Por Pedro Grigori, Agência Pública/Repórter Brasil
No sexto dia do ano de 2015, a comunidade indígena de Guyra Kambi’y, na região de Dourados, no Mato Grosso do Sul, amanheceu com o barulho de um avião agrícola que voava baixo pelo céu. “Olha o veneno, tá passando até em cima de nós agora”, diz uma indígena em vídeo gravado no momento da pulverização. A comunidade, de cerca de 150 pessoas, fica ao lado de uma lavoura de soja, separada apenas por uma estrada de terra com menos de 15 metros de largura.
“Olha lá as criançadas”, repete a mulher diversas vezes. No fundo, crianças brincam sem entender o risco que corriam. Horas depois, elas e os adultos da comunidade apresentaram dores de cabeça e garganta, diarreia, febre e irritação na pele e nos olhos. O Ministério Público Federal (MPF) do Mato Grosso do Sul ajuizou uma ação por danos morais coletivos pela pulverização de agrotóxico no valor de R$ 286.582,00 contra o piloto, o proprietário rural da lavoura em frente a comunidade indígena e a empresa de aviação agrícola.
Quatro anos e meio depois, a 1ª Vara da Justiça Federal de Dourados considerou improcedente a acusação. “Há atividades que não podem ser suprimidas sem grave prejuízo à coletividade. O próprio combate à dengue, por exemplo, exige, muitas vezes, aplicação por pulverização de inseticida pelas ruas da cidade, para matar o mosquito”, declarou o juiz.
O procurador do caso, Marco Antônio Delfino de Almeida, atua em diversas ações de defesa de comunidades indígena em Dourados. Em entrevista à Agência Pública e a Repórter Brasil, ele relata episódios na região onde agrotóxicos são utilizados como armas químicas. “É uma espécie de terrorismo. Uma agressão química, uma versão moderna do agente laranja, utilizado na Guerra do Vietnã”, diz. Indígenas da comunidade alegam que há aplicações de nas mesmas circunstâncias desde 2013, tanto de avião quanto de trator.
Porém, para o magistrado que julgou o processo, uma única aplicação de agrotóxico sobre a aldeia indígena não é considerada irregularidade. Para causar dano à saúde, a aplicação de agrotóxico “deveria ser de forma não ocasional nem intermitente”.
A indenização seria revertida para programas de saúde e de educação na região da comunidade indígena, além do acompanhamento da saúde e monitoramento mensal da qualidade do solo e da água utilizada pelos Guyra Kambi’y, durante 10 anos.
Tapar o sol com a peneira. Essa parece ser a solução do governo brasileiro nos últimos anos quando a pauta é a causa indígena. Com incêndios batendo recordes alarmantes na região amazônica, mais uma vez a questão é levantada. Não muito longe do fogo que arde, o Território Indígena do Xingu, localizado no Mato Grosso, sofre com invasões de terras comandadas pelos interesses agropecuários.
“Sempre oriento e explico, não pode liberar pro branco invadir, se não a gente vai perder. Presidente novo que entrou agora acabou de derrubar índio. Tá acabando (as terras), ele vai acabar com tudo”, afirmou o pajé Jawa Kalapalo, durante entrevista realizada em 2018 e só divulgada agora.
A luta para manter as fazendas agropecuárias literalmente nos limites da demarcação do Parque Indígena do Xingu é uma constante preocupação das 16 etnias que habitam o parque, como relata Jawa:
“Querem tomar, entrar aqui. Entrar para derrubar, fazer a roça, para criar boi. Aí nós não deixamos não. Até hoje a gente segura na mão ainda. Isso é nosso, tá vendo aqui planta (mata fechada), essa é a nossa segurança. Se não como é que do branco vai esconder?”
O relato do pajé reforça a necessidade de um olhar mais atento para a questão socio ambiental dos povos originários dessas terras. O extermínio iniciado nos primeiros anos do século 16 pelos europeus segue seu curso quando o atual governo toma medidas ilegais como a tentativa de devolver a demarcação de terras indígenas para o Ministério da Agricultura, em junho deste ano.
Nesse momento vale ressaltar que a deputada Tereza Cristina (DEM), escolhida pelo presidente Bolsonaro para ser ministra da Agricultura e Pecuária, também já foi presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), Frente que hoje é comandada pelo deputado Alceu Moreira (MDB). A FPA, conhecida por muitos como bancada ruralista, está à frente de projetos de lei que tendem a estimular ainda mais o aumento da violência de fazendeiros contra os povos indígenas.
É o caso do PL 3715/19, do senador Marcos Rogério (DEM), que libera a posse de arma em toda a extensão rural. O projeto foi aprovado na última quarta-feira, 21 de agosto, sobre o pretexto de corrigir um “equívoco”. O autor do projeto, senador Marcos Rogério afirma: “Não tem sentido autorizar a posse ao morador da zona rural e não permitir que ele exerça seu legítimo direito de defesa fora da sede da fazenda”. A medida preocupa ainda mais quando relatórios como o da ONG Global Witness registra 20 assassinatos de ativistas ambientais em 2018, um deles o cacique Emyra Waiãpi, no Amapá. Em 2017 foram 110 indígenas assassinados conforme informação da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai).
Ainda há tempo, ainda há esperança, a preocupação vem quando observa-se que as ações dos últimos governos não são as de um Estado que entende a necessidade e urgência de tomar medidas que diminuam tensões e evitem conflitos. A atenção ao que é decidido no Congresso, na Câmara dos Deputados e nos Ministérios deve ser redobrada.
* Paulo Giannini FIlho é jornalista desde 2015. Iniciou sua carreira no jornalismo institucional. Teve passagem pelo jornalismo esportivo na redação do Jornal Lance!. Também trabalhou na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Esteve no Parque Indígena do Xingu em 2018, onde realizou a entrevista com o Pajé Jawa Kalapalo, ao lado do cinegrafista Christopher Noto. Hoje trabalha de forma independente.
A névoa que cobre a Avenida Paulista e encobre a lua na foto, não é das queimadas em Mato Grosso, onde vivemos hoje, ou de outros estados da região amazônica. É do gás lacrimogêneo lançado às centenas de litros pela PM sobre estudantes que protestavam contra o aumento das passagens de ônibus e quem mais estivesse nas ruas, como por exemplo os jornalistas, no fatídico 13 de junho de 2013. De alguma forma, os dois eventos estão conectados.
O excesso, pra dizer o mínimo, de violência policial sobre manifestantes foi exigido em editoriais pelos jornais e comentaristas de TV que reclamavam “o direito do cidadão de bem” de ir e vir numa das principais avenidas da cidade e contra “a balbúrdia” dos estudantes e ativistas, em sua maioria de esquerda. O evento mudou o padrão de aceitação da sociedade sobre as manifestações. A partir desse dia, se fosse uma manifestação “sem partido”, “contra tudo o que está aí”, com bandeiras do Brasil, teria cobertura no Jornal Nacional e direito a selfies com os policiais. Mas se fosse de “baderneiros”, contra o governo de direita do PSDB de São Paulo ou com bandeiras vermelhas, o tratamento seria como o de 13 de junho. As manifestações de direita, no final, derrubaram o governo. Tivemos Temer prometendo milhões de empregos com a reforma trabalhista, o que era mentira, enquanto recebia malas de dinheiro na garagem. Depois tivemos a prisão sem provas do principal candidato de esquerda ao governo federal e eleição de um fascista que chega nos dar saudade da velocidade com a qual Temer destruía a economia, os direitos, a educação e meio ambiente no Brasil.
As nuvens de fumaça das queimadas que escondem agora o sol em quase metade do Brasil começaram ali. São mais escuras, espessas e duras, assim como as balas de borracha que cegavam os jornalistas são hoje as balas de fuzil que executam doentes mentais em surto na ponte Rio Niterói e centenas pobres e negros nas comunidades cariocas (e não só). A nuvem do fascismo, da opressão, da falta de perspectiva, já penetrou fundo nos cérebros mais frágeis. Dois adolescentes mataram oito colegas e professores numa escola em Suzano em março. Hoje, outro jovem feriu mais cinco numa escola no Rio Grande do Sul. Essas nuvens não vão se dissipar se não agirmos. Se não reagirmos. É passada a hora de quem ainda tem consciência nesse país se levantar e dar um BASTA !
