O ato contra o aumento das tarifas de metrô, trem e ônibus da última terça-feira, 12/01, foi marcado pela dura repressão policial. A PM chegou ao local marcado antes mesmo dos manifestantes, bloqueou as vias e não permitiu que a manifestação seguisse o trajeto deliberado em assembléia. Cercadas, as pessoas foram atacadas com bombas de gás lacrimogênio e balas de borracha.
Infelizmente, as cenas do vídeo aqui publicado já estão se tornando cotidianas na cidade de São Paulo. Fica evidente mais uma vez o despreparo (talvez seja mais acurado dizer “má vontade”) da Polícia Militar para lidar com manifestações populares, com os direitos do povo, afinal com a democracia.
Os Jornalistas Livres seguimos na luta contra a violência e os abusos policias, pela democracia e pelos direitos humanos.
Imagens e reportagem: Adolfo Garroux, Eduardo Nascimento, Flávio Colombini, Flávia Gianinni, Frederico Elias, João Ramirez, Katia Passos, Laura Capriglione, Ligia Roca, Luciana Santos, Lucas Porto, Vitório Tomaz e Sato do Brasil.
Edição de vídeo: Henrique Cartaxo.
Moradores denunciam que esforços das autoridades são insuficientes: “monitorar não é debelar”
Na madrugada desta sexta-feira (11/12), o incêndio que consome o Parque Nacional da Chapada Diamantina (BA) avançou sobre a Vila do Capão. Brigadistas voluntários passaram a madrugada combatendo o fogo, que se aproxima de Ibicoara e Pindobaçu, além do Vale do Capão.
Em respostas burocráticas, a assessoria do governador da Bahia, Rui Costa, informa que a Operação Bahia Sem Fogo é formada por bombeiros militares, Exército e Força Aérea Brasileira, e é coordenada pela Secretaria do Meio Ambiente e executada pelo Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema).
Para moradores, a atuação do governo do estado é ínfima e pouco eficaz, além de não dialogar com as demandas da população local. O incêndio consome a Chapada Diamantina há mais de 40 dias.
Imagens da Chapada Diamantina na madrugada desta sexta-feira (11/12) | Fotos: Marcelo Issa
Conheça duas penitenciárias brasileiras que não são administradas pelo Estado — como funcionam, os interesses envolvidos, os pontos fortes e fracos
Aquele espaço só pode ser visto por trás do vidro do andar superior. Ou, no máximo, pode-se pedir um zoom na tela do computador de monitoramento. Ali ninguém entra. Até mesmo os agentes penitenciários ficam do lado de fora. Conversar com um preso, só com autorização prévia da diretoria. De repente, uma movimentação estranha. Há gritaria, alguns guardas correm. Para nós, soa como se uma rebelião estivesse para começar. Mas era só uma bola de futebol furada — e uma tensão constante que exige que cada incidente seja resolvido antes de se tornar um problema maior. A correria dos guardas era para entregar uma nova “redonda”.
Agentes de segurança observam movimentação dos presos nas áreas conhecidas como “vivências”.
Na Associação de Amparo e Proteção ao Condenado (APAC) de Itaúna, a semelhança com qualquer outra unidade prisional termina nos altos muros da entrada. A porta é aberta por um “recuperando”, como são chamados os homens que cumprem pena ali. Ele te encaminha a outro interno, que mostra todas as dependências da unidade. Vários presos circulam e trabalham. É permitido conversar com qualquer um deles no trajeto. O lazer começa só a partir das 17h, quando acaba o horário de trabalho. Mais do que observar, os visitantes podem até escolher se preferem se juntar às partidas de futebol, de peteca ou de dominó que acontecem por ali.
Detentos jogando futebol na unidade APAC de Itaúna (MG)
Não se vê nenhuma arma e não há policiais. Também não existem câmeras de vigilância. A segurança é feita pelos chamados “inspetores de segurança”, sempre desarmados. São quatro ao todo, dois por turno, para um grupo de 200 presos. A região das celas é um ambiente escuro e frio, mas ninguém permanece ali ao longo do dia, a não ser que esteja cumprindo alguma sanção disciplinar. Toda a limpeza é feita pelos internos, que também constituem um conselho responsável por ajudar na manutenção da disciplina.
