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Categoria: Ditadura

  • Torcedores dão cartão vermelho para Bolsonaro

    Torcedores dão cartão vermelho para Bolsonaro

    Após o presidente da Gaviões da Fiel, Rodrigo Gonzalez Tapia, o Digão, soltar nota sugerindo que os torcedores corintianos não votem em Bolsonaro, a ideia foi analisada e aprovada pelo Conselho Deliberativo da torcida organizada, que também divulgou nota a respeito, por considerarem o candidato do PSL um retrocesso e uma ameaça à democracia. Na última quarta-feira foi a vez da Torcida Jovem do Santos também divulgar nota no mesmo sentido, assim como vários coletivos e torcedores do Palmeiras, Flamengo e Internacional. Confira abaixo as notas do Conselho Deliberativo da Gaviões, da Torcida Jovem Santista, dos palmeirenses, da Flamengo Antifascista e Inter Antifascista:

     

     

    NOTA OFICIAL – POSIÇÃO DOS GAVIÕES DA FIEL SOBRE CANDIDATO ANTIDEMOCRÁTICO

    Foi misturando política e torcida que, em 1969, alguns jovens Corintianos fundaram o que viria se tornar a maior torcida organizada do país, os Gaviões da Fiel. Em uma época marcada pela fortíssima repressão da Ditadura Militar, aqueles torcedores decidiram se unir para lutar contra Wadih Helu, então presidente do Corinthians e também político do regime.

    Ao declararem a contrariedade ao regime que impedia toda e qualquer liberdade de expressão, os primeiros jovens Gaviões foram perseguidos e, por vezes, espancados pelos capangas do cartola e político.

    Paralela à batalha em prol do Corinthians, ilustrada pelo conhecido primeiro enterro simbólico de um dirigente no país, também estava a luta pela redemocratização do Brasil. A abertura de faixas na arquibancada exigindo o direito da sociedade escolher o presidente, bem como anistia ampla, geral e irrestrita aos exilados políticos da época, faz parte do conjunto de fatos marcantes dos 49 anos dos Gaviões da Fiel.

    Por este e outros motivos, é importante deixar claro a incoerência que há em um Gavião apoiar um candidato que, não apenas é favorável à Ditadura Militar pelo qual nascemos nos opondo, mas ainda elogia e homenageia publicamente torturadores que facilmente poderiam ter sido os algozes de nossos fundadores.

    Hoje, com mais de 112 mil associados, entendemos existirem diferentes formas de pensar e posicionar-se numa sociedade democrática. Respeitamos essa pluralidade de ideias, pois ela é a essência da democracia pelo qual nossos fundadores lutaram. Não podemos, portanto, concordar jamais com quem se posiciona justamente contrário aos valores básicos do Estado Democrático de Direito.

    Não se trata de exigir que nossos associados se posicionem obrigatoriamente à esquerda ou direita, mas em um momento conturbado de nossa política, pedimos para que nossos associados olhem para nosso passado e entendam tudo o que hoje fomenta nossa ideologia.

    Afinal, foi contra todo ditador que no Timão quiser mandar que os Gaviões nasceram pra poder reivindicar.

    // Gaviões da Fiel Torcida – Força Independente \\

    *Nota aprovada pelo Conselho Deliberativo dos Gaviões da Fiel

    MANIFESTO TORCIDA JOVEM
    A Torcida Jovem do Santos, ao longo dos seus 49 anos, construiu uma história marcante na luta pela democracia e contra a opressão que sempre tentou calar a voz da arquibancada. Uma luta que começou no final dos anos 60 enfrentando a ditadura militar e que se estende até hoje contra os mecanismos que almejam destruir o futebol popular e a nossa liberdade.

    Nossa torcida é composta pela classe trabalhadora, por pessoas de diferentes etnias, crenças e demais individualidades que se unem como povo. Em função disso, e pelo nosso compromisso com a liberdade, nos posicionamos contra uma plataforma política que defende a ditadura militar como saída para os problemas do país. Não reconhecemos como opção viável um discurso que reforça o estereótipo preconceituoso que marginaliza o povo pobre e, por consequência, o torcedor.

    Essa plataforma política é nociva para a evolução da sociedade e vai contra os ideais defendidos pela Torcida Jovem do Santos, que foram construídos com muito suor.

    Respeitamos as escolhas pessoais de cada Tejota e não defendemos nomes específicos no atual panorama político, mas reforçamos a origem da nossa Torcida deixando claro que as pautas apresentadas pelo candidato Bolsonaro – e demais candidatos com o mesmo alinhamento ideológico – são incompatíveis com as raízes da Torcida Jovem e não representam os interesses coletivos que sempre buscamos ao lado do povo e da massa santista. Nosso repúdio a essa pauta extremista não apaga o olhar crítico que temos em relação ao cenário político em geral, tomando como referência a nossa postura histórica de combate aos retrocessos sociais.
    A opressão jamais irá vencer a nossa luta por liberdade dentro e fora dos estádios!

    TORCIDA JOVEM
    Com o Santos onde e como Ele estiver…

     

     

    PALMEIRENSES CONTRA O FASCISMO

    Em virtude de acontecimentos recentes envolvendo a imagem pública da Sociedade Esportiva Palmeiras, nós, palmeirenses abaixo assinados, expressamos publicamente nosso repúdio às posturas e declarações preconceituosas, antidemocráticas e fascistas.

    Nosso clube foi fundado em 26 de agosto de 1914 por trabalhadores imigrantes, e rapidamente tornou-se uma das equipes mais populares da cidade de São Paulo, atraindo grande público à assistência de seus jogos e contrapondo-se às agremiações tradicionais da elite paulistana. Ao mesmo tempo em que o Palestra chamava a atenção da imprensa da época por sua torcida essencialmente popular, as vitórias em campo foram consolidando o clube como força importante do futebol paulista e brasileiro.

