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Categoria: Feminismo

  • OS HOMENS BRANCOS DE TEMER

    OS HOMENS BRANCOS DE TEMER

    Que o governo Temer será conservador e neo-liberal todo mundo, que leu o plano “Uma Ponte para o futuro”, sabia.

    No entanto, o seu ministério – divulgado hoje, porém, há semanas, “conspirado” metodicamente nas capas dos jornais – é um ultraje não apenas aos movimentos sociais, mas à toda nação brasileira.

    Trata-se de 24 homens, brancos, heterossexuais, cis e, em sua maioria, ricos.

    Com uma única canetada, Michel Temer faz o Brasil retornar, pelo menos, ao ano de 1981, última data em que o país passou sem ter uma mulher ministra. Desde então, temos, progressivamente, contado com mulheres nos cargos mais importantes do governo federal.

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    Os governos Lula e Dilma nomearam mais que o dobro de ministras do que todos os governos anteriores, desde Figueiredo, que nomeou a primeira ministra do país, Esther de Figueiredo Ferraz, na pasta da Educação e Cultura.

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    Portanto, quando Temer decide não nomear ministras está, consequentemente, destruindo uma trajetória histórica de lutas e conquistas das mulheres. Está negligenciando o combate ao machismo e à misoginia e suas consequências nos planos simbólicos e materiais. Está tentando sepultar, junto com o mandato legítimo de Dilma, o empoderamento das mulheres brasileiras.

    Um ministério com a ausência ou uma minoria absurda e inexplicável de mulheres não representa o Brasil, muito menos o momento histórico em que vivemos. Michel Temer e seus aliados parecem esquecer que estão no século XXI e intentam nos arrastar para o século XIX, quando vivíamos em uma terra colonizada e com o povo escravizado.

    Não à toa, da mesma maneira, o presidente interino decidiu ignorar que metade da nossa população é negra e compôs um ministério somente com “sinhôzinhos” brancos.

    Embora de modo tímido, reflexo incontestável do nosso racismo institucional, nos últimos vinte anos, a população negra conquistou espaços de poder, principalmente, nos governos petistas, porém, Michel Temer, irresponsavelmente não se comprometeu com esse legado.

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    É, no mínimo, inconsequente planejar o ministério deste país e desconsiderar as populações feminina e negra, que estão, inclusive, prestes a se tornar maioria quantitativa. Sem contar, as representatividades, extremamente relevantes, das pessoas LGBT, trabalhadoras, indígenas e rurais, que, assim como a população negra e feminina, são historicamente tratadas de modo subalterno, se tornando vítimas da violência.

    Em poucas palavras, números e gráficos fica evidente que o governo Temer visa assolar politicamente tais populações, além de cessar o processo de melhoria de vida delas.

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    A tragédia do ministério de Temer não termina nesses dados. Além de nenhuma representatividade que contemple as populações subalternas, o presidente interino aboliu as pastas que, há mais de uma década, desenvolviam projetos para esses grupos.

    Não existe mais o Ministério das Mulheres, Igualdade Racial, da Juventude e dos Direitos Humanos. Aparentemente, Temer acha que tais questões não precisam ser tratadas ou podem ser todas (mal)trabalhadas no Ministério da Justiça e Cidadania, para o qual nomeou Alexandre de Moraes, ex-Secretário de Segurança Pública de São Paulo, responsável por uma das polícias militares mais sanguinárias do mundo. A mesma que, no último ano, agrediu de modo truculento e televisionado jovens estudantes e também conhecida por promover o genocídio da juventude negra paulista. Para arrematar, Eduardo Cunha é o responsável pela indicação de Moraes ao ministério. Os dois possuem relações estreitas desde que Moraes, como advogado, ajudou na defesa de Cunha em um dos seus vários processos.

    Outro ministério que Temer destruiu é o de Desenvolvimento Social e Combate a Fome. Esse ministério era um dos corações do que houve de maravilhoso nos governos petistas: As políticas sociais que conseguiram tirar o Brasil do mapa da fome e possibilitaram milhões de famílias saírem da miséria. Temer, de um dia para o outro, acabou com ele e criou uma estranha pasta chamada Desenvolvimento Social e Agrário, para o qual entregou ao PMDBista, Osmar Terra. Agora, é nas mãos dele que está o futuro do Bolsa Família e de todos programas de assistência social.

