Jornalistas Livres

Categoria: Agroecologia

  • AMEAÇAS CONTRA O ACAMPAMENTO MARIELLE VIVE

    AMEAÇAS CONTRA O ACAMPAMENTO MARIELLE VIVE

    Após a decisão da justiça (03/05) de suspender a ordem reintegração devido à ausência de comprovação de posse da Eldorado Empreendimentos Imobiliários, que sustentava uma fictícia criação de gado na área, as famílias que fazem parte do Acampamento Marielle Vive denunciam ameaças e o ingresso irregular de bovinos na área ocupada no município de Valinhos (SP).

    Segundo atestam testemunhas, desde a última quinta- feira (03/05), homens vinculados aos fazendeiros têm ingressado gado de forma sistemática e certamente irregular nas áreas das fazendas São João das Pedras e Eldorado, ambas comprovadamente improdutivas. As famílias alertam sobre tentativas de forjarem provas para contrapor a decisão do desembargador do Tribunal de Justiça em torno da posse da terra ocupada.

    Além disso, a ocupação Marielle Vive tem sido alvo de ataques e ameaças desde seu início. Recentemente as famílias se depararam com homens portando armas de fogo em frente à portaria e em seguida ouviram dois disparos de arma de fogo realizados na madrugada do domingo (06/05). Relatam também que homens armados intimidam cotidianamente os sem terras na entrada do acampamento. Desse modo, as famílias denunciam as ameaças e receiam sobre a segurança do acampamento.

    Próximo de completar um mês na próxima segunda-feira, as 700 famílias que moram no Acampamento Marielle Vive continuam se organizando na luta contra a especulação imobiliária e em defesa da Reforma Agrária, amparada constitucionalmente.
    Não aceitamos nenhum tipo de violência contra as famílias e denunciamos as agressões e ameaças.

    Conclamamos as entidades de defesa dos direitos humanos, partidos políticos, sindicatos, movimentos populares e apoiadores a manifestar o repúdio a este tipo de prática e zelar pela garantia de direitos das famílias sem terra.

     

    Fotos: Fabiana Ribeiro | Jornalistas Livres

     

    Ocupação Marielle Vive em Valinhos, foto: Fabiana Ribeiro

     

     

  • O QUE A CULTURA RASTAFARI E A AGROECOLOGIA TEM EM COMUM?

    O QUE A CULTURA RASTAFARI E A AGROECOLOGIA TEM EM COMUM?

    Situado num dos pontos mais altos de BH, o projeto Roots Ativa atua na comunidade da Serra produzindo e vivendo a cultura rastafari. Com 20 anos de existência, o coletivo criou meios de vida coletiva em diversas iniciativas no Brasil.

    Plantação de milho no alto da comunidade, com vista para a cidade. Foto: Lucas Bois

    O grupo formado por agentes culturais, educadores, cozinheiros e artistas, desenvolve diversas atividades na comunidade, baseadas na filosofia e nas práticas sustentáveis das culturas ancestrais africanas. Grande parte da renda que sustenta o coletivo provém de empreendimentos da economia solidária, focados na autogestão, democracia, comércio justo, valorização da natureza e do ser humano.

    Diversas atividades culturais para crianças, adolescentes e adultos da comunidade também são realizadas no local. No entanto, a agroecologia tem sido o principal foco do coletivo, como forma de vida, alimentação saudável e geração de renda. “Acreditamos na agricultura feita do povo para o povo”, diz Thiago Lopes, membro do coletivo.

     

    Alice, membro do coletivo Roots Ativa, cuida da agrofloresta que rodeia a sua casa. Foto: Lucas Bois

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

    Thiago explica a relação da cultura rastafari e a agroecologia: “Acreditamos na importância da alimentação integral na qual o alimento nutre o corpo como um templo. Por isso, a importância em valorizar alimentos orgânicos, tratados com cuidado desde o plantio até servi-lo à mesa.”.

    Thiago Lopes, também conhecido como Sono, é um dos idealizadores do coletivo Roots Ativa.

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

    Quanto ao futuro do coletivo, Thiago revela que tudo o que eles imaginavam está acontecendo. “O que vivemos aqui é o reflexo do que foi feito lá atrás. O sistema capitalista um dia vai cair e quem está apoiado nele também cairá. Por isso, a importância de criar espaços de autonomia e crescermos em comunidade.”, diz.