    Em 1942, por pressão do governo durante a Segunda Guerra Mundial, o clube foi obrigado a mudar seu nome, tornando-se a Sociedade Esportiva Palmeiras. Apesar das ofensas e ataques xenofóbicos que recebia por sua origem imigrante, o Palmeiras já era profundamente diversificado na composição de seu time e torcida, assim como o povo brasileiro. De “time dos italianos” passou a ser o time de todas e todos.

    São razões históricas, portanto, as que nos motivam neste posicionamento público contra a onda fascista que se ergue e a sua nefasta representação eleitoral. Respeitamos a coexistência democrática de opiniões e posicionamentos políticos variados; mas não podemos tolerar a ameaça às instituições democráticas e os posicionamentos de teor racista, xenofóbico, machista e homofóbico. Não podemos tolerar discursos de ódio dirigidos a grupos historicamente oprimidos. A trajetória da Sociedade Esportiva Palmeiras é uma trajetória de acolhimento à diversidade destes grupos.

    Coletivo Porcominas
    Coletivo PorComunas
    Coletivo Palmeiras Livre
    Coletivo Palmeiras Antifascista

     

    FLAMENGUISTAS CONTRA BOLSONARO!

    A torcida do Flamengo é a mais popular do país. Ela abrange todos os segmentos sociais, desde homens e mulheres, brancos e negros, jovens e idosos, pobres e ricos. Representamos o povo brasileiro na sua essência. Nesse sentido, é inaceitável qualquer declaração preconceituosa manifestada por Bolsonaro e seu vice, Mourão, sobretudo ao que tange a população mais pobre, negra e as mulheres, mães e avós. Ao se referir a essa parcela considerável das famílias brasileiras de maneira jocosa e desrespeitosa, consideramos tal atitude uma afronta a torcida do Flamengo, maioria absoluta no Rio de Janeiro e no Brasil. Para além dessas questões, entendemos que as propostas econômicas dessa candidatura fascista a presidência da República significa empurrar mais ainda a população mais pobre para a miséria, destruindo a frágil estrutura de assistência social existente no país. As privatizações e corte orçamentários, propostos por Paulo Guedes, significa aprofundamento das políticas neoliberais que foram implementadas por Temer, no Brasil, e por Macri, na Argentina, promovendo uma crise social sem precedentes. Ou seja, Bolsonaro é continuação mais aprofundada da política nefasta que vigora hoje contra a classe trabalhadora.

    Conclamamos as torcidas organizadas do Clube de Regatas Flamengo a resgatarem suas origens de resistência aos ataques ao povo, sobretudo durante a ditadura militar, ao defender a democracia e os direitos da classe trabalhadora, sob pena de todos nós, torcedores organizados ou não, sermos engolidos pela miséria e caos social propostos por esse nefasto programa de governo.

    #ELENAO #ELENUNCA

    Flamengo Antifascista-Fla-antifa


     

    TORCEDORAS E TORCEDORES DO CLUBE DO POVO: NENHUM VOTO EM BOLSONARO

    No cenário atual temos candidatos dos mais variados espectros políticos distribuídos entre as intenções de voto. Esquerda e direita. Progressistas e conservadores. Assalariados e burgueses. É da democracia. No entanto, o que chama a atenção é que o candidato que lidera as pesquisas é recorrente em declarações preconceituosas e demonstra o maior desprezo pela democracia.

    O Internacional se destacou desde cedo na sua história pela participação de jogadores negros em campo e entre seus torcedores. Também, o clube foi fundado e jogou os primeiros anos num bairro de maioria negra e próximo a comunidades quilombolas. A alcunha de Clube do Povo não veio por acaso. Desde essa época, insultos racistas são dirigidos ao Inter e a sua torcida pelos seus rivais.

    É uma incoerência que um colorado, que conhece e admira a história de seu clube, apoie um candidato que coleciona episódios de racismo. Ele declarou em 2011 na Band que seus filhos não se apaixonariam por uma mulher negra “porque foram muito bem educados”. Nessa mesma oportunidade, classificou um relacionamento de um homem branco com uma mulher negra como “promiscuidade” (1). Ainda em 2011, devido a repercussão negativa dos comentários feitos por Bolsonaro, um grupo de neonazistas organizou um ato em defesa do candidato, reunindo por volta de quarenta pessoas (2). Em entrevista à revista Época, assumiu-se preconceituoso: “Sou preconceituoso, com muito orgulho” (3). Mais recentemente, Bolsonaro foi denunciado pela Procuradoria Geral da República (4) e pelo Ministério Público Federal do Rio de Janeiro (5) pelo forma racista que se referiu a comunidades quilombolas, tratando-os como animais. A denúncia prevê pena de até 3 anos de prisão e multa de R$ 400 mil.

    Pela nossa história, repetimos: NENHUM VOTO EM BOLSONARO!

    Inter Antifascista

     

     

     

  • Resistência e Formação Política: Dom Paulo e Paulo Freire

    No dia do aniversário de Paulo Freire, a Exposição Dom Paulo Evaristo Arns: 95 anos faz roda de conversa com 
    Frei Betto, Paulo Maldos, Paulo Vannuchi e Pedro Pontual sobre educação popular no Brasil 
    A educação popular durante o período de dom Paulo frente à Igreja de São Paulo e os ensinamentos para os dias de hoje é o tema da roda de conversa que acontece na próxima quarta-feira, 19 de setembro, às 11h, com Frei Betto, Paulo Maldos, Paulo Vannuchi e Pedro Pontual. O evento será realizado dentro da Exposição Dom Paulo Evaristo Arns: 95 anos. Nesse mesmo dia comemora-se o aniversário do educador Paulo Freire, que completaria 97 anos.
    Frei Betto, Paulo Maldos, Paulo Vannuchi e Pedro Pontual integraram o Cepis (Centro de Educação Popular do Instituto Sedes Sapientiae), entidade criada em 1977 e voltada para projetos de educação junto aos movimentos populares. Um dos principais objetivos desse centro foi o fortalecimento dos movimentos sociais, fornecendo aos trabalhadores informações e análises históricas, econômicas e sociológicas que lhes permitissem criar uma autonomia de classe e um projeto político próprio. O educador Paulo Freire  – figura de maior reconhecimento do campo – foi colaborador do Cepis e é o Patrono da Educação Brasileira.
    Exposição Dom Paulo Evaristo Arns: 95 anos fica aberta à visitação até o próximo domingo, 23 de setembro, entre 11h e 17h.
    Centro Cultural dos Correios de São Paulo recebe
    Exposição Dom Paulo Evaristo Arns: 95 anos
     
