Jornalistas Livres

Tag: coronavírus

  • Brasileirão da Morte começou nesse fim de semana

    Brasileirão da Morte começou nesse fim de semana

    Brasileirão. Sei que vou levar porrada por aqui também. Vou ter que ler sobre a “tal cachaça do torcedor”, utilizada fora de contexto. Paulinho Nogueira, o músico, tratava de injustiças sociais, não de epidemia.

    Mas é dever do jornalista, ao menos de acordo com o protocolo ético da profissão, avisar a sociedade, mesmo quando tentam ofendê-lo e ridicularizá-lo.

    Brasileirão da Morte
    Foto: Hush Naidoo / Unsplash

    Brasileirão Série A. Goiás (GO) x São Paulo (SP): 10 infectados

    A partida do Brasileirão entre Goiás e São Paulo, esteve por um fio de ocorrer. O SPFC chegou a entrar em campo. O mandante somente conseguiu suspender o jogo duas horas antes de seu início.

    Eram 10 os infectados pelo novo coronavírus no time esmeraldino.

    Como cerca de 250 pessoas são mobilizadas direta ou indiretamente para um jogo desses, todos poderiam ter sido infectados caso o jogo tivesse ocorrido.

    Se pensarmos nas famílias desses profissionais, 1.000 pessoas teriam corrido o risco de contrair a doença.

    Brasileirão Série C. Treze (PB) x Imperatriz (MA): 12 infectados

    Mas não é o único caso. O time do Imperatriz, do Maranhão, da série C do Brasileirão, viajou até a Paraíba com nada menos que 12 infectados. Foi de busão.

    E só descobriu que carregava esse enorme grupo de portadores do vírus quatro horas antes da partida. Ou seja, podem ter espalhado a epidemia pelo caminho. Não fosse a informação urgente, a partida teria sido realizada.

    Brasileirão da Morte
    Foto: Willian Vasconcelos / Unsplash

    Brasileirão Série C. Brusque (SC) x Ypiranga (RS): 5 infectados

    O Ypiranga, do Rio Grande do Sul, foi a Santa Catarina, em outro jogo pela Série C do Brasileirão, com cinco atletas contaminados. A partida ocorreu sem eles, mas com os outros que tiveram contato direto com os infectados. Um absurdo total.

    Brasileirão Série C. Manaus (AM) x Vila Nova (GO): 1 infectado

    O Vila Nova já tinha viajado a Manaus quando descobriu que também tinha um contaminado no grupo. O jogo contra o Manaus, pela Série C, ocorreu normalmente, colocando em risco centenas de pessoas.

    Campeonato alagoano. CSA (AL) x CRB (AL): 8 infectados

    Brasileirão Série B. CSA (AL) x Guarani (SP): ? infectados

    O CSA e o CRB disputaram o título alagoano na quarta-feira. O resultado, no entanto, somente saiu dois dias depois. Nada menos que oito jogadores do CSA estavam infectados.

    Os jogadores não-positivos, mas que estiveram em contato próximo com eles, enfrentaram o Guarani pela Série B do Brasileirão, no fim de semana.

    Brasileirão da Morte
    Foto: Pedro Menezes / Unsplash

    Roleta russa em campo

    Contra fatos, não há argumentos. O entusiasmo e o endosso a esse futebol em tempos de pandemia revela irresponsabilidade de autoridades e leviandade dos aficcionados.

    Não apenas naturaliza a tragédia, encampando a tese da gripezinha, como efetivamente coloca em risco a saúde dos profissionais e da saúde.

    O futebol deveria ser rito civilizatório e não roleta russa da barbárie.

    Brasileirão da Morte
    Foto: Gustavo Ferreira / Unsplash

    Site da CBF: https://www.cbf.com.br/

    .

    Texto: Walter Falceta/Democracia Corinthiana

  • 100 mil mortos. Lute apesar do luto

    100 mil mortos. Lute apesar do luto

    100 mil mortos. Uma ação chamada Lute apesar do luto aconteceu na manhã deste sábado em São Paulo, num momento em que chegamos à essa triste marca pela pandemia do novo Coronavírus.

