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  • Desertos Pântanos e Oásis alimentares: O que comer? 

    Desertos Pântanos e Oásis alimentares: O que comer? 

     

    Entre a ausência da comida de verdade e a podridão apresentada pela indústria dos alimentos o que nos resta é ir além dos Oásis alimentares e construir uma rede entre o campo e a cidade que possibilite a população a alimentação saudável enquanto um direito no país.

    Exposição e debate com o site O Joio e o Trigo no Metrô Vilarinho em Belo Horizonte

     

    Em uma breve volta ao passado, podemos demarcar um tempo histórico dos últimos 100 anos que apresenta ao Brasil e ao mundo um novo horizonte sobre a alimentação. As últimas décadas o que é argumentado pelo agronegócio e toda cadeia industrial agroalimentar é que não é possível produzir comida saudável em suficiência para toda a população. Porém como há tanta comida e ao mesmo tempo tanta fome no século 21? Fica a pergunta.

    A revolução verde da agricultura e a Ditadura Militar no Brasil, de forma conjunta apresentaram para o campo, águas, florestas e as cidades urbanas um novo panorama na alimentação da população brasileira. Os agrotóxicos, ou veneno, tinham como garantia a produção de alimentos para o monocultivos em larga escala e a ausência de pragas na produção. Também na mesma narrativa, a revolução verde trouxe o discurso do Produto Interno Bruto PIB da agricultura acima de qualquer política econômica e a ideia modernista de comer alimentos industrializados por sua praticidade e versatilidade. O que restou desta narrativa são os estudos científicos que ligam as doenças graves como o câncer crescente na sociedade.

    Quem não lembra que após Ditadura Militar, com as eleições, o Frango foi a grande bandeira política em debate no Brasil. O ex presidente Fernando Henrique Cardoso apresentou a avicultura em confinamento e o seu controle químico como a alternativa de reposição proteica para a população em situação de pobreza. Neste mesmo processo a queda do valor da moeda, o recente criado real, apresentou um aumento no consumo de alimentos americanizados e a invasão dos fast food como o Brasil do futuro. Na atualidade as barras de cereais que contém todos os ingredientes, menos os cereais.

    A luta das trabalhadoras e trabalhadores nos movimentos sociais rurais em qualquer tempo deste diálogo  é sinônimo de resistência. Com a vitória do ex presidente Lula, o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional CONSEA e a articulação entre governo e a sociedade civil foram fundamentais para reposicionar a alimentação e a nutrição no cenário político. O tema: Brasil, país rico é país sem pobreza tem muito para nos dizer.

    As políticas de aquisição de alimentos, às compras antecipadas, os recursos para fomento, a assistência técnica e a extensão rural apresentaram uma realidade que sobreviveu na resistência dos povos e comunidades tradicionais. 

    É a agricultura familiar quem produz o que comemos. Mas o processo da dialética é complexo, ao mesmo tempo cresce a resistência do campo é o tempo que se amplia o agronegócio e as bancadas ruralistas. Que se luta pela comida de verdade se apresenta a propaganda para crianças de alimentos ruins para a saúde.

    Nos últimos anos o Guia Alimentar para a População Brasileira traz à sociedade um novo panorama, que além de combater a fome é necessário pensar o que se come. Estar alimentado não é o mesmo que estar nutrido!

    Os desertos e pântanos alimentares estão a cada dia tomando conta da cartografia do país. Se entende por desertos os territórios que apresentam a ausência de venda ou acesso de alimentos saudáveis e por pântanos os espaços territoriais em que a grande oferta alimentar se resume aos produtos ultra processados e de baixo valor nutricional.

    Esta conjugação entre a ausência de alimentos saudáveis e a presença de alimentos ruins para a saúde da população não fica apenas nos centros urbanos. A cada dia ganha as periferias das metrópoles e a ruralidade. Atravessa a questão da renda e apresenta em especial às famílias mais pobres, chefiadas por mulheres negras, a ausência do papel do estado enquanto regulador da economia e responsável pela saúde pública.

    O Governo Federal, após o Golpe em 2016, avança em pacotes de veneno, incentivos para a indústria dos alimentos e perseguição aos movimentos sociais e aos povos e comunidades tradicionais. Uma conjugação que nos leva à ausência da democracia, perda da soberania e da segurança alimentar e nutricional e consecutivamente a morte em larga escala. A alimentação é indispensável para a vida.