    O presidente interino, Michel Temer, também acabou com o Ministério da Cultura. Para ele, cultura é algo secundário que pode ser anexada do Ministério da Educação, que mal consegue dar conta da complexidade das suas próprias demandas. Pois bem, agora temos a pasta da Educação e Cultura sob a responsabilidade de Mendonça Filho, do DEMOCRATAS. Percebe-se que essa decisão de Temer chancela e entrega de bandeja um dos ministérios mais importantes para as mãos da bancada conservadora que intenta retroceder direitos alcançados, como, por exemplo, as discussões de gênero. Não surpreenderá se esse novo ministério não colocar em xeque as conquistas das populações negra e indígenas, como as cotas e a leis que garantem o ensino da cultura e história africana e indígena.

    Para além desses pesadelos descritos, dentre os “sinhôzinhos” ministros de Temer, está o General Sérgio Etchegoyen, que assumirá a Secretaria de Segurança Institucional e a Agencia Brasileira de Inteligência (Abin). General Etchegoyen foi um exaltado crítico do relatório da Comissão Nacional da Verdade que investigou as torturas da ditadura militar. Precisa dizer mais?

    Temer e seus aliados não vieram para brincadeira. Não articularam um golpe dessa magnitude para economizar ambições.

    É chegada a hora dos movimentos negro, indígena, feminista, LGBT, rural, sindical e afins se unirem. Nossa força está em nossa união. Nossa união será a garantia de nossa resistência e sobrevivência. Somente assim poderemos vencer o golpe dos homens brancos de Temer.

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  • Nós Mulheres R(e)xistimos!

    Nós Mulheres R(e)xistimos!

    -Graças as que vieram antes, nós, mulheres dessa geração, não estamos acostumadas a caber no que homem algum diz ser nosso lugar. Não conseguimos ver mulheres sendo golpeadas com argumentos de ódio, sem nos levantarmos. Quando uma de nós é assassinada, morremos todas um pouco. Quando somos agredidas nas ruas por protestar, vemos nosso espaço de direito, luta e circulação atacado. Por Luana, por Dilma, por cada manifestante, o luto é verbo – NÓS MULHERES R(E)XISTIMOS! PLURAL DE EXISTIR É RESISTÊNCIA-
    Poema:
    Débora Antoniazi Del Guerra e Luiza Romão
    Com as Poetas:
    Luz Ribeiro
    Michele Santos
    Pam Pam Araújo
    Carol Ambulante Peixoto
    Sarah Guedes
    Milene Badu
    Tipo Frois
    Polly Honorato
    Michelle Sá
    Nívea Sabino
    Direção :
    Zi Reis
    Arte Final :
    Digo Faria

    Postagem original em: https://www.facebook.com/placaprovisoria/videos/974200986032779/

  • Dilma entre irmãs: Contra os podres poderes!

    Dilma entre irmãs: Contra os podres poderes!

    A presidente Dilma Rousseff, eleita por 54 milhões de brasileiros, será afastada hoje do cargo por um Senado venal, mergulhado no caldo grosso e repulsivo da corrupção.

    Será afastada pelo machismo, pela burguesia, pelo fundamentalismo religioso, pela mídia mentirosa e hipócrita.

    Será afastada pelo que há de pior neste país, que é a sua elite e os aparelhos ideológicos que sempre justificaram a escravidão e a submissão de um povo lindo e generoso demais.

    E foi nos braços da parcela mais oprimida dentre todas, a das mulheres pobres, negras, periféricas, quilombolas, indígenas, nordestinas, de todo o país, que a presidente Dilma Rousseff resolveu viver a véspera da consumação do golpe.

    Enxugando a todo momento as mãos –este o único sinal de ansiedade que aparecia, humana demais—Dilma tinha a História nas mãos.