Não bastasse o número recorde de queimadas emitindo a fumaça que ajudou a encobrir São Paulo, o governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (DEM), surfa na onda de ataques ao meio ambiente pelo governo federal e encaminha à Assembleia Legislativa do Estado (AL-MT) um substitutivo de Projeto de Lei Complementar (PLC) no qual pretende ampliar a área legal para desmatamento na Amazônia. O texto atual do PLC 48/2019, apresentado semana passada, é fruto de uma manobra política da base governista, visto que um projeto semelhante já havia sido barrado pela oposição há duas semanas.
Mendes, que demonstra especial simpatia pelo presidente da República, pretende alterar a Política Florestal do Estado e assim beneficiar mais uma vez o agronegócio. A ideia é ampliar o limite de exploração de madeira de 12 mil m³ para 49,5 mil m³ por ano para pessoas físicas ou jurídicas, sem necessidade de reflorestamento. Além disso, pretende permitir que o pequizeiro, árvore de grande valor social e ambiental, possa ser legalmente derrubado em áreas do bioma amazônico.
Atualmente, o pequizeiro é uma espécie protegida por lei estadual, em portaria expedida pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema -MT) em 2010. Com a aprovação do projeto, a espécie passa a ter sua proteção garantida dentro de Mato Grosso somente no bioma do Cerrado. Segundo ambientalistas, a presença do pequizeiro é importante para garantir a sobrevivência de muitas espécies vegetais e animais que são essenciais ao equilíbrio dos ecossistemas, já que as flores e frutos do pequizeiro se constituem em alimentos para abelhas, insetos, morcegos, pássaros e mamíferos.
Pequizeiro (Foto: João de Melo / Empaer-MT)
Entre as justificativas para a alteração da Política Florestal, segundo o documento enviado pelo Governo do Estado, é de que a atual legislação causa “inúmeros transtornos e prejuízos, tanto ao Estado, quanto ao setor empresarial”. A modificação é um pedido do Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso (Cipem).
AMAZÔNIA SOB RISCO
As declarações insensatas do presidente da República e sua equipe se multiplicam rapidamente e evidenciam a ameaça sob a qual a Amazônia está submetida. Em o curto espaço de tempo, a atenção do chefe do Executivo votou-se fortemente à pauta (anti) ambientalista. Bolsonaro criticou dados que demonstram o avanço do desmatamento na Amazônia, exonerou o presidente do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) graças à divulgação desses dados e confirmou a apresentação de um Projeto de Lei que pretende legalizar a atividade garimpeira em áreas indígenas. Já o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles (Novo), condenado por adulterações de mapas do Plano de Manejo da Área de Proteção Ambiental da Várzea do Rio Tietê para favorecer mineradora, afirmou esta semana, em entrevista à BBC Brasil, que “a Amazônia precisa de soluções capitalistas”.
Segundo a Organização Não Governamental Imazon, em levantamento divulgado na última sexta-feira (16), houve entre agosto do ano passado e julho deste ano, um aumento de 16% na degradação da floresta amazônica. De acordo com o estudo, os estados que mais destacaram foram Amazonas, Pará e Mato Grosso. A estimativa que é cerca de 5.054 km² de floresta foram perdidos durante o período analisado.
Os dados e as declarações bolsonaristas têm preocupado ambientalistas de todo mundo e chegaram a causar desconforto com membros da União Europeia (UE), que colocaram em xeque a confirmação do acordo de livre-comércio que está em vias de ser assinado com o Mercado Comum do Sul (Mercosul). Noruega e Alemanha anunciaram esta semana o bloqueio da verba repassada para o ‘Fundo Amazônia’, que em parte era destinado a instituições ambientais do Governo, como o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).
O Conselho Diretor do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) abriu em maio um procedimento para investigar irregularidades na desapropriação dos imóveis que constituem a Fazenda Japuranã, em Nova Bandeirantes (MT), em região de floresta na Amazônia Legal. Entre os beneficiários da megadesapropriação estão pelo menos 14 parentes de Deltan Dallagnol, coordenador da Operação Lava Jato em Curitiba. Entre eles o pai do procurador da República, o ex-procurador Agenor Dallagnol. Somente a família de Deltan recebeu R$ 36,9 milhões em dezembro de 2016, durante o governo Temer, diante da desapropriação de pelo menos 37 mil hectares no município, no noroeste do Mato Grosso.
Série de dez reportagens mostra o avanço do clã nas terras do Mato Grosso. (Imagem: De Olho nos Ruralistas)
O presidente do conselho e do Incra, general João Carlos de Jesus Corrêa, definiu no dia 10 de maio, em uma resolução, o bloqueio dos bens depositados e apontou “indícios de irregularidades nos atos praticados por servidores públicos”. A decisão envolve uma área exata de 36.792 hectares, declarados de interesse social para fins de reforma agrária, ainda em 2013, e uma indenização total de R$ 41 milhões. A reportagem identificou que a maior parte desse valor foi destinada à família Dallagnol. Em uma das ações, capitaneada por uma tia do procurador, aparecem os 14 membros da família e outros fazendeiros da região interessados no desmembramento de suas terras.
De Olho nos Ruralistas pesquisa desde outubro a teia que envolve os latifúndios dos Dallagnol no Mato Grosso. Em uma série de dez reportagens, o observatório conta como boa parte da família do procurador se moveu para Nova Bandeirantes, em meio a um processo de colonização estimulado pela ditadura de 1964. Confira aqui o índice dos textos: “Desmatamento, disputa por terras, desapropriação ilegal: o que está por trás dos latifúndios dos Dallagnol na Amazônia?”. Alguns ainda irão ao ar.
Um estudo da Unicamp mostra que o clã chegou a ter 400 mil hectares somente naquele município, ocupado nos anos 80. Outras reportagens informam como esse processo está relacionado ao desmatamento, entre outras irregularidades protagonizadas ou defendidas pelo clã – uma família recheada de advogados e procuradores. Um resumo inicial foi publicado pelo observatório em edição da revista CartaCapital.
PRESIDENTE DO INCRA QUER BLOQUEAR GASTOS COM AS TERRAS
O Incra não atendeu aos pedidos de entrevista. Mas a resolução em maio se refere à identificação de irregularidades nas ações de desapropriação celebradas na sede do próprio órgão. Entre as 14 ações, quatro motivaram depósitos. Segundo o general, de acordo com as manifestações técnicas e pronunciamentos jurídicos foi feito um parecer em 2018, ainda durante o governo Temer, portanto, que orientou “pela reanálise dos atos administrativos praticados posteriormente ao ajuizamento das ações de desapropriação”. E pela suspensão das ações, “até que seja realizado o levantamento ocupacional do imóvel e sua interferência no valor de mercado”.
O presidente do Incra determinou ainda “tornar insubsistentes todos os atos administrativos realizados após o ajuizamento das ações de desapropriação” relativas aos imóveis da gleba Japuranã. E solicitar à Procuradoria Federal Especializada junto ao Incra o peticionamento, em juízo, “pela suspensão de todas as ações de desapropriação dos imóveis Japuranã”, “e o bloqueio do quanto depositado, até que o Incra conclua os levantamentos necessários para fins de apuração do justo preço de cada imóvel”. O documento solicita ainda à Corregedoria Geral do Incra que “instaure os procedimentos cabíveis, considerando a existência de indícios de irregularidades nos atos praticados por servidores públicos”.
Jesus Corrêa é um general de brigada e foi nomeado para presidir o Incra em fevereiro deste ano, pelo presidente Jair Bolsonaro. Confira o documento, com os destaques feitos pelo observatório:
Incra pede a suspensão das ações de desapropriação em Japuranã e o bloqueio das indenizações. (Fonte: Diário Oficial da União/Reprodução)
FAMÍLIA RECEBEU PELO MENOS R$ 37 MILHÕES POR DESAPROPRIAÇÕES
Figuram na lista dos beneficiados pelas desapropriações os avós paternos de Deltan Dallagnol, Sabino e Mathilde Rovani Dallagnol, e os pais dele, o procurador de Justiça aposentado do Paraná Agenor Dallagnol e Vilse Salete Matinazzo Dallagnol, além de irmãos de Agenor (tios de Deltan) e seus sobrinhos (primos de Deltan). A ligação exata do procurador com seus parentes no Mato Grosso foi confirmada com o auxílio do Núcleo de Estudos Paranaenses (NEP), da Universidade Federal do Paraná. Confira a lista dos beneficiados:
Agenor e Deltan: pai do procurador recebeu por terras. (Foto: Facebook/Reprodução)
Agenor Dallagnol -> Pai de Deltan. Mora em Curitiba. Recebeu R$ 8,8 milhões pela desapropriação da Fazenda __, de __ hectares.
