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Categoria: Lesbofobia

  • #8MCuiabá – Pela vida das mulheres

    #8MCuiabá – Pela vida das mulheres

    Por: Maria Eugênia Sá – www.mediaquatro.com

    Debaixo de muito sol e com uma sensação térmica acima dos 40 graus, dezenas de mulheres da Grande Cuiabá se reuniram hoje na Praça Ulisses Guimarães para protestar contra o feminicídio e exigir direitos iguais.

    Com uma tenda para atender as crianças que acompanhavam as mães, carro de som para as falas e shows e produtos artesanais, as manifestantes distribuíram um Manifesto Pela Vida das Mulheres. Nele, realçaram as conquistas históricas, como o direito ao voto, e as lutas atuais, como o fim da violência de gênero, sexual e estrutural.

    Além das pautas próprias, as manifestantes também exigiram a revogação das reformas da previdência e trabalhista e a garantia de acesso à saúde e educação, incluindo as creches, já que apenas 30% da demanda por esse serviço é atendida pelos governos do estado.

    O manifesto acusou, ainda, o governo federal:

    Temos o direito de viver uma vida livre de qualquer tipo de violência, agressão física, violação e abusos sexuais, mas o Estado Brasileiro, através do atual governo (Jair Bolsonaro), e sua prática machista, racista, misógina e LGBTfóbica, nos expõem e nos coloca num “lugar frágil” e, por isso, vulnerável.

     

    Outra figura de destaque no Manifesto foi a ministra Damares que, com suas falas alucinadas e sua arbitrariedade de atitudes, quer “negar essa violência e a nossa necessidade de igualdade: temos um governo que tenta destruir os direitos que conquistamos com muita luta”.

    Para a professora e coordenadora de imprensa da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso – Adufmat, Lélica Lacerda, conta em vídeo, os motivos das manifestações: a criação de uma nova cultura, política e economia que promovam a igualdade entre os gêneros.

    Veja abaixo a rápida entrevista

    Outras fotos do evento

    #8MCuiabá – Foto: Maria Eugênia Sá – www.mediaquatro.com
    #8MCuiabá – Foto: Maria Eugênia Sá – www.mediaquatro.com
    #8MCuiabá – Foto: Maria Eugênia Sá – www.mediaquatro.com
    #8MCuiabá – Foto: Maria Eugênia Sá – www.mediaquatro.com
    #8MCuiabá – Varal com mulheres vítimas de feminicídio em MT – Foto: Maria Eugênia Sá – www.mediaquatro.com
    #8MCuiabá – Varal com mulheres vítimas de feminicídio em MT – Foto: Maria Eugênia Sá – www.mediaquatro.com
    #8MCuiabá – Varal com mulheres vítimas de feminicídio em MT – Foto: Maria Eugênia Sá – www.mediaquatro.com
    #8MCuiabá – Varal com mulheres vítimas de feminicídio em MT – Foto: Maria Eugênia Sá – www.mediaquatro.com
    #8MCuiabá – Varal com mulheres vítimas de feminicídio em MT – Foto: Maria Eugênia Sá – www.mediaquatro.com
    #8MCuiabá – Varal com mulheres vítimas de feminicídio em MT – Foto: Maria Eugênia Sá – www.mediaquatro.com
    #8MCuiabá – Lélica Lacerda, da Adufmat, fala às mulheres – Foto: Maria Eugênia Sá – www.mediaquatro.com

     

     