“Entre os presos que cumprem pena nesse modelo (APAC), o índice de reincidência gira em torno de 10% e 20%, enquanto no sistema prisional comum, esse número é entre 70 e 80%. Ainda não existem dados do modelo privado no Brasil, já que sua implantação é recente.”
Empresários e voluntários
No CPPP, uma empresa privada é responsável por todos os serviços que não estão diretamente relacionados com a segurança. Desde assistência jurídica a atendimentos médicos, passando por fornecimento de comida e de materiais de higiene, tudo é responsabilidade da empresa. Apesar de estar previsto em contrato que a corporação não pode deixar faltar esses itens básicos, nos EUA, onde cerca de 10% dos presos estão em unidades que seguem esse modelo, já houve denúncias de falta deles.
Lá, a empresa Aramark, por exemplo, responsável por fornecimento de comida em presídios, foi multada depois de comprovadas falhas que deixaram prisioneiros sem comida. Em cinco casos, também foram encontrados vermes nas refeições oferecidas. Denúncia semelhante aconteceu no Brasil em unidades que privatizaram a alimentação — elas vieram a público em 2012 por meio da Operação Laranja com Pequi, da Polícia Federal.
Sala de aula dentro da unidade prisional PPP de Ribeirão das Neves (MG)
As dificuldades para fiscalização em ambientes projetados para manter quem está dentro em total segregação dos que estão fora facilitam abusos desse tipo. É importante, ainda, lembrar que instituições privadas visam lucros e constantemente economias são feitas, por exemplo, a partir de compras de alimentos de menor qualidade ou vencidos. Nenhum real dessas economias se refletem em quedas dos custos do Estado, já que o valor pago para a empresa é fixado em contrato, que no caso do CPPP tem validade de 27 anos.
Uma das maiores críticas ao modelo é o fato de a provisão de assistência jurídica ser feita pela mesma empresa que lucra com a permanência dos presos, em um possível conflito de interesses. Esse fato, aliado à proibição de conversas com qualquer preso que não seja indicado pela direção, dificulta a construção de um panorama real sobre o tratamento dos internos.
As APACs, por sua vez, são construídas sobre as bases do trabalho voluntário local. Com a filosofia de que a mesma comunidade que possibilita a transformação de um cidadão em um criminoso, ao negar a ele certos direitos, deve ajudar a tratá-lo, as unidades são sempre pequenas e recebem presos cuja família está na comarca. Assim, há um trabalho para a reconstrução dos laços familiares daqueles que anos antes abandonaram mães, esposas, irmãos e filhos para ingressar no crime.
Detento recebendo atendimento dentário por um voluntário da APAC de Itaúna (MG)
Mais do que isso, busca-se o envolvimento de toda a cidade. Dentistas, médicos e advogados locais reservam uma manhã ou tarde semanais para prestar serviços voluntariamente. Tal apoio — angariado em muitas reuniões, conversas e explicações antes da construção da unidade prisional — ajuda não apenas na manutenção da prisão, mas em geral se reverte em contratações de egressos da unidade depois do cumprimento da pena. É comum que cursos profissionalizantes oferecidos dentro do presídio por instituições respeitadas, como o Senai, abram as portas para moradores da cidade, que estudam lado a lado com os internos. Quando estivemos na APAC Itaúna, presenciamos uma situação desse tipo em um curso para padeiros.
O que é aprendido é aplicado no funcionamento da APAC, que também não contrata cozinheiros ou compra marmita, nem traz pintores ou eletricistas de fora, muito menos terceiriza os serviços de limpeza. Tudo é feito pelos internos, que ganham remissão de dias de pena a cada dia trabalhado — como prevê a Lei de Execuções Penais. Isso ajuda a reduzir os custos de manutenção da unidade prisional.