    Especialistas apresentam a ideia de que a oferta dos alimentos saudáveis em uma delimitação cartográfica devem ser compreendidos como Oásis. Porém este conceito também nos remete para algo distante, quase inatingível e possibilitador da vida frente aos desertos e pântanos. Os Oásis não podem ser a única forma de se comer com qualidade em um país de tamanha dimensão espacial, biomas e de toda formação ecológica que temos.

    Lutar pelo Direito Humano à Alimentação Adequada é fortalecer as práticas e as culturas alimentares e apresentar para a população alternativas reais que possibilitem transformar a realidade que vivemos. As tecnologias e as redes sociais podem ser aliadas as feiras, as compras colaborativas e aos mercados alternativos.

    E se comer é um ato político, a nossa organização coletiva nos alimentará!

    Leonardo Koury Martins – Assistente Social, professor, escritor e conselheiro dos Conselhos Municipal de Belo Horizonte e Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional de Minas Gerais. Especial para os Jornalistas Livres

     

  • O pavilhão da comida de verdade

    O pavilhão da comida de verdade

    Meio índio, meio ambiente, nunca pensei que berinjelas, bananas, cenouras ou verduras verdes e tenras seriam munições contra a falsa vontade de governos em alimentar o povo. Eleitos e impunes ofereceram farinhas, mas o povo quer comida.

     

    O alimento invade a praça e grita contra os que plantam fome. O Banquetaço surgiu como uma reação e resposta ao apresentador de tv, que tornou-se prefeito da metrópole de São Paulo, em 2017, e queria dar ração aos estudantes e população carente das ruas da cidade.

    O movimento nacionalizou-se e em sua terceira edição ocupou mais de 40 cidades. Porto Alegre, São Paulo, João Pessoa, Brasília e Goiânia, entre tantas, defendendo o direito humano à alimentação saudável.

     

    Pratos foram preparados com produtos orgânicos e chefs voluntários e lúcidos, comida de verdade vinda da  roça e mãos que colhem, viabilizando reflexões sobre políticas alimentares. Banquetes públicos mostram-se uma grande bandeira e armamento contra o alimento fake, industrializado, de baixa qualidade.

    O banquete público também brada contra a  medida provisória de Jair Bolsonaro, que retira do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) a atribuição de propor diretrizes e prioridades da política e do plano nacional de segurança alimentar e nutricional. O Consea foi criado em 1994, na época do governo Itamar Franco, a partir de demandas da Sociedade Civil, com o objetivo de ajudar na formulação e o monitoramento de políticas relacionadas à saúde, alimentação e nutrição.

    Responsável por tirar o Brasil do mapa da fome, em 2014, o Conselho Nacional foi praticamente extinto no primeiro dia de governo do presidente.

    Enfim, deram bananas para os governantes. Viva a laranja doce e legítima dos que não querem só comida.

     

    *imagens por Vanessa Haquim©, vídeo de Emílio Rodriguez©

  • Você tem fome de quê? O Banquetaço e a luta pela Democracia

    Você tem fome de quê? O Banquetaço e a luta pela Democracia

     

    Por Leonardo Koury e Maxwell Vilela, especial para os jornalistas livres

    O processo histórico que trouxe a fome como uma expressão da Questão Social adveio da mobilização das trabalhadoras e trabalhadores que denunciavam sua precária condição de vida. As pressões populares foram gradativamente se ampliando e trouxeram não apenas a fome como denuncia, mas o desemprego, a pobreza, a falta de saneamento básico e várias outras violações. Esta cena pública emergiu da coragem de mulheres e homens seja nos espaços rurais e centros urbanos, coragem de dizer não ao que estava sendo imposto pelo sistema capitalista.

     

    Esta história não tem fim com a redemocratização e a constituição de 88. Apesar de um marco temporal importante e uma vitória inicial, a luta continuou ao longo dos anos para consolidar as políticas públicas e ao perceber a interface com as demandas sociais apresentadas pela população. Estas lutas garantiram, mesmo que de forma tardia na primeira década dos anos dois mil, a Emenda Constitucional 64 dispôs no artigo 6º a alimentação como um direito social. Um passo importante na construção do Direito Humano à Alimentação Adequada.

     

     

     

    Todo este processo de lutas e diálogo entre governo e sociedade civil propiciou o reconhecimento da alimentação enquanto um direito. Como exemplo, a agroecologia é a possibilidade vislumbrada pelos movimentos sociais e especialistas de diversas áreas das ciências sociais e agrárias como modelo de produção que vista garantir a alimentação saudável e a qualidade de vida no campo. A luta pela agroecologia tem o interesse de apresentar à população uma nova forma de lidar com a natureza e apresenta os conceitos de bom, limpo e justo quanto a relação entre o campo, florestas, águas e a cidade. Esta relação harmônica só foi possível se for pelas pactuações políticas e pela ordem democrática. Uma luta fundamental e que se constrói a cada dia.