    32 cruzes pretas foram colocadas aos pés de cada mastro de bandeira do Brasil, que estão localizadas na ponte da Cidade Jardim, Marginal Pinheiros.

    Lute apesar do luto
    Lute apesar do luto
    Lute apesar do luto
    Lute apesar do luto
    Lute apesar do luto

    100 mil mortos. Num momento como esse, a pergunta é: porque as bandeiras do Brasil que estão por todos os lados, não estão a meio-pau? Não existe normalidade, quando chegamos a 100.000 mortos. Não existe.

    Cada morte tem nome, história, trajetória, família, filhas e filhos, pais, avós, netas e netos, amigas e amigos, tem rosto, sorrisos apagados, marcas do tempo, da vida. Não podemos esquecer e achar que estamos a caminho da normalidade.

    Não.

    100 mil mortos. Um governo que nunca prestou solidariedade a ninguém, que brinca descaradamente com a situação que passamos, que inventa curas milagrosas com remédios cuja ineficácia é cientificamente comprovada, um governo que nem ministro da saúde tem, sem vergonha na cara de espinafrar a ciência, os próprios médicos, que incita a invasão e violência a hospitais, e deixa as populações mais pobres à sua própria sorte, sem medidas mínimas para combater essa pandemia com sabedoria e inclusão.

    A tristeza se torna mais forte ainda, quando nem o luto de cada perda pode ser respeitado. Quando os mortos não podem ser velados, perde-se a despedida, o fim da trajetória, o recomeço, a memória e as lembranças.

    100 mil mortos. Toda bandeira do Brasil, em todo o território nacional, deve ser colocada a meio-pau. Para lembramos sempre de quem não está mais entre nós, mas que merecem que nós sigamos lutando para que o Brasil não seja lembrado como o País que enterrou mais vidas em todo o mundo, por egoismo, negacionismo e incompetência de um Governo.

    #lutepeloluto #luteapesardoluto #bandeirasameiomastro

  • Marmitas orgânicas da agricultura familiar beneficiam moradores em situação de rua

    Marmitas orgânicas da agricultura familiar beneficiam moradores em situação de rua

    Uma rede de voluntários e militantes que atuam da produção ao preparo de alimentos orgânicos, saudáveis e da agricultura familiar tem feito a diferença na vida e na saúde de moradores em situação de rua e em condição de vulnerabilidade da cidade de São Paulo, por meio do projeto Lute como quem cuida. Elaborado e colocado em prática de maneira coletiva pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e o Movimento Sem Teto do Centro (MSTC) de São Paulo, o projeto distribui aproximadamente 300 marmitas todos os dias há mais de três meses.

    Por Nara Lacerda, do Brasil de Fato

    A ideia é criar uma rede de solidariedade contínua, que atenda essas populações em um momento delicado, com a crise causada pelo coronavírus. A falta de recursos e trabalho pode agravar ainda mais a insegurança alimentar e nutricional. No Brasil, o acesso a alimentos cultivados sem veneno ainda é limitado. Em parte, pelo preço que as grandes redes varejistas praticam, mas também pela falta de incentivo à agricultura familiar.

    A dirigente do MST no estado de São Paulo Daiane Ramos explica que a campanha teve início no âmbito da Brigada Estadual de Solidariedade Zilda Camargo, formada por militantes de diversos municípios, e cresceu com foco na coletividade. Segundo ela, a intenção é chegar à doação de 30 mil marmitas entre julho e agosto. 

    CLIQUE AQUI PARA CONTRIBUIR COM A CAMPANHA

    “Essa brigada está desde o dia 20 de abril participando desse trabalho intenso de solidariedade para a Rede Rua e o Prédio dos Imigrantes (que abriga pessoas de outros países em situação de vulnerabilidade). No fim ela se estendeu, na parceria com o MSTC. As organizações se unem por uma causa única, de trazer esse alimento saudável e orgânico para essas pessoas mais vulneráveis. Infelizmente, com a covid, vem aumentando esse número.” 

    Mais que a simples doação dos produtos, o projeto tem cuidado especial com a garantia de que essas pessoas vão receber o melhor da produção orgânica do país. Todo o preparo – da higienização ao embalo – segue normas sanitárias criteriosas, que ficaram ainda mais rígidas com a pandemia. O cardápio é definido entre os militantes, mas leva em consideração também as sugestões de quem recebe as marmitas.

