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  • Bolsonaro abandona estudantes de universidades federais na Colômbia

    Bolsonaro abandona estudantes de universidades federais na Colômbia

    Por Safira Campos, da Redação do PNBOnline

    Em meio à pandemia do novo coronavírus (Covid-19), oito estudantes da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), que estão na Colômbia, enfrentam dificuldades para saber quando poderão retornar a suas casas. Eles fazem parte de um grupo de 51 brasileiros que está em mobilidade acadêmica desde o começo do ano (até ontem, 31 estudantes haviam sido identificados, com a divulgação do caso hoje, mais 20 se juntaram ao grupo – nota dos Jornalistas Livres). Com fronteiras fechadas e cancelamentos de vôos comerciais em razão da pandemia, os jovens aguardam um posicionamento da embaixada do Brasil em Bogotá para um possível voo de repatriação. 

    Na semana passada, os brasileiros enviaram uma carta à Embaixada do Brasil em Bogotá solicitando ajuda. O que mais preocupa é que a maior parte dos estudantes é composta por bolsistas, que recebem alimentação e estadia, e que não têm como manter as despesas sem os auxílios, que já estão próximos de expirar.

    “Os brasileiros que atualmente se encontram na Colômbia e que se manifestam por meio desta carta, exortam aos órgãos consulares brasileiros a coordenação, juntamente com os órgãos competentes, a organização de um voo de repatriação humanitário e/ou apoio diante das necessidades que se desenham nesse cenário, como por exemplo a de estudantes com bolsas prestes a expirar”, inicia a carta.

    Em entrevista ao PNBonline, a estudante do curso de Comunicação Social Isabelle Fanaia, que atualmente estuda na Universidad de Boyacá, comentou sobre a preocupação do grupo de brasileiros. “O problema gira em torno do fato de que estamos aqui porque nos mantemos com a bolsa, que garante estadia e alimentação. Mas ela tem um prazo e o prazo tá se aproximando. Minha universidade aqui já pronunciou falando que não tem como prorrogar a bolsa caso a gente fique por mais tempo. O problema é que voos estão sendo cancelados e o aeroporto está fechado. O risco é sermos obrigados a ficar e nem ter um auxílio para isso”, relata Fanaia.

    Cerimônia de boa viagem da Secretaria de Relações Internacionais da UFMT antes da ida dos estudantes ao exterior.
    Cerimônia de boa viagem da Secretaria de Relações Internacionais da UFMT antes da ida dos estudantes ao exterior

    O sentimento é compartilhado pela colega de curso Pollyana Rodrigues, que está na Universidad Simón Bolívar, localizada na cidade de Cucuta. “A nossa situação é bem delicada. Eu por exemplo recebo a última bolsa na primeira semana de junho, ou seja, daqui a poucos dias. Se não tivermos auxílio e alojamento, não sabemos o que fazer para nos manter. Ainda pesa o fato de que os seguros de saúde que nós contratamos só vão até essa data. Se eventualmente acontecer algo depois desse limite, nós não temos nem isso”, lamenta.

    Em resposta à carta, a embaixada informou que já repatriou 577 brasileiros desde o fechamento das fronteiras em março e que está acompanhando a situação das cidadãos interessados em repatriação. Não há, entretanto, qualquer estimativa de quando isto pode acontecer.

    Sem informar algum tipo de previsão, o secretário de Relações Internacionais da UFMT,  Prof. Lucas Oliveira de Sousa, afirmou em resposta à redação que a instituição está buscando alternativas de trazer os estudantes de volta a Mato Grosso. “Desde o início da pandemia, a Secretaria de Relações Internacionais da UFMT faz um trabalho constante de acompanhamento individual dos estudantes em mobilidade internacional (…). Dentro deste diálogo, busca alternativas para viabilizar o retorno ao Brasil dos manifestaram interesse. Em todos os casos cuja mobilidade ainda está em vigor, a UFMT já se articula para que, após a conclusão e durante a pandemia, os estudantes tenham o amparo das embaixadas brasileiras nos respectivos países e garantido o retorno ao estado de Mato Grosso”, disse.