  • Pelo fim da violência contra as mulheres, mas se quiser pode

    Pelo fim da violência contra as mulheres, mas se quiser pode

    Por Daiane Noves

    _ Com licença senhor agressor, desculpa interromper essa surra que o senhor está aplicando nessa mulher que está caída no chão, é que eu sou do movimento feminista e preciso fazer umas perguntas antes de decidir ou não se eu vou defender esta mulher, tudo bem?
    _ Claro, mas eu posso continuar batendo nela enquanto respondo?
    _ Pode sim. Ainda não sabemos se ela mereceu ou não, vai que ela mereceu. Não queremos ser injustas.
    _ Tá.
    _ Essa mulher está sob efeito de substâncias psicoativas ilícitas?
    _ Sim. Na verdade, sóbrio, sóbrio, ninguém aqui tá.
    _ Entendo. Outra pergunta: ela é bolsonarista né?
    _ É sim. Mas nessa galera aqui todos somos né, gata. Mito, B17!
    _ Entendo. Soube também que ela estava com a arma da namorada anteriormente.
    _ Sim. Mas a namorada já havia guardado. Com ela armada eu não estaria batendo né, senão ela atiraria em mim. Mas vou usar o fato de ela ter estado armada antes para legitimar isso aqui como defesa, saca?
    _ Tem outras pessoas armadas aqui né?
    _ Sim.
    _ Mais uma pergunta: foi ela que começou?
    _ A de mão ou a de boca? Pq eu tava humilhando ela mó cota, ela tava toda com raivinha, mexi com a mina dela também. Aí ela veio pra cima de mim. Olha o tamanho da s4p4t4o. É óbvio que eu ia arrebentar ela.
    _ Mas sabendo disso, pq o senhor só não se defendeu ou segurou ela?
    _ Ah, ela quer ser homem né, tem que apanhar que nem homem, pô.
    _ Mas o senhor sabe que é uma mulher, com compleição física e força bem inferior que a sua. Vc sabia que ia sair ileso e ela arrebentada, não?
    _ Claro. Mas eu quero mostrar pra morena lá que eu sou alfa tá ligado?
    _ Mas se fosse um cara?
    _ Se fosse um cara nem tinha mexido com a mina dele, pô. Mas como é uma mina, que ainda é s4p4t4o, e ainda fez uso de drogas, e ainda revidou as minha provocações vindo pra cima de mim? Acha que vou só conter ela? Vou arrebentar mesmo.
    _ O senhor viu que ela já estava no chão?
    _ Vi, eu sou bem forte, né?
    _ Então pq o senhor continua batendo nela?
    _ Pq é facião bater em mulher, nocaute certeiro. Quero dizer, mulher não, s4p4t4o.
    _ Entendi. Mas a questão é que o senhor tá criando um problema ético para o feminismo, além desse monte de hematomas nela. Pq, veja bem: ela segue filosofia de direita e a gente já não gosta dela, ela não performa feminilidade e ainda fica agindo toda pá para performar masculinidade, já não nos parece como a vítima perfeita e cândida, fala mal do ativismo e tem um auto-ódio imenso, nenhum senso de classe. Dificil detectar misoginia e lesbofobia quando não é a vítima ideal, pô.
    _ Ah, moça, faz assim então, se ninguém me segurar, eu continuo chutando ela aqui caída e mato logo. Ninguém liga pra lesbocídio, essas estatísticas nem saem. Resolvo o meu problema e o de vcs. Pode ser?
    _ Pô, senhor agressor. Fechou. A gente muda o lema para ‘Pelo fim da violência contra as mulheres, mas se quiser pode.’
    _ Ah, genial. Qualquer coisa, cê manda um ‘ela que lute’ ou um ‘bem-feito’ ou ‘sem tempo pra mina reaça’, mas acho que não vai precisar não. Ela mereceu, ela tava pedindo.
    _ Verdade né. Desculpa atrapalhar o espancamento ae. Boa surra pro senhor.
    _ Valeu. Ow, cê é uma “morena muito bonita”.
    _ Que isso, não tá vendo meu namorado ali?
    _ Ow, que vacilo, perde perdão lá pra ele. Cê falou que é feminista e eu já pensei que vc tbm namorava s4p4t4o, eca. Aí a gente não respeita não. E se vir cobrar a gente arrebenta, não quer ser homem?
    _ Tá certo. Deixa só eu terminar a minha postagem aqui do “não sou obrigada a ter sororidade com reaça”, péra. Como é mesmo o novo lema que falei agora pouco?
    _ Sei lá, era tipo ‘nada justifica um cara jantar uma mina no soco’…
    _ Não, lembrei, era ‘Pelo fim da violência contra as mulheres, mas se quiser pode.’
    _ Isso.
    _ Desculpa incomodar a surra do senhor.
    _ Que isso, tamo junto. B17.