    O Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional é um marco neste processo e todo o argumento e histórico neste texto apresentado propõe contribuir com o porquê não da extinção do CONSEA, como dispõe a Medida Provisória 870 do governo federal presidido por Jair Bolsonaro.

     

    Belo Horizonte, no Viaduto Santa Tereza, assim como outras cidades de Minas Gerais e do Brasil tiveram o dia 27 de fevereiro marcado não por apenas um almoço, mas a integração da alimentação, da cultura e da convivência familiar e comunitária apresentaram a importância do CONSEA para quem esteve presente. A luta é contra a forme e pela alimentação saudável, por uma sociedade que seja humanamente diferente, socialmente igual e totalmente livre. Possibilidades e palavras que também são inspiradas nos sonhos de Rosa Luxemburgo, 100 anos após o seu assassinato, traz a perspectiva que ainda há muito para lutar e construir.

    Viva o CONSEA, viva a Democracia e por mais momentos felizes e de lutas como nos banquetaços!

    Texto: Leonardo Koury Martins
    Fotografia: Maxwell Vilela 

     

     

     

  • Ativistas mobilizam Banquetaço nacional contra o fim do CONSEA

    Ativistas mobilizam Banquetaço nacional contra o fim do CONSEA

    Por Lola Oliveira, especial para o Jornalistas Livres
    Ainda nos primeiros dias do novo governo federal, foi decretado o fim do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA), orgão responsável por criar, em diálogo com o poder público e a sociedade civil, políticas públicas que implementem o direito humano fundamental à alimentação adequada. A medida representa um favorecimento ao agronegócio em detrimento de produções seguras e soberanas de alimento. Por esse motivo, ativistas do setor, do Brasil todo, estão organizado o Banquetaço Nacional, ato que será realizado em várias cidades do país no dia 27 de fevereiro, às 12 horas, contra a extinção do CONSEA.
    O objetivo do Banquetaço é chamar a atenção da sociedade e dos políticos, principalmente os tomadores de decisões como os presidentes da Câmara dos Deputados, do Senado Federal e do Ministério da Cidadania, para a importância do Consea. E estimular a vontade legítima de participação democrática por parte de cidadãos especialistas dispostos a colaborar com seus conhecimentos no desenho de planos e projetos em prol do direito humano à alimentação adequada nos seus territórios. A idéia é unificar as questões políticas em torno da extinção do CONSEA e ao mesmo tempo respeitar e valorizar as ações e diferenças em cada estado.

    Nota oficial do Banquetaço:

    O Banquetaço é um ato de solidariedade com aqueles que necessitam do fornecimento de alimentação pública, um congraçamento em torno da mesa com vistas à inclusão social. Somos um Movimento político apartidário que mobiliza a sociedade civil, movimentos sociais, organizações, coletivos e profissionais pela soberania e segurança alimentar. Um Movimento de defesa da boa alimentação no Brasil. Um Coletivo mobilizador de redes que por meio de banquetes públicos visibiliza questões políticas e alimentares urgentes e pressiona por tomadas de decisões em prol do bem comum.

    O Banquetaço surgiu em resposta à necessidade de novas sociabilidades e generosidades em agir em defesa do Direito Humano à Alimentação Adequada. Em 2017, agricultores, nutricionistas, participantes do Conselho Municipal de Alimentação de SP, cozinheiros e ativistas realizaram um ato diante do teatro municipal de São Paulo onde foram servidas 2 mil refeições gratuitas, com alimentos produzidos por agricultores orgânicos da Cidade de São Paulo, doações de temperos e Panc da Horta da USP; doações de alimentos por empresários e coleta de alimentos que seriam descartados pelo CEASA através da metodologia Disco Xepa. (anexo)

    Em 2018 após o incêndio no Largo Paissandu os ativistas do Banquetaço se organizaram em duas cozinhas cedidas por donos de restaurantes locais, e serviram alimentos para os desabrigados. Atualmente, o grupo de ativistas tem apoiado a iniciativa da plataforma #ChegadeAgrotóxicos e lutado pela aprovação da PNaRA – Política Nacional de Redução dos Agrotóxicos. São apoiadores do coletivo Banquenquetaço o Greenpeace, o SlowFood, Mídia Ninja, #342Amazônia, entre outros.