    Além dos estudantes da UFMT, estão na mesma situação alunos da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Universidade Federal do Piauí (UFPI), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas (IFSULDEMINAS), Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), Universidade Estadual de Goiás (UEG), Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc), Universidade Federal de Lavras (UFLA), Universidade Tiradentes (Unit) e Universidade Vale do Rio Verde (UninCor).

     

    Confira a nota enviada pela UFMT na íntegra: 

    Desde o início da pandemia, a Secretaria de Relações Internacionais (SECRI) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) faz um trabalho constante de acompanhamento individual dos estudantes em mobilidade internacional, mantendo contato direto e frequente com os mais 50 alunos em 6 países e 15 instituições parceiras anfitriãs. Dentro deste diálogo, busca alternativas para viabilizar o retorno ao Brasil dos que, após consultados, manifestaram interesse, concretizando, até o momento, oito casos.

    Vale ressaltar que, infelizmente, esta situação não é exclusiva da UFMT. Estudantes de outras universidades passam pela mesma situação e no contexto do fechamento de fronteiras e cancelamento de voos comerciais, a repatriação é de competência exclusiva do Ministério de Relações Exteriores e do corpo diplomático brasileiro em cada país.

    Em todos os casos cuja mobilidade ainda está em vigor, a UFMT já se articula para que, após a conclusão e durante a pandemia, os estudantes tenham o amparo das embaixadas brasileiras nos respectivos países e garantido o retorno ao estado de Mato Grosso

    Matéria original em: https://www.pnbonline.com.br/geral/em-carta-a-embaixada-estudantes-da-ufmt-na-cola-mbia-pedem-ajuda-para-retornar-ao-brasil/66291

  • Venezuela frustra ataque de mercenários

    Venezuela frustra ataque de mercenários

    Um grupo de mercenários que partiu da Colômbia tentou invadir a Venezuela na manhã deste domingo por via marítima, mas foi surpreendido e rechaçado pelas forças venezuelanas. Vários deles foram mortos ou detidos em Macuto, no estado de La Guaira, segundo o ministro do Interior e Justiça Néstor Reverol. Ele explicou que a tentativa de entrar no país foi através das costas do estado de La Guaira, no norte da Venezuela, por meio de lanchas. Reverol informou que vários dos “terroristas” foram mortos na operação e outros capturados, e um arsenal de rifles de assalto foi apreendido.

    A tentativa de agressão à Venezuela ocorre quase exatamente um ano após a frustrada tentativa de golpe liderada pelo deputado da oposição Juan Guaidó, em Caracas, acompanhado pelo líder de direita Leopoldo López.

    “Um grupo de mercenários terroristas da Colômbia tentou realizar uma invasão marítima com o objetivo de cometer atos terroristas no país, perpetrando assassinatos de líderes do governo revolucionário e aumentando a espiral de violência e, com isso, levar a uma nova tentativa de golpe. Parece que as tentativas imperiais frustradas de derrubar o governo legitimamente constituído, liderado pelo presidente Nicolás Maduro, os levaram a formular ações excessivas”, afirmou Reverol hoje, depois de declarar um estado de “resistência permanente e alerta” no país sul-americano.

    Conforme foi detalhado pelos militares venezuelanos, o ataque foi detectado “graças ao trabalho profissional e científico das agências de inteligência e contra-inteligência, bem como à execução permanente da operação militar e policial ‘Escudo Bolivariano‘, que garante a vigilância contínua do espaço. geográfica da nação“.

    O homem à direita de Juan Guaidó teria sido morto durante o ataque

    Vídeos que circulam nas redes sociais relataram o sobrevoo de helicópteros e detonações ocorridas na área de Macuto nas primeiras horas da manhã. Mais tarde, usando barcos, mergulhadores tentaram recuperar parte do armamento que estava com os invasores.