Xavier Dallagnol -> Tio de Deltan, irmão de Agenor. É quem cuida da parte jurídica da face agropecuária da família. Mora e tem escritório em Cuiabá.
Leonar Dallagnol -> Tio de Deltan, irmão de Agenor. Conhecido na Gleba Japuranã como Tenente. É ele quem controla as terras da família na região.
Maria das Graças Prestes -> Mulher de Xavier, tia de Deltan. É o nome que encabeça a ação principal, com 25 interessados nas desapropriações. Recebeu R$ 1,6 milhão pela desapropriação da Fazenda __ de __ hectares.
Ninagin Prestes Dallagnol -> Filha de Xavier e Maria das Graças, prima de Deltan. É a recordista em valor de desapropriação, com R$ 17 milhões. Advogada, trabalha no escritório do pai em Cuiabá.
Belchior Prestes Dallagnol -> Irmão de Ninagin. Recebeu R$ 9,5 milhões pela desapropriação.
Agenor Dallagnol, portanto, recebeu cerca de 1/4 do total das indenizações relativas às desapropriações na área. Aqueles R$ 8,8 milhões foram liberados em dezembro de 2016, no primeiro ano do governo Michel Temer. No mesmo dia, foram liberados, segundo o Portal da Transparência, ao menos R$ 36,9 milhões de indenizações do Incra para integrantes da família do procurador. Cerca de 3/4 do total, quase R$ 27 milhões, foram para Ninagin e Belchior, filhos de Xavier Leonidas Dallagnol – o líder de fato das desapropriações.
Dos 25 citados na principal ação de desapropriação da área, ao menos 14 fazem parte da família Dallagnol. Pelo menos um deles, o patriarca Sabino Dallagnol, já faleceu. Alguns ainda não tiveram as indenizações liberadas – pelo menos até onde a reportagem conseguiu alcançar. São eles: ____. Outro nome listado na principal ação, Maria Osmarina Campestrini, é amiga da família.
Essa “lista dos 25” tem ainda uma espécie de “núcleo Fabris”, referente à família de Euclides Fabris, um fazendeiro radicado no Mato Grosso do Sul. E, assim como Sabino, já falecido. Oito entre os 25 na ação principal pertencem a esse clã, que estende sua sede territorial até o Paraguai. De Olho nos Ruralistas contará ao longo da semana a história desses personagens secundários – mas tão interessados nas indenizações em Nova Bandeirantes quanto os parentes de Deltan Dallagnol.
Segundo a resolução, o Incra ajuizou 14 ações de desapropriação, mas “com o depósito inicial em somente quatro ações”.
DISPUTA JUDICIAL OCORRE DESDE 1996
O processo de desapropriação da gleba Japuranã, em Nova Bandeirantes (MT), tramita sem solução desde 1996. De um lado, 425 famílias lutam pelo reconhecimento formal de seu direito de permanecer na terra onde trabalham e produzem há mais de vinte anos, em uma área de 66,9 mil hectares – equivalente ao tamanho de Bahrein, país do Oriente Médio, e maior que Singapura, na Ásia. De outro, um grupo de antigos proprietários, boa parte deles ligada ao clã Dallagnol, disputa com o Incra qual o valor a ser pago.
O confronto fica mais complexo a cada dia. Atualmente, é difícil saber com clareza quem são os responsáveis por melhorias que aumentariam o valor da indenização a ser paga aos antigos donos. Isso sem contar a própria valorização que os proprietários têm em outras terras na região por conta do loteamento da área.
Agenor Dallagnol, sua mulher Vilse Salete e irmãos dele – como Veneranda, Leonar, Eduardo Carlos, Eliseu Eduardo e Xavier Leônidas – são sócios de terras na gleba. É um universo de latifundiários e de formados em Direito. A começar de Xavier, o advogado dos interesses da família na região, inclusive de Agenor. Eliseu, também advogado, aparece apenas como parte nos processos.
Eduardo Carlos Dallagnol foi citado pelo sobrinho Deltan em conversas no Telegram publicadas pelo The Intercept Brasil e pela Folha no dia 14, sobre a tentativa do procurador de montar uma empresa junto com Roberson Pozzobom, seu colega no Ministério Público Federal em Curitiba, em nome das esposas, para ganhar dinheiro com a repercussão da operação Lava Jato.
Eles conversaram, segundo o Intercept, no fim de 2018. “Vamos organizar congressos e eventos e lucrar, ok? É um bom jeito de aproveitar no networking e visibilidade”, escreveu Deltan Dallagnol. O tio Eduardo Carlos é dono da Polyndia, empresa organizadora de eventos. “Eles [Polyndia] podem oferecer comissão pra aluno da comissão de formatura pelo número de vendas de ingressos que ele fizer”, afirmou o procurador. “Isso alavancaria o negócio. E nós faríamos contatos com os palestrantes pra convidar. Eles cuidariam de preparação e promoção, nós do conteúdo pedagógico e dividiríamos os lucros”.
Uma das primas de Deltan, Adriana Vaz Dallagnol, também é sócia da Polyndia. E igualmente interessada nas desapropriações na Amazônia. Dos eventos à floresta.
No norte do Mato Grosso, Nova Bandeirantes está localizada no Portal da Amazônia, região da Amazônia Legal, a 2,5 mil quilômetros da cidade natal de Deltan e de Curitiba, onde ele trabalha atualmente . É um dos principais focos do desmatamento do país nos últimos anos.
O município, emancipado de Alta Floresta no início dos anos 1990, começou a ser formado a partir de 1982, em um processo de ocupação comandado pela empresa Coban, do empresário Daniel Meneghel, ainda durante a ditadura militar. Daniel e o irmão Serafim são empresários no Paraná. Em setembro, durante a campanha eleitoral, o general Hamilton Mourão, atual vice-presidente da República, viajou de carona em um avião dos empresários, ligados também à União Democrática Ruralista (UDR), com o atual secretário de política agrária, Nabhan Garcia e o ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB).
Foto principal: Deltan Dallagnol, paladino da luta contra a corrupção; desmatamento em Nova Bandeirantes. (Agência Brasil/Greenpeace)
Em trecho do chat privado entre Sergio Moro e o então procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima mostra que o ex-juiz pediu aos procuradores da Lava Jato uma nota à imprensa para rebater o que chamou de “showzinho” da defesa de Lula após o depoimento do ex-presidente no caso do triplex do Guarujá. O conteúdo faz parte do arquivo As mensagens secretas da Lava Jato.
Os procuradores acataram a sugestão do atual ministro da Justiça de Jair Bolsonaro, em mais uma evidência de que Moro atuava como uma espécie de coordenador informal da acusação no processo do triplex. Em uma estratégia de defesa pública, Moro concedeu uma entrevista nesta sexta-feira ao jornal o Estado de S. Paulo onde disse que considera “absolutamente normal” que juiz e procuradores conversem. Agora, está evidente que não se trata apenas de “contato pessoal” e “conversas”, como diz o ministro, mas de direcionamento sobre como os procuradores deveriam se comportar.
Juntamente com as extensas evidências publicadas pelo Intercept no início desta semana – em que Moro e Deltan conversam sobre a troca da ordem de fases da Lava Jato, novas operações, conselhos estratégicos e pistas informais de investigação –, esta é mais uma prova que contraria a tentativa de Moro de minimizar o tipo de relacionamento íntimo que ele teve com os promotores.
Ao contrário da defesa de Moro de que as comunicações eram banais e comuns – contendo apenas notícias e informações, mas não ajudando os promotores a elaborar estratégias (“existia às vezes situações de urgência, eventualmente você também está ali e faz um comentário de alguma coisa que não tem nada a ver com o processo”, disse ao Estadão) –, essas conversas provam que Moro estava sugerindo estratégias para que os procuradores realizassem sua campanha pública contra o próprio réu que ele estava julgando.
O SHOWZINHO DA DEFESA
O episódio ocorreu em 10 de maio de 2017, quando Moro já presidia um processo criminal contra o ex-presidente no caso do “apartamentro triplex do Guarujá”. Eram 22h04 quando o então juiz federal pegou o celular, abriu o aplicativo Telegram e digitou uma mensagem ao Santos Lima, da força-tarefa da Lava Jato no Ministério Público Federal em Curitiba.