    Estamos nos organizando para um ato de protesto em vários estados, a favor da manutenção do Consea com a devida participação representativa da sociedade civil. A idéia é congregar pessoas em torno de uma mesa farta, com alimento bom, limpo e justo, no dia 27 de fevereiro, a partir das 12h em várias cidades do país, para chamar a atenção para o CONSEA e o Direito à Alimentação Saudável e Adequada.

    Pretendemos chamar a atenção da sociedade e dos políticos (principalmente os tomadores de decisões como os presidentes da Câmara dos Deputados, do Senado Federal e do Ministério da Cidadania) para a importância do Consea, da vontade legítima de participação democrática por parte de cidadãos especialistas dispostos a colaborar com seus conhecimentos no desenho de planos e projetos em prol do direito humano à alimentação adequada nos seus territórios. A idéia é unificar as questões políticas em torno da extinção do CONSEA e ao mesmo tempo respeitar e valorizar as ações e diferenças em cada estado.

    Abaixo assinado contra a extinção do Consea Nacional:
    https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSdDEI1imABNvV7tBM0X1557wQVv06UA_BHDBOHavo-KRuVZNg/viewform?fbclid=IwAR1v9Vs0E-TVFPPJJVCrOr31BWY3Hv32lSa3R3KbmgiE9IpH_wI0ARzGJFA

    Página Oficial do CONSEA NACIONAL
    https://www.facebook.com/segurancaalimentar/

    Página Oficial do BANQUETAÇO
    https://www.facebook.com/direitoalimentacaodeverdade/

    Vídeo retratando a experiência do 1º BANQUETAÇO em SP
    https://youtu.be/ouakayjFuvE

    Manual do Disco Xepa
    https://www.slowfoodbrasil.com/publicacoes/1075-guia-pratico-disco-xepa.

    Tema para foto de perfil no Facebook em apoio ao #BANQUETAÇO e #CONSEARESISTE
    http://www.facebook.com/profilepicframes/?selected_overlay_id=2084594671636701

    Tema para foto de perfil no Twitter em apoio ao #BANQUETAÇO e #CONSEARESISTE
  • VII Festival de Gastronomia Orgânica – da Terra ao Prato

    VII Festival de Gastronomia Orgânica – da Terra ao Prato

    O Festival traz para esta edição as novidades da Gastronomia Evolutiva com oficinas da nova gastronomia,  Tendas e Food Trucks, Território da Criança, Espaço Bem Estar, Feira de Produtos Orgânicos e de Base Agroecológica, Rodada de Negócios, Palestras e Rodas de Conversas, entre outras atividades. TUDO COM ENTRADA GRATUITA.

     

    dra-ana-primavesi-02A grande homenageada deste ano é a Dra. Ana Primavesi, que revolucionou o manejo do solo no Brasil. Engenheira agrônoma, precursora da agroecologia, pesquisadora e grande estudiosa, criou novas práticas agrícolas em um país tropical que antes consumia toda a tecnologia de fora e não olhava para sua terra e clima.

     

    A homenageada estará presente no dia 22/10, sábado, às 10h30, no Espaço Ana Primavesi, participando de uma roda de conversa com convidados como o produtor rural Fernando Ataliba, a Dra Ondalva Serrano e o Engenheiro Agrônomo e Doutor em Fitopatologia, Paulo Chagas, com uma troca de ideias sobre assuntos relacionados aos conceitos desenvolvidos pela Dra Primavesi. Após a roda de conversa, a Dra Ana Primavesi vai autografar seus livros, que serão relançandos pela editora Expressão Popular especialmente para a ocasião.

     

     

    As Bancas dos Chefs, food bikes e food trucks oferecem ao público cardápios com ingredientes orgânicos, da terra. O desafio de cada Chef convidado é apresentar um prato principal, com ingredientes que são tratados hoje como guarnições e complementos.  Os confirmados são LE MANJUE, MAHA MANTRA, AMMA CAFÉ, SIMPLESMENTE, CASA JAYA, GOURMET DA TERRA, SALUTAIRE, COMIDA MATEIRA, AYA CUISINE, TANGERINE PETIT, SAUDAVELMENTE, ERVA DOCE GASTRONOMIA, ORGÂNICOS COM VIDA E PADOCA DO RÔ.