     

  • Coronavírus já matou 1.295 americanos, mas Trump só pensa em caçar Maduro

    Coronavírus já matou 1.295 americanos, mas Trump só pensa em caçar Maduro

    O governo dos EUA acusou sem quaisquer provas ou evidências, nesta quinta (26), o presidente venezuelano Nicolás Maduro de narcoterrorismo e conspiração para traficar cocaína aos EUA. O Departamento de Estado americano estabeleceu uma recompensa de US$ 15 milhões (R$ 75 milhões) por informações que levem à captura de Maduro. Além do presidente venezuelano, estão sendo acusados vários outros integrantes do governo e membros das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). Por informações que ajudem a capturá-los, ofereceu-se recompensa de US$ 10 milhões (R$ 50 milhões).

    Trata-se de mais um ataque, entre centenas de outros, contra a República Bolivariana da Venezuela, desde a eleição de Hugo Chávez à Presidência, em 1999. Mas, desta vez, a desfaçatez é escandalosa.

    Os Estados Unidos vivem neste exato momento a tragédia sanitária decorrente de um sistema de saúde em grande parte inacessível aos mais pobres, e da irresponsabilidade do presidente Donald Trump que, a exemplo de seu homólogo no Brasil, Jair Bolsonaro, tem se oposto à medidas drásticas de isolamento social para impedir o contágio em massa pelo Covid-19. Os EUA já contam 85.594 casos comprovados de coronavírus (mais do que a China) e 1.295 mortos.

    Desatento à dor do povo americano, o governo Trump encontrou tempo para rosnar em direção à Venezuela, responsabilizando-a pelo narcotráfico internacional, quando é a Colômbia, sabidamente, o grande produtor de drogas no mundo, especialmente cocaína, conforme levantamentos realizados pela ONU e pelas próprias autoridades dos EUA. Ocorre que a Colômbia, que possui 2.219 km de fronteira com a Venezuela, é uma aliada histórica do imperialismo americano em seu intento de atacar a revolução bolivariana –por isso, as autoridades dos EUA fecham os olhos para a farra entre narcotraficantes e políticos da direita colombiana.

     

    Ivan Duque, presidente da Colômbia, com Ñeñe Hernández, colombiano morto no Brasil Reprodução / Instagram
    Iván Duque, presidente da Colômbia, com Ñeñe Hernández, colombiano morto no Brasil, e a ex-miss. Reprodução / Instagram

    Agora mesmo, a Colômbia sob a presidência do direitista Iván Duque está sendo sacudida por um escândalo chamado “José Guillermo Hernández”, ou melhor, Ñeñe Hernández. Esse é o nome mais repetido na Colômbia hoje, depois de coronavírus. Ñeñe Hernández foi um amigão do peito de Iván Duque, criador de gado, membro da alta sociedade, casado com uma ex-miss Colômbia, proprietário de terras, de luxuosas propriedades e… braço político e financeiro de Marcos de Jesús Figueroa, o Marquito, contrabandista de gasolina e narcotraficante da pesada. Assassinado no ano passado no Brasil, o nome de Ñeñe Hernández ressuscitou por conta da recente descoberta, pela polícia, de áudios gravados que provam que Ñeñe Hernández foi um dos maiores financiadores ilegais da campanha que levou Iván Duque ao poder. Mas isso pouco importa ao Departamento de Estado americano e a Donald Trump. A obsessão é com a Venezuela.

    A Venezuela, por seu turno, considera-se vítima do flagelo do narcotráfico, que espraia sua violência ignorando as fronteiras entre os dois países. O país emitiu uma nota de esclarecimento sobre a natureza do mais novo ataque americano ao país. É o que segue:

     

    Aos Povos do Mundo e Amigos da Revolução Bolivariana

    (…) Vamos colocar esta decisão no contexto:

    1. Sob a liderança do Presidente Maduro, a Venezuela vem realizando uma luta eficiente contra o coronavírus, alcançando até agora uma contenção importante desse vírus. Nosso país foi o primeiro da região a pedir quarentena e, graças à cooperação com a China, a Rússia e Cuba, temos todas as capacidades médicas para lidar com essa pandemia. Tais decisões tiveram o apoio majoritário do povo venezuelano, incluindo amplos setores da oposição.

    2. Um importante processo de diálogo está progredindo com os setores democráticos da oposição, muitos dos quais, no contexto da pandemia, se manifestaram a favor de trabalhar com o governo e exigir a cessação de medidas coercitivas unilaterais (erroneamente chamadas de sanções), que afetam nossa economia e nosso povo.