“O que achou?”, quis saber Moro. O juiz se referia ao maior momento midiático da Lava Jato até então, ocorrido naquele dia 10 de maio de 2017: o depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no processo em que ele era acusado – e pelo qual seria preso – de receber como propina um apartamento triplex no Guarujá. Disponibilizado em vídeo, o embate entre o juiz e o político era o assunto do dia no país.
Seguiu-se o seguinte diálogo:
Santos Lima – 22:10 – Achei que ficou muito bom. Ele começou polarizando conosco, o que me deixou tranquilo. Ele cometeu muitas pequenas contradições e deixou de responder muita coisa, o que não é bem compreendido pela população. Você ter começado com o Triplex desmontou um pouco ele.
Moro – 22:11 – A comunicação é complicada pois a imprensa não é muito atenta a detalhes
Moro – 22:11 – E alguns esperam algo conclusivo
Além do depoimento, outro vídeo com Lula também tomava conta da internet e dos telejornais naquele mesmo dia. Depois de sair do prédio da Justiça Federal, o ex-presidente se dirigiu à Praça Santos Andrade, em Curitiba, e fez um pronunciamento diante de uma multidão. Por 11 minutos, Lula atacou a Lava Jato, o Jornal Nacional e o então juiz Sergio Moro; disse que estava sendo “massacrado” e encerrou com uma frase que entraria para sua história judicial: “Eu estou vivo, e estou me preparando para voltar a ser candidato a presidente desse país”. Era o lançamento informal de sua candidatura às eleições de 2018.
Um minuto depois da última mensagem, Moro mandou para o procurador Santos Lima:
Moro – 22:12 – Talvez vcs devessem amanhã editar uma nota esclarecendo as contradições do depoimento com o resto das provas ou com o depoimento anterior dele
Moro – 22:13 – Por que a Defesa já fez o showzinho dela.
Santos Lima – 22:13 – Podemos fazer. Vou conversar com o pessoal.
Santos Lima – 22:16 – Não estarei aqui amanhã. Mas o mais importante foi frustrar a ideia de que ele conseguiria transformar tudo em uma perseguição sua.
Moro, o juiz do caso, zombava do réu e de seus advogados enquanto fornecia instruções privadas para a Lava Jato sobre como se portar publicamente e controlar a narrativa na imprensa.
As afirmações do então magistrado que o Intercept divulga agora contradizem também o que ele dissera horas antes a Lula, naquele mesmo dia do julgamento, publicamente, ao iniciar o interrogatório do petista: que o ex-presidente seria tratado com “todo o respeito”.
“Eu queria deixar claro que, em que pesem alegações nesse sentido, da minha parte não tenho nenhuma desavença pessoal contra o senhor ex-presidente. Certo? O que vai determinar o resultado desse processo no final são as provas que vão ser colecionadas e a lei. Também vamos deixar claro que quem faz a acusação nesse processo é o Ministério Público, e não o juiz. Eu estou aqui para ouvi-lo e para proferir um julgamento ao final do processo”, disse Moro.
“PQ RESOLVERAM FALAR AGORA? PQ ERA O EX-PRESIDENTE?”
Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
Dez minutos depois da conversa com o então juiz, naquele 10 de maio, Santos Lima abriu o grupo Análise de clipping, em que também estavam assessores de imprensa do MPF do Paraná. Ele estaria em Recife no dia seguinte em um congresso jurídico.
Santos Lima – 22:26:23 – Será que não dá para arranjar uma entrevista com alguém da Globo em Recife amanhã sobre a audiência de hoje?
Assessor 1 – 22:28:19 – Possível é, só não sei se vale a pena. E todos os jornalistas que estão aqui e já pediram entrevista?
Assessor 2 – 22:28:32 – Mas dr., qual o motivo?
Assessor 2 – 22:29:13 – Qual a necessidade, na realidade..
Santos Lima – 22:30:50 – Uma demanda apenas. Como está a repercussão da coletiva dos advogados?
Assessor 2 – 22:30:58 – Rito normal do processo…vcs nunca deram entrevista sobre audiência…vai servir pra defesa bater…mais uma vez…
Oito minutos depois, Santos Lima copiou a conversa que teve em seu chat privado com Moro – em que o juiz sugere a nota pública para apontar as contradições de Lula – e colou em outro chat privado, com o coordenador da Lava Jato no MPF, Deltan Dallagnol. Eram 22h38.
Àquele horário, os procuradores da força-tarefa discutiam num chat chamado Filhos de Januário 1 se deveriam comentar publicamente o depoimento de Lula. Às 22h43, Santos Lima escreveu no grupo, dirigindo-se a Dallagnol: “Leia o que eu te mandei.”. Ele se referia às mensagens que trocara com Moro. Três minutos depois, Dallagnol responderia em quatro postagens consecutivas no grupo:
Deltan – 22:46:46 – Então temos que avaliar os seguintes pontos: 1) trazer conforto para o juízo e assumir o protagonismo para deixá-lo mais protegido e tirar ele um pouco do foco; 2) contrabalancear o show da defesa.
Deltan – 22:47:19 – Esses seriam porquês para avaliarmos, pq ng tem certeza.
Deltan – 22:47:50 – O “o quê” seria: apontar as contradições do depoimento.
Deltan – 22:49:18 – E o formato, concordo, teria que ser uma nota, para proteger e diminuir riscos. O JN vai explorar isso amanhã ainda. Se for para fazer, teríamos que trabalhar intensamente nisso durante o dia para soltar até lá por 16h
Foi a vez então de Dallagnol mandar uma mensagem ao grupo Análise de clipping, dos assessores de imprensa.
Deltan – 23:05:51 – Caros, mantenham avaliando a repercussão de hora em hora, sempre que possível, em especial verificando se está sendo positiva ou negativa e se a mídia está explorando as contradições e evasivas. As razões para eventual manifestação são: a) contrabalancear as manifestações da defesa. Vejo com normalidade fazer isso. Nos outros casos não houve isso. b) tirar um pouco o foco do juiz que foi capa das revistas de modo inadequado.
O assessor de imprensa estranhou o pedido e alertou que poderia ser um “tiro no pé”.
Assessor 2 – 23:15:30 – Quem bate vai seguir batendo. Quem não bate vai perceber a mudanca de posicionamento e questionar. É uma parte do processo. Na minha visão é emitir opinião sobre o caso sem ele ter conclusão…e abrir brecha pra dizer que tão querendo influenciar juiz. Papel deles vai ser levar pro campo político. Imprensa sabe disso. E já sabe que vcs não falam de audiências geralmente. Mudar a postura vai levantar a bola pra outros questionamentos. Pq resolveram falar agora? Pq era o ex-presidente? E voltar o discurso de perseguição…é o que a defesa fez, faz…pq não tem como rebater a acusação. Acusação utilizar da mesma estratégia pode ser um tiro no pé.
O que os assessores não sabiam é que não era o MPF que queria influenciar o juiz, mas o juiz que estava influenciando o MPF. Três minutos antes de mandar essas mensagens ao grupo, Dallagnol havia escrito a Moro. Além de elogiá-lo pela condução da audiência, o procurador falou sobre a nota:
Deltan – 23:02:20 – Caro parabéns por ter mantido controle da audiência de modo sereno e respeitoso. Estamos avaliando eventual manifestação. A GN acabou de mostrar uma série de contradições e evasivas. Vamos acompanhar.
Moro – 23:16:49 – Blz. Tb tenho minhas dúvidas dá pertinência de manifestação, mas eh de se pensar pelas sulilezas envolvidas
O pedido de Moro para apontar as contradições da defesa de Lula seria discutido no chat Filhos do Januário 1 até o fim da noite e também na manhã do dia seguinte, 11 de maio. E, finalmente, atendido.
Os procuradores, acatando a sugestão de Moro, distribuíram uma nota à imprensa, repercutida por Folha de S. Paulo, Estadão, Jovem Pan e todos os principais veículos e agências do país. As notícias são centradas justamente na palavra desejada pelo juiz: “contradições”.
Na nota, a força-tarefa expõe o que considera serem três contradições do depoimento de Lula e refuta diretamente uma alegação da defesa do petista, que os procuradores consideraram mentirosa.