    Moradores de rua do centro de São Paulo recebem os alimentos. / Arquivo Brigada Zilda Camargo Ramos

    Os mais de 200 quilos semanais de arroz, por exemplo, vêm de assentamentos do Rio Grande do Sul, que hoje são os maiores produtores do grão na América Latina. A Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF), em Guararema (Região Metropolitana de São Paulo), fornece as hortaliças e o pão. Assentamentos e acampamentos de outros municípios enviam em média por semana 90 quilos de feijão, 30 quilos de macarrão, 230 quilos de carne, 120 dúzias de ovos e 150 quilos de legumes.

    O trabalho é totalmente coletivo e dividido. Cada voluntário tem a oportunidade de passar por diferentes etapas do processo, para ampliação da experiência e dos laços criados entre quem está na colheita e atrás do fogão e as pessoas que recebem os alimentos. Oscar do Nascimento Teles, militante do MST e morador do Assentamento Dom Tomás Balduíno, no Pontal do Paranapanema (SP), faz parte dessa rede. Ele relata o cuidado existente em todo o processo. 

    “Os companheiros estão fazendo isso com muito amor e carinho, porque a gente viu a realidade na rua de quem tá recebendo o alimento. Você ver as pessoas na fila, erguendo as mãos para pegar aquela comida. Isso fortalece demais nosso trabalho na cozinha, em fazer isso com amor, carinho e preparar os alimentos com todo um protocolo de higiene e cuidado. Nessa grandeza que é São Paulo, é um pouquinho que a gente está fazendo, mas de grande proporção. A gente sabe da importância”, finaliza.

    Pela “manutenção imediata da vida”, a iniciativa “Lute como quem cuida” convida a sociedade civil para também colaborar. As doações podem ser realizadas por meio do site da campanha na internet

    Saiba mais: Quem é Carmen Silva, a líder dos sem-teto que a (in)Justiça quer prender
     

  • Xavantes de MT denunciam abandono e pedem socorro

    Xavantes de MT denunciam abandono e pedem socorro

    Vídeo intitulado “Um grito de socorro no coração do Brasil”, (veja AQUI), gravado pela comunidade indígena Xavante da região de Barra do Garças (MT), expõe a força da covid-19 nos povos. Provocada pelo novo coronavírus, a doença já matou mais de 819 indígenas de diversas etnias.

    Por: Ana Adélia Jácomo – Redação do PNB Online

    De acordo com dados do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), até a última sexta-feira (24), 13.096 indígenas haviam sido infectados pela covid-19. Somente no povo Xavante, o último boletim epidemiológico divulgado na mesma data, demonstra a existência de 30 óbitos e 313 infectados. Ainda existem outras 10 mortes sob investigação.

    Com duração de pouco mais de quatro minutos, o vídeo coloca o espectador dentro das comunidades, expondo a situação classificada pelos indígenas como de “abandono” por parte do Poder Público.

    Davi Tsudzaweré, cacique da Aldeia Guadalupe, da Terra Indígena São Marcos, faz um apelo por maior atenção básica em saúde. Segundo ele, os povos estão abandonados à própria sorte, sem qualquer tipo de acesso a atendimentos médicos.

    Estão omitindo as mortes, estão omitindo os dados, está sendo tudo manipulado para manterem a imagem de bonzinhos

    “Houve muito óbito nesta terra. Até agora, os Xavantes estão morrendo dessa doença que está acontecendo no mundo inteiro. Estamos sofrendo ainda sem atenção de nenhum órgão competente”, disse.

    Em uma das imagens de maior apelo, Cristóvão Tsõrõpré, pertencente a aldeia São Marcos, narra a escavação de covas para enterros dos mortos. “Até quando vamos aguentar tudo isso? Temos o espaço para o cemitério, quantos já se foram… Já pedimos apoio, intervenção e profissionais de saúde, mas nada disso acontece”.