    3. De diferentes partes do planeta, vozes se uniram contra o bloqueio sofrido pela Venezuela, entre as quais destacamos as recentes declarações do Comissário para as Relações Internacionais da União Europeia, Josep Borrel; Secretário-Geral da ONU, Antonio Guterres, e Michelle Bachellet, Comissária da ONU para os Direitos Humanos.

    4. Em 23 de março passado, a polícia de trânsito colombiana capturou um arsenal de guerra que, nossos serviços de inteligência demonstraram, tinham como objetivo final sua transferência para a Venezuela para realizar atos terroristas contra o presidente Maduro e outras autoridades. Todo o tecido dessa conspiração, que conta com o apoio dos Estados Unidos e da Colômbia, foi denunciado ontem com detalhes pelo nosso ministro da Comunicação, Jorge Rodríguez.

    Após as reduzidas manifestações da oposição convocadas por Juan Guaidó em 2020, de Washington, eles decidiram reforçar as ações violentas para alcançar a tão esperada “mudança de regime” na Venezuela. É nesse quadro de fortalecimento do governo bolivariano e da crise nos EUA devido à pandemia que ocorre essa decisão perigosa, irracional e criminosa anunciada hoje pelo governo Trump. Eles apostam claramente na violência e no terrorismo, como foi revelado nas declarações divulgadas hoje por um traidor ex-militar venezuelano, general Cliver Alcalá Cordones, que da Colômbia confessou que as armas capturadas eram realmente para realizar ataques em Venezuela, em um plano que tem o aval de Juan Guaidó e do governo dos EUA, por meio de funcionários e mercenários prestadores de serviços militares. Entre outros elementos, Alcalá ressalta que a compra das armas foi instruída por Guaidó e que ele tem um contrato que comprova isso.

    É importante observar que, durante vários anos, especialmente desde 4 de agosto de 2018, quando ocorreu uma tentativa de assassinato em Caracas contra o presidente Maduro com o uso de drones carregados de explosivos, foi denunciado que esses grupos terroristas operam na Colômbia. Foram até enviadas para as autoridades a localização dos campos em que os terroristas treinam, sem que o governo de Iván Duque tomasse qualquer providência para extinguir a ação criminosa. Conseqüentemente, denunciamos essa situação de cumplicidade do governo colombiano com os terroristas perante o Secretário-Geral da ONU.

    Estamos, portanto, vivendo um momento muito perigoso, levando também em conta o próximo processo eleitoral presidencial nos Estados Unidos, propício – como tem sido visto historicamente – a aventuras que ajudam a garantir a reeleição do Presidente de plantão. Diante disso, pedimos sua solidariedade com o povo venezuelano e ficamos atentos a essa nova etapa de agressão.

    Nós Venceremos!
    #LasSancionesSonUnCrimen
    #MaduroValentíaYDignidad

     

    Leia mais sobre a Venezuela em:

    Coronavírus: Brasil fecha fronteira e venezuelanos são impedidos de voltar a Roraima

    Encontro na Venezuela decide criar Universidade Internacional de Comunicação

    VÍDEO: Itamaraty representou interesses de invasores da embaixada venezuelana em reunião

    Venezuela: “Cenário é tenso e perigoso, mas Maduro controla e neutraliza golpe”

    VIDA NORMAL EM CARACAS!!!

     

  • Apoie a campanha dos Jornalistas Livres para a América Latina!

    Apoie a campanha dos Jornalistas Livres para a América Latina!

    A América Latina está sob ataque da extrema direita e do projeto neoliberal do capital financeiro de países como os Estados Unidos. Democracias como as da Bolívia e Equador estão sendo desestabilizadas pelas elites oligárquicas, altamente racistas e reacionárias. É o neofascismo de Bolsonaro, Camacho, Trump e outros atacando mulheres, indígenas, negros e LGBTs. Na Bolívia, após o golpe de estado sofrido por Evo Morales, legitimamente reeleito, a violenta repressão golpista está deixando mortos e muitos feridos. E isso pode piorar! A mídia tradicional, comprometida com os interesses do capital, não está mostrando a realidade. Nós, Jornalistas Livres, fomos até a Bolívia e Argentina cobrir as eleições desses países, mesmo sem ter os recursos suficientes. Queremos mostrar a verdade para nossos leitores, atuando in loco nos países em crise. Para isso, precisamos da ajuda de todos e todas, para que possamos enviar correspondentes com segurança, porque agora o momento é perigoso para a imprensa, especialmente na Bolívia. Ajude-nos a fazer o que a mídia tradicional não faz: mostrar os fatos!