Naquela noite, Dallagnol enviou uma mensagem a Moro para explicar por que não explorou a fundo as contradições do petista:
Deltan – 22:16:26 – Informo ainda que avaliamos desde ontem, ao longo de todo o dia, e entendemos, de modo unânime e com a ascom, que a imprensa estava cobrindo bem contradições e que nos manifestarmos sobre elas poderia ser pior. Passamos algumas relevantes para jornalistas. Decidimos fazer nota só sobre informação falsa, informando que nos manifestaremos sobre outras contradições nas alegações finais.
A RESPOSTA DO MINISTRO MORO AO INTERCEPT BRASIL
Nós procuramos a assessoria do ministro Sérgio Moro nesta sexta-feira e apresentamos com antecedência todos os pontos mostrados nesta reportagem. Recebemos como resposta a seguinte nota: “O Ministro da Justiça e Segurança Pública não comentará supostas mensagens de autoridades públicas colhidas por meio de invasão criminosa de hackers e que podem ter sido adulteradas e editadas, especialmente sem análise prévia de autoridade independente que possa certificar a sua integridade. No caso em questão, as supostas mensagens nem sequer foram enviadas previamente.”
Nós também entramos em contato com a assessoria do Ministério Público Federal do Paraná, que não respondeu.
AS CONVERSAS NA ÍNTEGRA
DELTAN DALLAGNOL E CARLOS FERNANDO DOS SANTOS LIMA
9 de maio de 2017
Dallagnol – 19:23:34 – CF, é óbvio, mas não caia em provocações amanhã. Não importa se ele xingar sua mãe ou qq de nós. Não caia. É isso que ele quer
Nota: as mensagens restantes de 9 de maio foram enviadas por Dallagnol ao grupo de procuradores Incendiários ROJ e encaminhadas a Carlos Fernando dos Santos Lima. Por isso, todas aparecem com o mesmo horário.
Dallagnol – 19:23:34 – Lembrem como Júlio Marcelo foi elogiado no impeachment
Dallagnol – 19:23:34 – Temos que mostrar que não é pessoal do nosso lado
Dallagnol – 19:23:34 – Que é mais um caso
Dallagnol – 19:23:34 – Se elevarmos o tom, vai parecer briga e perseguição, é tudo que ele quer
Dallagnol – 19:23:34 – É tudo que ele quer
Dallagnol – 19:23:34 – Inclusive ele pode falar de mim pra provocar Vcs
Dallagnol – 19:23:34 – Não dá para cair nesa armadilha
10 de maio de 2017
Santos Lima – 07:41:04 – Vou falar que agora ele está falando com um homem, não um juvenil… RS
Santos Lima – 22:38:33 – Carlos Lima: [10/5 22:04] Moro: O que achou? [10/5 22:10] Carlos: Achei que ficou muito bom. Ele começou polarizando conosco, o que me deixou tranquilo. Ele cometeu muitas pequenas contradições e deixou de responder muita coisa, o que não é bem compreendido pela população. Você ter começado com o Triplex desmontou um pouco ele. [10/5 22:11] Moro: A comunicação é complicada pois a imprensa não é muito atenta a detalhes [10/5 22:11] Moro: E alguns esperam algo conclusivo [10/5 22:12] Moro: Talvez vcs devessem amanhã editar uma nota esclarecendo as contradições do depoimento com o resto das provas ou com o depoimento anterior dele [10/5 22:13] Moro: Por que a Defesa já fez o showzinho dela. [10/5 22:13] Carlos: Podemos fazer. Vou conversar com o pessoal. [10/5 22:13] Moro: A se pensar. Tb não tenho opinião formada [10/5 22:16] Carlos: Não estarei aqui amanhã. Mas o mais importante foi frustrar a ideia de que ele conseguiria transformar tudo em uma perseguição sua.
Santos Lima – 22:39:32 – Posso dar uma entrevista em Recife.
Nota: a mensagem abaixo foi copiada de outro chat por Carlos Fernando dos Santos Lima e colada na conversa com Dallagnol.
22:41:12 – Vou esperar para ver os comentários. Qualquer coisa, conversamos. O Moro pode estar ansioso.
Dallagnol – 22:44:58 – Vou responder lá no grupão
Nota: a primeira mensagem abaixo foi enviada por Dallagnol a Sergio Moro e copiada e colada pelo procurador na conversa com Carlos Fernando dos Santos Lima. A segunda foi enviada por Moro a Dallagnol e também colada pelo procurador na conversa com Lima.
Dallagnol – 23:18:01 – Caro parabéns por ter mantido controle da audiência de modo sereno e respeitoso. Estamos avaliando eventual manifestação. A GN acabou de mostrar uma série de contradições e evasivas. Vamos acompanhar.
Dallagnol – 23:18:01 – Blz. Tb tenho minhas dúvidas dá pertinência de manifestação, mas eh de se pensar pelas sulilezas envolvidas
11 de maio de 2017
Santos Lima – 07:01:45 – Deltan. Veja a afirmação da defesa sobre acesso a provas. Eles acusaram o MP de usar documentos a que a defesa não teve acesso. Isso não é certo e merece uma nota.
Dallagnol – 10:15:48 –
CHAT FILHOS DO JANUÁRIO 1
10 de maio de 2017
Santos Lima – 22:38:01 – Pessoal. Falo ou não sobre o interrogatório? Se for para falar, será do meu jeito.
Deltan – 22:42:41 – Neste momento, eu seria cauteloso e conservador. Falar por quê? Ele fez disso um ato político e falar pode só dar razão ao que ele está fazendo, smj. Da pra ver como vai repercutir e eventualmente falar, mas temos que saber o que é preciso ser dito e por quê. Não acho no momento que o que falarmos vai influenciar a análise de terceiros. Há tanta gente que vai analisar e comentar isso… a maior chance é tentarem explorar contra, salvo se nosso silêncio começar a ser interpretado de alguma forma negativa…
Santos Lima – 22:43:45 – Leia o que eu te mandei.
Deltan – 22:46:46 – Então temos que avaliar os seguintes pontos: 1) trazer conforto para o juízo e assumir o protagonismo para deixá-lo mais protegido e tirar ele um pouco do foco; 2) contrabalancear o show da defesa.
Deltan – 22:47:19 – Esses seriam porquês para avaliarmos, pq ng tem certeza.
Deltan – 22:47:50 – O “o quê” seria: apontar as contradições do depoimento.
Deltan – 22:49:18 – E o formato, concordo, teria que ser uma nota, para proteger e diminuir riscos. O JN vai explorar isso amanhã ainda. Se for para fazer, teríamos que trabalhar intensamente nisso durante o dia para soltar até lá por 16h
Santos Lima – 22:49:39 – Eu iria direto na jugular, falando que culpar quem morreu é uma tática velha de defesa.
Santos Lima – 22:50:07 – E não poderia ser uma nota, pois notas são para momentos de crise.
Santos Lima – 22:50:57 – Deve ser uma entrevista, e entre as diversas perguntas eu falaria do interrogatório.
Deltan – 22:51:35 – Ele não reconheceu os crimes e colocou nas costas dela… ele apenas disse que ela que tratou disso e que ela mesma não ia comprar no fim… qto ao item apreendido, pulou fora. Vcs que estavam lá podem avaliar melhor, mas pelo pouco que vi não me pareceu que foi isso. Foi?
Deltan – 22:53:37 – Foi mais que isso. Veja o que o Bunlai falou sobre o terreno. 2+2=4.Bom. Vou dormir. Decidam até eu chegar em Recife. Pensem os comentários dos jornalistas neutros.
Athayde – 22:54:06 – GNews ta detonando o LULA, explorando varias contradicoes, dizendo tb nao ser crivel varias evasivas dele. Nao vejo necessidade de falar por agora
Deltan – 22:54:43 – Sei que Vc é confiante, safo e ótimo nisso, mas morro de medo de que em uma entrevista as perguntas surpreendam e as respostas acabem mais atrapalhando do que ajudando. Além disso, já sofremos tantas vezes com coisas sobre ele que minha primeira inclinação é nos poupar desse risco (e Vc está preservado por enquanto qto ao Lula e não seria ruim se permanecesse preservado para qdo necessário…)
Deltan – 22:56:16 – Enfim, seria bom se mais gente der opinião e irmos acompanhando
Welter – 22:56:53 – Tivemos uma coletiva da Ode, após a denuncia, que nao teve repercussão alguma. Claro que o Lula tem mais apoiadores, mas da pouca repercussão que vi, a grande imprensa não vai comprar a tese do Lula e não vai ver excessos do Juiz ou do MPF. Ninguem vai comprar a versão dele. Acho que o momento é de nos recolhermos um pouco
Santos Lima – 22:58:33 – Pelo que eu vi na audiência, não será necessário. Ele não foi bem, e mesmo os erros do Moro não comprometeram. O Moro pode estar ansioso. Vemos as repercussões e decidimos amanhã. Mas se for para fazer, que seja eu, pois não sou de ficar na defensiva.