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    Na Cozinha Evolutiva é possível encontrar oficinas e palestras com receitas da nova gastronomia, Cozinha de Gaia, receitas com as PANCs (Plantas Alimentícias Não Convencionais), sempre trazendo somente ingredientes da terra. Os chefs convidados apresentam suas criações e comentam as suas experiências.  São eles: Renato Caleffi, José Luis Candenas, Kathrin Melanie, Idolo Giusti Neto, Wago Figueira, Claudia Mattos, Mari Turato, Priscilla Moretto,  Idolo Giusti Neto, Flavia Spielkamp, Thiago Medeiros, Ana Tomazoni, Adriana Vernacci e participantes do MasterChef 2016, Raquel Novais, Lívia Cathiard, Rodrigo Tenente e Fernando Cavinato.

     

    Outra novidade do Festival é o espaço Território da Criança dedicado a educação alimentar infantil, que propõe reflexões sobre hábitos alimentares infantis, envolvendo a criança, a família e a escola, em aulas práticas com chefs, nutricionistas e cozinheiras dos programas que lidam com a merenda escolar de diferentes cidades do Brasil e uma programação com filmes, música e brincadeiras.

     

    Já no Espaço Bem Estar, serão oferecidas atividades em grupo como aulas de yoga, workshops de automassagem e de receitas de beleza para o corpo e cabelo com produtos orgânicos, palestra sobre o feminino, e ainda haverão atendimentos individuais de massagem, terapias emocionais, maquiagem orgânica, dentre outros. O objetivo do espaço é dar a oportunidade ao público de conhecer o grande leque de terapias alternativas voltadas para o bem estar físico e mental.

     

    A feira de produtos orgânicos e de base agroecológica trará empresas e pequenos agricultores, associações, cooperativas e coletivos que produzem de forma artesanal produtos inovadores. Entre eles Fazenda da Toca, Fino Coco, Thermomix, Monama, Korin, Umam Brasil, Nara Guishon, Uh-Me, Engenho da Terra,  Surya, Bioz Orgânico, Dubalaco, Sublime Rituais, Panela Orgânica, Copra, Sitio Boa Terra, Emporium Vida, Econut, Plano Social, Bioart, BioVegan, Biodiver, Riquezas da Terra, Herbia e Natracare, Ecomart, Aqualive, Ecovida e Cooperafloresta.

     

    O festival promove ainda, em parceria com a Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, a Rodada de Negócios com a intenção de aproximar compradores, produtores, processadores e distribuidores de produtos orgânicos para, em encontros pré-agendados, trocarem informações, experiências e fecharem negócios, sem burocracia e sem intermediários. A Rodada de Negócios acontecerá no dia 21/10, das 15h às 19h, e no dia 22/10, das 10h às 13h, no Auditório Paulinho Nogueira.

     

    De acordo com a idealizadora e diretora do Festival de Gastronomia Orgânica – da Terra ao Prato, Leila D, o evento se torna cada vez mais necessário nos dias atuais. “O consumidor vem buscando novas alternativas para uma alimentação mais saudável, sustentável, saborosa e que traga benefícios sociais a quem a produz”, observa.

     

    Ainda segundo Leila D, em 2015, o Festival recebeu mais de 30.000 pessoas, 15 mil porções vendidas, mais de 50 reuniões, 150 atendimentos bem estar e 200 crianças na aula de culinária. Este ano vamos trazer muitos produtos da agrofloresta para o público conhecer, chefs que trabalham com a ecogastronomia e novos caminhos para a alimentação infantil.

     

    O VII Festival de Gastronomia Orgânica é patrocinado pela Itaipu Binacional, apoio da Secretaria do Meio Ambiente, Sistema Ambiental Paulista, Biodiversidade e a realização de Leila D Gastronomia Orgânica Evolutiva.

    PROGRAMAÇÃO COMPLETA

     

    21/10 – SEXTA FEIRA

    COZINHA EVOLUTIVA

     

    9H30 – ABERTURA OFICIAL – CAFÉ DA MANHÃ

    12H – COZINHANDO COM PRODUTOS DA MATA ATLÂNTICA com ANA TOMAZZONI

    13:30H – OFICINA BIOMASSA com o Chef RENATO CALEFFI

    Oficina Orgânicos enriquecidos com a Biomassa e condimentos funcionais

    Objetivo: Discutir o potencial de um cardápio para alimentação escolar mais funcional  e orgânico com alimentos da Agricultura Familiar Presença da Dna. Heloisa – Sobre os benefícios da Biomassa da Banana Verde e como prepará-la

    15H – PASTAS E PATÊS – Nutricionista: Maria Tereza Casulli e Culinarista: Vilma Ávila Galasso – Mokiti Okada