  • Maduro questiona suposta ajuda humanitária: “Com quem Trump se solidarizou até hoje?”

    Maduro questiona suposta ajuda humanitária: “Com quem Trump se solidarizou até hoje?”

    Publicado originalmente em Brasil de Fato | São Paulo

    O presidente eleito da Venezuela, Nicolás Maduro, fez um pronunciamento público na capital Caracas na tarde deste sábado (23). Durante quase duas horas, o líder chavista questionou a suposta ajuda humanitária imposta pelos Estados Unidos e defendeu a soberania do povo venezuelano. “Com quem [o presidente estadunidense Donald] Trump se solidarizou até hoje? Ele odeia os povos da América Latina e Caribe. Por isso quer construir o muro [na fronteira com o México]”, lembrou.

    :: O que está acontecendo na Venezuela? ::

    Milhares de pessoas acompanharam o discurso do presidente, que aconselhou a população a “abrir os olhos”, já que “a operação dita de ‘ajuda humanitária’ quer meter militares no nosso país, para roubar nossas riquezas.” O mandatário convocou a comunidade internacional a se solidarizar com o país e exigir que “Trump tire as mãos da Venezuela” – baseado nos princípios da Organização das Nações Unidas (ONU).

    Rompimento com a Colômbia

    Ao final do discurso, o presidente eleito anunciou a ruptura de relações diplomáticas e políticas com a Colômbia, estabelecendo um prazo de 24 horas para que embaixadores e cônsules deixem a Venezuela.

    As fronteiras com o país vizinho foram fechadas diante da ameaça de intervenção dos Estados Unidos.

    Brasil e UE

    Maduro afirmou ainda que o governo venezuelano foi procurado pela União Europeia (UNE), que ofereceu medicamentos para o país: “Eles nos procuraram oficialmente. Aceitamos a ajuda e vamos pagar por ela”.

    Da mesma forma, o presidente disse estar disposto a aceitar o arroz, açúcar e leite em pó ofertados pelo Brasil. “Pagamos por todos os alimentos que estão no estado de Roraima”, sustentou, argumentando que os venezuelanos não devem ser “tratados como mendigos”.

    Histórico

    Herdeiro político do ex-presidente Hugo Chávez, Maduro chegou ao poder em meio à comoção pela morte do líder que, além de impulsionar a chamada Revolução Bolivariana, colocou o país petroleiro no mapa geopolítico mundial. A ausência de Chávez, no entanto, fortaleceu a oposição, que não deu trégua ao governo Maduro, primeiro não reconhecendo sua vitória, passando por tentativas de tirá-lo do poder por meio de referendo ou promovendo boicotes e protestos.

    Petróleo

    Com mais de 2,9 bilhões de barris por ano, os EUA são os maiores importadores de petróleo do mundo. Cerca de 500 milhões de barris vêm da Venezuela, cujas reservas são dez vezes maiores que as estadunidenses.

    O país latino-americano é considerado estratégico, do ponto de vista logístico, porque o custo de importação é inferior àquele importado do Golfo Pérsico, por exemplo, com tempo reduzido entre a produção e a entrega.

    Na Venezuela, o Estado controla a produção, a distribuição e o destino da renda do petróleo, e é visto como um impedimento à dominação econômica e política dos EUA no continente.

  • Confirmado: Estados Unidos cercam militarmente Venezuela

    Confirmado: Estados Unidos cercam militarmente Venezuela

    Publicado originalmente por Sergio Alejandro Gómez, Edilberto Carmona Tamayo | Cubadebate |

     

    Os recentes movimentos de tropas dos EUA, relatados por fontes públicas e pela mídia, confirmam que Washington está se preparando para se aproximar militarmente da República Bolivariana da Venezuela sob o pretexto de uma suposta “intervenção humanitária”.