     

    Veja também: Não deve existir “eu avisei” pra vítima de lesbofobia

  • OPINIÃO: Não deve existir “eu avisei” pra vítima de lesbofobia

    OPINIÃO: Não deve existir “eu avisei” pra vítima de lesbofobia

    As redes sociais hoje estão numa disputa muito grande entre pessoas que riem, dizem “eu avisei” e se recusam a ter empatia com Karol Eller, youtuber conhecida por ser lésbica, apoiadora de bolsonaro e que teve o rosto desfigurado em um ataque de lesbofobia, e pessoas que classificam que crime de ódio contra mulheres lésbicas não deve ser motivo de risada em nenhuma situação.

    No último domingo, 15, Karol estava em um quiosque na Praia da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, com sua namorada quando foi vítima de lesbofobia e agredida a socos e pontapés. Ela chegou a desmaiar diante da gravidade das agressões.

    Karol fez fama durante as eleições por dizer que denunciar a homofobia, como ela chama, seria mimimi. Diversos vídeos em que ela, de forma descontrolada, grita que é frescura a luta contra a homofobia circulam pela internet e estão sendo usados agora por parte da população para justificar o injustificável. Karol não apanhou por ser bolsonarista – o que já não seria justificável, Karol apanhou por ser lésbica.

    Karol é vítima do discurso que defende. Karol é uma mulher lésbica numa sociedade lesbofóbica e o que aconteceu com ela não é aceitável só porque ela apoia pessoas com o discurso de seus agressores.

    O Brasil registra uma morte por homofobia a cada 23 horas. Da mesma forma que foi Karol, poderia ter sido eu, ou sua filha, ou a amiga do teu filho, ou a sobrinha da tua vizinha e assim por diante. Lésbicas existem e resistem diariamente. Não é difícil encontrar nas redes sociais relatos de mulheres que, dia após dia, enfrentam situações de violência simplesmente por amarem outras mulheres. A lesbofobia é uma preocupação que não tira folga, que não tem descanso.

    Não se deve relativizar uma agressão por discordância política, não se deve ignorar uma situação de violência porque a vítima não tem noção das barbaridades que diz. Sim, Karol tem um discurso nojento, mas não podemos esquecer que o meio em que ela vive é mantido por este discurso. Muitas vezes rir e invalidar as violências que sofre também é uma forma de sobreviver.

    Quando você ri de Karol, você está dizendo que tudo bem apanhar se você não tem consciência das violências que podem te atingir. Quando você ri de Karol, você ignora o fato de que a violência lesbofóbica pode chegar para todas. Quando você ri de Karol, você faz parte dos agressores.

    Karol terá minha empatia e solidariedade mesmo que não queira, porque eu não sou como os agressores dela.

  • Elsa pode ser lésbica e Damares não tem nada a ver com isso

    Elsa pode ser lésbica e Damares não tem nada a ver com isso

    A ministra Damares Alves, responsável pelas pastas Mulher, Família e Direitos Humanos do Governo Bolsonaro, declarou que a princesa Elsa, personagem principal do filme Frozen, terminou a trama sozinha em um castelo de gelo porque é lésbica. No vídeo Damares ainda diz que “O cão está muito bem articulado e nós estamos alienados”.

    Logo após o vídeo ser divulgado, a internet se levantou para questionar a ministra e dizer que Elsa não é lésbica. E essa defesa feroz de que Elsa é hétero está me incomodando demais.

    Frozen veio para quebrar a velha história de que toda princesa precisa de um príncipe encantado para ser feliz. Na trama Elsa é uma irmã mais velha que nasceu com o dom de criar gelo e neve. Ainda criança, enquanto brincava com a irmã mais nova Anna, um acidente machuca a caçula. Como precaução os pais decidem separar as irmãs e pedem aos Trolls que apaguem as memorias de Anna sobre o acontecido. Elsa então se isola de todos para aprender a controlar seus poderes até o dia de sua coroação. Neste dia dois eventos importantes acontecem: 1) Anna, uma menina que cresceu sozinha, sai do castelo, conhece um rapaz e, como na maioria dos contos de fadas, acredita ter encontrado seu amor verdadeiro; 2) Quando Anna comunica à irmã que irá se casar com aquele rapaz que acabou de conhecer, Elsa se zanga por ver a ingenuidade da irmã e acidentalmente congela toda a cidade.