    A exposição de uma das personalidades mais expressivas do país acontece até o próximo domingo, 23 de setembro, no Centro Cultural dos Correios de São Paulo. Composta por seis eixos temáticos, a mostra traz elementos lúdicos, interativos e multimídia, somando cerca de 1200 metros de espaço expositivo
     
     
    Cardeal da liberdade, da cidadania e guardião dos direitos humanos, dom Paulo Evaristo Arns foi figura central no processo de redemocratização do país. Sua trajetória foi constantemente marcada pela justiça social, defesa dos excluídos e dos trabalhadores. Tudo isso o credencia para a alcunha pela qual escolheu ser lembrado, segundo suas próprias palavras, como “cardeal do povo”. Tamanha personalidade recebe agora uma homenagem a altura. Trata-se da Exposição Dom Paulo Evaristo Arns: 95 anos, que acontece no Centro Cultural dos Correios de São Paulo até o dia 23 de setembro, com entrada franca. A exposição é uma realização da Mirar Lejos em parceria com a Cáritas Brasileira Regional São Paulo, com coordenação-geral das jornalistas e biógrafas de dom Paulo, Evanize Sydow e Marilda Ferri.
    A exposição foi concebida, prioritariamente, pensando no público jovem e estudantes. Por isso contará com vários elementos interativos, lúdicos e multimídia dispostos em vários ambientes do Centro Cultural dos Correios, somando cerca de 1200 metros de espaço expositivo. A mostra faz um passeio pela trajetória do cardeal, centrando atenção em assuntos como Democracia, Política, Sociedade, Legado Intelectual, Igreja e Comunicação. Por esses eixos serão enfocados temas como dom Paulo e o povo da rua; sua contribuição para a justiça social; a importância dele para os perseguidos políticos brasileiros e do Cone Sul; dom Paulo e os operários; o papel da mulher na Igreja e na sociedade; o legado para os movimentos sociais, entre outros.
    Dentre as ambiências, no Átrio do Centro Cultural, é montada uma reprodução de cerca de 400 metros quadrados da Praça da Sé e Catedral da Sé, com a representação de momentos históricos que ali aconteceram, como os cultos em memória de Alexandre Vannucchi Leme, Vladimir Herzog, Santo Dias, Manoel Fiel Filho e as missas de Primeiro de Maio, Dia do Trabalhador. Além do Átrio, outras salas contêm farto material a respeito da trajetória de dom Paulo, com dezenas de depoimentos, imagens inéditas ao público e muita interatividade.
    Na Sala 2 é retratado o período de regime militar e a atuação de dom Paulo contra os desmandos ocorridos. Numa reprodução do Deops (Departamento Estadual de Ordem Política e Social de São Paulo), um dos centros de tortura na capital paulista, o público é convidado a participar da peça interativa Lembrar é Resistir, adaptada e dirigida por Izaías Almada, ex-preso político e autor do texto em co-autoria com Analy A. Pinto. Encenada por Tin Urbinatti, Neusa Felipe, Euzébio Simioni e Cléo Moraes, o público é convidado a voltar aos anos 1960/70, sendo conduzido de cela em cela, como presos políticos da época. As apresentações são diárias, de terça a domingo, às 14h30 e 15h30, em duas sessões. No mesmo espaço há ainda uma versão gigante do livro Brasil: Nunca Mais, além de um grande vale remontando à vala clandestina do cemitério de Perus, onde foram encontradas mais de mil ossadas humanas, muitas delas de presos políticos desaparecidos, que serão lembrados com um memorial.
    A interatividade também está presente numa linha do tempo com temas como os 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que está sendo comemorada este ano. Em vídeo, os 30 artigos da Declaração serão lidos por 30 pessoas de origens diferentes, entre elas refugiados, moradores de rua e artistas, como Criolo, Martinho da Vila e Paulinho da Viola. Outros pontos relevantes da trajetória de dom Paulo, como as redes de solidariedade no Cone Sul que ele ajudou a criar; a origem de alguns partidos políticos no Brasil pós 1980; a figura de São Francisco de Assis e a influência franciscana na vida simples que levava; o protagonismo que deu aos leigos; a divisão da arquidiocese no final dos anos 1980; a venda do palácio episcopal para comprar mais de mil terrenos na periferia e distribuir para as comunidades se organizarem, entre outros, estarão retratados na Ocupação.
    No caminho entre o Átrio e a Sala 2, uma reprodução do campo do Corinthians, fotos históricas e depoimentos de ícones desportivos sobre a Democracia Corintiana, como Casagrande e Basílio, lembrarão o time do coração do arcebispo. Também um espaço totalmente dedicado às crianças, com jogos, desenhos, montagens lúdicas e contação de histórias propiciarão às crianças o contato com temas que dom Paulo defendeu, como a justiça social, a democracia e os Direitos Humanos.
    A curadoria da exposição é de Evanize Sydow, Marilda Ferri, Maria Angela Borsoi e Paulo Pedrini. O evento conta com o apoio das seguintes instituições: Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo, Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, Confederação Nacional dos Metalúrgicos, Fundação Maurício Grabois, Fundação Lauro Campos, Apeoesp – Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo, Fundação Leonel Brizola, Fundação Perseu Abramo, Conselho Regional de Psicologia de São Paulo, Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário Federal do Estado de São Paulo, O Autor na Praça, Federação dos Trabalhadores do Ramo Químico da CUT no Estado de São Paulo e Central Missionária dos Franciscanos da Alemanha.
    A Exposição Dom Paulo Evaristo Arns: 95 anos é voltada para todas as idades e trata de temas fundamentais para os tempos atuais, tendo esse gigante da história brasileira como fio condutor.
  • “Democracia” sem povo tem nome: DITADURA

    “Democracia” sem povo tem nome: DITADURA

    Em 2006, antes de ele mesmo ser alvo de escuta telefônica enquanto confabulava com a irmã mais inteligente do Aécio e passar a criticar as ilegalidades da Lava Jato, um ex-blogueiro da Veja disse que o problema da democracia era o povo e que as “elites” iriam salvar o Brasil do povo e do Lula. De fato, 10 anos depois, as elites tiraram ilegalmente a Dilma do poder (pode chamar de GOLPE) e deixaram no lugar o presidente com a menor popularidade da história.