Athayde – 22:58:55 – Gostei de uma coisa tb. Merval Pereira defendeu a conducao coercitiva dele. Disse q manifestantes e o esquema de seguranca q se fez necessario justificou aquele ato
Santos Lima – 22:59:46 – Aliás, isso é outro ponto a ser considerado. Amanhã haverá o julgamento das coercitivas.
Nota: A mensagem abaixo foi enviada por Ricardo Brandt a Santos Lima e copiada e colada pelo procurador no chat Filhos do Januário 1.
Santos Lima – 23:01:32 – Ricardo Brandt: Dr. qual sua avaliação geral do depoimento? Se enrolou? Algo te surpreendeu? pode ser off. sem problemas Carlos Lima: Estamos decidindo se falamos… RS Ricardo Brandt: haha. ok. fale conosco se falar ele atacou vcs demais ele é circular. não sai do roteiro. repete frases exatas em varios momentos distintos. achei na minha opinião vcs têm que falar. se hj ou amanhã não sei. mas não falar é pior
Julio Noronha – 23:01:57 – Sangue frio agora. Acho q a imprensa precisa de tempo para analisar o depoimento. Não foi bom para Lula (para nós, basta). Acho q é questão de tempo; amanhã cedo já terão visto
Julio Noronha – 23:02:13 – Nosso momento de bater forte de novo é nas alegações finais; enumerar 537 provas
Santos Lima – 23:02:48 – Boa noite.
Julio Noronha – 23:03:15 – Um novo passo nosso neste processo dará razão/palco para mais uma manifestação deles
Welter – 23:17:45 – A impressão de alguns amigos é que o Lula se perdeu. Botou culpa na mulher morta. Fim da picada
Januario Paludo – 23:17:52 – Não podemos antecipar as alegações finais.
Januario Paludo – 23:19:01 – Se formos falar, e genericamente de que audiência transcorreu dentro do que estava previsto, mas sem antecipar as declarações dele.
Januario Paludo – 23:19:16 – A análise das declarações.
Deltan – 23:23:37 – De todo modo, se ROJ tiverem fácil anotado ou lembrarem de contradições, podemos passar isso para algum jornalista que queira fazer em nome próprio
Januario Paludo – 23:23:55 – Concordo
Januario Paludo – 23:25:17 – Acho que podemos levantar a bola do do dotti que impôs respeito.
Athayde – 23:29:09 – http://m.oantagonista.com/posts/okamotto-quer-emprego-e-dias-toffoli-como-relator
11 de maio de 2017
Santos Lima – 06:17:08 – Estou vendo agora alguns trechos, mas aquela resposta sobre a reportagem do O Globo sobre o Triplex foi ridícula. Acusou o MP de combinar com o jornal a reportagem. Agora nós temos uma máquina de tempo.
Santos Lima – 06:45:22 – O único ponto que acho que merece resposta é a questão levantada pela defesa na coletiva de não ter acesso a documentos da Petrobras, inclusive aquela ata que foi mostrada em audiência.
Galvão – 06:52:08 – Tb acho desnecessário falar agora
Andrey B Mendonça – 07:39:54 – Pela capa da folha, parece q ele se queimou sozinho… acho q vcs ganham só de ficar em silêncio
Andrey B Mendonça – 07:40:55 – Pela do estadao tb…
Santos Lima – 08:22:42 – Vejam a afirmação da defesa sobre acesso a provas. Eles acusaram na coletiva o MP de usar documentos a que a defesa não teve acesso. Isso não é certo e merece uma nota.
Santos Lima – 08:48:08 – Inclusive a ata que foi apresentada.
Santos Lima – 09:03:33 – Falei com repórter no aeroporto.
Santos Lima – 09:07:38 – Aliás, aqui está difícil de escapar.
Julio Noronha – 09:07:51 – Talvez falar com o repórter(s) já resolva. Se não, vale nota curta e específica. Disseram q não tiveram acesso e está lá desde setembro de 2016. Para conferir a mentira, todo mundo pode acessar o eproc, evento 3, anexo 25. Todos os documentos da Petrobras pertinentes ao caso foram juntados. Mais q isso, outros tantos documentos q a própria defesa pediu foram fornecidos tb.
Santos Lima – 09:10:12 – Já falei sobre isso com o repórter.
Januario Paludo – 09:21:56 – Vale a nota se mais de um veículo pontuou isso, senão, só pra quem falou, basta responder.
Januario Paludo – 09:24:13 – António e Laura. Vamos???
Laura Tessler – 09:26:25 – Encontro vcs lá
Laura Tessler – 09:26:50 – Vou só pra reunião com Pace, ok?
Laura Tessler – 09:29:22 – Acho boa a nota tb. Deixa evidente a má fé deles em tentar, mais uma vez, induzir a mídia e a opinião pública em erro.
DELTAN DALLAGNOL E SERGIO MORO
10 de maio de 2017
Deltan – 23:02:20 – Deltan Caro parabéns por ter mantido controle da audiência de modo sereno e respeitoso. Estamos avaliando eventual manifestação. A GN acabou de mostrar uma série de contradições e evasivas. Vamos acompanhar.
Moro – 23:16:49 – Blz. Tb tenho minhas dúvidas dá pertinência de manifestação, mas eh de se pensar pelas sulilezas envolvidas
11 de maio de 2017
Deltan – 22:14:23 – Caro, foram pedidas oitivas na fase do 402, mas fique à vontade, desnecessário dizer, para indeferir. De nossa parte, foi um pedido mais por estratégia. Não são imprescindíveis.
Deltan – 22:16:26 – Informo ainda que avaliamos desde ontem, ao longo de todo o dia, e entendemos, de modo unânime e com a ascom, que a imprensa estava cobrindo bem contradições e que nos manifestarmos sobre elas poderia ser pior. Passamos algumas relevantes para jornalistas. Decidimos fazer nota só sobre informação falsa, informando que nos manifestaremos sobre outras contradições nas alegações finais.
Moro – 23:07:15 – Blz, tranquilo, ainda estou preparando a decisão mas a tendência é indeferir mesmo
CHAT ANÁLISE DE CLIPPING
10 de maio de 2017
Santos Lima – 22:26:23 – Será que não dá para arranjar uma entrevista com alguém da Globo em Recife amanhã sobre a audiência de hoje?
Assessor 1 – 22:28:19 – Possível é, só não sei se vale a pena. E todos os jornalistas que estão aqui e já pediram entrevista?
Assessor 2 – 22:28:32 – Mas dr., qual o motivo?
Assessor 2 –22:29:13 – Qual a necessidade, na realidade..
Santos Lima – 22:30:50 – Uma demanda apenas. Como está a repercussão da coletiva dos advogados?
Assessor 2 – 22:30:58 – Rito normal do processo…vcs nunca deram entrevista sobre audiência…vai servir pra defesa bater…mais uma vez…
Assessor 1 – 22:31:23 – Vou postar aqui.
Assessor 2 – 22:31:48 – Normal…nada demais…mesmo discurso de sempre..
Assessor 1 – 22:33:12 – Importante notar que, fora a mídia “alternativa”, ninguém transmitiu a coletiva da defesa ao vivo/na íntegra.
Assessor 1 – 22:33:46 – http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,defesa-critica-perguntas-de-moro-a-lula-alheias-a-processo,70001772772
Assessor 2 – 22:34:11 – Ponto é: foi mais uma audiência. Como todas as outras. Como a condução coercitiva foi mais uma como as demais. A partir do momento que se muda discurso, abre brecha pra questionamentos.
Assessor 1 – 22:34:24 – http://m.folha.uol.com.br/poder/2017/05/1882948-interrogatorio-de-lula-por-moro-foi-politico-diz-defesa-do-petista.shtml?mobile
Assessor 1 – 22:37:25 – http://g1.globo.com/pr/parana/noticia/defesa-diz-que-lula-demonstrou-ser-inocente-em-depoimento.ghtml
Assessor 1 – 22:38:04 – http://www.gazetadopovo.com.br/politica/republica/a-imprensa-defesa-insiste-na-tese-de-perseguicao-politica-a-lula-d83zm6xlaqxvfnpd9y0bu42zi
Assessor 2 – 22:41:25 – E falar sobre audiencia do ex-presidente no dia que stf vai julgar legalidade das conducoes coercitivas pode cair mal…
Santos Lima – 22:42:09 – Será amanhã?