    É neste momento que Elsa foge e se refugia em um castelo de gelo construído por ela mesma. Anna vai atrás da irmã e acaba atingida por um raio de gelo que congela seu coração. A única forma de a jovem sobreviver é um ato de amor verdadeiro. Ela então volta correndo para o castelo na esperança de que seu prometido lhe beije e descongele seu coração. O príncipe então diz que deixará que ela morra e que matará Elsa para se tornar rei. Elsa retorna em busca da irmã e quando o príncipe tenta matá-la, Anna, praticamente congelada, entra na frente e toma a espadada.

    Este é o ato de amor verdadeiro, o amor de irmãs. Anna daria sua vida para salvar Elsa. Não tem beijo, não tem romance, não tem nada. Damares acusa Elsa de ser lésbica porque ela decidiu se isolar no castelo de gelo. Eu discordo. Elsa pode ser lésbica por outras razões, mas não por ter medo e se refugiar em um castelo sozinha. Mas Damares pode estar certa quando diz que Elsa é lésbica. E daí?

    Elsa pode ser lésbica porque toda mulher pode ser lésbica. Do mesmo jeito que uma mulher pode ser hétero e não ter um príncipe num conto. Essa defesa de que Elsa é hétero só reforça que as pessoas vêem a lesbianidade como algo indefensável, como algo que precise ser dito que não é, que não é e que não é.

    Sempre vi Elsa como uma mulher bem-resolvida, forte e LÉSBICA. Já passou da hora de os contos infantis retratarem a lesbianidade como algo normal. Alguns portais sobre cinema especulam que Elsa pode ser a primeira rainha lésbica da Disney na continuação da animação e eu acho isso o máximo.

    Sua canção de libertação diz:

    Este momento do filme, pra mim, sempre retratou o alívio de deixar pra trás toda a frustração de viver escondida. A metáfora me parece bem clara, o que aprisiona Elsa não é o gelo e sim a lesbianidade. O medo de machucar a irmã e os pais, o medo de não ser compreendida e aceita. O gelo é a materialidade do medo vivido por Elsa e por todas as mulheres lésbicas na sociedade: o medo da não aceitação. E perceber tudo isso me fez ter Frozen como animação preferida. Já me senti como Elsa e hoje Livre Estou.

    Ministra Damares, parece que este tema pra você é uma obsseção. Não é a primeira vez que você fala sobre isso de forma tão “indiganada”. Torço para que a você se liberte desta obsessão e, se for o caso, possa se libertar, sair do armário deixando as frustrações pra trás e cantar Livre Estou. Te garanto a vida do lado de cá é uma delícia.

     

    O medo das mulheres lésbicas não é restrito ao Brasil

    No início de 2013, quando o filme foi lançado, diversos pastores o acusaram de “induzir crianças a homossexualidade”. O longa que ganhou o Oscar de melhor animação foi criticado pela primeira vez pelo pastor norte-americano em um programa de rádio. Kevin Swanson afirmou que Frozen trazia “perigosas mensagens da homossexualidade e da bestialidade para as crianças”. “Eu acho que esse filme bonitinho vai doutrinar minhas alunas de 5 anos de idade a se tornarem lésbicas” afirmou o pastor.

  • American Airlines é acusada de racismo e transfobia por impedir ativista de embarcar para os EUA

    American Airlines é acusada de racismo e transfobia por impedir ativista de embarcar para os EUA

     

    Nessa segunda-feira, 25, Alessandra Makkeda, um dos nomes mais importantes para o movimento LGBT do Rio de Janeiro, deveria ter embarcado para Washington para apresentar um projeto relacionado à década dos afro-descendentes no Congresso dos Estados Unidos.

    Fundadora do Fórum Nacional de Trans Negras, do Instituto Transformar, colaboradora dos Jornalistas Livres e integrante do Setorial LGBT do PSOL, Alessandra havia recebido convite do parlamentar negro do Partido Democrata, Harry “Hank” Johnson, dentro de um esforço pioneiro de sua agenda legislativa para impulsionar o marco simbólico criado pela ONU, a fim de dar atenção especial à comunidade afrodescendente pelo mundo.

    Porém, a companhia American Airlines impediu o embarque de Alessandra no aeroporto, já que o nome que constava nos seus documentos não correspondia ao bilhete emitido. Ficou configurado, então, o não reconhecimento do nome retificado de Alessandra em relação ao seu nome de registro – mesmo havendo em mãos uma cópia da sentença judicial que afirmava se tratarem da mesma pessoa.

