE DA COSTA FALCAO

    SABRINA NINA DE SOUZA

    SALETE MORAES

    SAMARA BROCHADO

    SANDRA CAVALCANTE

    SANDRA MARIA DE CAMARGO

    SANDRA TAGLIERI

    SANDRA ZIMMERMANN

    SANDRO GOMES

    SANDRO VAZ

    SANTIAINE JANDREY

    SARAH BRITO

    SATO DOBRASIL

    SAULO ARAGAO SANTANA

    SEBASTIÃO L MACHADO

    SELSON GOMES

    SERGIO AZEVEDO CAPILLE

    SERGIO AZEVEDO CAPILLE

    SERGIO DURAN

    SERGIO MARCIO FERNANDES DE SOUZA TELLES

    SERGIO MASSAYOSHI NUNOMURA

    SERGIO URT

    SERGIO URT

    SÉRGIO WANKE

    SHIRLEY RIBEIRO

    SIDINEI LUCAS ALMEIDA GUIMARÃES

    SIGNEY JOHN

    SILVANA MARCONDES DE SALLES

    SILVANA RUBINO

    SILVIA MARTINS BAEDER

    SILVIA OLIVEIRA MEDEIROS

    SILVIO SIDNEY GOMES DOS SANTOS

    SIMON FAN

    SIMONE HARNIK

    SIMONE RAFAELA VEDANA LAZARI

    SIND.TRAB.EM AGUA ESG.MEIO AMB.EST.SAO PAULO

    SMBUARQUE

    SMURFVEGETARIANO

    SOFIA CARVALHOSA

    SOLANGE HETTE

    SOLANO MIGUEL DE IBANHES

    SONIA IMPERIO HAMBURGER

    SOPHIA MEDEIROS

    STAEL LUIZA ROCHA DE SANTANA

    STEPHANIE HIROMI

    SUAMI CAVALCANTI DE OLIVEIRA JÚNIOR

    SUED MARIA PASSOS SILVA

    SUZANA ALBORNOZ

    SYDNEY CINCOTTO JUNIOR

    TÁCIO FERRAZ

    TATIANA ALBUQUERQUE GULO

    TATIANE MAGA

    TATIANE PIRES

    TELMA CHRISTIANE DE OLIVEIRA DIAS

    TEN SILVA NETO

    TERESA DE LIMA PEROSA

    TERESA MAS SANTACREU

    THAIS AUGUSTO

    THAIS YAMASHITA

    THEREZA CHRISTINA CRUZ

    THIAGO ANDRADE DE ARAÚJO

    THIAGO BENEVIDES FERNANDES

    THIAGO BRAGA DE LIMA

    THIAGO EMANOEL FERREIRA DOS SANTOS

    THIAGO ERMANO JORGE

    THIAGO GOMES

    THIAGO PESTANA PINTO

    THIAGO SEGUNDO

    THIAGO TEIXEIRA

    THIAGO VERDE

    THOMÁS CAMARGO COUTINHO

    THOMAS MORGADO

    THOMÁS MOTA

    TIAGO AGUIAR FRANCO DE OLIVEIRA

    TIAGO BOLZAN

    TIAGO SOUZA MACHADO CASADO

    TUCA VIEIRA

    TÚLIO OTTONI

    TULIO SIMÕES MARTINS PADILHA

    TXAI FERRAZ

    UIRÁ PORÃ

    ULISSES GALETTO

    UNIÃO NACIONAL DOS ESTUDANTES

    VALDIR APARECIDO BOFFETTI

    VALÉRIA BARBALHO

    VALERIA BINATTI

    VALERIA DE BARROS SALEK

    VALERIA FERRAZ SOARES

    VALERIA OLIVEIRA

    VALÉRIA SUELI DOS REIS

    VALMIR ARISTIDES DE BARROS

    VÂNIA BEATRIZ ARMADA VILELA

    VANIA MARIA CURY

    VANIA MARIA FERNE AUDI

    VERA LUCIA DO AMARAL

    VERA SOARES

    VERIDIANA ALIMONTI

    VERÔNICA GONÇALVES

    VERONICA MACEDO

    VICTOR RISSATTO

    VICTOR SANTOS DEVEZA

    VICTORIA AZEVEDO

    VILMAR LUIZ

    VINICIUS B. RODRIGUES

    VINICIUS BINDÉ ARBO DE ARAUJO

    VINICIUS CAVATTI CANCELIERI

    VINICIUS G P DE SOUZA

    VINICIUS GOMES

    VINICIUS ROMANINI

    VINICIUS TOMASI

    VIRGINIA MESQUITA

    VITOR BRANDÃO SABBAGH

    VITOR CAVALCANTE

    VITOR DIDEROT

    VITOR FABIO NUZZI

    VITOR HUGO BRANDALISE

    VITOR MORENO

    VITOR SAWAF

    VIVI COSTA

    VIVIAN ALONSO

    VIVIANE ÁVILA

    WAGNER ALOISIO DE LIMA RESENDE

    WAGNER BASTOS FERREIRA

    WAGNER DE ALCÂNTARA ARAGÃO

    WALBER TEIXEIRA LUSTOSA

    WANDERSON MANSUR

    WARLEY ALVES

    WELITON RODRIGUES DE OLIVEIRA

    WENDY VILLALOBOS

    WILLIANS DE JESUS SANTOS

    WLADIMIR RAEDER ROBERG

    WLAMIR BARREIRA

    WOLGLAN DE ASTRÊ MELO

    XICO SÁ

    YAN BOECHAT

    YARA KRUGEL DE MELO

    YUMI SAKATE

    YURI BATISTA

    ZADY TINEN

    ZÉ DO BÊLO