    Sem apoio popular, ele assumiu diversas vezes, na maior cara de pau, que iria fazer as reformas impopulares porque, afinal, não era o povo que o mantinha no cargo, e sim o Congresso, e portanto não tinha que respeitar suas (nossas) vontades. Agora temos mais um “democrata”, o militar que deveria estar de pijamas e candidato a vice do Coiso, dizendo que o povo é incompetente pra decidir seu futuro. Que não é capaz de escolher quem vai redigir as leis às quais devemos todos nos submeter. Para ele, é preciso fazer uma nova Constituição em substituição à “Cidadã”, de 1988, mas não é necessário haver eleição de delegados constituintes. O próprio presidente indicaria os “notáveis” a cargo de fazer as leis.

    Bom, temos um recado ao candidato. Existe um regime no qual o povo não decide seus destinos. Ele se chama DITADURA!

    Em tempos recentes tivemos um presidente/militar que dizia preferir o cheiro dos cavalos ao cheiro do povo. Foi ele quem montou uma anistia que, com a ajuda de parte do atual Supremo Tribunal Federal (com “tudo”), mantém até hoje assassinos e torturadores fora do alcance da justiça. Um desses torturadores, aliás, é o “herói” do tal candidato e de seu vice, que na semana passada disse na cara de dois jornalistas torturados durante o regime militar (que incrivelmente não esboçaram qualquer contestação) que “heróis matam”.

    É ISSO que vocês querem no governo? (Se tiverem estômago pra ler os posts citados, acessem https://www.terra.com.br/noticias/brasil/politica/uma-constituicao-nao-precisa-ser-feita-por-eleitos-pelo-povo-diz-mourao,d8036562bb9c006fdab66dfa30e07e973g9eyw6q.html e https://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/e-lula-de-novo-com-a-culpa-do-povo/)

  • PT contesta TSE e lutará pela candidatura de Lula

    PT contesta TSE e lutará pela candidatura de Lula

     

    Nota oficial da Executiva Nacional do PT

    “Diante da violência cometida hoje (31) pelo Tribunal Superior Eleitoral contra os direitos de Lula e do povo que quer elegê-lo presidente da República, o PARTIDO DOS TRABALHADORES afirma que continuará lutando por todos os meios para garantir sua candidatura nas eleições de 7 de outubro.

    Vamos apresentar todos os recursos aos tribunais para que sejam reconhecidos os direitos políticos de Lula, previstos na lei e nos tratados internacionais ratificados pelo Brasil. Vamos defender Lula nas ruas, junto com o povo, porque ele é o candidato da esperança.

    É mentira que a Lei da Ficha Limpa impediria a candidatura de quem foi condenado em segunda instância, como é a situação injusta de Lula. O artigo 26-C desta Lei diz que a inelegibilidade pode ser suspensa quando houver recurso plausível a ser julgado. E Lula tem recursos tramitando no STJ e no STF contra a sentença arbitrária.

    É mentira que Lula não poderia participar da eleição porque está preso. O artigo 16-A da Lei Eleitoral prevê que um candidato sub judice (em fase de julgamento) pode “efetuar todos os atos relativos à campanha eleitoral, inclusive utilizar o horário eleitoral gratuito no rádio e na televisão e ter seu nome mantido na urna eletrônica”.

    A Justiça Eleitoral reconheceu os direitos previstos nestas duas leis a dezenas de candidatos em eleições recentes. Em 2016, 145 candidatos a prefeito disputaram a eleição sub judice, com registro indeferido, e 98 foram eleitos e governam suas cidades. É só para Lula que a lei não vale?

    O Comitê de Direitos Humanos da ONU determinou ao Brasil garantir os direitos políticos de Lula, inclusive o de ser candidato. E o Brasil tem obrigação de cumprir, porque assinou o Protocolo Facultativo do Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos. E o Congresso Nacional aprovou o Decreto Legislativo 311 que reconhece a autoridade do Comitê. O TSE não tem autoridade para negar o que diz um tratado internacional que o Brasil assinou soberanamente.

    É falso o argumento de que o TSE teria de decidir sobre o registro de Lula antes do horário eleitoral, como alegou o ministro Barroso. Os prazos foram atropelados com o objetivo de excluir Lula. São arbitrariedades assim que geram insegurança jurídica. Há um sistema legal para os poderosos e um sistema de exceção para o cidadão Lula.

    Em uma semana que envergonhará o Judiciário para sempre, a cúpula desse Poder negociou aumento de 16,4% nos salários já indecentes de ministros e juízes, sancionou a criminosa terceirização dos contratos de trabalho e, agora, atacou frontalmente a democracia, os direitos dos eleitores e os direitos do maior líder político do país. É uma cassação política, baseada na mentira e no arbítrio, como se fazia no tempo da ditadura.

    A violência praticada hoje expõe o Brasil diante do mundo como um país que não respeita suas próprias leis, que não cumpre seus compromissos internacionais, que manipula o sistema judicial, em cumplicidade com a mídia, para fazer perseguição política. Este sistema de poder, fortemente sustentado pela Rede Globo, levou o país ao atraso e o povo ao sofrimento e trouxe a fome de volta.

    A candidatura do companheiro Lula é a resposta do povo brasileiro aos poderosos que usurparam o poder. Lula, e tudo o que ele representa, está acima dos casuísmos, das manobras judiciais, da perseguição dos poderosos.

    É com o povo e com Lula que vamos lutar até o fim.

    Lula Livre!

    Lula Candidato!