    Em nota, o Setorial LGBT do PSOL do Rio de Janeiro afirmou que situações como essa são inaceitáveis, embora ainda sejam comuns. “Infelizmente, ainda faltam protocolos das companhias aéreas para se adequarem à realidade da diversidade de gênero. Entende-se que nem sempre se trata de má-fé ou repentino sentimento de ódio por parte de um ou outro indivíduo, mas que a transfobia envolvendo o caso está arraigada na cultura da sociedade brasileira como uma ignorância que se reproduz quase sempre sem reflexão”, destacou.

    “Somos solidários a ela, acima de qualquer debate sobre as responsabilidades individuais e coletivas relacionados ao caso de constrangimento ilegal e dano irreparável a nossa camarada”, acrescentou o Setorial. “Declaramos veementemente que Alessandra é uma mulher negra e trans com distinta dignidade e competência para atuar em defesa de toda comunidade LGBT”, acrescentou. “Se neste momento há uma enorme frustração pela perda de uma oportunidade ímpar de atuar junto a proeminentes ativismos negros que, agora, modificam o cenário politico nos EUA, a nossa convicção é que em breve não faltarão oportunidades melhores para Alessandra, com quem nos comprometemos a atuar como aliados incansáveis na luta contra o racismo e a transfobia que ainda tentam bloquear seu caminho”.

    Diante da situação, o Setorial LGBT decidiu planejar uma manifestação pública de repúdio. “Para nós, não basta que sejam dadas desculpas pontuais, mas é necessário que haja uma união que impeça a ocorrência de novos casos semelhantes. Fazemos um chamado para nos reunirmos por Alessandra e todxs pessoas trans que tiveram sonhos impedidos”, acentuou.

     

  • Bolsonaro: “Por eu ser homofóbico, o senhor citou esse nome aí”

    Bolsonaro: “Por eu ser homofóbico, o senhor citou esse nome aí”

    O candidato a presidente da República Jair Bolsonaro (PSL) afirmou em sessão oficial da Comissão Especial da Câmara sobre Reforma Política, no dia 05 de maio de 2011, que é homofóbico e que tal traço de sua personalidade é de conhecimento público.

    Por eu ser homofóbico, o senhor citou esse nome aí“, afirmou o então deputado federal pelo Partido Progressista (PP-RJ), conforme consta nas notas taquigráficas da Câmara dos Deputados.

    Bolsonaro proferiu a afirmação em resposta a uma fala do deputado Ivan Valente (PSOL-SP), que tinha dito “Ministro, aproveitando o seu intervalo, quando V.Exa. citou o Rei Ludwig, na disputa com Bismarck, dizendo que inclusive ele era homossexual, foi a hora em que o Deputado Bolsonaro entrou correndo na sala”.

    Ivan Valente se referia a uma passagem do discurso de Nelson Jobim, na época Ministro da Defesa, recordando uma disputa ocorrida na Alemanha pré-nazista: “Lembrem-se da disputa de Bismarck com Ludwig, que foi Rei da Baviera, um maluco que era muito ligado ao Wagner, homossexual inclusive.”

    Bolsonaro, então, pediu a palavra para advertir Ivan Valente para que não tentasse relaciona-lo a qualquer temática envolvendo homossexuais. Sua fala completa foi: “Por eu ser homofóbico, o senhor citou esse nome aí. Não procede o que ele está pensando que eu sou”.

    “Sou preconceituoso, com muito orgulho”

    Dois meses após a declaração no Congresso, Bolsonaro deu uma entrevista à Revista Época reafirmando seu preconceito de gênero.

    Ao ser questionado sobre o limite entre liberdade de expressão e ofensa, quando trata de homossexualidade, Bolsonaro defendeu sua luta contra o kit gay e afirmou que “certamente não acredito que nenhum pai possa se orgulhar de ter um filho gay”.

    Em outra passagem da entrevista, o candidato à presidência da República disse que “a maioria dos homossexuais é assassinada por seus respectivos cafetões, em áreas de prostituição e de consumo de drogas, inclusive em horários em que o cidadão de bem já está dormindo”.