Detento da APAC de Itaúna (MG) cuidando de horta da unidade
Tudo isso, aliado às discrepâncias nos aparatos de segurança, criam diferenças nítidas nos custos das unidades. Enquanto no sistema prisional comum, a manutenção de um preso custa em média R$ 1.800 por mês, nas APACs esse valor gira em torno de R$ 1.200. O contrato do CPPP, por sua vez, prevê que o Estado pague R$ 2.700 mensais por cada preso.
Entre estupradores e ladrões de galinha
De acordo com declarações públicas já feitas por membros da Secretaria Estadual de Defesa Social de Minas Gerais, o Estado tem evitado enviar para o CPPP presos de mau comportamento, chefes de organizações criminosas e condenados por estupro. Os dois primeiros grupos por serem potenciais encorajadores de rebeliões e brigas internas. Aqueles condenados por estupro, por sua vez, não são bem vistos por outros presos e, frequentemente, são agredidos e assassinados nas unidades prisionais. Uma morte dentro de um presídio privado não seria bom para os negócios: há altas multas previstas em contrato.
Kit recebido por cada detento da unidade PPP de Ribeirão Das neves (MG)
A escolha criteriosa daqueles que serão enviados à unidade ajuda nos bons índices apresentados até o momento — índices esses usados para justificar as novas licitações para construção de outros presídios com esse perfil.
O modelo do CPPP já inspirou licitações semelhantes no Rio Grande do Sul, em Pernambuco e no Distrito Federal. São Paulo também já fez consultas públicas para avaliar o interesse de empresas no projeto de um complexo que abrigaria 10.500 presos.
Os críticos da APAC dizem que o modelo também não seria adequado para esses presos mais problemáticos. Quando estivemos na unidade de Itaúna, porém, encontramos cinco homens condenados por estupro — ao lado de outros cumprindo penas por homicídio e tráfico de drogas.
Existia uma certa tensão na relação com outros presos, que diziam que “é difícil ter que seguir ordens de um cara desses”, referindo-se a um dos cinco que fazia parte do conselho de disciplina local. Considera-se que estupradores são cruéis — “ele fez isso uma vez, vai fazer sempre, pode fazer com minha irmã, com minha mãe”, explica um dos internos. Apesar da tensão, nunca foi registrada uma agressão verbal ou física contra eles.
Reunião do conselho disciplinar da APAC de Itaúna (MG), formado pelos próprios detentos
Detento do presídio PPP de Ribeirão das Neves (MG) recebe atendimento jurídico
Como o envio de presos à unidade depende em grande parte do juiz de execuções penais da comarca, em muitos municípios apenas os chamados “ladrões de galinha” chegam às APACs. Em outras, porém, como é o caso de Itaúna — comarca na qual o juiz, Paulo Antonio de Carvalho, é publicamente um entusiasta do método — todos os tipos de crime, de tráfico a homicídio, acabam na unidade.
Nunca houve, porém, um caso de agressão física, assassinato ou rebelião em nenhuma das unidades APAC em seus mais de 40 anos de existência.
Também no CPPP não foi registrada nenhuma morte desde a sua criação, em 2013. Já no sistema prisional comum, apesar de não existirem estatísticas sobre rebeliões, segundo o Ministério da Justiça, 566 pessoas morreram em penitenciárias do país durante os seis primeiros meses de 2014.
Na próxima matéria da série sobre os presídios modelos, vamos tratar das principais críticas e limitações de unidades prisionais dos modelos do CPPP e da APAC.
Corredores, portas, entradas e saídas confundem jornalistas e fanáticos, todos querem um momento exclusivo com o grande velhinho e ex-presidente uruguaio, Pepe Mujica.