    Cuba assegurou em 13 de fevereiro, por meio de uma declaração do governo revolucionário, que os Estados Unidos pretendem fabricar “um pretexto humanitário para iniciar uma agressão militar contra a Venezuela” e denunciaram voos militares na região do Caribe como parte dos preparativos.

    Embora fontes em Washington e alguns dos países envolvidos tenham sido rápidos em negar denúncias cubanas, as últimas informações disponíveis ratificam e ampliam a evidência de um cerco militar premeditado contra Caracas.

    “Os Estados Unidos silenciosamente acumulam seu poder militar perto da Venezuela”, disse o jornalista e especialista militar britânico Tom Rogan no jornal Washington Examiner. “Uma importante presença naval e marítima dos Estados Unidos está operando perto da Colômbia e da Venezuela. Seja por coincidência ou não, essas implantações dão à Casa Branca uma gama crescente de opções “.

    Segundo Rogan, em menos de uma semana o Pentágono é capaz de mobilizar 2.200 fuzileiros navais, jatos de combate, tanques e colocar dois porta-aviões na Venezuela.

    Os três pontos do tridente norte-americano são: Caribe, Colômbia e Brasil. Não é coincidência que o almirante Craig Faller, chefe do Comando Sul, tenha visitado Bogotá, Brasília e Curaçao durante as últimas semanas, sob a cobertura da suposta organização da entrega de “ajuda humanitária” à Venezuela.

     

    O Caribe: Do porta-aviões Abraham Lincoln para Curaçao

    Com a autorização da Holanda, os Estados Unidos organizam um centro de distribuição para a suposta ajuda na ilha de Curaçao, a poucos quilômetros das fronteiras com a Venezuela.

    Mas a mobilização militar é muito mais ampla na região do Caribe. Na denúncia cubana, explica-se como, entre 6 e 10 de fevereiro de 2019, foram feitos vôos de aeronaves de transporte militar para o Aeroporto Rafael Miranda de Porto Rico, a Base Aérea de San Isidro, na República Dominicana e para outras ilhas do Caribe estrategicamente localizadas.

    Agora, há o anúncio de que a Marinha dos Estados Unidos implantou um Grupo de Ataque de Porta-Aviões (CSG) no Oceano Atlântico e na costa da Flórida.

    A frota é composta pelo porta-aviões USS Abraham Lincoln (CVN-72), um cruzador de mísseis e quatro destróieres, além de uma fragata da marinha espanhola convidada a participar.

    “Os GSGs têm recursos de plataforma cruzada para operar onde e quando necessário. Além de ter flexibilidade e sustentabilidade para combater guerras em grande escala e garantir a liberdade dos mares, os CSGs são símbolos visíveis e poderosos do compromisso dos Estados Unidos com seus aliados, parceiros e amigos ”, disse um comunicado de imprensa oficial do Marinha americana.

    A bordo do USS Abraham Lincoln, o porta-aviões nuclear da classe Nimitz, opera o Embarked Air Squadron (CVW) 7, equipado com o Lockheed F-35C Lightning II, o mais avançado caça-bombardeiro do arsenal americano.

    O grupo iniciou no dia 25 de janeiro os exercícios COMPTUEX, supostamente destinados a preparar a formação antes de um destacamento militar.

    Embora sua localização atual e o destino de sua implantação sejam desconhecidos, os consultores militares Stratfor e Southfront localizaram o GSG em algum ponto do Atlântico, na costa do estado da Flórida.

    Nos últimos dias, foi relatado que o grupo havia tentado um cruzamento de estreitos, uma manobra necessária para entrar no Mar do Caribe, que é separado por alguns dias de navegação.

    Ragan aponta outra informação interessante em seu artigo. Os Estados Unidos poderiam não ter um, mas dois porta-aviões na faixa operacional da Venezuela em uma semana.

    O porta-aviões USS Theodore Roosevelt e o navio de desembarque anfíbio USS Boxer estão “casualmente” agora, no porto de San Diego, Califórnia, a menos de uma semana de navegação da costa do Pacífico da Colômbia.

    “O USS Boxer tem a bordo a décima primeira Unidade Expedicionária de Fuzileiros Navais (MEU), uma das 7 MEUs do Exército dos EUA. Esta unidade de fuzileiros navais tem aproximadamente 2.000 homens. O propósito expresso de uma MEU é oferecer uma capacidade de rápida implementação militar “, diz Ragan.

     

    Colômbia, onde Bolton quer enviar 5.000 soldados

                                                                                Aeronave de transporte militar pesado de longo alcance C-17 Globemaster III terras em Cúcuta, Colômbia. Foto: Telemundo

    Desde a época do Plano Colômbia, inaugurada em 1999, a Colômbia é um dos principais aliados militares dos Estados Unidos na região. Washington estava prestes a instalar formalmente sete bases militares em território colombiano durante o mandato de Álvaro Uribe, mas uma decisão do Tribunal Constitucional bloqueou o plano.

    No entanto, Bogotá encontrou uma maneira de contornar os controles e, finalmente, autorizou a presença americana e a implantação de logística nas principais instalações militares do país andino.

    Essa aliança próxima chegou às manchetes no final de janeiro, quando o assessor de segurança nacional da Casa Branca, John Bolton, “acidentalmente” mostrou uma anotação em seu caderno com o plano de enviar 5.000 soldados dos EUA para a Colômbia, como parte da operação contra a Venezuela.

    O próprio presidente Donald Trump não descartou a idéia e, quando perguntado sobre isso durante uma reunião com seu colega colombiano, Ivan Duque, ele simplesmente disse: “Vamos ver”.

    O presidente colombiano, por sua vez, preferiu não responder com um “sim” ou um “não” à possibilidade de a Colômbia permitir a entrada de tropas americanas, apesar do jornalista Bricio Segovia, da Voz da América, ter perguntado a ele. o mesmo em várias ocasiões:

    Durante a entrevista, Segovia pergunta a Iván Duque:

    – A Colômbia estaria disposta a receber 5.000 soldados em seu território?

    Ao que o presidente colombiano respondeu: – Não sou bom em ler cadernos de outras pessoas.

    Segovia insiste: – Você esteve com ele (John Bolton) recentemente.

    – O que eu posso dizer é que estamos trabalhando duro para a libertação do povo venezuelano e estamos fazendo isso com um cerco diplomático bem-sucedido. Esse cerco diplomático é sem precedentes. Esse cerco diplomático isolou o ditador. Esse cerco diplomático é irreversível e a continuidade disto virá do efeito dominó que deve ser ativado pelas Forças Militares da Venezuela – responde Duque.

    – Mas a Colômbia está disposta a receber tropas militares em seu território? – Segovia responde.

    – Eu tenho sido claro, a solução em que acredito está no cerco diplomático. A continuidade do cerco diplomático deve ser o efeito dominó que será gerado na Venezuela quando mais membros das Forças Armadas depositarem sua lealdade a Juan Guaidó – ressalta Iván Duque.

    – Então, a Colômbia não está disposta a receber tropas americanas em seu território … – esclarece Segovia.

    – Nós fomos claros. O mais importante para a Venezuela alcançar a liberdade é o cerco diplomático, diz Duque.

    – Então, é um não? – insiste Segovia

    – O cerco diplomático é a ferramenta mais importante que tem sido visto na história da América Latina. Então, acho que é um grande triunfo para comemorar. A continuidade disto é representada pelo fato de que há mais soldados, assim como aqueles que já o fizeram nos últimos dias, entregando sua lealdade e juramento a Juan Guaidó.

    – Com licença, senhor presidente, mas você não está respondendo a pergunta. A Colômbia está disposta a receber tropas dos EUA em seu território? – Segovia insiste novamente.

    – Eu responderei de novo … – Duque diz.

    mas Segovia o interrompe – sim ou não? Não tem nuances esta questão.

    – É que, como não tem nuances, reitero que acredito convincentemente na importância do cerco diplomático, conclui Duque.

    Segovia pediu a seus seguidores em sua conta no Twitter que tirassem suas próprias conclusões após a evasão do presidente.