    Lula Presidente!

    São Paulo, 31 de agosto de 2018

    COMISSÃO EXECUTIVA NACIONAL DO PARTIDO DOS TRABALHADORES”

  • NOTA À NAÇÃO BRASILEIRA: Conselho Universitário diz que é hora de romper silêncio sobre tragédia na UFSC

    NOTA À NAÇÃO BRASILEIRA: Conselho Universitário diz que é hora de romper silêncio sobre tragédia na UFSC

    Conselho Universitário “sente-se no dever de romper o silêncio respeitoso e digno em que aguarda a verdade sobre os fatos que vitimaram o seu Reitor Luiz Carlos Cancellier”

    A Universidade Federal de Santa Catarina não vai mais suportar calada os mesmo agentes federais responsáveis pela prisão abusiva de Luiz Carlos Cancellier criminalizarem as manifestações de dor da comunidade pela perda de seu reitor. Esse é o tom da nota deliberada pela reunião do Conselho Universitário da UFSC e publicada ontem (29/8), nas páginas da instituição. Conforme o manifesto, intitulado “Nota à Nação Brasileira”, o CUN “sente-se no dever de romper o silêncio respeitoso e digno sobre os  trágicos acontecimentos do último ano e da insegurança jurídica que assola o país”. As investidas da Polícia Federal e do Ministério Público Federal de Santa Catarina, em nome da “honra funcional subjetiva” da delegada Érika Marena contra o novo reitor Ubaldo César Balthazar e seu chefe de gabinete, Áureo Mafra de Moraes, fizeram o CUn/UFSC sair de sua “posição serena” desde o início dos atentados contra a UFSC e partir para uma defesa mais contundente, não só de dirigentes acusados pela instância federal, como dos professores que estão há quase um ano impedidos de voltar à sala de aula, com prejuízo pedagógico e financeiro aos cofres públicos .

    Na nota, o órgão deliberativo máximo da instituição propõe transformar em conteúdo pedagógico diário dos primeiros anos de graduação  “a desditosa peça que escandaliza os juristas do Pais por sua inconsistência técnica” e dá a entender que isso já está acontecendo. O CUN considera as ofensivas jurídicas da Polícia Federal acolhidas pelo procurador do Ministério Público, Marco Aurélio Dutra Aydos, como criminalização do pranto da comunidade universitária pelos mesmos agentes federais de repressão que desencadearam o processo jurídico-midiático calunioso e o banimento do reitor da universidade, motivo do seu suicídio. No documento, assinado pelo reitor Ubaldo Balthazar, presidente do Conselho, a universidade agradece as manifestações massivas de apoio (leia a respeito), solidariedade e carinho que tem recebido de todos os cantos do país contra esses ataques.  E aproveita para reclamar outra injúria causada à universidade, também fruto da forma de condução da Operação Ouvidos Moucos, que continua protelando o resultado das investigações: “Não se pode esquecer, também, que diversos professores da UFSC estão afastados cautelarmente das suas atividades, há um ano, num prejuízo inestimável para a honra dos professores e da universidade, inclusive para os cofres públicos, em dupla despesa, o que não se justifica perante a demora de uma investigação criticada acerbamente pela Imprensa brasileira”.

    Reitor Ubaldo Balthazar, presidente do CUN: “Estão criminalizando as manifestações de dor da comunidade universitária pela perda do seu reitor”

    Na linha do contra-ataque, a universidade decidiu sair também em defesa dos cinco professores detidos por um dia em presídio de segurança máxima juntamente com o reitor. Desde o dia 14 de setembro de 2017, eles continuam impedidos de dar aula e mesmo de se aproximar da UFSC, depois de sucessivos mandados de segurança negados nos tribunais regionais. Em encontro proposto por ele próprio, o reitor Ubaldo Balthazar se reúne, sexta-feira (31/8), com esses professores das áreas de Administração, Física e Engenharia, que integravam a Educação a Distância, para comunicar a abertura de “procedimentos no âmbito administrativo com o objetivo de apurar devidamente as denúncias que deram origem à investigação”. Matéria publicada pelo site Notícias da UFSC (leia na íntegra) também anuncia uma importante medida: nesta semana, a Controladoria-Geral da União (CGU) finalmente restituiu à universidade os cinco volumes do processo com as 1.273 folhas que tratam da investigação, avocadas pelo órgão no final de 2017, após a morte do reitor. Agora que a documentação voltou à universidade, a instituição vai restabelecer o processo administrativo, “garantindo o que foi neglicenciado desde o início pela operação: a ampla defesa, o direito ao contraditório e o esclarecimento claro e rigoroso de todos os fatos”, disse o reitor Ubaldo.

    Até hoje o anúncio com a fake news oficial que matou o reitor não foi retirada das páginas da PF

    A Operação Ouvidos Moucos apura suspeitas até agora não comprovadas de desvios de verbas (estimados em R$ 300 mil) em bolsas de Educação à Distância, dentro do Programa Universidade Aberta. Segundo o reitor, a investigação preliminar, iniciada pela Corregedoria da UFSC sob o comando do ex-corregedor geral Rodolfo Hickel do Prado, que já sofreu vários processos judiciais por calúnia e difamação, foi transferida diretamente para a esfera policial antes de ser transformada em sindicância ou em Processo Administrativo Disciplinar, como determinam os trâmites internos. “Vamos agora tomar as providências necessárias que não foram permitidas antes pelo clima de luto e intimidação imposto à universidade após a perda trágica do reitor”, afirmou Ubaldo aos Jornalistas Livres.

    Mantidos de escanteio desde o seu banimento, como párias cuja inocência ainda não foi provada, esses docentes ainda não tinham recebido, desde a sua prisão, um apoio moral e jurídico explícito da direção da UFSC, e mesmo da comunidade universitária, pela forma abusiva e pré-condenatória como foram tratados antes da conclusão do processo. O objetivo do novo reitor ao procurá-los é demonstrar preocupação com o afastamento de quase um ano imposto a estes professores: Márcio Santos, então coordenador da UAB; coordenador de EaD no Curso de Física de junho de 2012 a 2015; Marcos Baptista Lopez Dalmau, secretário de EaD de maio de 2016 a fevereiro de 2017; Rogério da Silva Nunes, coordenador do Núcleo UAB de junho de 2016 a fevereiro de 2017; Gilberto de Oliveira Moritz, coordenador do LAB Gestão e Eduardo Lobo, então chefe do Departamento de Ciências da Administração.