    Em seu discurso, diante das representantes da luta feminista do país todo, reunidas na 4ª Conferência Nacional de Políticas Para as Mulheres, no ginásio Ulysses Guimarães, em Brasília, a mulher (que todos os podres poderes querem derrubar) abraçou as suas irmãs de luta. Que enfrentam a dura e tantas vezes inglória batalha da sobrevivência e do cuidar de si e dos filhos.

    Dilma era a mãe que apanha do machismo –todas entenderam logo.

    A plateia que escutou a fala firme de Dilma (não, ela não gaguejou nenhuma vez, viu, imprensa escrota!) era composta por irmãs que conseguiram se transformar em sujeitos de suas vidas apenas nos últimos anos, graças a políticas públicas distributivistas, que privilegiaram as mulheres pobres.

    São agricultoras que puderam sair de casamentos e relacionamentos abusivos e violentos graças ao Bolsa Família, ao programa Minha Casa, Minha Vida. Que puderam ir para a faculdade graças ao ProUni e ao Fies. Que ganharam qualificação profissional por conta do Pronatec. Que puderam sair pela primeira vez de situações de semi-escravidão, graças ao Estatuto das Domésticas. Que, ganhando salário mínimo, viram esse piso ser valorizado além da inflação –pela primeira vez depois de anos de políticas de fome neoliberais.

    Dilma concluiu seu discurso para a História, abraçando suas irmãs de sofrimento. Havia lágrimas nos rostos.

    Mas não foi uma despedida. Dilma prometeu seguir na luta, com todas. Nas ruas, nas casas. Saiu abraçada e feliz. Com o reconhecimento apaixonado das mulheres que ela representa.

    Na caminhada de volta para casa, para os hotéis e para o acampamento pela Democracia, junto ao Ginásio Nilson Nelson, viam-se lutadoras exaustas, embandeiradas, com o corpo marcado por vários adesivos colados. Sinais da luta pelo Direito ao Aborto, Contra a Discriminação às Lésbicas, Contra a Violência Doméstica, da CUT, do PT, Fica Dilma!, pela Reforma Agrária, pela Demarcação das Terras Indígenas, da UNE, da Juventude Revolução etc.

    Esses adesivos são as insígnias desse Exército que, de golpes, entende muito. Porque este não é o primeiro e nem o último que sofre. Vida que segue! Luta que segue!

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  • CENSURA: Facebook desativa perfil de feminista que defendia Dilma Rousseff

    CENSURA: Facebook desativa perfil de feminista que defendia Dilma Rousseff

    O golpe ainda não foi consumado, mas a censura já começa a operar nas redes sociais. Na tarde da última quinta-feira, 5 de Maio, a militante feminista Maria Clara Bubna tentou acessar o seu perfil no Facebook e deparou-se com a mensagem de que ele estava desativado. Sem receber qualquer justificativa por e-mail ou nenhum outro canal, ela buscou os contatos de suporte da rede, até o fechamento desta, sem resposta.

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    É evidente que se trata de um movimento de censura, operado através dos algorítmos supostamente neutros da rede social. Maria Clara tinha uma base de cerca de 7000 seguidores e constantemente compartilhava reflexões do movimento feminista, da esquerda e, no atual momento político, contra o golpe parlamentar que tramita em Brasília.

     

    Há pouco mais de uma semana, Maria Clara publicou em sua página um chamado de mensagens de apoio para a presidenta Dilma Roussef. O resultado foi surpreendente: em 5 dias, foram recebidas cerca de 5 mil mensagens, algumas inclusive acompanhadas de ilustrações cedidas por artistas para o projeto, que acabou se transformando em um livro.

    Fica Querida

    Para Maria Clara, o sucesso da iniciativa incomodou os fascisas. Os ataques desta vez foram além das mensagens e comentários costumeiros:

     

    “eu recebia com frequência mensagens me xingando do básico, comunista, pão com mortadela, feminazi… Só que dessa vez os ataques foram mais fortes, porque tentaram invadir meu email e meu dropbox.”

     

    Ela relata que recebeu notificações dos ataques destes serviços e conseguiu evitá-los. A desativação do perfil que veio em seguida, segundo ela, pode ter acontecido através de denúncias de spam ou de que o perfil apresentaria um nome falso – sabidamente as maneiras mais eficazes de se aproveitar do sistema do Facebook para derrubar uma página – mesmo com sua identidade tendo sido verificada pela rede social.