Assessor 2 – 22:42:19 – Sim
Assessor 2 – 22:42:29 – Tá na pauta de julgamento do stf
Assessor 2 – 22:42:56 – Gilmar vai votar contra, mas vai ser no plenário
Assessor 1 – 22:44:43 – http://g1.globo.com/politica/blog/andreia-sadi/post/gilmar-deve-se-posicionar-contra-conducao-coercitiva-para-investigados.html
Assessor 1 – 22:46:10 – http://g1.globo.com/globo-news/globo-news-em-pauta/videos/t/todos-os-videos/v/advogados-de-lula-dizem-que-depoimento-a-moro-comprova-inocencia-do-ex-presidente/5860571/
Assessor 1 – 23:05:35 – http://brasil.elpais.com/brasil/2017/05/10/politica/1494448425_600643.html
Deltan – 23:05:51 – Caros, mantenham avaliando a repercussão de hora em hora, sempre que possível, em especial verificando se está sendo positiva ou negativa e se a mídia está explorando as contradições e evasivas. As razões para eventual manifestação são: a) contrabalancear as manifestações da defesa. Vejo com normalidade fazer isso. Nos outros casos não houve isso. b) tirar um pouco o foco do juiz que foi capa das revistas de modo inadequado.
Pessoa 1 – 23:10:56 – https://glo.bo/2r1t1gM
Assessor 1 – 23:11:30 – de hora em hora não, dr Deltan! tenho insônia, mas acho que não teremos nenhuma grande novidade na madrugada… rs
Deltan – 23:11:36 – Kkkkk
Deltan – 23:11:47 – Digo em horários “normais” rs
Deltan – 23:11:59 – Pq se precisarmos produzir algo, pode tomar tempo
Assessor 1 – 23:13:57 – ah, bom… rsrs acho que as edições de amanhã já darão um bom panorama. precisamos “monitorar” a defesa, comunicados, entrevistas deles…
Assessor 1 – 23:14:42 – o que inclui acompanhar a “mídia independente”.
Assessor 2 – 23:15:30 – Quem bate vai seguir batendo. Quem não bate vai perceber a mudanca de posicionamento e questionar. É uma parte do processo. Na minha visão é emitir opinião sobre o caso sem ele ter conclusão…e abrir brecha pra dizer que tão querendo influenciar juiz. Papel deles vai ser levar pro campo político. Imprensa sabe disso. E já sabe que vcs não falam de audiências geralmente. Mudar a postura vai levantar a bola pra outros questionamentos. Pq resolveram falar agora? Pq era o ex-presidente? E voltar o discurso de perseguição…é o que a defesa fez, faz…pq não tem como rebater a acusação. Acusação utilizar da mesma estratégia pode ser um tiro no pé.
Assessor 1 – 23:24:57 – https://www.brasildefato.com.br/2017/05/11/lula-diz-em-interrogatorio-que-seu-crime-foi-provar-que-este-pais-pode-dar-certo/
11 de maio de 2017
Santos Lima – 09:08:41 – Para que vocês não se surpreendam, falei com alguns repórteres no aeroporto. Difícil escapar.
Assessor 2 – 11:49:52 – Pessoal, Julio preparou uma nota simples
Assessor 2 – 11:50:13 – Eu e Orladinho já demos nossos pitacos
Assessor 2 – 11:50:15 – Ficou assim
Assessor 2 – 11:50:20 – Força-tarefa em Curitiba esclarece informação falsa prestada pela defesa de Lula Defesa alegou não ter tido acesso a documento que se encontra juntado na denúncia desde 14/09/2016 Em coletiva realizada ontem, imediatamente após o interrogatório do ex-Presidente Lula, seus advogados afirmaram que na audiência foi utilizada ata de reunião de diretoria da Petrobras à qual a defesa do ex-Presidente não teria tido acesso. A informação é absolutamente falsa, uma vez que, como pode ser verificado por qualquer pessoa, o documento mencionado encontra-se juntado desde a propositura da denúncia em 14/09/2016 (evento 3, COMP25, autos nº 5046512-94.2016.4.04.7000). Trata-se, portanto, de apenas mais uma declaração inverídica propalada com o intuito de tentar falsamente influenciar a opinião pública.
Welter Prr – 11:52:10 – Podem esperar a grnte chegar?
Roberson MPF – 11:57:19 – Yep
Assessor 2 Particular – 12:02:03 – Ok. Quando aprovarem é só nos avisar.
Julio Noronha – 12:02:12 – Acho q poderíamos voltar com a seguinte finalização da nota: Quanto às contradições verificadas no interrogatório do ex-Presidente Lula, imputação de atos à sua esposa, confissão de relação com pessoas condenadas pela corrupção na Petrobras, e ausência de explicação sobre documentos encontrados em sua residência, o Ministério Público Federal se manifestará oportunamente nos autos, especialmente nas alegações finais, como determina o Código de Processo Penal.
Julio Noronha – 12:02:32 – Vão perguntar se vamos manifestar sobre isso e já fica a dica
Julio Noronha – 12:02:46 – E já previne a contra-resposta da defesa sobre a nota: MPF so conseguiu falar de um único documento
Assessor 2 – 12:24:06 –
Assessor 1 – 12:29:50 –http://g1.globo.com/google/amp/g1.globo.com/politica/operacao-lava-jato/noticia/fachin-derruba-sigilo-da-delacao-premiada-de-joao-santana-e-monica-moura.ghtml
Assessor 1 – 12:39:02 – http://g1.globo.com/pr/parana/noticia/justica-divulga-videos-com-angulo-ampliado-de-depoimento-de-lula.ghtml
Assessor 1 – 12:39:33 – http://g1.globo.com/pr/parana/noticia/depoimento-de-lula-a-moro-veja-os-videos-e-os-principais-pontos.ghtml
Assessor 1 – 12:40:07 –https://www.nexojornal.com.br/expresso/2017/05/11/As-5-horas-de-depoimento-de-Lula-a-Moro-na-Lava-Jato-em-12-t%C3%B3picos
Assessor 1 – 12:41:13 – http://g1.globo.com/mundo/noticia/depoimento-de-lula-a-moro-repercute-na-imprensa-internacional.ghtml
Assessor 1 – 12:43:45 – http://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/um-tanto-triste-diz-procurador-da-lava-jato-sobre-lula-responsabilizar-marisa/
Assessor 2 – 12:45:16 – Valor, Reuters, AFP, Bandnews…também querem entrevista…se falou com um pq não atende os outros…
Assessor 2 –12:46:24 – Tão alegando isso…
Assessor 2 –12:46:54 – E diminui interesse pela nota…
Assessor 1 – 12:47:19 – http://m.folha.uol.com.br/opiniao/2017/05/1882939-prisao-nada-temporaria.shtml?mobile
Assessor 1 –12:58:35 – Tiago Herdy, do Globo, tb quer falar com vcs.
Assessor 2 – 12:59:29 – Gustavo também pediu…
Assessor 1 – 12:59:55 – Sobre ontem, claro. Ficará em Curitiba até o final da tarde.
Assessor 1 – 13:07:48 – Rádio Gaúcha tb quer entrevista.