    Érika Marena não deixa sociedade brasileira esquecer a tragédia que a prisão abusiva do reitor causou

    Essa reação vigorosa da universidade é resultado da avalanche de ataques que a obrigou a sair da passividade. Deve ser creditada como mérito dos agentes que, em vez de reconhecer os erros cometidos pela Ouvidos Moucos, começaram a intimidar, por motivos pífios, jornalistas da mídia independente, militantes sociais, professores, enfim, todos os críticos da atuação da delegada Érika Marena, da juíza federal Janaína Cassol e do procurador-chefe do MPF em Santa Catarina, André Bertuol. No dia 14 de setembro, a grande mídia, mobilizada pela Superintendência da PF/SC, então comandada por Marena, anunciou a prisão preventiva de Cancellier, sem direito à defesa e à presunção de inocência, como desmantelamento de uma quadrilha que roubou R$ 80 milhões da UFSC. Esse valor confundia os recursos sob suspeita de desvio com a verba total do Programa Universidade Aberta em dez anos de repasse.

    Exatamente um ano depois, a juíza Janaína Cassol, que autorizou e endossou o pedido de prisão apresentado pela delegada, retornará de férias e deverá decidir sobre a acolhida ou arquivamento da denúncia do procurador Marco Aurélio Aydos contra o novo reitor e seu chefe de gabinete. Responsável pelas ações da Ouvidos Moucos, que têm sua assinatura em todas as decisões contrárias à UFSC, Janaína recebeu o processo não por sorteio, mas por dependência anterior. Apesar de toda a demonstração de conluio corporativista e cruel, a esfera jurídica democrática generalizada não espera dela outra atitude a não ser que a magistrada se declare suspeita.

    A faixa questionada como crime de honra pela delegada Érika Marena. Foto: Raquel Wandelli

    Quase um ano após o suicídio de Cancellier, a fúria persecutória dos agentes de repressão não deixa a sociedade brasileira esquecer os traumas causadas pela morte trágica do reitor. Em vez de calar os críticos, as intimidações acordam e aguçam em toda parte o clamor por justiça e reparação, mesmo onde esse clamor parecia dormir em “silêncio digno e respeitoso”. Os desgastes trazidos por esse processo vexatório e desmoralizante para o governo que se instalou no poder às custas de um golpe jurídico-midiático também são notórios. Prova disso, é o repúdio em massa que as ações abusivas estão provocando em todas as instâncias científicas, jurídicas e políticas, inclusive arrancando manifestações surpreendentes de setores que apoiaram o golpe de 2016, como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/SC), que considerou a ação do MPF/SC “totalmente descabida” e “desprovida de qualquer relevância criminal”. Vale citar também o próprio ministro do STF, Gilmar Mendes, que ironizou a preocupação da Polícia Federal com a própria honra, enquanto demonstra não ter nenhum cuidado com a honra alheia.

     

    NOTA À NAÇÃO BRASILEIRA

    29/08/2018 18:40

    Enterro do reitor Cancellier. Foto: Agecom/UFSC

    O Conselho Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), reunido no dia 28 de agosto de 2018, vem a público manifestar o seu posicionamento diante dos trágicos acontecimentos do último ano e da insegurança jurídica que assola o país e culminam, agora, com a criminalização do próprio pranto de manifestação dos seus pares, sente-se no dever de romper o silêncio respeitoso e digno em que aguarda a verdade sobre os fatos que vitimaram o seu Reitor Luiz Carlos Cancellier de Olivo.

    Mas frisa que se manifesta com a serenidade que deve pautar um Colegiado de educadores e cientistas, lucidamente postados acima das disputas e questões de um país ferido pela desigualdade e a intolerância; com a postura de quem se dedica a ensino, pesquisa e extensão com vistas no resgate da Nação pela inclusão social e a transformação de todas as pessoas cidadãs brasileiras numa Ética de respeito, fraternidade e autodeterminação, juntamente com as suas autoridades e as instituições comprometidas.

    Por isso se dirige, acima de tudo e em primeiro lugar, à Nação brasileira, agradecendo as maciças manifestações de apoio, solidariedade e carinho que vem recebendo, de todos os recantos do País, seja por Notas Oficiais, mensagens, telefonemas, seja por editoriais, noticiários, colunas de opinião e nas relações pessoais.

    A UFSC dedica-se à produção do conhecimento, à formação de cientistas e à educação de profissionais das mais diversas áreas e tecnologias; foi pioneira no país nos mais diversos campos, como o Ensino a Distância, por exemplo, e é vanguarda na internacionalização dos seus Cursos; muito bem ranqueada, tem a desdita de ver minguar os recursos públicos e periclitar a autonomia universitária, num país que parece economizar essas migalhas para depois importar tecnologia estrangeira a alto custo de dinheiro público e à custa da soberania nacional.

    A UFSC não vê o direito punitivo, unicamente, e a intimidação como solução para os complexos problemas da atualidade, e não comunga de espírito de emulação com quem quer que seja;  mais não pede que a tranquilidade para coonestar com trabalho e dedicação (e competência), o que recebe em reconhecimento, recursos e esperanças da Nação brasileira; e deixa a cargo dos órgãos competentes, sobretudo do julgamento da história, os lastimáveis e trágicos episódios, que a enlutam, e comovem o Brasil.

    Não pode esquecer, também, que diversos professores da UFSC estão afastados cautelarmente das suas atividades, há um ano, num prejuízo inestimável para a honra dos professores e da universidade, inclusive para os cofres públicos, em dupla despesa, o que não se justifica perante a demora de uma investigação criticada acerbamente pela Imprensa brasileira.