    Para Maria Clara, o algorítmo do Facebook não é neutro como se afirma:

     

    “No mínimo inclinado à direita sim. Veja, meu facebook não tinha NENHUM tipo de discurso de ódio, “pornografia”, nudez, armas, sangue, nada. Meu perfil tinha minhas fotos e meus textos políticos de esquerda e feministas. Não é possível que seja mais fácil derrubar o perfil de quem não tem nenhum discurso de ódio em sua página do que perfis que pregam absolutamente a intolerância e a violência.”

    Não se trata de um caso isolado. Em Abril deste ano, a atriz Letícia Sabatella também teve o seu perfil de facebook suspenso após se manifestar pela manutenção do mandato de Dilma Rousseff. O mesmo aconteceu com o escritor Fernando Morais, exatamente no dia da votação da admissibilidade do impeachment na câmara dos deputados, 17 de Abril.

     

    É a segunda vez que Maria Clara tem um perfil de facebook desativado. Em 2014, ela foi vítima de uma perseguição virtual semelhante quando questionou comentários machistas publicados por seu então professor no curso de direito da UFRJ, Bernardo Santoro. O caso ganhou corpo na internet e ela chegou a ser atacada pelo ex-blogueiro da revista Veja Rodrigo Constantino. Naquela oportunidade os ataques virtuais também resultaram na desativação do seu perfil.

    Assim como naquela oportunidade, Maria Clara voltou às redes e seguiu divulgando sua militância. No mesmo dia da desativação, ela criou um novo perfil e já começou a recuperar seu público. O livro de mensagens de apoio ao mandato de Dilma Roussef já está sendo impresso, uma edição de 1500 páginas que deverá ser entregue à presidenta em Brasília ainda na semana que vem.

    ATUALIZAÇÃO: Pouco tempo depois da publicação desta matéria, o Facebook restituiu o perfil de Maria Clara Bubna, mediante comprovação de sua identidade.

  • Lya*: um retrato da falta de casas abrigo em Belo Horizonte

    Lya*: um retrato da falta de casas abrigo em Belo Horizonte

    Na Ocupação Tina Martins, casos como o narrado aqui se repetem, escancarando a potência e autenticidade da luta por casa abrigo na cidade.

    Foto: Agatha Azevedo/ Mídia NINJA
    Foto: Agatha Azevedo/ Mídia NINJA

    Lya* é um nome fictício, que protege a protagonista desta história, uma mulher que sofreu abusos do homem e do Estado durante a trajetória que a trouxe até a Ocupação.

    Foto: Agatha Azevedo / Mídia NINJA
    Foto: Agatha Azevedo / Mídia NINJA

    Mais uma manhã começava na Tina Martins, uma ocupação urbana de caráter feminista e propositivo que começou na madrugada do dia da mulher, em BH. Para aquelas que despertavam no prédio, que um dia pertenceu à UFMG e hoje, após 10 anos de abandono, cumpria novamente uma função social, esta era mais uma quinta-feira de luta e resistência.

    Já são mais de 45 dias de Ocupação. Simbolicamente, 8 de março foi o primeiro deles.  E porque esta data? Era só olhar ao entorno. Nos sorrisos e na pele marcada das mulheres recebidas pelo Movimento Olga Benário se estampava a razão de estar no antigo prédio abandonado: a luta contra o machismo e a violência contra a mulher.

    Foto: Agatha Azevedo/ Mídia NINJA
    Foto: Agatha Azevedo/ Mídia NINJA

    A situação atual do Movimento é a de estar à procura de um local para continuar o trabalho de cuidado e acompanhamento de casos de violência. Como um grito por ajuda para as mulheres agredidas, a Ocupação Tina Martins é uma estratégia provisória, já que o prédio ocupado é no centro da cidade e locais de atendimento à vítimas de violência devem ser afastados e de difícil acesso para evitar novas agressões.

     

    Porém, apesar das tentativas de negociação das militantes do Olga Benário, o risco de desocupação é iminente e não há uma proposta por parte do governo de um local para que o trabalho que elas vêm fazendo, com a ajuda de médicos, psicólogos, advogados e outros profissionais possa continuar.