    17H – BOBÓ DE COGUMELO – RAQUEL NOVAIS – MasterChef   2016

     

    TERRITÓRIO DA CRIANÇA

     

    14H –  MINI CHEF SAUDÁVEL – GRACIELA MARTINS

    15H – DESAFIOS E OPORTUNIDADES DA AQUISIÇÃO DE ALIMENTOS ORGÂNICOS NA ALIMENTAÇÃO ESCOLAR ( Mesa redonda fechada )Danilo Chausson(CODAE)-Desafios da experiência da implementação da Lei de orgânicos na alimentação escolar  de   São Paulo    Marcia Stolarski – Desafios da experiência  da alimentação escolar orgânica no PR Rogério Dias ( MAPA) – Desafios da oferta de orgânicos na alimentação escolar e as previsões da Planapo 

     Mediação: Ana Flávia Borges Badue ( Coord. da Comissão Gestora da Lei )  Público apenas de técnicos: da CODAE e da Comissão Gestora da Lei, Comusan e CAELocal: Sede da AAO no Parque da Agua Branca   

    16H  – BRINCANDO DE FEIRANTE E DE COZINHEIRO – ADRIANA VENACCI

     

    ESPAÇO BEM ESTAR

     

    12H  – YOGA PARA GESTANTES – aula e roda de conversa –Acharya Palak

    13H  – CUIDARTE: CURA ATRAVÉS DA ARTE E EXPRESSÃOPérola Carvalho

     

     RODADA DE NEGÓCIOS

     

    13H às 19H – Rodada de Negócios – organizado pela SMA – do Governo do Estado de São Paulo. A intenção da Rodada de Negócios é aproximar compradores, produtores, processadores e distribuidores de produtos orgânicos para, em encontros pré-agendados, trocarem informações, experiências e fecharem negócios, sem burocracia e sem intermediários.

     

    22/10 – SÁBADO

     

    COZINHA EVOLUTIVA

     

    10H – A COZINHA COMO CAMINHO DE CURA – Com Anah Locoselli

    11H30 – PROBIÓTICOS: A FAVOR DA VIDA – KOMBUCHA, KEFIR E REJUVELAC com LUCAS MONTANARI

    12H30 – ROBATA – ESPETINHO JAPONÊS – Nutricionista: Sueli Inamine Kisine e Chef: Roberto Moriya – Mokiti Okada

    14H – AULA SHOW THERMOMIX – Carina Boniatti

    15H – COZINHA MATEIRIA –  Receita com PANCs – IDOLO  GIUSTI NETO

    16H15 – CAMINHADA PANC no Parque da Agua Branca, identificação de plantas comestíveis no Urbano. Com Guilherme Reis Ranieri, gestor ambiental mestrado em ciência ambiental e pesquisador em agricultura urbana pelo GEAU-USP, dos usos da agrobiodiversidade e das hortaloças não convencionais.

    16H30 – Nhoque de Inhame com Matchá  FLAVIA SPIELKAMP –  AYA CUISINE

    17H10 – Receita Moqueca de Banana Verde – LIDIANE BARBOSA

     

    TERRITÓRIO DA CRIANÇA

     

    10H – Culinária para crianças – com Juliana Araujo – Escola Instituto Toca

    12H – Filme Território do Brincar – Renata Meirelles

    13H – Culinária para crianças – com Renato Caleffi – autor do livro Achaz no Sítio da Banana Verde

    14H30 –   Roda de conversa para educadores: Alimentar a Vida – Com Mônica Passarinho, Coordenadora de Alfabetização Ecológica do Instituto Toca

    16H  – Oficina de Minhocário para crianças – SÍTIO ESCOLA PORTÃO GRANDE .

    17H – Lanchonete Divertida  com  Graciela Martins

     

    ESPAÇO BEM ESTAR

     

    10H – Prática de Shri Vivek YogaBabi Minamoto (acharya Prerna)

    11H – Ritmo do Coração – Workshop com Caroline Behague

    12H – Cosmética Verde para beleza do corpo e da alma –Workshop Riquezas da Terra

    14H – Aprenda a utilizar óleos vegetais do Cerrado brasileiro – Workshop Biodivér

    15H – Respiração,  relaxamento e meditação Felipe Bhering (acharya Deepankar)

    16H –Auto-massagem nas mãos: uma explosão sensorial – Workshop BioVegan

     

    ATENDIMENTOS INDIVIDUAIS GRATUITOSMassagem Thai, Reiki Cristalino, Mesa Quântica, Massagem Ayurvédica

     

     

    RODAS DE CONVERSA E RODADA DE NEGÓCIO

     

    10H às 13H Rodada de Negócios – organizado pela SMA – do Governo do Estado de São Paulo. A intenção da Rodada de Negócios é aproximar compradores, produtores, processadores e distribuidores de produtos orgânicos para, em encontros pré-agendados, trocarem informações, experiências e fecharem negócios, sem burocracia e sem intermediários.