     

     

    O IV ENA SE APROXIMA

    O espaço Roots Ativa na Serra se prepara para receber o IV ENA – Encontro Nacional de Agroecologia, que pela primeira vez será sediado em Belo Horizonte do dia 31 de maio a 3 de junho. O encontro aguarda cerca de 2.000 agricultoras e agricultores de todo o país que discutirão temas atuais da produção agroecológica. O espaço do coletivo Roots Ativa será um dos locais onde acontecerão visitas e oficinas para os participantes.

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

  • Que comece a III Feira Nacional da Reforma Agrária!

    Que comece a III Feira Nacional da Reforma Agrária!

    Texto por: Agatha Azevedo

    A abertura da Feira no Parque Àgua Branca, em São Paulo, mostrou que o povo “é capaz de produzir, se organizar e criar outra realidade”, como afirma Maria Ivaneide, a Neném do setor de produção do MST.

    Com a presença de diversos parceiros, como Nilton Tatto (depto. federal), Admilson (depto. federal), Luiz Marinho (presidente do PT), Alan (Campanha Nacional Contra o Uso de Agrotóxicos), Jose (Via Campesina e MPA), Edson Fernandes (superintendente do INCRA), Maurício (Secretário de Meio Ambiente de SP), Marcios Elias Rosa (Secretário de Justiça de SP), Milton (MST), Gabriel (Diretor do Instituto de Terra de SP), Marco Pilas (Instituto de Terra de SP), Joice (Coordenadora do Parque Água Branca), Robert (Consul da Venezuela) e Zico Prado (Depto. Estadual), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra demarcou o seu lugar na luta por uma sociedade que produz e consome alimentos de qualidade.

    Fotos: Rafael Stedile

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

    Sobre a necessidade da reforma agrária para que a comida de qualidade chegue na mesa dos trabalhadores, Alan, da Campanha Nacional Contra o Uso de Agrotóxicos, afirma que “nada é melhor propaganda contra o uso de agrotóxicos e em defesa da vida quanto uma Feira como essa”. Segundo ele, a Feira mostra que a agroecologia é viável.

    Jose, do MPA e da Via Campesina, também fez questão de fortalecer a Feira. “O campesinato existe, alimenta, produz, gera e cultiva sementes, mudas, e a vida de qualidade. Aqui estão os produtos de resistência e ousadia, e é rompendo essas cercas que o MST fortalece a aliança entre o campo e a cidade e vem pra São Paulo”, diz Jose, saudando cada feirante Sem Terra.

    Milton, do setor de produção do MST, contextualizou a Feira no cenário político da luta pela terra. “A Feira da Reforma Agrária é um ato que é fruto de organização interna do MST e de articulação política com órgãos públicos. Somos gratos aos feirantes que estão aqui para mostrar os resultados da Reforma Agrária, que não estão pautados na grande mídia. A agricultura familiar é o melhor, e praticamente o único lugar onde a gente pode desenvolver uma alimentação limpa, sadia e livre de agrotóxicos e tenham certeza de que nós podemos sim alimentar toda a população brasileira.”

    Sobre a importância da Feira para o Movimento, Milton conta que “se nós estamos aqui na III Feira é porque um dia nós tivemos a coragem e a capacidade de sair de nossas regiões e lutar contra os grandes latifundiários improdutivos, porque é na luta que se faz nossa história.”.

    Estão presentes 23 estados brasileiros, com cozinhas e pratos típicos de todas as regiões do Brasil. Em torno de mil trabalhadores e trabalhadoras constroem a III Feira com produção, arte, cultura e formação. Ao todo, 300 toneladas de produtos, e mais de 1200 variedades, circularão ao longo dos 4 dias de Feira.

     

    Fotos: Rafael Stedile
    Fotos: Rafael Stedile
    Fotos: Rafael Stedile
  • “Direitos não se pede de joelhos, exige-se de pé”

    “Direitos não se pede de joelhos, exige-se de pé”

    Um lutador ao lado dos trabalhadores, dos camponeses, dos indígenas, o Bispo Emérito de Goiás, Dom Tomás Balduíno, foi incansável nas décadas em que atuou junto ao Conselho Indigenista Missionário e à Comissão Pastoral da Terra, entre 1972 e 2005 numa vasta região entre Minas Gerais e o Araguaia. Assim, nada mais natural aos movimentos sociais de Mato Grosso usarem uma frase sua, o título desta reportagem, como tema da 29ª Romaria dos Trabalhadores e Trabalhadoras e da 1º Romaria da Terra e das Águas.

