Jornalistas Livres

Categoria: Manifestações

  • Marcha das Vadias – Por um mundo de respeito a todas as mulheres

    Marcha das Vadias – Por um mundo de respeito a todas as mulheres

     

    Fotografia: Sô Fotocoletivo

     

     

    Marcha do que ? DAS VADIAS! Mas isso é xingamento! Sim… assim como puta, piranha, biscate ou “novinha”. Se as mulheres são seres marcados e oprimidos pela sociedade machista e patriarcal, que elas possam se remarcar e ser o que quiserem ser: bela, recatada, do lar (aff)! Mas também puta, da rua, da luta.

    E não é não!
    E marcharemos. Marcharemos até que todas sejamos livres.

     


    A Marcha das Vadias surgiu em 2011, depois que o policial – segurança de uma universidade em Toronto, no Canadá, disse “para as vadias se comportarem para não ser atacadas”. Ele se referia à onda de estupros que estava ocorrendo lá. As vadias eram as mulheres vítimas dos ataques. O caso indignou as mulheres, que criaram a Marcha das Vadias para denunciar a Cultura do Estupro. Ela existe, não adianta negar. Assim como o machismo, e precisa ser extinta. A pauta é das mais urgentes.

    A cada minuto uma mulher é violentada no Brasil. Os dados são do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada) e são assustadores. No mês seguinte ao caso de Toronto, as mulheres no Brasil passaram a marchar também. Em vários países elas marcham contra a Cultura do Estupro.

     


    O ato começou espremido na Praça da Estação, pois o prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, alugou a praça pública e assim “ela é privada hoje e não pública”, como disse o funcionário que ajudava na desmontagem da estrutura que havia no local. Na saída da Marcha das Vadias, o batuque do Bloco Bruta Flor e Tambores de Luta foi abafado por um som ligado bem na hora na tal estrutura. Estávamos ali há mais de uma hora e nada de som até ali. Coincidência não?

    Mas marchamos.

    Marchamos por respeito a vida de todas as mulheres.

     

     

    Marchamos pelo fim da Cultura do estupro. Pela legalização do aborto. Pela igualdade. Pela maternidade como escolha, e não imposição. Pela vida de todas as mulheres. Marchamos contra o golpe em curso e em repúdio a políticos corruptos, machistas e homofóbicos:”Ei Temer, não sou da sua laia. Fora Cunha, Bolsonaro e Malafaia”.
    E marchamos. Denunciamos. Brigamos. Piadas machistas não podem mais ser toleradas. É preciso revidar. Um homem não pode afirmar que uma mulher gosta de “piroca”. Isso é invasão, é desrespeito, é a cultura do estupro no seu sentido mais “desenhado”. E não, você não diz o que a novinha quer, só ela sabe e o querer é dela.

     

     

    Tinha mulher vestida de todo jeito, e inclusive com pouca roupa. E não era um convite. “Tô de minissaia. Não te devo nada!”. A marcha terminou na Rua Guaicurus, no centro de Belo Horizonte. Local conhecido por abrigar muitas casas de prostituição, havia muitos homens ali, e foi ali que rolou olhares furtivos e piadas machistas. A marcha das vadias também é pelas putas. É por todas as Mulheres.

  • Parada LGBT  resiste mesmo sem apoio oficial e atrai milhares às ruas de Campinas

    Parada LGBT resiste mesmo sem apoio oficial e atrai milhares às ruas de Campinas

    O domingo (26) na cidade de Campinas teve suas ruas tomada de cores, pessoas, alegria, música e protesto. A 16ª edição da Parada do Orgulho LGBT de Campinas, neste ano, tem como tema “Diga sim à educação e não à transfobia. Intolerância: o vírus mais assassino. Contra qualquer forma de opressão” . O tema, segundo Douglas Holanda, um dos organizadores é um alerta a todo e qualquer tipo de intolerância”.

    A luta contra a incompreensão do segmento LGBT sofre no seu dia-a-dia se estendeu aos órgãos públicos. A Polícia Militar e o Ministério Público aconselharam a Prefeitura a não apoiar a Parada por falta de segurança. A Prefeitura também já havia sinalizado a insuficiência de recursos para colaborar com a Parada, assim como vem fazendo há alguns anos. O impasse aconteceu na semana passada, faltando poucos dias para o evento.