    Foto: Mídia NINJA
    Foto: Mídia NINJA

     

    Conheci Lya* por acaso. Desde que nasceu a Ocupação, a Mídia NINJA e os Jornalistas Livres têm acompanhado o trabalho das mulheres do Movimento Olga Benário, que reivindicam que o poder público cumpra o seu dever para com as mulheres, cidadãs de direito, e deem à elas suporte, cuidado, atendimento médico e psicológico e abrigo nos casos de abuso e outras formas de violência de gênero.

    Neste processo, tive a oportunidade de dormir e acordar ao lado delas por alguns dias. Me propus, junto com outras colegas, a somar nas equipes de trabalho da Tina, e comecei a ajudar na Comunicação e nas Redes Sociais da Ocupação. Num gesto simples, enquanto eu corria para fotografar uma ação cultural que ocorria no primeiro piso da Ocupação, fui interpelada pelo sorriso de Lya*, uma jovem transsexual, com seus aparentes vinte e poucos anos de idade, e a seguinte pergunta: posso te maquiar?

    Tímida, deixei. Fomos para perto de seu colchão, uma acomodação simples,  que ela dividia com suas duas companheiras – um caso de poliamor -, mas tão reconfortante  quanto o sorriso vitorioso dela, que estava de pé mesmo após ter passado por tantos baques na vida.

    Foto: Caroline Andrade/ Mídia NINJA
    Foto: Caroline Andrade/ Mídia NINJA

    O batom ia ser azul. Enquanto ela escolhia qual tom de sombra passar, foi me contando um pouco da sua vida. Carioca, ela deixou seu estado para vir para Minas em busca de recomeçar a vida. Seu trabalho? É muito difícil conseguir emprego sendo transexual no Brasil. Lya* já faz tratamento hormonal há 10 anos, segundo ela, os hormônios “deixam as pessoas meio loucas”.

    Entre uma pincelada e outra de sombra de tons azul e prata, escolhas dela para combinar com o meu jeito, Lya* ia narrando suas relações, a negação da família, o fato de a mãe não reconhecê-la como mulher mesmo sendo algo visível desde a infância, e a ausência da figura materna. As duas não se falam há mais de 10 anos, e quando ela entra em contato, só recebe silêncio como retorno.

    Com o cabelo trançado e longo e o toque delicado, Lya* continuava a me maquiar com paciência, limpando os borrados do meu olho, que não conseguia ficar parado durante nossa conversa. Ela era casada há 4 anos, em uma relação com duas mulheres. Uma transexual lésbica. E foi para a Ocupação Tina Martins após ter sofrido violência sexual em um abrigo público da prefeitura.

    Ao tentar denunciar, ela teve sua voz calada. “Não vai dar em nada mesmo”

    Lya, como tantas outras mulheres, negras, lésbicas, trans, mães, mulheres do interior, donas de casa, se encontra hoje amparada pela iniciativa do Movimento Olga Benário. E, fora da Ocupação Tina Martins, elas seriam engolidas pelo sistema, que não conseguiria encaixá-las em nenhum lugar e negligenciaria suas dores e as violências que elas sofreram e ainda sofrem na sociedade.

    Foto: Mídia NINJA
    Foto: Mídia NINJA

    O local precisa de doações de alimentos e de mais pessoas dispostas a embarcar no combate ao machismo e construir a casa abrigo. Enquanto isso, a resistência de Tina continua, com os braços aguerridos de muitas Lyas, Marinas, Claras, Isabelas e Carolines.

    Foto: Agatha Azevedo / Mídia NINJA
    Foto: Agatha Azevedo / Mídia NINJA
  • Os rostos das mulheres que caminham na luta pela democracia

    Os rostos das mulheres que caminham na luta pela democracia

    Neste sávado (16), as mulheres de todas as idades floriram a luta no Acampamento Nacional pela Democracia contra o Golpe e caminharam até a explanada dos ministérios.

    Aqui estão os rostos, de guerreiras, mães, filhas, irmãs, avós, que querem seus direitos garantidos, querem a democracia para seus filhos e netos.