    De pé, pelos direitos – www.mediaquatro.com

    O evento tradicional em celebração ao Dia do Trabalho, ocupou por dois dias a sede do Sindicato dos Trabalhadores da Universidade Federal do Mato Grosso, Sintuf-UFMT, e se encerrou hoje com uma marcha pelas ruas da capital do estado. Trabalhadores sem terra, índios, quilombolas, religiosos e sindicalistas se revezaram nas mesas de debates, plenárias e no microfone do carro de som da romaria para denunciar a violência contra as populações originais e humildes, o Estado de Exceção que o país vive desde o golpe de 2016 e para exigir, de pé e na caminhada, os direitos básicos de cidadania que merecemos todos e todas.

    Mulheres foram forte presença na romaria – www.mediaquatro.com

    O evento com o tema “Direitos não se pede de joelhos, exige-se de pé” teve como objetivo fortalecer a luta pelo direito à cidade, direito à terra e à permanência no campo com qualidade de vida e respeito à realidade camponesa. Entre as mensagens destacadas estava o apelo do Papa Francisco à urgente unidade da luta: “o tempo para encontrar soluções globais está acabando. Só podemos encontrar soluções adequadas se agirmos juntos e de comum acordo. Portanto existe um claro, definitivo e improrrogável imperativo ético de agir”. Segundo a coordenação do evento, a Romaria contribui para transformar a mística e a espiritualidade em gesto concreto. Afinal, como disse o padre Dirceu Fumagalli, agente da CPT Paraná, “As Romarias da Terra e das águas e dos trabalhadores e trabalhadoras são o Sacramento da caminhada. Elas são o templo do encontro do divino com o humano”.

    A romaria juntou a luta pelos direitos com espírito cristão – www.mediaquato.com

    Direito à cidade e direito à terra e às águas

    Pela primeira vez em 29 anos de evento, à Romaria dos Trabalhadores e Trabalhadoras se somou a Romaria da Terra e das Águas, tão importantes no estado do cerrado, das chapadas e do pantanal. Para os organizadores, “defender o direito à cidade é garantir o exercício do poder para a classe trabalhadora, para as pessoas de cor, para os imigrantes, os jovens as mulheres, LGBTs e para todas as pessoas comprometidas com uma sociedade verdadeiramente democrática”. Já sobre a questão agrária, o folder de divulgação do evento afirmava que “a concentração de terras propaga a fome, o desemprego, os conflitos sociais, a miséria e a morte. Assim, a luta pela terra é a luta por trabalho, produção de alimentos, respeito à biodiversidade e geração de renda. A luta pela terra é a luta pela vida. A terra não pode ser fonte de lucro e exploração, ela tem que ser terra de trabalho, de alimentação, de sustentabilidade. Uma terra da qual brote vida e não devastação, envenenamento, destruição da biodiversidade. A luta pela terra é a luta pela vida em abundância.

    A denúncia do Golpe de 2016 e da prisão política de Lula também se fez presente – www.mediaquatro.com

    Denúncia do Golpe

    Durante a romaria propriamente dita, no dia 2 de maio, os organizadores (CPT, Centro Burnier, CEBs, CEBI, Paróquia S. Família, MST, CIMI, Assessoria Dep Ságuas, Economia Solidária/Caritas, CUT, Sintep – MT, Sintuf – MT, Seeb-MT, Sindsep-MT e JPT) distribuíram uma carta aberta ao povo matogrossense em que denunciam a situação vivida pela maioria da população após o “golpe parlamentar, midiático e jurídico em conluio com as elites do atraso no Brasil em 2016”. Segundo eles, os únicos beneficiados com isso são os interesses do empresariado nacional e internacional que lucram com a privatização do patrimônio do povo, incluindo as terras agriculturáveis da Amazônia e do cerrado.

    O povo do Mato Grosso e do Brasil –
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    Os mais prejudicados com isso também estão indicados no documento: as mulheres, o povo negro, a juventude e as populações LGBTs. Entre os elementos causadores dessa desgraça estão, segundo a carta, a corrupção de um Congresso antidemocrático que aprovou leis como a Emenda Constitucional 95, de congelamento dos gastos sociais por 20 anos, “as reformas trabalhista e do Ensino Médio, desmonte das universidades, institutos federais e a qualquer momento a Reforma da Previdência”. O documento denuncia, ainda, os cortes em programas essenciais para o povo do campo como o PRONERA, ATER, PNAE e PAA “que asseguravam a educação, a produção e a compra de alimentos da agricultura familiar”.