    Embora a chegada dos 5.000 militares ainda não tenha sido confirmada, os Estados Unidos já têm um transporte aéreo da base militar de Homestead, na Flórida, para a cidade colombiana de Cúcuta, a 2.600 quilômetros de distância.

    Para as operações, são utilizados pelo menos três aviões de transporte militar pesado C-17 Globemaster III de longo alcance, fabricados pela Boeing e capazes de transportar 180 toneladas e entre 80 e 100 tripulantes.

    Homestead é também a sede do controverso Comando Sul dos EUA.

    Comando Sul

    É o Comando Unificado das Forças Armadas dos Estados Unidos que operam na América Latina e no Caribe e um dos nove comandos diretamente ligados à mais alta liderança do Departamento de Defesa dos EUA.

    Opera em um raio de ação de 32 países, 19 deles na América Central e do Sul e o restante no Caribe. Desde 1997, sua sede é no estado da Flórida.

    Antes, desde 1947, baseava-se no Panamá. Sua própria história reconhece que, como antecedente “glorioso”, o desembarque de fuzileiros navais ianques naquele país no início do século XX. Comando Sul, também conhecida pela sua nomeação Inglês USSOUTHCOM se tornou um símbolo do intervencionismo americano na região e tem sido um aliado das forças militares e paramilitares tão pobre registro de mortes, torturas e desaparecimentos não deixaram nas nações latino-americanas e Caribe há mais de um século.

    Nos últimos anos, o USSOUTHCOM vem armando, treinando e doutrinando exércitos nacionais para servir os interesses dos EUA sob sua liderança. O objetivo é evitar o uso de tropas americanas e, assim, reduzir a oposição política nos Estados Unidos.

    O modelo é que Washington dirige e treina exércitos latino-americanos através de “programas conjuntos” extensivas e intensivas e subcontrata empresas mercenárias privadas que prestam militar especializado, todos os oficiais “aposentado” do exército norte-americano. (Extraído da Encyclopedia against Terrorism)

     

    O Brasil de Bolsonaro, um novo aliado do Pentágono

                                                                                                         Fronteira entre Brasil e Venezuela no Estado de Roraima. Foto: Arquivo Cubadebate

    O Brasil, o maior país da América do Sul e com as maiores forças militares, tornou-se nos últimos anos um aliado inesperado da implantação do Pentágono na região.

    Os governos de Michel Temer (interino após um golpe parlamentar) e Jair Bolsonaro, pretendem mudar a matriz do nacionalismo forte que se consolidou durante os governos do Partido dos Trabalhadores.

    Em uma das primeiras entrevistas depois de assumir o cargo de presidente, a ultra-direita de Bolsonaro garantiu ao canal do SBT a possibilidade de instalar uma base militar norte-americana no país.

    Mas Bolsonaro, um ex-capitão de um posto menor, parcialmente retratou sua ideia ao receber fortes críticas de seus próprios generais.

    No entanto, ninguém duvida da proximidade do novo presidente brasileiro com seu colega americano, nem da admiração de dois de seus filhos pelo Mossad (serviço secreto dos hebreus) e pelo exército israelense.

    O chefe do Comando Sul dos Estados Unidos esteve na semana passada no Brasil e foi recebido pelo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, com quem discutiu o “caso da Venezuela”.

    Bolsonaro comprometeu-se a usar o estado de Roraima como um centro de coleta para a suposta ajuda humanitária contra a Venezuela e, portanto, para o desdobramento logístico dos EUA.

    Seja qual for o objetivo da mobilização militar ordenada pela Casa Branca – dos preparativos para uma agressão direta a outra medida de pressão psicológica contra suas autoridades legítimas -, o que é inegável neste momento é que os Estados Unidos movem suas cartas no região para cercar a Venezuela por todas as estradas ao seu alcance.

    Diante desse cenário, Cuba convocou todos os povos e governos do mundo para defender a paz e se opor, juntos, a diferenças políticas ou ideológicas, para impedir uma nova intervenção militar imperialista na América Latina e no Caribe que prejudicaria a independência, a soberania e os interesses dos povos do Rio Grande à Patagônia.