    Rafael Wéré´é, da Aldeia São Marcos, acusa as autoridades competentes de não divulgarem dados reais das mortes causada pela pandemia. “Um grito de socorro para que as pessoas possam conhecer como estamos abandonados perante essa pandemia. (…) Estão omitindo as mortes, estão omitindo os dados, está sendo tudo manipulado para manterem a imagem de bonzinhos”, afirmou.

    Gravado pelos indígenas, o vídeo foi produzido pela jornalista Juliana Arinos e pelo professor do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), campus Barra do Garças, Gilson Costa.  Ele trabalha há seis anos em um projeto de extensão nas comunidades, oferecendo oficinas de capacitação audiovisual a jovens Xavantes.

    Segundo Gilson, o vídeo retrata a situação das comunidades diante da pandemia. “Em se tratando dos Xavante, o poder público ficou inerte no primeiro momento, esperou que a doença avançasse. As barreiras sanitárias poderiam ter sido instaladas anteriormente para evitar que a doença entrasse nas aldeias”, avaliou.

    O professor explicou que a cultura indígena envolve moradias coletivas, pouco acesso a água encanada e rede de esgoto. Com hábitos culturais de higiene diferentes, a covid-19 tem encontrado nos povos muita facilidade de disseminação do vírus.

    “A partir do momento que a doença entra nas aldeias a situação começa a ficar complicada porque as comunidades têm uma outra cultura.  Em uma casa Xavante, moram até 20 pessoas, nem todas elas têm água encanada, são outros hábitos de higiene, uma outra cultura. O poder público por mais que tenha sido alertado pelas lideranças e Ongs, esperou a doença chegar e demorou muito para uma ação. Depois que o caos começou é que o poder público começou a atuar, mas mesmo assim e forma muito deficitária”, avaliou.

    O poder público por mais que tenha sido alertado pelas lideranças e Ongs, esperou a doença chegar e demorou muito para uma ação.

    A morte de um indígena na cidade de Campinápolis teria exposto a falta de atenção básica, como por exemplo a falta de distribuição de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). “Ele trabalhava como motorista e transportava pacientes, e ficava com a mesma máscara até uma semana. Nem os EPIs básicos lhe foi concedido e ele acabou morrendo”. A morte gerou protestos na cidade.

    O outro lado

    O Governo do Estado anuncia nesta segunda-feira (27) o início das atividades de um grupo de trabalho que irá em expedição pelas aldeias indígenas de Mato Grosso oferecendo atendimento médicos e medicamentos a infectados pela covid-19.

    O grupo é uma parceria entre o Ministério da Saúde, Forças Armadas, Secretaria Especial de Saúde Indígena e pelo Governo de Mato Grosso. Eles desenvolveram o Plano de Enfrentamento à Covid-19 nas Comunidades Indígenas e irão levar médicos infectologistas, pediatras e clínicos gerais para prestar atendimentos.

    Veja o vídeo dos Xavantes: https://www.youtube.com/watch?v=QZlpEHixR7E&feature=youtu.be

    Matéria original em: https://www.pnbonline.com.br/geral/comunidade-xavante-denuncia-abandono-diante-da-pandemia-e-pede-socorro/68338

  • Seu Davino, de 110 anos, sobreviveu à gripe espanhola e à covid-19

    Seu Davino, de 110 anos, sobreviveu à gripe espanhola e à covid-19

    Seu Davino, de 110 anos e morador de Campos-RJ, saiu do hospital no dia 07 de junho, recuperado da Covid-19. A equipe do hospital comemorou. Foram 18 dias de internação e, apesar de ter chegado em estado grave, ele não chegou a ficar internado na UTI. Quando perguntado sobre o que fez para viver tantos anos, Davino diz que não se lembra. São histórias como as dele que nos ensinam sobre a força da vida.

    Texto e fotos: Jean Barreto

    Foto: Jean Barreto

    Há cerca de quatro meses, o mundo enfrenta a pandemia da Covid-19 e em Campos a situação não é diferente. Até o dia 26 de julho, o município contabiliza 2.766 casos confirmados, destes casos, 177 vieram a óbito, segundo a prefeitura.

    Histórias de superação estão ai todos os dias

    A mais recente é de Davino Cordeiro, de 110 anos, que recebeu alta no dia 6 de julho do Centro de Controle e Combate ao Coronavírus de Campos – CCC. Seu Davino é o primeiro idoso a vencer a doença no Norte Fluminense e segundo no estado do Rio de Janeiro.