    E quanto ao mais recente episódio, da Denúncia Federal contra os professores, Reitor Ubaldo Cesar Balthazar e Chefe de Gabinete Áureo Mafra Moraes, desditosa peça que escandaliza os juristas do País inteiro por atentar contra a Liberdade de expressão, só resta lamentar, também, a sua inconsistência técnica, que já a transforma em objeto de discussão nas aulas dos primeiros anos de Curso.

    Florianópolis, 28 de agosto de 2018.

    UBALDO CESAR BALTHAZAR,

    presidente do Conselho Universitário

     

    Reitor reúne-se, nesta sexta-feira, com os cinco professores da UFSC afastados pela Justiça

    29/08/2018 17:54

    O reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Ubaldo Cesar Balthazar reúne-se, na sexta feira, 31 de agosto, com os cinco docentes que, desde setembro de 2017, estão impedidos de entrar na Universidade.

    O encontro, proposto pelo próprio reitor ao grupo, tem como objetivo demonstrar a preocupação com o afastamento de quase um ano imposto aos professores, além de manifestar o apoio do reitor aos colegas, e comunicar a abertura dos devidos procedimentos no âmbito administrativo, a fim de apurar devidamente as denúncias que deram origem à investigação.

    “Vamos iniciar agora algo que não nos foi permitido fazer desde o início”, disse o reitor, referindo-se ao fato de que a investigação preliminar, iniciada pela Corregedoria da UFSC, não seguiu os trâmites internos e foi transferida para a esfera policial, antes mesmo de ser transformada em sindicância ou em Processo Administrativo Disciplinar.

    No final do ano passado, a Controladoria-Geral da União (CGU) avocou todo o processo e somente nesta semana restituiu à UFSC os cinco volumes com as 1.273 folhas que tratam do assunto. Agora que a documentação voltou à Universidade, o assunto será tratado administrativamente. “Vamos garantir algo que tenho dito desde o início e que foi neglicenciado na operação: a ampla defesa, o direito ao contraditório e o esclarecimento claro e rigoroso de todos os fatos”, finalizou o reitor Ubaldo.

     

    Instituições e entidades manifestam solidariedade ao reitor e chefe de gabinete da UFSC

    28/08/2018 10:12

    A Administração Central da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) vem recebendo moções de apoio e manifestações que repudiam a recente denúncia do Ministério Público Federal em Santa Catarina que atingem o reitor Ubaldo Cesar Balthazar e o chefe de Gabinete, Áureo Mafra de Moraes.

    O Conselho Universitário da UFSC emitiu nota à nação brasileira, manifestando “o seu posicionamento diante da insegurança jurídica e dos trágicos acontecimentos do último ano”. O CUn declara que: “A UFSC não vê o direito punitivo, unicamente, e a intimidação como solução para os complexos problemas da atualidade, e não comunga de espírito de emulação com quem quer que seja;  mais não pede que a tranquilidade para coonestar com trabalho e dedicação (e competência), o que recebe em reconhecimento, recursos e esperanças da Nação brasileira; e deixa a cargo dos órgãos competentes, sobretudo do julgamento da história, os lastimáveis e trágicos episódios, que a enlutam, e comovem o Brasil.” Leia a nota na íntegra.

    Um ato de solidariedade ocorreu no hall da Reitoria nesta segunda-feira, 27 de agosto, à tarde, com a presença de representantes do movimento sindical da Capital, professores e técnico-administrativos da Universidade. O ato foi organizado pelo Coletivo Floripa Contra o Estado de Exceção e contou com membros da coordenação do Sintufsc. O Coletivo também publicou uma nota. Acioli de Olivo, irmão do ex-reitor Luiz Carlos Cancellier de Olivo, estava presente. Durante a manhã, a OAB-SC também esteve na UFSC para manifestar apoio.

    A Associação dos Professores da Universidade Federal de Santa Catarina (Apufsc-Sindical), em 28 de agosto, manifestou-se em nota diante de denúncias contra dirigentes da UFSC. Em trecho da nota, a entidade reitera: “Um princípio determinante para a cidadania nas democracias é a liberdade de expressão. Em Repúblicas onde vige o estado democrático de direito, o povo tem a prerrogativa de se manifestar livremente, e o Estado deve garantir esta liberdade. Liberdade de expressão é direito constitucional fundamental, não pode ser cerceada a manifestação do pensamento.”

    A seccional catarinense da Sociedade Brasileira pelo Progresso da Ciência (SBPC-SC), manifestou-se em nota de repúdio. No texto, a SBPC-SC salienta: “Parece-nos evidente a desproporção, falta de equidade e diferença de critério, quando supostas ofensas à honra são dirigidas a representantes da polícia em comparação com aquelas dirigidas a representantes da ciência brasileira. Neste sentido, a representação estadual da SBPC continuará a repudiar qualquer tentativa de criminalização e censura à manifestação pacífica de ideias dentro ou fora dos ambientes acadêmicos.”

    O Conselho Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Direito (Conpedi) publicou nota nesta quarta-feira manifestando preocupação e declara que “considera graves as restrições de censura, intimidação e restrição da autonomia e liberdade de expressão de pensamento e ideias de professores e alunos na academia. Cabendo ao conjunto da sociedade vigilância permanente para que acontecimentos como os vivenciados pela UFSC não se tornem rotineiros no ambiente de pluralidade universitária”.

    A Universidade Federal do Maranhão (UFMA) publicou, em 27 de agosto, segunda-feira, uma nota de repúdiona qual expressa: “Uma das bases que sustentam as instituições universitárias no Brasil sempre foi a liberdade de expressão. Se nem durante o governo militar, período em que os agentes públicos eram ostensivamente monitorados, as universidades perderam seu viés de ambiente democrático, não se admite que atualmente se imponham restrições às livres manifestações. O reitor da UFSC e o chefe de gabinete não podem ser responsabilizados por algo que não praticaram, muito menos por não terem dissolvido o evento em questão, o que iria de encontro com a cultura democrática que se cultiva dentro dos câmpus universitários.”