11h25 — Um grupo de crianças toca violinos e a entrada de Pepe é anunciada. Olhos estáticos, mãos tremulantes, sorrisos e um clima misto de felicidade e alívio, dominam o ambiente, pois para as mais de 2 mil pessoas presentes, e as mais de 3 mil que assistiam a transmissão via web, direto do auditório Ruth Cardoso, as palavras de Pepe poderiam ser sim, o acalento para o momento crítico vivido pelo Brasil. O ex-presidente Lula também está no palco. Ele e Pepe cochicham antes de começar o debate “A importância da participação cidadã na América Latina”.
Inúmeros aplausos, fãs e a mídia tradicional transformam o lugar em um programa de auditório. O sentimento é de unidade e alegria.
Foto: Helio Carlos Mello
11h29 — Aos 80 anos, o carismático e autêntico Mujica não tenta falar em portunhol e diz: “No hay caminho para trás. No hay democracia sin partidos, ellos son los colectivos sociales. Nadie es más que nadie. No hay lugar para monarquia” Ou seja, “Não há caminho para trás. Não há democracia sem partidos, eles são os coletivos sociais. Ninguém é mais que ninguém. Não há lugar para monarquia”.
11h36 — Mujica insiste em outras formas de intercâmbio: “Nem tudo é produto. Os grandes meios não vão estar com a gente, porque são grandes empresas. Eu sou campesino. Há uma tremenda solidão no meio de uma multidão. A melhor coisa que existe é a intimidade humana”.
Apesar da atividade querer implementar um “tom” democrático, a entrada só era permitida com pulseiras de acesso a plateia, o que dificultou a entrada de diversos admiradores do ex-presidente Uruguaio.
Além da visita e diálogo com Pepe, a ação teve como objetivo o lançamento de um foto-livro de mais de 300 páginas, muito parecido com a qualidade gráfica de livros do fotógrafo Sebastião Salgado, intitulado: “Protagonismo e Participação em São Bernardo do Campo” — Olhares pelo Caleidoscópio, de Nilza Aparecida de Oliveira, Victor Huerta Arroyo e Sérgio Vital e Silva. Com um detalhe: distribuição gratuita para aqueles que estavam no espaço. Provando a majestade e altivez econômica da cidade de São Bernardo.
12h — Pepe trás nostalgia e conselhos. Faz um discurso para recordar o que as sociedades latinas já viveram e denota que os “ativistas de agora”, devem tomar a tônica da paciência e da militância para uma preparação acerca de uma nova fase mais difícil do que a estamos vivendo, para ele, estamos próximos de um caos com ignorância coletiva completa. No Brasil, esse caos já existe.
“Como América Latina, um bloco regional, como unidade e coletivo temos que nos ligar a favor dela e quebrar as barreiras.”
Fotos: Helio Carlos Mello
“Por suerte me voy pronto”, Por sorte, vou embora logo”, finalizou Mujica.
12h45 — Um mundo hipócrita se instala e chega a hora da entrega do livro. Pepe deixa de ser o centro das atenções e o foto-livro entra em cena. A distribuição começa como nos tempos das filas da merenda da escola. Tempos Modernos.
12h50 — Fim. Pepe com sua humilde e sabedoria se mostra feliz, porém aliviado fisicamente. Parece confuso com todo aquele cenário e sorri como um estrangeiro que vem passar o carnaval no Brasil.
Fica a lembrança de um grande mestre que ultrapassou as barreiras da política comum e transformou os sonhos de muita gente em um manifesto de liberdade. Não precisamos priorizar os orçamentos, recursos e organogramas. A vida, no final das contas, pode ser mais simples.
Dias 28, 29 e 30 de agosto de 2015, na Travessa da Fonte (Butantã, São Paulo), tem o Festival de arte do Morro do Querosene! Não dá pra perder. É de graça. Tem música, poesia, história, dança, capoeira, grafite, cultura e muito amor pela vida, pela luta, pela água, pela natureza.
Artistas encontram outros artistas, mostram suas obras, sentem o contato com seu público. A comunidade se reconhece, vivencia o movimento, interage com as várias manifestações artísticas, troca experiências e dança a dança que traz saúde. São cores, cheiros e sons que alimentam nossa alma, fortalecem os laços de amizade, a compreensão da realidade e nossa vontade de viver.