    15H- Roda de Conversa – EXPERIÊNCIA E DESAFIOS NA TRANSIÇÃO AGROECOLÓGICA com o Prof. Afonso Peche ( Instituto Agronômico de Campina – IAC), representantes do Instituto Kairós da Associação de Agricultura Orgânica ( AAO).

    17H – Palestra ALIMENTAÇÃO SUSTENTÁVEL & IMPACTOS DOS ORGÂNICOS NA SAÚDE – com Alessandra Luglio( nutricionista)

     

     

    ESPAÇO ANA PRIMAVESI

     

    9H30 – MANHÃ DE AUTOGRAFOS E RODA DE CONVERSA COM A PRESENÇA DA DRA. ANA PRIMAVESI E CONVIDADOS (Fernando Ataliba, A Dra Ondalva Serrano, Engenheiro Agrônomo e Doutor em Fitopatologia Paulo Chagas, José Luis C. Tomita)

    14H –   VIVÊNCIA DE PLANTIO DE MUDAS ORGÂNICAS – Fundação Mokiti Okada

    16H – Alimentação e Aprendizado – Roda de Conversa para educadores– Com Carin A.C.M. Primavesi Silveira

     

     

    23/10 – DOMINGO

     

    COZINHA EVOLUTIVA

     

    9H30 – MONTANDO UM CARDÁPIO SAUDÁVEL – Nutricionista: Patrícia Oliveira Souza e Culinarista: Amélia Mieko Wada Santana – Mokiti Okada

    11H – Oficina DA TERRA AO PRATO com o chef Thiago Medeiros e o Agricultor Davi Ralitera

    13H30 – COZINHA DE GAIA –  Wago Figueira, Claudia Mattos E Mari Turato da Escola Schumacker Brasil

    15H – PRINCÍPIOS DA ALIMENTAÇÃO NO AYURVEDA  – GILBERTO BASSETO JR

    16H30 – Pote Paisagem, do Projeto RESTAURO com Jorge Mena Barreto e Escola Como Como

     

    TERRITÓRIO DA CRIANÇA

     

    10H – EXPEDIÇÃO PRIMEIRO PRATO COM PRISCILLA  MORETTO DA TANGERINE PETIT

    12H – BIO MUSICA para o plantio – para pais e filhos – Luiz Kinagawa – Instituto Africa Viva

    14H – MANDALAS COMESTIVEIS – para pais e filhos –  Leila D

     

     

    ESPAÇO BEM ESTAR

     

    10H – Aprenda a utilizar óleos vegetais do Cerrado brasileiro – Workshop Biodivér

    11H – Yoga dos bichos para criançasBruna Maya

    12H – Prática de Shri Vivek Yoga Babi Minamoto (acharya Prerna)

    13H – Auto-massagem nas mãos: uma explosão sensorial – Workshop BioVegan

    14H – Autoconhecimento e Empoderamento Feminino – Roda de conversa Natracare

    16H – Celebração coletiva de encerramento

     

    ATENDIMENTOS INDIVIDUAIS GRATUITOSMassagem Thai, Reiki Cristalino, Mesa Quântica, Massagem Ayurvédica

     

    RODAS DE CONVERSA E RODADA DE NEGÓCIO

    11H30 – Roda de Conversa – A Floresta em Pé –  As Castanhas do Brasil como Principais Produtos de Agronegócios Sustentáveis. Apresentando a empresa Econut como inspiração e trazendo informações nutricionais deste super alimento. Com: Eng Agrônomo Sergio Vergueiro (Fazenda Aruanã),  Silvia M.F. Cozzolino (Prof. do Depto de. Alimentos e Nutrição) USP José Eduardo Mendes Camargo (Vice-Presidente do CIESP e Diretor da Divisão de Nozes e Castanhas do Departamento de Agronegócios).

     

    ESPAÇO ANA PRIMAVESI

     

    10H – VIVÊNCIA DE PLANTIO DE MUDAS ORGÂNICAS – Fundação Mokiti Okada

    13H  – Oficina de Minhocário para crianças – SÍTIO ESCOLA PORTÃO GRANDE .