    O Conselho Universitário da Universidade Federal da Bahia (UFBA), reunido nesta segunda-feira, manifestou-se em nota, salientando que “Ao reagir, portanto, contra essa mais recente agressão à UFSC, o Conselho Universitário da UFBA reitera a defesa da universidade como espaço por excelência da livre manifestação do pensamento e da crítica, como lugar de criação autônoma de conhecimento e de formação de profissionais no pleno exercício da cidadania.”

    O Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (Cepe/UFRRJ) manifestou-se, também na segunda-feira, em uma Moção de Repúdio, contrária à denúncia, alegando: “É perfeitamente legítimo que a sociedade questione os agentes públicos responsáveis por desencadear ações supostamente destinadas a coibir irregularidades administrativas no âmbito das universidades quando sua condução atenta contra princípios constitucionais, gera situações de humilhação degradantes que ofendem a dignidade humana e, no limite, colocam em risco a própria vida das autoridades acadêmicas.”

    Esta notícia será atualizada periodicamente para incluir novas manifestações.

    Mayra Cajueiro Warren / jornalista da Agecom / UFSC

  • TVs ferem Lei Eleitoral ao esconder candidatura Lula

    TVs ferem Lei Eleitoral ao esconder candidatura Lula

    Não é novidade pra ninguém que o Brasil vive um processo de Golpe de Estado e, portanto, um Estado de Exceção. Assim, leis, normas e regulamentos que valem para uma pessoa ou empresa não necessariamente são aplicadas a outra. É o que vem acontecendo, por exemplo, na cobertura que as grandes redes de rádio e TV estão dando às diversas candidaturas presidenciais. Enquanto candidatos com porcentagens ínfimas de intenção de voto têm espaço garantido para propagar suas propostas, “ideias” e até mesmo mentiras em rede nacional, a chapa PT-PCdoB, que lidera todas as pesquisas com mais que o dobro da segunda colocação, é colocada sistematicamente fora da telinha.

    O caso mais escandaloso é o da Rede Globo, que em comunicado no Jornal Nacional em 22 de agosto simplesmente anunciou que não daria qualquer cobertura jornalística à candidatura de Lula e Haddad. Veículos impressos ou digitais independentes, como os Jornalistas Livres, têm total liberdade editorial para definir linhas de cobertura, interesses comerciais e mesmo apoios políticos, ainda que a maioria finja ser imparcial. No caso das emissoras de rádio e TV, no entanto, como espectro eletromagnético é limitado, cabe ao poder público decidir quem pode e quem não pode ter um canal, definindo, portanto, regras especiais para seu funcionamento. Como funcionam de facto e historicamente como um oligopólio, contudo, o capítulo de Comunicação da Constituição de 1988, que por exemplo proíbe políticos de possuírem concessões, nunca foi regulamentado. Com isso, na prática, ainda vale a Lei Geral das Telecomunicações, promulgada durante o processo que levou ao golpe de estado de 1964.

    Os “donos da voz”na Abril, Folha e Globo, na primeira fila para ouvirem palestra de William Waak em encontro do Instituto Millenium em 2009. foto: www.mediaquatro.com

    A legislação eleitoral, por outro lado, vem sendo modificada a cada pleito. Atualmente, com algumas mudanças, está vigente a Lei nº 9.504, de 30 de setembro de 1997. Mas, para a Globo, isso parece que “não vem ao caso” (MORO, Sérgio. 2014/15/16/17/18 em relação às acusações contra tucanos).

    A candidatura de Lula à Presidência, queiram ou não, foi registrada em 15 de agosto último e segue vigente.

    Enquanto a chapa (e não apenas o nome dele) não for impugnada (o que não é impossível que aconteça, afinal, como já dissemos antes, estamos em um Estado de Exceção), a Lei Eleitoral EXIGE que concessionárias de rádio e TV deem um tratamento isonômico às candidaturas, não privilegiando (e, por óbvio, depreciando) qualquer candidatura. Aliás, se já não estivéssemos em um Estado de Exceção, o representante da chapa PT/PCdoB deveria ter garantido seu espaço com os mesmos 30 minutos na bancada do Jornal Nacional a que tiveram direito outras quatro candidaturas essa semana. Sexta dia 31 de agosto seria um ótimo dia…

    Veja abaixo o que diz a Legislação Eleitoral sobre isso:

    Artigo 36-A:
    I – a participação de filiados a partidos políticos ou de pré-candidatos em entrevistas, programas, encontros ou debates no rádio, na televisão e na Internet, inclusive com a exposição de plataformas e projetos políticos, observado pelas emissoras de rádio e de televisão o dever de conferir tratamento isonômico;

    Artigo 45: Encerrado o prazo para a realização das convenções no ano das eleições, é vedado às emissoras de rádio e televisão, em sua programação normal e em seu noticiário:
    IV – dar tratamento privilegiado a candidato, partido ou coligação;

    Veja também uma excelente montagem sobre a atuação política da Rede Globo desde 1964, passando pela criminosa edição do debate entre Lula e Collor em 1989 até chegar em William Bonner na maior cara de pau dizendo que “obviamente” não haveria cobertura da nova candidatura de Lula:

     

    https://www.facebook.com/jornalistaslivres/videos/192125934891966/

    https://www.facebook.com/jornalistaslivres/videos/192125934891966/?hc_ref=ART58PQtk-UPJO9iE1c2i916A82vE3iW325eJzDvGMQiXOER_iSesFXisT7-bSoSSd4&xts[0]=68.ARBaWHHeFJUzCmHg0TJ9ZobciyyCovWZCvFXrRbhcyPxH7R8DFBujLD0AvqdKb0LyLA-2_hUzKCsRrnVQ8bJ1vPwWVTGOuqEEtcmb9XnZoBMSpHQ4S9yUCmDdm4c7oyZO6ps0Bs&tn=FC-R&fb_dtsg_ag=Adyc40gx5IjHTnFD1vXIaXCKpCAmM93_dEZmBHXBgnrbhA%3AAdyU3yhCppQz6WRkaBevX0s2EHULVKkumS_IDMzsdOoh7A