    Segundo Lúcia Costa, integrante do Aos Brados e da Comissão da Parada LGBT de Campinas: “A Prefeitura nos desrespeitou ao acatar o Ministério Público, não lutou por nós, não pensou em nós. Ela se negou a dar banheiros químicos, segurança para as pessoas se recusando a pagar horas extras para a Guarda Municipal e Saúde. É um retrocesso e desrespeito ao movimento. É um movimento pacífico que leva grande número de pessoas, não há uma agressão. É menos violento que qualquer dérbi. O ato mais agressivo é um travesti retocando seu batom”.

    Mesmo com a falta do apoio público, a Organização da Parada se articulou e conseguiu ajuda para que acontecesse a 16ª edição da Parada do Orgulho LGBT de Campinas. Mais de 20 mil pessoas acompanharam os dois trios elétricos, durante o trajeto pelas ruas centrais da cidade com muita  animação.

    Várias pessoas residentes, na área central, acompanharam a Parada das janelas dos apartamentos,  algumas acenavam para os Trios Elétricos, na Avenida Francisco Glicério houve chuva de papel picado vinda dos prédios.

    Encerrando o trajeto, a multidão que acompanhava lotou as praças do Largo do Rosário e Guilherme de Almeida (Praça do Fórum).

    Este ano a concentração da 16ª edição da Parada foi ao lado do Fórum, na Avenida Dr. Campos Sales. De lá, a multidão subiu a Avenida Francisco Glicério até Dr. Moraes Sales, seguiu até o cruzamento com a Rua Irmã Serafina, continuando pela Avenida Anchieta até a Avenida Benjamin Constant. Ao retornarem à Avenida Francisco Glicério, o grupo seguiu até o Largo do Rosário.

    A manifestação transcorreu pacífica até por volta das 20h, quando, segundo relatos a Polícia Militar  quis dispersar as pessoas que ainda estavam pelo centro da cidade. A concentração era na Praça Bento Quirino, um local habitualmente frequentado pela comunidade LGBTQ+.  Ainda segundo os relatos, a PM usou gás de pimenta, bombas de efeito moral e balas de borrachas para dispersar as pessoas. Algumas pessoas ficaram feridas e foram socorridas por populares durante a ação truculenta da Polícia.

  • A cidade de Campinas amanhece com faixas de denúncia ao Prefeito Jonas Donizette.

    A cidade de Campinas amanhece com faixas de denúncia ao Prefeito Jonas Donizette.

    Campinas amanhece com faixas de denúncia contra governo de Jonas Donizette espalhadas pela cidade.

    Nesta quinta-feira (30/06), mesmo dia em que a prefeitura inaugura a conclusão das obras da avenida Francisco Glicério, agentes culturais espalharam pela cidade faixas com uma série de críticas à gestão de Jonas Donizette (PSB).

    Faixas laranjas foram fixadas em pontilhões e passarelas localizados em pontos de intensa circulação e fluxo de pessoas. A má gestão dos recursos, o atraso de pagamentos, a terceirização de serviços públicos que prejudica o atendimento à população, o descaso em relação à criação do conselho municipal de cultura, cuja lei não foi encaminhada à câmara e está parada há dois anos, e a recente repressão ao movimento LGBT ocorrida no final de semana, foram temas criticados pelas faixas.

    Assim como no dia 8 de junho, em que faixas semelhantes foram estendidas das janelas do 15º andar da prefeitura, onde se localiza a Secretaria de Cultura, as faixas espalhadas pelos viadutos e passarelas na manhã de hoje trouxeram como assinatura apenas o termo “#cultura”, e até o momento a autoria não foi assumida por nenhum movimento específico da cidade.

     

  • Seja no Direito, no Social ou no Futebol, TEMER jamais

    Seja no Direito, no Social ou no Futebol, TEMER jamais

    Fotografia: Lucia Azevedo / Frente Brasil Popular MINAS
    Fotografia: Lucia Azevedo / Frente Brasil Popular MINAS

     

     

    Para quem não esperava nada de uma quarta-feira, além de chegar em casa e ver um jogo de futebol, ou saber das notícias do dia, o 22 de junho em Belo Horizonte surpreendeu: diversas manifestações da classe trabalhadora contra o governo corrupto e golpista de Michel Temer foram realizadas.

    É importante falar da raiz da palavra corrupção. Segundo o autor José Murilo de Carvalho, corrupção é colocar desejos pessoais acima dos interesses coletivos.