Assessor 2 – 13:08:04 – Radio Itatiaia (MG)…
Pessoa 1 – 13:14:14 – Tinha acabado de falar pra Gaúcha que não faríamos entrevista E saiu a do CF
Assessor 2 – 13:16:03 – Pois então…
Januario Paludo – 13:20:29 –
Assessor 2 – 13:32:59 –http://m.blogs.ne10.uol.com.br/jamildo/2017/05/11/lider-da-forca-tarefa-na-lava-jato-e-o-entrevistado-do-resenha-politica-nesta-quinta/
Julio Noronha – 13:54:07 – Vejam se têm sugestões:
Julio Noronha – 13:54:10 – Força-tarefa em Curitiba esclarece que defesa de Lula prestou informação falsa à sociedade Defesa afirmou “desconhecer” documento que se encontra no processo desde 14/09/2016 Em entrevista coletiva realizada ontem, imediatamente após o interrogatório do ex-Presidente Lula, seus advogados afirmaram que foi utilizada, na audiência, uma ata de reunião de diretoria da Petrobras à qual a defesa do ex-Presidente não teve acesso. A informação é absolutamente falsa, uma vez que o documento está no processo desde 14/09/2016, data da acusação criminal. Isso pode ser verificado por qualquer pessoa, mediante acesso ao evento 3, “COMP25”, dos autos eletrônicos nº 5046512-94.2016.4.04.7000. Trata-se, portanto, de apenas mais uma declaração inverídica propalada com o intuito de tentar influenciar a opinião pública. Quanto às muitas contradições verificadas no interrogatório do ex-Presidente Lula, à imputação de atos à sua falecida esposa, à confissão de sua relação com pessoas condenadas pela corrupção na Petrobras e à ausência de explicação sobre documentos encontrados em sua residência, o Ministério Público Federal se manifestará oportunamente, no processo, especialmente nas alegações finais.
Assessor 1 – 13:58:04 – Retiraria o “absolutamente” e a última frase do 1o parágrafo (“Trata-se…”), porque acho melhor usar um tom mais “neutro”.
Assessor 1 – 14:14:07 – http://veja.abril.com.br/blog/radar-on-line/delegado-da-pf-diz-que-lula-se-incriminou/amp/
Julio Noronha – 14:26:48 – Força-tarefa em Curitiba esclarece que defesa de Lula prestou informação falsa à sociedade Defesa afirmou “desconhecer” documento que se encontra no processo desde 14/09/2016 Em entrevista coletiva realizada ontem, imediatamente após o interrogatório do ex-Presidente Lula, seus advogados afirmaram que foi utilizada, na audiência, uma ata de reunião de diretoria da Petrobras à qual a defesa do ex-Presidente não teve acesso. A informação é falsa, uma vez que o documento está no processo desde 14/09/2016, data da acusação criminal. Isso pode ser verificado por qualquer pessoa, mediante acesso ao evento 3, “COMP25”, dos autos eletrônicos nº 5046512-94.2016.4.04.7000. Quanto às muitas contradições verificadas no interrogatório do ex-Presidente Lula, à imputação de atos à sua falecida esposa, à confissão de sua relação com pessoas condenadas pela corrupção na Petrobras e à ausência de explicação sobre documentos encontrados em sua residência, o Ministério Público Federal se manifestará oportunamente, no processo, especialmente nas alegações finais.
Julio Noronha – 14:27:14 – Podem largar. Todo mundo fechou posição para publicar. Obrigado pelas sugestões, SUPRIMIDO
Assessor 2 – 14:31:21 – Ok.
Assessor 2 – 14:33:59 – É a nota… seguimos sem atendimento…isso?
Assessor 1 – 14:35:55 – De nada! Só mais uma ponderação: esta “acusação” da defesa não teve repercussão. Com a nota, vamos colocar esse tema em evidência.
Deltan – 14:50:24 – É documental. Está bem claro. Podem enviar…
Deltan – 14:50:35 – Seguimos sem atendimento
Deltan – 14:50:42 – Como está a avaliação de Vcs?
Assessor 1 – 14:53:33 – até agora, o ponto mais abordado pela imprensa tem sido o encontro com Duque, com avaliação negativa da resposta de Lula.
Assessor 1 – 14:53:49 – a cobertura está normal.
Assessor 2 – 14:54:05 – Contradição de Lula, em especial sobre relação de Vaccari com Duque está sendo o enfoque. E especulação previsão de quando ação pode ter sentença para que possa ir pro TRF (por causa das eleições de 2018)
Assessor 1 – 14:55:28 – na pouca repercussão da coletiva e do posicionamentos da defesa, o que aparece são críticas à própria defesa.
Assessor 1 – 14:56:20 – comentaristas pontuam o caráter político do interrogatório de ontem. vou colocar alguns links aqui.
Deltan – 15:19:55 – CF não vai dar entreevista hoje sobre ontem. Não vai abordar o interrogatório
Deltan – 15:20:30 – como Lula transformou em ato político, certo?
Assessor 2 – 15:22:32 – Sim, mas também abordam que o “confronto” MoroxLula terminou 0 a 0.
Assessor 1 – 15:22:34 – sim.
Assessor 2 – 15:36:49 – http://veja.abril.com.br/blog/radar-on-line/defesa-de-lula-prestou-informacao-falsa-a-sociedade-diz-mp/
Santos Lima – 15:41:05 – Eles estão fazendo pressão, pois vivem correndo atrás.
Galvão – 15:42:59 – http://veja.abril.com.br/blog/radar-on-line/delegado-da-pf-diz-que-lula-se-incriminou/
Assessor 2 – 15:48:52 – https://br.noticias.yahoo.com/exclusivo-federais-vao-processar-lula-por-denunciacao-caluniosa-contra-agentes-da-pf-165714583.html
Assessor 1 – 15:52:28 – http://istoe.com.br/defesa-de-lula-prestou-informacao-falsa-a-sociedade-diz-mpf-pr/
Assessor 1 – 16:06:21 – repercussão do interrogatório nas redes sociais:
Assessor 1 – 16:06:37 – O depoimento realizado pelo ex-presidente, Lula, ao juiz, Sergio Moro, na tarde de ontem (10) repercutiu nas redes sociais. Usuários do Twitter criticaram a postura do juiz e do MPF, afirmando que, após o depoimento divulgado, não existem provas concretas contra o ex-presiente. Mídias: Twitter (@silviosaba) (@ruipalanque) (@fioreze2014) (@DharioDahnuel) (@PatoCorporation) (@ StellaMendonca) (@ToniBulhoes) (@AdrianoArgolo) (@jonasmelloshow) (@miriamborba) (@OlivettiFelipe) (@ blogdogarotinho).
Assessor 1 – 16:06:48 – Segundo blog, Deltan Dallagnol demole a falácia de que Lula foi denunciado “sem provas”; “Sem provas consistentes, nós não teríamos feito a acusação criminal oferecida contra ele. Aliás, mais de uma”, afirmou o procurador. Mídias: Twitter (@implicante_org) (@jonasmelloshow) / Blog (Implicante).
Assessor 1 – 16:07:06 – Em depoimento prestado na tarde de ontem (10), o ex-presidente, Lula, critica a atuação do Ministério Público e de Moro na Lava Jato. Lula disse ao juiz para considerar o processo ilegítimo e classificou a denúncia elaborada pelos procuradores como uma “farsa”. Disse ainda que a denúncia do MPF foi baseada em denúncias publicadas pela imprensa, além de ter se exaltado em resposta a um procurador. Mídias: Facebook (Época) (Congresso em Foco) (O Globo) (VEJA) (Jornal GGN) (Stanley Burburinho) / Twitter (@ReuterBrazil) (@UOLNoticias) (@congemfoco) (@radaronline) (@Blogdojosias) (@JornalGGN) (@ stanleyburburin) (@luisnassif ) (@reinaldoazevedo) (@diogomainardi) / Blog (Radar On-Line) (Jornal GGN) (Reinaldo Azevedo) (O Antagonista).
Assessor 1 – 16:07:20 – Durante o depoimento prestado pelo ex-presidente, Lula, o procurador Roberson Pozzobon, do MPF, se referiu ao ex-presidente como “Sr. Luiz Inácio”. O advogado de Lula reclamou afirmando que ‘Senhor Luiz Inácio’ não era uma forma adequada de se referir a um ex-presidente da República. O juiz interviu dizendo que não houve intenção de ofensa pela parte do MPF, mas que o procurador se reportasse ao réu como “Sr. Ex-Presidente”. Mídias: Facebook (Brasil 247) / Twitter (@brasil247) (@BlogOlhoNaMira) (@reinaldoazevedo) / Blog (Reinaldo Azevedo).
Assessor 1 – 16:07:42 – Em entrevista ao Estadão, o procurador da República, Carlos Fernando dos Santos Lima, disse que é “triste” que o ex-presidente, Lula, tenha atribuído à sua mulher, dona Marisa Letícia, a intenção de adquirir o triplex em Guarujá, em seu depoimento. O procurador afirmou que o MPF vai pedir mais diligências antes das alegações finais no processo. Mídias: Facebook (Estadão) / Twitter (@estadao) (@reinaldoazevedo) (@teresinhalopes) / Blog (Reinaldo Azevedo) (Fausto Macedo).