     

  • Programa Bolsa Família: 13 anos de acesso, autonomia e inclusão

    Programa Bolsa Família: 13 anos de acesso, autonomia e inclusão

    O maior programa social de transferência de renda da história da humanidade hoje comemora seus 13 anos de existência. Ironicamente, uma celebração em meio a uma crise política que pode fazer desmoronar todos os avanços obtidos nesses mesmos 13 anos por meio de ações promovidas por um governo minimamente comprometido com as causas sociais em nosso país.

    Sentimentalismos de lado, até mesmo para seus opositores, o Programa Bolsa Família é um símbolo de programa-modelo inclusive para os considerados países de “primeiro mundo” ou “desenvolvidos”, seja lá o que isso signifique.
    Pude, por dois anos, estudar o Programa e ter contato direto com seus gestores e beneficiários no município de Campinas, cidade do interior do Estado de São Paulo. E, nesse período, pude reavaliar meus próprios preconceitos que também eram destilados por uma classe média odiosa por ver pobres agora tendo oportunidade de ocupar os mesmos espaços.

    A título de comemoração dos 13 anos do programa, e na torcida fervorosa para que não percamos o que ainda nos resta, venho, a convite de uma amiga membra de Jornalistas Livres, esboçar algum raciocínio sobre meu ponto de vista a respeito de programa.
    No início de sua história, mesmo durante seu desenvolvimento, muito se falava que o Bolsa Família serviria como “Bolsa-Esmola”, termo usado por Antonio Ermínio de Moraes, lá em 2003, e reverberado por toda uma sociedade meritocrata. As críticas, ao longo dos anos, se esfacelaram. Não que ainda não encontremos pessoas que se opõem severamente ao Programa, mas porque sua eficácia derrubou toda e qualquer crítica minimamente racional. Mas não estou aqui para falar de “coxinhice”.

    “Acesso” é a palavra que define os 13 anos de Programa Bolsa Família. Nos últimos 13 anos o enfrentamento da miséria e da fome marcaram as ações dos governos Lula e Dilma Rousseff como nunca antes na história do país. Acesso de crianças à educação através da condicionalidade de frequência escolar exigida aos filhos das beneficiárias, acesso a saúde que também consta como uma das condicionalidades do Programa. Saúde e educação foram vetores fundamentais na empreitada de rompimento do chamado ciclo intergeracional da pobreza que há anos assolava jovens das classes pobres, sobretudo jovens negros e negras. Acesso também ao mercado de trabalho com a oportunidade de cursos técnicos oferecidos pelo Pronatec, atrelado também ao Programa Bolsa Família.

    Quem destila ódio ao Programa não deve ter a mínima ideia do pra que ele realmente serve, no mínimo nunca se importou em perguntar a uma beneficiária o que o dinheiro do Programa representava para ela e sua família. É muito fácil reproduzir inverdades sobre o desconhecido. Mas até mesmo Aécio Neves, candidato que disputou as últimas eleições presidenciais contra Dilma Rousseff, reconheceu a importância do Bolsa Família e propôs sua constitucionalização em campanha eleitoral.
    Por fim, gostaria de ressaltar algo que, para mim, representa um dos maiores ganhos do Programa Bolsa Família: a autonomia da mulher pobre na gestão do próprio dinheiro. Poucos sabem, mas o dinheiro do Programa é destinado às mães, às mulheres, muitas das vezes desprovidas de qualquer autonomia perante os ganhos financeiros da família por estar submissa às estruturas patriarcais que dão ao homem o papel de “chefe da família”.

    Os 13 anos de Bolsa Família são 13 anos de esperanças renovadas, e de vitórias para jovens, meninas e meninos das periferias, para mulheres, para a população negra que compõem a maior parte de pobres em nosso país.

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    No início dos anos 2000, a cidade de Guaribas, no Piauí, apresentava um dos menores índices de IDH do país. Em 2003, foi a cidade que deu início ao Bolsa Família. Em um documentário de cerca de 27 minutos, mulheres beneficiadas pelo programa esclarecem a necessidade e as melhorias que o benefício proporcionou para suas vidas e suas famílias, garantindo mínimas condições de alimentação e estrutura financeira para os estudos de seus filhos. Os relatos retratam as mudanças que o projeto pôde garantir para essas mulheres que, agora, com uma quantia mensal, podem alcançar uma estrutura básica e, enfim, começar a sonhar com uma herança para os filhos: o estudo.