    Sendo assim, é legítimo chamar um governo marcado por interesses pessoais da elite brasileira, que para se consolidar enquanto governo teve de emergir por meio de um golpe. Ao falar a palavra golpe, que alguns consideram “forte”, basta compreender que a justiça e a constituição não são levadas em consideração quanto às acusações que destituiu (mesmo que ainda temporariamente) o governo eleito democraticamente em 2014.

     

    Contra o retrocesso

    No Conselho Regional de Psicologia (CRP), ocorreu um debate que reuniu diversos profissionais e estudantes para discutir o desmonte das políticas sociais. O evento Psicologia em Foco teve entre as falas mais expressivas a chamada para que trabalhadores, estudantes e educadores, saiam às ruas em luta contra esse ataque neoliberal.

     

    Fotografia: Bruno Alves / Minas em Defesa do SUAS
    Fotografia: Bruno Alves / Minas em Defesa do SUAS
    Fotografia: Carlos Denis Pereira / Minas em Defesa do SUAS
    Fotografia: Carlos Denis Pereira / Minas em Defesa do SUAS

    Nas intervenções, todos iniciaram dizendo: Primeiramente fora temer.

    Também ontem em Belo Horizonte ocorreu o lançamento do livro “A Resistência ao Golpe de 2016”. Os autores presentes analisaram sob diversos aspectos o golpe em curso no país. A obra foi lançada na Faculdade de Direito e Ciências do Estado da UFMG.

    Fotografia: Lucia Azevedo / Frente Brasil Popular MINAS
    Fotografia: Lucia Azevedo / Frente Brasil Popular MINAS
    Fotografia: Lucia Azevedo / Frente Brasil Popular MINAS
    Fotografia: Lucia Azevedo / Frente Brasil Popular MINAS

    O lançamento, que foi um ato político, reuniu profissionais, movimentos sociais e estudantes de diversas instituições de ensino, que manifestaram repúdio ao Golpe e conclamaram a população a resistir ao ataque às conquistas populares.

    O representante da Associação Latino Americana de Juízes do Trabalho, Hugo Melo Filho, disse que não tem sido fácil falar em nome de juízes e demais operadores do direito no país.

     

    Fotografia: Lucia Azevedo / Frente Brasil Popular MINAS
    Fotografia: Lucia Azevedo / Frente Brasil Popular MINAS

    “Somos 14 mil juízes e nem todos concordam com o que ocorre no Judiciário brasileiro. Estou aqui para mostrar que não concordamos com as medidas adotadas e quando o Judiciário não promove a garantia de direitos, ele se desvia. Esse golpe não passaria não fosse a complacência do STF. Se concretizar no senado, não passará nas ruas.”

    É evidente que o apoio do judiciário junto a alguns meios de comunicação e o parlamento validam as ações que, por fim tendem a privatizar empresas públicas e diminuir o acesso da população aos direitos conquistados nos últimos anos.

     

    TEMER jamais

     

    Fotografia: Aloísio Morais / Jornalistas Livres
    Fotografia: Aloísio Morais / Jornalistas Livres

    Também na quarta-feira, apesar de as empresas de rádio e televisão esconderem dos seus espectadores, surgiu ao longo da partida de futebol entre Atlético Mineiro e Corinthians, que ocorreu no Mineirão, uma longa faixa colocada por torcedores com os dizeres: Lutar, lutar, lutar, TEMER jamais.

    A resistência ao governo golpista está cada vez mais forte e ganhando mais a adesão do povo. Diariamente nas cidades brasileiras, atos nas ruas, plenárias e reuniões acontecem para garantir a unidade dos trabalhadores contra o retrocesso. Não temos nada a Temer, não vamos aceitar nenhum direito a menos.

  • Sábado foi dia de “Fora Temer” em Campinas

    Sábado foi dia de “Fora Temer” em Campinas

    No sábado, 18 de junho, a manhã foi de Fora Temer no centro da cidade de Campinas.

    Por volta das 10 horas havia grande concentração por parte de populares,  movimentos sociais e sindicais, partidos políticos, artistas e  grupos culturais como a Bateria Alcalina, na Praça Rui Barbosa, com bandeiras, cartazes e faixas.

    Enquanto isso  saindo da Estação Cultura  descendo em cortejo pela 13 de Maio, ao  ritmo do macaratu, o Grupo Maracatucá  juntamente com as baterias do Levante da Juventude, Marcha das Mulheres, músicos e população cantavam “Fora Temer Ladrão!”.