    O primeiro paciente é de Niterói e também centenário, com 110 anos.
    Ele deu entrada no centro, dia 18 de junho com 109 anos, em estado grave, como relata as profissionais que cuidaram do Davino. A saída do paciente de 110 anos foi comemorada pela equipe do Centro de Controle e Combate ao Coronavírus de Campos.

    Foto: Jean Barreto

    “prestar cuidados ao paciente Davino foi um marco muito grande na minha vida profissional, né?! pq receber um paciente que entrou no hospital com 109 anos e ele fez aniversário aqui de 110 anos, é muito gratificante pra gente – falou Daniela Muniz, enfermeira do CCC.”

    Ele ficou internado durante 18 dias na enfermaria da unidade exclusiva para tratamento de pacientes com o novo corona vírus. Ele não chegou a dar entrada na UTI e, agora segue para casa com a família de sete filhos, 11 netos e 18 bisnetos. O filho Damião, alerta sobre a doença e já planeja o Aniversário de 111 anos.

    “Eu acho que isso aí é coisa séria, não é uma gripezinha. Você vê, o mundo todo tá se contaminado. Graças a Deus, meu pai se recuperou, vamos agradecer e pedir que ele chegue aos 111 anos dele, para a gente festejar – Afirmou Senhor Damião esperançoso

    Foto: Jean Barreto

    Gripe Espanhola

    Davino nasceu em 1910 e depois da luta contra o Covid 19, relembra momentos marcantes da sua vida e do desenvolvimento da cidade, como quando a gripe espanhola matou milhares de pessoas no Brasil. A gripe espanhola foi o nome que recebeu uma pandemia de vírus influenza que se espalhou pelo mundo entre 1918 e 1919. A doença chegou no Brasil por volta de setembro de 1818 e espalhou-se por grandes centros, sobretudo por Salvador, São Paulo e Rio de Janeiro.

    Trabalho

    Seu Davino, começou a trabalhar aos 9 anos de idade como cortador de cana de açúcar. Já mais velho, foi trabalhar na estrada de ferro em Campos; depois, trabalhou durante muito tempo na extração de areia do rio Paraíba do Sul. “À época ainda nem havia o cais da Lapa”, lembra ele, inaugurado em março de 1958. Seu Davino ainda trabalhou na construção da Ponte Saturnino de Brito, mais conhecida como Ponte da Lapa, que foi inaugurada em 17 de outubro de 1964.

    “Já trabalhei em muita coisa, já trabalhei em linha férrea; trabalhei na usina, aí depois sai e fui trabalhar na leopoldina uns tempos, mas depois deixei, morava muito longe; trabalhei com cavalo e carro de boi, uma porção de coisa. Eu não tenho mais saudade de nada (risos)… a gente lembra daqueles tempo da gente, a gente era novo, fazia tudo.”

    Ao ser perguntado,sobre a sua longevidade e lucidez, Seu Davino ri e responde: “Nem me lembro mais”, entre risos.
    São histórias de vida como essa que nos ensinam sobre a força da vida, tornando a história de Davino um símbolo de esperança para dias melhores.

    Foto: Jean Barreto

  • Os efeitos da ivermectina, por Dirce Waltrick do Amarante

    Os efeitos da ivermectina, por Dirce Waltrick do Amarante

    Tudo não passa de especulação, mas o fato é que muitos integrantes do governo desapareceram, entre eles, o secretário de Cultura, o ministro da Saúde e o ministro da Educação. O próprio presidente aos poucos está desaparecendo (ultimamente só é visto nos finais de semana ou no gramado entre as emas). Têm-se atribuído esses sumiços aos efeitos do uso da ivermectina, que, como se sabe, elimina vermes e parasitas. Se o presidente ainda não sumiu de vez é porque, presume-se, sua dose diária do vermífugo ainda é baixa, uma vez que ele tem priorizado o uso da cloroquina que, como todos sabem, até as emas, não tem efeito nenhum.

    *Dirce Waltrick do Amarante é escritora, ensaísta e tradutora.