Morro do Querosene, herança da Villa Pirayuçara, milenar ponto de convergência de caminhos que cruzavam a América do Sul, o Peabiru. Hoje propomos este encontro onde tantos já se encontraram, tocaram e cantaram no passado. E isto acontecia, neste lugar, por causa da água de beber. E agora, nos encontraremos pela causa da Água e pela criação do Parque da Fonte.
O Morro do Querosene e o Parque da Fonte do Peabiru
Tudo começou devido à efervescência artística dos moradores do Morro do Querosene, um bairro tranquilo da zona oeste de São Paulo. São pintores, poetas, músicos, dançarinos, atores, bonequeiros, ceramistas e cineastas que se misturam aos que não se denominam artistas, se encontram pelas ruas, se cumprimentam, trocam ideias, fazem projetos e gostam de brincar de boi, jogar capoeira, tocar berimbau e dançar ciranda. Estas ruas guardam uma história incrível: integravam o milenar caminho do Peabiru. E na Vila Pirajuçara, nome oficial deste bairro, ainda podemos encontrar a Bica e a Fonte, parada obrigatória dos viajantes que por ali passavam.
A Fonte, e mais duas outras nascentes, numa reserva muito degradada de Mata Atlântica, com cerca de 40.000 m2, jorram e formam um córrego de águas límpidas que atualmente deságua num bueiro de águas pluviais descuidadas.
Há 15 anos a comunidade do Morro do Querosene luta pela preservação desta área e criação do Parque da Fonte. Em 2003 conseguimos, nas reuniões do Plano Diretor da Cidade, que a Chácara da Fonte fosse considerada ZEPEC (Zona Especial de Preservação Cultural); em 2011, conseguimos o DUP — decreto de utilidade pública para fins da criação do Parque; em 2012, o CONPRESP deliberou o Tombamento da Área como patrimônio ambiental, histórico e cultural; e, em 2014, a Revisão do Plano Diretor registrou esta área como ZPAM (Zona de Proteção Ambiental). Todas estas ações limitam o espaço construtivo e o tipo de construção e, assim, o valor de compra e venda caiu bastante. O Processo Administrativo para Desapropriação desta área (compra da área pela Prefeitura) está em fase final. Este momento é decisivo para que consigamos nosso tão sonhado Parque da Fonte do Peabiru!
O Festival
No dia 28 de agosto, sexta-feira, um cortejo percorrerá as ruas do bairro pedindo licença, convidando e semeando clima de paz e alegria na vizinhança. Após este cortejo, já na Rua da Fonte, uma Roda de Conversa com o tema “ÁGUA & CULTURA”.
Para esta Roda de Conversa são convidados especiais:
– os secretários de estado e do município do Meio Ambiente e da Cultura
– a Sub-Prefeita Rosa, do Butantã
– o historiador Júlio Abe Wakahara e Laura Capriglione, Jornalista Livre.
– o etno-musicólogo Eric Galm e o pesquisador de culturas populares Paulo Dias (Espaço Cachuera)
– o deputado federal Carlos Zarattini e o vereador Toninho Vespoli
– Luiz Campos e José Bueno, do coletivo Rios & Ruas, e Cachoeira, do Y-Butantã
– Hamilton Faria do Instituto Polis e Alessandro Azevedo pelos Pontos de Cultura da Lei Cultura Viva.
– Adriano Sampaio, da Praça das Nascentes, um representante da Aldeia Tekoá Pyau (do Pico do Jaraguá) e outro da Aldeia Tenondé Porã (de Parelheiros).
Nos dias 29 e 30 de agosto, a partir das 10h30, shows musicais, grafites, brincadeiras, poesia, danças, capoeira, oficinas e jongo.
Na programação:
– os músicos: Planta & Raiz, Barbatuques, Dinho Nascimento, Isca de Polícia, Peixelétrico, Tião Carvalho, Orquestra de Berimbaus do Morro do Querosene, Gaspar Rapsicordélico, Toninho Carrasqueira, Vitor da Trindade, Manos Urbanos, Ambulantes, Henrique Menezes, Marquinho Mendonça, Veja Luz e Lumumba, Marcos da Feira e o Terno Colorido, Filhas da Floresta, Edsão Mozum, Adler São Luiz, Gabriel Nascimento, Ideologia Fatal e Cabaret Três Vinténs.
– os poetas: Nicanor Jacinto, Maloqueiristas, Paulo Almeida, Cláudio Laureate, Tula Pilar, Hugo Paz, Zinho Trindade, Hamilton Faria e Mc Banks Back Spin
– os djs High Public e Bruninho
– os dançarinos: Treme Terra, Grupo Cupuaçu, Beija Fulô e Mara Moreira.
– Roda de Capoeira com os mestres Brasília, Meinha, Gladson, Kenura e Dofona
– Jongo com mestre Totonho do Tamandaré; Samba-de-Roda com Mestre Ananias e Garoa do Recôncavo
– grafitando e restaurando velhos grafites, Júlio Djcsar, Cipriano Souza, D’Ollynda Brasil e Wish.
– fazendo oficinas de cinema, bordados, pipas e sucos : Edu Abad, Mariana Acioli, Piparia e Alice Ramos.
– e barracas culturais divulgando os coletivos e seus movimentos.
Local de fácil acesso, servido por várias linhas de ônibus, próximo à Estação Butantã do Metrô.
Acessibilidade adequada para idosos e portadores de deficiência física.
FAMQ — Fonte de Artes do Morro do Querosene
Quando: dia 28, a partir das 17h, 29 e 30 de agosto, a partir das 10h30.
Onde: Travessa da Fonte e Rua Padre Justino (altura do nº 500 da Av. Corifeu de Az. Marques) — Vila Pirajussara (Morro do Querosene), Butantã
De um lado, o homem branco, cisgênero, agressor, que espanca e mata, mas pode andar nas ruas livremente e tocar sua vida sem constrangimentos. Do outro lado, a travesti, negra, que sofreu violência policial nas dependências de uma delegacia, pode ficar trancada excluída de um mundo que preferia que ela não existisse
A juíza Érica Aparecida Ribeiro Lopes libertou, no dia 11 de agosto, Van Basten Bizarrias de Deus, Jefferson Rodrigues Paulo, Iago Bizarrias de Deus, Wilson de Jesus Marcolino e Bruno Rodrigues de Oliveira, presos por espancar a jovem travesti Laura Vermon, em 20 de junho. A sucessão de agressões culminou com a morte de Laura. Depois de ser agredida, ela foi maltratada e baleada pelos policias militares Ailton de Jesus e Diego Clemente Mendes, que foram chamados para socorrê-la. Eles também foram presos e libertados logo em seguida. Todos os acusados estão soltos.
Já o pedido de Habeas Corpus requerido pela defesa da travesti Verônica Bolina, que está presa acusada de tentativa de homicídio de uma senhora e de um carcereiro, foi indeferido mesmo sendo “o paciente primário, de bons antecedentes, possuir residência fixa e ocupação lícita.” Além de ter o pedido de liberdade negado, mesmo tendo todos os pré-requisitos que fundamentaram a liberdade dada aos carrascos confessos, Verônica é tratada no masculino, em flagrante desrespeito à sua identidade de gênero.
A lei, que deveria ser igual para todos, aqui no Brasil não é. São dois pesos e duas medidas: de um lado o homem branco, cisgênero, agressor, que espanca e mata, mas pode andar nas ruas livremente e tocar sua vida sem constrangimento; por outro lado a travesti, negra, que sofreu violência policial nas dependências de uma delegacia, pode ficar trancada excluída de um mundo que preferia que ela não existisse.
Revoltad@s com a notícia, militantes preparam um ato para o dia 28 de agosto em frente ao Fórum Criminal Ministro Mario Guimarães, na avenida Doutor Abraão Ribeiro, 313, São Paulo.