    Várias pessoas, que estavam no centro comercial, pararam suas atividades para ver o cortejo  e também cantaram  junto “Fora Temer Ladrão!”. Algumas pessoas também aplaudiram e concordaram.

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    Jandira Rodrigues , 56 anos,  estava no centro para fazer compras com sua filha, disse “ Tem que tirar esse homem mesmo! Está tudo muito caro. O preço de tudo aumentou.”
    Diversos trabalhadores do comércio local  ficaram na porta do estabelecimento, alguns  também entravam no ritmo no “ Fora Temer” assentido com sorrisos, gestos aplausos em sinal de aprovação.

    Durante o cortejo, carros buzinaram em apoio ao ato.
    Os manifestantes que seguiam ao encontro dos que já estavam na Praça Rui Barbosa foram sempre bem recebidos,  algumas pessoas se juntaram e  seguiram junto ao cortejo.

    Dona Iolanda, integrante do Movimento Marcha das Mulheres, aos 74 anos, empunhando a bandeira do movimento sempre animada entoando “ Fora Temer”, uma militante ativa durante o cortejo pela Rua  13 de Maio.

    Na Praça Rui Barbosa, na chegada do cortejo, todos cantaram “ Fora Temer Ladrão!”.  Os grupos se uniram e saíram pelo centro da cidade. Mais de 1500 pessoas se manifestaram e seguiram junto ao batuque com faixas, cartazes, rostos pintados pelas ruas centrais de Campinas, até o Largo do Rosário.

    Para Índio Fábio,  da Cut  (Central Única dos Trabalhadores) e integrante da Frente Brasil Popular, “ a prioridade da CUT é orientar a população, os trabalhadores as consequências  do Golpe, as diferenças entre o governo eleito e o interino. É mostrar a perda dos direitos dos trabalhadores  com as  atuais medidas de terceirização, mexer na CLT , é conscientizar  cada trabalhador. E com isso construirmos a Greve Geral que deve parar o país.”

    fotos: Fabiana Ribeiro – Jornalistas Livres Campinas

  • Após apreensão de mercadorias, ambulantes fazem protesto em Salvador

    Após apreensão de mercadorias, ambulantes fazem protesto em Salvador

    Um dos bairros mais turísticos e frequentados pela boêmia em Salvador, o Rio Vermelho foi palco de um protesto de vendedores ambulantes no fim da noite desta sexta-feira, 17.

    Com queima de objetos e pneus, a Rua da Paciência chegou a ter o trânsito interrompido. Os ambulantes protestavam contra a apreensão de mercadorias, em sua maior parte bebidas, por agentes da Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop). Além disso, relataram casos de agressão na abordagem do agentes quando do confisco dos produtos.

    “Nós só queremos trabalhar para dar sustendo as nossas famílias. Infelizmente a ordem vem de dentro da prefeitura de Salvador, comandada pelo prefeito ACM Neto. Eles nos tratam como ladrões, não como cidadãos. Eles não tem raciocínio para perceber que Salvador tem um dos maiores índices de desemprego? Nesta crise nos queremos correr atrás dignamente” disse uma vendedora ambulante que não poupou críticas à política e ao trato da prefeitura com os trabalhadores informais.

    Com sede próxima ao local do protesto, estudantes da União da Juventude Socialista, se deslocaram até a manifestação em solidariedade aos vendedores. Ao mesmo tempo, a Polícia Militar foi acionada para restabelecer a ordem, o que conseguiu alcançar sem uso de repressão.

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    Foto: Alexandre Marinho
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    Foto: Alexandre Marinho

    Recentemente o bairro do Rio Vermelho passou por uma reforma que foi entregue em janeiro deste ano, que foi têm sido objeto de contestação de muitos moradores por conta do que apontam como um processo de gentrificação, com a expulsão de moradores, frequentadores e comerciantes de menor poder aquisitivo. Um dos marcos deste processo foi a demolição do antigo Mercado do Peixe, local que costumava ser bastante frequentado por populares e que mantinha intenso movimento durante toda a noite.

    Durante o carnaval deste ano, Salvador já tinha sido cenário de uma revolta de ambulantes no circuito Barra | Ondina. Na ocasião, os vendedores também queimaram objetos na via após terem cervejas, refrigerantes e licenças confiscadas por comercializarem marcas distintas da então patrocinadora do carnaval da cidade.

    Diversos especialistas, consideraram a prática crime contra a ordem econômica por ter ferido o direito do consumidor à livre concorrência, configurando prática de monopólio.