    Nas cruzes cobertas de terra, os nomes dos lutadores e lutadoras que tombaram mas não são esquecidos – www.mediaquatro.com

    Por fim, durante a mística da romaria, os trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade apresentaram cruzes com os nomes de dezenas de pessoas assassinadas por causa de sua luta social nas últimas décadas. Entre elas foram lembradas as nove vítimas da chacina de Colniza (assassinadas há um ano por pistoleiros a mando de madeireiros no extremo oeste de Mato Grosso), a missionária Dorothy Stang (morta em 2005 por defender as comunidades extrativistas no Pará) e a vereadora carioca Marielle Franco (executada há exatamente 50 dias num crime ainda não esclarecido).

    Nota de esclarecimento sobre edição na reportagem:

    A Associação dos Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso – Adufmat, solicitou a retirada de seu nome da matéria acima. Apesar de fazer parte dos apoiadores da Romaria, a entidade não assinou a Carta Aberta citada. Segundo a assessoria de imprensa da Adufmat, “o sindicato assina outro material, que compõe o folder da atividade, mas não a carta. A Adufmat-Ssind apoia a luta dos trabalhadores, mas tem posição política contrária ao termo ‘golpe’”.  A entidade afirmou estar afinada à posição do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior – ANDES, filiado à central sindical CSP Conlutas. Na próxima semana, dias 9 e 10 de maio, haverá eleições no ANDES opondo a situação, chapa 1 “ANDES Autônomo e de Luta”, e a oposição na chapa 2 “Renova ANDES” que, diferente da primeira, usa como slogan: “Na luta contra o golpe. Em defesa da democracia”.

  • OCUPAÇÃO MARIELLE VIVE SE ORGANIZA E RESISTE

    OCUPAÇÃO MARIELLE VIVE SE ORGANIZA E RESISTE

    A Ocupação Marielle Vive vem fortalecendo o processo de organicidade e resistência em sua   terceira semana.  As mais de 600 famílias que fazem parte da Ocupação conformaram os Núcleos de Base que fortalecem a organização dos e das Sem Terra. Um grupo voluntário de profissionais da saúde fizeram uma visita e ofereceram consultas.

    A Ocupação situada no município de Valinhos, região de Campinas (SP), iniciada na madrugada do último 14 de abril, sofre ameaça de despejo. As famílias denunciam a especulação latifundiária e reivindicam que essas terras improdutivas sejam destinadas à Reforma Agrária.

    A decisão foi a favor do despejo das mais de 600 famílias, foi publicada na no dia 18 de abril pela 1ª Vara de Valinhos, onde a juíza Bianca Vasconcelos Coatti concedeu  liminar à empresa de empreendimentos imobiliários proprietária  da área.

    A Defensoria Pública do Estado de São Paulo que entrou no processo para garantir o direito coletivo, a função social da terra, garantir também os direitos de crianças idosos e se manifestou, na tarde no dia 25 de abril sobre a Ação de Reintegração de Posse.

    A juíza Bianca Vasconcelos Coatti, segundo o órgão,   não considerou os procedimentos legais que são previstos no ordenamento jurídico brasileiro, não houve também audiência para tentativa de  conciliar as partes interessadas.

    Consta ainda, na liminar concedida pela juíza Bianca Vasconcelos Coatti,  a ordem de reforço policial para cumprimento da decisão e autorização para que sejam retiradas as crianças de suas famílias, durante a ação de despejo,

    A Coordenação da Ocupação entrou em contato com o Conselho Tutelar preocupada em garantir os direitos das crianças e adolescentes que estão com suas famílias na ocupação.

    #MarielleVive #LulaLivre

    Fotos: Fabiana Ribeiro

     

     

  • RESISTÊNCIA | OCUPAÇÃO MARIELLE VIVE COMPLETA 1 SEMANA EM VALINHOS (SP)

    RESISTÊNCIA | OCUPAÇÃO MARIELLE VIVE COMPLETA 1 SEMANA EM VALINHOS (SP)

    No sábado 21 de abril, a Ocupação Marielle Vive situada em àreas de uma fazenda improdutiva no município de Valinhos, região de Campinas (SP), completa a primeira semana.
    As 500 famílias organizadas no MST exigem que as terras, alvo de especulação imobiliária, sejam destinadas à Reforma Agrária.

    #Marielle Vive
    #LulaLivre

    Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra