Jornalistas Livres

Autor: Bruno Falci

  • Discurso de Dilma Rousseff, em festa na Espanha, é ovacionado por milhares de pessoas presentes

    Discurso de Dilma Rousseff, em festa na Espanha, é ovacionado por milhares de pessoas presentes

    Por Bruno Falci, de Madrid , especial para os Jornalistas Livres

    A Festa do Partido Comunista de Espanha (PCE) aconteceu nos dias 27, 28 e 29 de setembro, em Madrid, envolvendo diversos debates e atrações culturais, seguindo o formato dos grandes festivais de partidos comunistas da Europa. Milhares de pessoas estavam presente na festa quando a ex-presidenta Dilma Rousseff fez um discurso ao lado do Secretário Geral do PCE, Enrique Santiago em um Palco montado no centro do festival.

    Diversas barracas com artesanatos, comidas e bebidas de diversos países do mundo estavam espalhadas pela festa, cada uma representando um partido de esquerda de sua nação, o Brasil esteve representado pelo Núcleo do Partido dos Trabalhadores (PT) de Madrid, presente nos 3 dias de festa recolhendo assinaturas do abaixo assinado pela liberdade do Lula.

    Dilma Rousseff em visita ao stand do PT na festa do PCE. Foto: Bruno Falci / Jornalistas Livres

    Muitas lideranças políticas estiveram presentes como o Deputado do Congresso Espanhol pelo Podemos, Rafael Mayoral, que mandou sua saudação para o Jornalistas Livres e exigiu a liberdade do ex-presidente Lula.

    Dilma foi saudade por milhares de jovens comunistas em um desfile em comemoração de sua presença, veja abaixo:

    https://www.instagram.com/p/B2-fAEch8vC/

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

    Dilma, em sua Fala, comentou o golpe de Estado de 2016, a perseguição ao ex-presidente Lula, a chegada do fascismo ao poder e a política neoliberal que está em vigor. Depois de França e Bélgica, Dilma prosseguiu com sua agenda na Espanha, discutindo o contexto brasileiro de aprofundamento do processo antidemocrático, veja a fala completa da Dilma :

    Inicialmente, Dilma ressalta que os conflitos que estão sendo vividos na América Latina e no Brasil são  caracterizados pelo que alguns chamam de guerras híbridas e que outros chamam de manipulação dos princípios jurídicos, para fazer guerra, ou seja, lawfare:

               “Nesses momentos, a primeira vítima é a verdade, e a verdade tem que ser reafirmada sempre porque é um instrumento de transformação. No caso do Brasil, nós estamos vivendo um momento muito grave. Temos um governo neofascista, porque nem fascista é, uma vez que o fascismo sempre se caracterizou por alguns aspectos nacionais e o governo de Bolsonaro está submetido de forma humilhante aos Estados Unidos. Nunca um governo do Brasil teve esta postura em algum momento de nossa história”

    Dilma observa que a característica do fascismo de Bolsonaro é ter uma agenda ultra moralista, discriminatória  contra as mulheres, contra as populações negras e contra os  indígenas:

    “O fascismo se caracteriza também pela defesa de uma visão de nossa história que pretende mudar a compreensão do passado, enfatizando que não houve ditadura militar no Brasil, como sabemos que houve. Além disso, defendem a tortura e o assassinato político. Defendem uma violência  cruel para os mais pobres do país, contra os negros, pune com a morte a vereadora Marielle Franco porque sabemos perfeitamente que foram os grupos paramilitares, que são próximos, que a mataram. Eles defendem o uso dos policias como arma de matar cidadãos e deixam impunes também aqueles que matam crianças de oito anos”.

    “Esse fascismo – prossegue Dilma – foi a única forma que no Brasil pode implantar a agenda neoliberal porque com nossas quatro eleições – duas do Lula e duas minhas – nós barramos a perda de direitos dos trabalhadores. Não permitimos reformas trabalhistas e laborais que tornassem o trabalho desprotegido, precário, intermitente. Não permitimos reformas da Previdência que acabassem com acesso dos mais pobres às aposentadorias, porque se o trabalho for intermitente nenhum trabalhador brasileiro continuará sem trabalhar continuamente até conseguir uma aposentadoria. Nós não deixamos que se destruíssem os sindicatos e, sobretudo, fizemos os programas sociais que, pela primeira vez, tiraram o Brasil do mapa da fome da ONU. Superamos a miséria extrema que é diferente da pobreza. A miséria extrema são as pessoas que vivem com recursos quase impossíveis de superar a subsistência”.
    Dilma esclarece:

    “Isso significou 36 milhões que saíram da miséria extrema, significou 42 milhões que chegaram às classes médias. Fizemos programas de habitações, fizemos programas de saúde, e, sobretudo, demos total importância às nossas empresas públicas. Tínhamos um Banco de Desenvolvimento maior que o Banco Mundial e uma empresa de petróleo que era a sétima maior do mundo. É isso que todos neoliberais queriam se apropriar como forma supostamente de fazer uma melhoria no país. Como não conseguiram por eleições, na última eleiç&atilde ;o, mudaram sua estratégia. Passaram a construir as condições para que assumissem o poder. Para isso, precisaram fazer várias coisas, uma delas era nos destruir politicamente, destruir o Partido dos Trabalhadores, destruir a mim e, sobretudo, destruir Luís Inácio Lula da Silva”

    Acrescentando que a chegada do neoliberalismo ao poder passa por diversas etapas, Dilma Rousseff menciona o impeachment sem crime de responsabilidade, fraudulento e a operação Lava Jato, que persegue implacavelmente Lula:

    “Como isso não impactava seu apoio popular foi ao julgamento, à  condenação, depois à prisão e, por último, à interdição, sendo que ele era o que tinha mais apoio da população brasileira em todas as pesquisas. Foi impedido de candidatar-se. Até aquele momento, muitos diziam que Lula estava preso por corrupção, até aquele momento utilizaram de todas as armas para desmoralizá-lo sem conseguir”.

    Segundo a ex-presidente, um acontecimento inesperado que vai abalar a  narrativa dominante é o papel desempenhado pelo jornalista Glenn Greenwald no site The Intercept  Brasil, que revela diálogos entre aqueles que julgaram Lula, principalmente o juiz Moro, e  os procuradores, que visavam uma operação específica cujo objetivo era destruir o Partido dos Trabalhadores:

    “Essas revelações mostram um juiz parcial, político, uma investigação que tem interesses obscuros e escusos e que foram responsáveis por condenar Lula sem provas. Essa é uma das  consequências da campanha contra Lula, a outra é que o sistema de justiça brasileiro, por causa disso, foi corroído porque se a justiça fundamentalmente em nossa sociedade queira manter um caráter imparcial, tem que respeitar o devido processo legal, a presunção de inocência, sobretudo essa senhora que é a justiça tem os seus olhos vendados e uma balança na mão porque não pode ser política e parcial e com Lula,  se sabe hoje, com  ricos  detalhes que foram  parciais, como foram políticos ao condenarem sem a menor prova, sabendo que ele era inocente. O que acontece contra Lula é um complô, é uma perseguição política porque eles sabiam perfeitamente que jamais permitiríamos que derrubassem  a democracia e se implantassem determinadas agendas neoliberais”. Para Dilma, o que está em questão hoje é a soberania nacional, primeiro pela Amazônia:

    “A soberania brasileira está em questão quando Bolsonaro quer abrir a Amazônia a qualquer custo, destrói a fiscalização, a acaba com o controle por satélites dos desmatamentos, manipula dados que se referem às queimadas e os incêndios involuntários que estimulam todos os métodos  ilegais de devastação da Amazônia. Ele faz isso porque querem explorar as grandes reservas minerais que estão no solo amazônico, porque querem explorar as madeiras, querem usá-las para produzir carvão vegetal.  E isso é muito grave porque a Amazônia é o coração do Brasil. É bom que todos saibam que em todos os anos do governo de Lula e do meu reduzimos o desmatamento de forma sustentável e sistemática.  A ONU reconheceu isso em 2014 porque levávamos o melhor programa de combate ao desmatamento e proteção da Amazônia”. Dilma enfatiza a política predatória de Bolsonaro, inteiramente voltada para a destruição do patrimônio público brasileiro:

    “Nós temos uma quantidade de território que é onze vezes o Reino Unido e sete vezes a Espanha. Só se faz isso através de monitoramento de satélites e Bolsonaro demite o cientista, físico e engenheiro, que dirigia o Instituto e que denunciava as queimadas como forma de dar acesso às explorações minerais. Por isso, é muito grave o que faz Bolsonaro porque tem coisas que poderão ser revertidas, outras que não poderão, e Amazônia é uma delas. A outra é a venda das estatais e a privatização das escolas superiores, das universidades e dos institutos, porque no Brasil, sem educação, não se pode tirar as pessoas da pobreza e, ao mesmo tempo, não se consegue acessar as riquezas do solo e a economia do conhecimento. Lula representava tudo isso – a luta antineoliberal e a luta contra o fascismo. Lula representa a junção, a síntese dessa dupla luta.  Lula está preso e todos sabem que ele é um prisioneiro político e um inocente”.

    Em suas conclusões, Dilma assegura que “no Brasil estamos resistindo e iremos resistir  e que só a resistência de todas as pessoas do mundo do trabalho, da cultura, da produção, o mundo que defende o direito das mulheres, que luta pelo meio-ambiente, será o que poderá  transformar novamente o Brasil em uma grande democracia e em um país desenvolvido”.

  • Dilma em Madrid: “A desigualdade no Brasil tem a face dos negros, das mulheres e das crianças e jovens”

    Dilma em Madrid: “A desigualdade no Brasil tem a face dos negros, das mulheres e das crianças e jovens”

    Bruno Falci, de Madri, especial para o Jornalistas Livres,

    A ex-Presidenta Dilma Rousseff, esteve no dia 25 de setembro em Madrid para participar do evento Diálogos Feministas, na representação do Parlamento Europeu. O Jornalistas Livres transmitiu, direto da capital espanhola a mesa de conversa que contou também com a participação de Maria Eugênia Rodriguez Palop, deputada do Podemos no Parlamento Europeu.

    Diante de um grande e participativo público, Dilma iniciou com ênfase sua fala:
    “Quero começar dizendo que eu devo falar sobre a situação dramática do país, dramática para as mulheres, até porque fizeram de nós um dos instrumentos mais duros do fascismo brasileiro que é nos transformar naquelas que destruíram a família. Pelo contrário, a experiência dos governos Lula e meu demonstram  que, no Brasil, qualquer política, seja ela social, cultural, de saúde e educação tem que manter um eixo, principalmente o que visa acabar com a miséria e a pobreza. Esse eixo significa que teríamos que cuidar dos negros – porque a desigualdade no  Brasil tem uma face negra e é uma face de mulher, sobretudo é uma face de crianças e jovens”
    “Por isso, acrescenta Dilma, todas as principais políticas sociais que empreendemos foram centradas na mulher, naquela mulher que sustenta a sua família. 30% das famílias brasileiras têm como cabeça só uma mulher. A destruição das relações familiares têm a ver também com a miséria e a pobreza extrema. Então, todas as nossas políticas de distribuição de renda, por exemplo, Bolsa Família, era destinada às mulheres através de um cartão que ela utilizava no banco.Nós pudemos fazer uma política para 56 milhões de pessoas porque concentramos nossa política na capacidade das mulheres, com o mínimo de alimentação para seus filhos.”

    Dilma Rousseff e a deputada Brasileira na Espanha , Maria Dantas . Foto: Bruno Falci / Jornalistas Livres

    Neste sentido, Dilma ressaltou que mesmo no que refere à habitação – o projeto Minha Casa Minha Vida – garantia que a titularidade para a mulher e não para o homem.
    “ O homem poderia ter uma titularidade acessória, mas a principal titularidade teria que ser para a mulher, justamente por causa de seu papel estratégico”

    Segundo Dilma, há uma pauta específica dedicada às mulheres que deve ser enfatizada, porque há uma tragédia no Brasil que é a violência doméstica como produto do patriarcado. “Tomei algumas iniciativas de legislação – a Lei Maria da Penha ( o nome de uma mulher que se tornou paraplégica por seu companheiro), uma lei do feminicídio que torna crime hediondo r inafiançável o assassinato de mulheres.
    Outro aspecto de políticas públicas voltadas para as mulheres foram as que obrigavam os hospitais a fazer tratamento para as vítimas de estupros e as cirurgias reparadoras. “Esse processo culminou com a Casa das Mulheres Brasileiras. Era onde as mulheres poderiam ter assistência, recorrer às delegacias, varas de justiça exclusivas. Fizemos uma aposta política nos direitos das mulheres”.           Dilma disse também que, no final de seu governo, 37% dos formandos nas universidades eram os primeiros de suas famílias a obterem um diploma, a ter acesso à educação superior e que metade era constituída por mulheres.
    “As mulheres têm uma capacidade de mobilização que é diferente, porque elas percebem que é possível mudar a situação e elas têm uma visão mais comunitária; Não estou desfazendo de nossos companheiros homens, mas da forma pela qual a distribuição de trabalho opera em nossas sociedades”.
    Outra questão abordada pela ex-presidente foi a Amazônia, que ela considera como algo à parte da sioberania.

    “O Brasil só tem soberania se defender a Amazônia, onde vivem 20 milhões de brasileiros. A Amazônia faz parte do coração do Brasil. Só é patrimônio da humanidade porque é do Brasil. Nós defendemos a Amazônia com vários instrumentos. Não podemos colocar um indígena a cada quilômetro Só conseguimos por um sistema de satélites, como o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, que tem quatro programas. Bolsonaro mente quando diz que são as populações indígenas que fazem desmatamento e queimadas. A questão da Amazônia tem a ver com o duplo caráter do governo brasileiro neofascista e neoliberal. o neoliberalismo é contra a Amazônia, assim como a política de austeridade que tira os direitos de educação, de saúde, de meio-ambiente, de ciência e tecnologia”.
    Dilma abordou também a situação da recente reforma da Previdência, que retirou esses direitos e instituindo o trabalho precário como norma, lembrando que o trabalhador mais pobre que é objeto do trabalho precário não terá tempo para de aposentadoria.

    Foto: Bruno Falci / Jornalistas Livres

     

    Dilma acrescentou que o fascismo sempre usou a violência como forma de controle, citando dois casos ocorridos na cidade do Rio de Janeiro: de um lado a morte da vereadora Marielle Franco, executada por milicianos em 2018, e, de outro, o assassinato de Agatha Félix, uma menina de oito anos, vítima recente de uma ação policial em comunidade popular
    “Assim criaram o decreto do porte de armas, que libera o uso de armamentos para todos, e a lei anticrime, que cria uma figura excludente de ilicitude, que significa que um policial que matar em serviço não é  julgado nem punido. Eles dizem que o Brasil é um país violento, mas é tanto mais violento enquanto houver miséria e pobreza, jovens e crianças fora dos quadros da educação. Há também a questão do combate ao crime organizado. Bolsonaro quer combater o crime organizado organizando o crime”.
    Dilma coincluiu afirmando que algumas populações são mais vulneráveis que outras, mas também há algumas que têm lideranças mais ativas. Neste quadro, estão presentes as mulheres.

  • #Paris: Na cidade das luzes, o Brasil está no centro do debate!

    #Paris: Na cidade das luzes, o Brasil está no centro do debate!

    Por Bruno Falci e Karina Morais, de Paris, Especial para o Jornalistas Livres

    A última semana em Paris (15 a 21 de setembro) foi bastante intensa no que se refere ao debate acerca da conjuntura política no Brasil. O Jornalistas Livres acompanhou essa agenda e, hoje, destacamos alguns dos acontecimentos que se inserem nesse debate, ora centralizando as discussões em torno do Brasil, ora dialogando com as pautas que borbulham na efervescência do nosso cenário político. Em todas os eventos subimos conteúdos exclusivos, que nossos leitores podem retomar ao visitar nossa página. De todo modo, comprometidos com a circulação dessas informações, sintetizamos aqui o que acompanhamos dessa semana tão intensa na cidade mais visitada do mundo.

    Festa da Humanidade

    Nos dias 13, 14 e 15, aconteceu a Fête l’Humanité, um dos maiores festivais de esquerda da Europa, organizado pelo Partido Comunista Francês (PCF), por onde circulam cerca de 600 mil pessoas. O evento reúne partidos e organizações do mundo todo, que se encontram para debater temas importantes que envolvem a micro e a macropolítica, bem como celebrar a resistência, envolvidos por shows, performances, exposições e uma diversidade de opções gastronômicas. A festa ocorre há 84 anos e, nesta edição, a ex-presidenta Dilma Rousseff foi convidada de honra. Além de participar da cerimônia de encerramento, com um aclamado discurso sobre a democracia no Brasil, Dilma estampou também a capa do jornal l’Humanité, que informava sua presença em defesa da liberdade de Lula. E não é a primeira vez que uma liderança do Partido dos Trabalhadores é destaque do jornal. Lula protagonizou o editorial do l’Humanité por duas vezes e por duas vezes figurou na capa, sendo que a de maior repercussão o destacava enquanto candidato ao Prêmio Nobel da Paz.

    Para além da presença da primeira mulher eleita à presidência no nosso país – impedida de terminar seu mandato por conta da articulação de um golpe extremamente machista e misógino – o debate sobre o Brasil se expressou de várias formas ao longo do festival: por meio de intervenções artísticas em defesa de Lula Livre, por meio de faixas e cartazes em vários estandes de outros países e por meio de debates que se voltavam à discutir o avanço da ultradireita no Brasil e a consequente perda de direitos das trabalhadoras e trabalhadores brasileiros.

     

    https://www.facebook.com/jornalistaslivres/videos/439439976672392/

    Veja a cobertura feita do grande espaço da fête de L´Humanite pelos Jornalistas Livres.

    Em roda de conversa sobre a sucessão de golpes e sanções contra a América Latina, dado o avanço do imperialismo sobre nossos povos e territórios, dirigentes de diversos partidos de esquerda se colocaram solidários ao povo brasileiro pelo sistemático desmonte nas políticas sociais, sucateando a saúde, a educação e precarizando as condições de trabalho e de vida. Representantes dos partidos comunistas da Venezuela, da Colômbia, do Peru e da França enviaram saudações ao Brasil, por meio do Jornalistas Livres. Confira:

     

     

    O estande France Amerique Latine, além do Comitê de Paris, dividia espaço também com o Partido Comunista do Brasil (PCdoB), com o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), com a Frente Brasil Popular (FBP), com o Comitê Libérez Lula e com uma banca da campanha das argentinas pela legalização do aborto. Disponível estava o abaixo-assinado pela anulação dos julgamentos de Lula, que se somarão a outras 96562 assinaturas arrecadadas em plataforma online. Walter Sorrentino, presidente do PCdoB, discursou acerca da importância da liberdade de Lula dentro do processo democrático e foi também neste espaço que o Coletivo Xote interviu com música, dança e performances, denunciando a ruptura democrática com a prisão política de Lula.

    Depoimento de Diana Daros, do Setor de Educação do MST e coordenadora pedagógica do Instituto de educação Josué de Castro (uma escola do MST).

     

    https://www.facebook.com/jornalistaslivres/videos/2438581336232197/

    Apresentação do Coletivo Xote

    Dilma na Sorbonne

    Cá desse lado do Atlântico, a agenda de Dilma Rousseff foi bastante concorrida. Logo na sequência, a ex-presidenta fez uma longa e disputada conferência na Universidade Paris-Sorbonne (Paris IV), que ocorreu no último 17 de setembro, sob o título: “O Brasil é o país do futuro? Juventude, educação e democracia”. Foi a primeira fala da presidenta após a aparição pública de Michel Temer que confessou ter participado da articulação do golpe, que a impediu de terminar seu mandato.

    Veja a Fala de Dilma Rousseff abaixo

     

    Logo na primeira fileira, Marcia Tiburi, filósofa, candidata a deputada federal nas últimas eleições pelo Partido dos Trabalhadores e que se autoexilou por conta de ameaças, ressaltou a importância do pronunciamento de Dilma naquele momento:

     

     

    No dia seguinte, em 18 de setembro, ocorreu outra conferência com a ex-presidenta Dilma, no Instituto Superior de Relações Exteriores (IRIS), com o eixo “Crise do sistema mundial: quais são as perspectivas democráticas?”, dando continuidade ao debate acerca da defesa da democracia no Brasil e no mundo.

     

    https://www.facebook.com/jornalistaslivres/videos/707520256428968/

    Fala da Dilma Rousseff no IRIS (Parte 1)

     

    https://www.facebook.com/jornalistaslivres/videos/1390650461091836/

    Fala da Dilma Rousseff no IRIS (Parte 2)

    Entre tantas atividades, duas grandes manifestações ocorreram em Paris. Uma, do Coletes Amarelos e, no mesmo dia, em 21 de setembro, pela Greve Climática. Essa segunda responde a uma ação global, em que diversos países organizaram greves, atos e atividades na perspectiva de chamar a atenção para as alterações climáticas no mundo todo, e que diz respeito diretamente aos abusos do mercado, bem como dos governos que não cumprem acordos internacionais de sustentabilidade. Nesse sentido, o debate acerca do que ocorre hoje na Amazônia é central e foi tema também aqui. O “Dia do Fogo”, em que latifundiários, madeireiras e grileiros atearam fogo em diversas áreas da Amazônia, estimulados pelos pronunciamentos públicos e a postura conivente de Jair Bolsonaro, é pauta no mundo todo e reforça o quanto a comunidade internacional reprova essa ação criminosa, que segue dizimando comunidades indígenas, quilombolas e ribeirinhas. Além, é claro, de impor um problema de outra ordem: as propostas dos países imperialistas de intervenção estrangeira e armada na Amazônia. O fato é: no Brasil, na França e no mundo, a Amazônia é a pauta da vez.

    https://www.facebook.com/jornalistaslivres/videos/451165458837385/

    Coletes Amarelos são violentamente reprimidos pela policia de Emanuel Macron, veja a cobertura do confronto feita pelos Jornalistas Livres

    Primeiro dia de Greve Climática em Paris. Um grande ato reuniu dezenas de milhares de pessoas que caminharam da Place de la Nation  até Bercy onde atividades, discursos e debates aconteceram ao longo do dia.

    Depoimento de Célia Xakriabá, liderança indígena brasileira, que é uma das participantes em destaque da greve climática em Paris.

    https://www.instagram.com/p/B2pAe_7BR9X/?igshid=nkbsdi9ennqw

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

    Segundo dia de greve climática em Paris segue reunindo dezenas de milhares de pessoas.

    Nas ruas, nas redes e na academia

    Essa semana ocorreu também, entre 18 e 21 de setembro, o Seminário Internacional ABRE Paris (Associação de Brasilianistas na Europa), reunindo pesquisadores do mundo todo, em especial da comunidade europeia, que se dedicam a estudar o Brasil, a partir de diversas áreas e temáticas. O evento ocorreu na École des Hautes Études en Sciences Sociales e contou com uma mesa dedicada especificamente ao debate sobre a nova direita no Brasil. Também integrou a programação do evento a inauguração, em Paris, do Jardin Marielle Franco, que ocorreu no último sábado e contou com a presença da família de Marielle (mãe, pai e filha), de sua antiga chefe de gabinete e amiga de infância do Complexo da Maré, a deputada da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, Renata Souza (PSOL), a filósofa auto exilada e ex-candidata a governadora no Rio de Janeiro, Marcia Tiburi (PT), a liderança indígena Célia Xakriabá, além de alguns vereadores de Paris, representando a prefeitura. Dezenas de pessoas vieram acompanhar a inauguração e uma enorme fila de pessoas de diversas partes do mundo se formou na entrada do jardim. Por todos os lados, plaquinhas informando que Marielle foi assídua defensora dos direitos humanos. Marielle Franco era vereadora no Rio de Janeiro pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) e seu assassinato ocorreu 14 dias após ser nomeada relatora da Comissão que iria acompanhar a intervenção militar no Rio de Janeiro e 04 dias depois de ter denunciado a violência policial na comunidade de Acari, comunidade na Zona Norte do Rio de Janeiro. Sua morte segue sem respostas, mas com inúmeros indícios de que se trata de mais uma vítima da política do extermínio promovida pelo fascismo que hoje avança no Brasil.

    depoimentos da Mãe e do Pai de Marielle Franco.

    Depoimento de Renata Souza, deputada Estadual do PSOL no Rio de Janeiro, ex-chefe de gabinete de Marielle Franco.

    Depoimento exclusivo de Célia Xakriabá , liderança indígena brasileira

    Depoimento da filosofa Márcia Tiburi.

    Depoimento do vereador de Paris, Hermano Sanches Ruivo, do Partido Socialista Francês, representante da Prefeitura, quer saber quem mandou matar Marielle Franco.

    https://www.instagram.com/tv/B2sTLRUhTe_/?igshid=ub7gbp68a0vr

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

    Nós, Jornalistas Livres, temos acompanhado atentamente os debates que envolvem o Brasil e a América Latina, cá no dito “Velho Mundo”. Essa semana em Paris, mais uma vez, reafirma o quanto se faz presente entre a comunidade internacional as discussões acerca das rupturas democráticas que vem sendo praticadas no Brasil, promovidas por um governo ilegítimo e que só se sustenta por meio de golpes e uma sucessão de medidas de austeridade. A compreensão de que Lula é um preso político e, portanto, não há democracia no Brasil enquanto seu processo não for anulado, é amplamente defendido por aqui. Em todos os eventos em que participamos, parece consensual a leitura de que Lula foi impedido de disputar as eleições por se tratar da maior liderança de esquerda no Brasil, capaz de polarizar com a direita e barrar o projeto do golpe. São questões que seguem em pleno vapor não só entre a militância organizada, mas também entre os parlamentares europeus, a sociedade civil e a comunidade científica. Hoje, somos manchete no mundo, mas as notícias que circulam não são de tempos prósperos. Por outro lado, revelam a construção de respostas coletivas que cada vez mais internacionalizam o debate sobre o que ocorre hoje em nosso país. 

     

    Mãe e Pai de Marielle Franco na Inauguração do Jardim. Foto: Bruno Falci / Jornalistas Livres
    Jardim Marielle Franco, Paris. Foto: Karina Morais / Jornalistas Livres,

     

    Inauguração do Jardim de Marielle Franco em Paris. Foto: Bruno Falci / Jornalistas Livres

    #LulaLibre #LiberezLula #MarielleVive

  • Exclusivo: MST avisa que haverá confronto em despejo de famílias em Eldorado

    Exclusivo: MST avisa que haverá confronto em despejo de famílias em Eldorado

    O despejo de 212 famílias do Acampamento Dalcídio Jurandir, no município de Eldorado do Carajás, não será pacífico. Foi o que deixou bem claro Moisés Costa, um dos líderes do Movimento dos Sem Terra (MST) no Pará, durante sessão especial realizada na tarde de hoje (12) pela Assembleia Legislativa, para debater o desmatamento ilegal no Pará por proposição do deputado Carlos Bordalo (PT)
    Frente às várias tentativas frustradas de se evitar o despejo, marcado para a próxima terça-feira (17), Moisés Costa avisou: “Nós, do Acampamento Dalcídio Jurandir, estamos dizendo pra todo mundo: não sairemos. Só sairemos de lá da mesma forma que tiraram a gente dia 17 de abril”, avisou Moisés Costa, dirigindo-se às autoridades que compunham a mesa da sessão especial, entre as quais a promotora de Justiça Ione Nakamura e a diretora de Fiscalização da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), Andréia Carvalho.
    Ao citar dia 17 de abril, Moisés referiu-se ao massacre de Eldorado do Carajás em 1996, quando, num confronto com a Polícia, 19 trabalhadores sem terra foram mortos. “Pra vocês perceberem, inclusive, a data como é emblemática: 17 de setembro, que vai relembrar 23 anos atrás, 17 de abril”, disse Moisés Costa, para reiterar: “Será que a roda da história está voltando pra trás? É isso de novo que a gente está querendo de novo no Estado? Nós resistiremos”.
    Moisés Costa disse que as famílias alimentavam esperança de que o Governo do Estado iria resolver o problema. Segundo o líder do MST, dia 16 de abril deste ano o governador Helder Barbalho esteve no acampamento para conversar com as famílias. “Ele inclusive se comprometeu com a gente, dizendo que faria esse diálogo, que inclusive chamaria a gente para esse diálogo”, afirmou Moisés Costa.
    De lá pra cá, acrescentou ele, o deputado Carlos Bordalo foi o único a dar apoio ao movimento. Já o governo não teria se manifestado. “A gente se depara inclusive agora com várias reuniões dizendo sabe o quê? Que para vocês têm polícia, tem tropa de choque, vai ter gás de lacrimogêneo”, disse o líder do MST.
    Moisés Costa assegurou que as famílias não querem conflito, mas solução. E apelou: “Se o governo do Estado do Pará, o sr. Helder Barbalho, quiser conversar, quiser realmente ter oportunidade de mudar este Estado, que não mande a polícia dia 17 de setembro lá”.Dia da decisão

    A ordem de despejo das famílias partiu, no dia 11 de junho deste ano, do juiz José Manzutti, titular da Vara Agrária Cível de Marabá, em processo de reintegração de posse impetrado pela Agropecuária Santa Bárbara, do Grupo Opportunity, do banqueiro Daniel Dantas, sobre o qual pesam várias denúncias de crimes ambientais.
    Localizada dentro da Fazenda Maria Bonita, a área foi ocupada em 25 de julho de 2008 pelo MST, e ao longo desses 11 anos se transformou numa área produtiva, segundo estudos da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa). As famílias do acampamento produzem 174 toneladas de farinhas e 184 mil litros de leite, dos quais 175 mil abastecem os municípios da região.
    No acampamento, há 53 tanques de criação de peixes e 45 tipos de hortaliças, frutas e legumes. Dentro da área, foi construída a Escola Carlito Maia, que ensina 175 crianças, que poderão perder o ano letivo com o despejo.

    Denúncia em coletiva

    Amanhã (13), às 9 horas, a Comissão de Direitos Humanos da Alepa irá realizar uma coletiva à imprensa para denunciar que o processo de regularização fundiária da Fazenda Maria Bonita apresentou vício administrativo no Instituto de Terras do Pará (Iterpa), durante a transmissão da propriedade da terra para a Agropecuária Santa Bárbara.
    Presidida pelo deputado Carlos Bordalo, a Comissão de Direitos Humanos da Alepa acompanha o conflito em Eldorado desde 2016 juntamente com a Comissão Pastoral da Terra (CPT) na apuração dos processos de regularização fundiária da área. “A comissão apresentará relatório sobre a denúncia durante coletiva e protocolará representação junto ao Ministério Público do Estado do Pará (MP-PA) solicitando o cancelamento do título definitivo da fazenda”, informa o comunicado à imprensa.

  • Um dos maiores festivais progressistas do mundo pede Lula Livre

    Um dos maiores festivais progressistas do mundo pede Lula Livre

    Por Bruno Falci, Clara Domingos,  Karina Morais e Francisco Mateus / equipe Jornalistas Livres Festa do Avante

    Foto de capa: Karina Morais / Marcha Mundial das Mulheres (MMM)

    Começou nesta sexta-feira (6) a Festa do Avante! 2019, um dos maiores eventos de esquerda da europa, promovido pelo Partido Comunista Português (PCP) desde 1976. Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP, abriu o evento com um discurso que partia de reivindicações, como o direito à creche, à moradia, ao transporte, entre outros serviços públicos, que atingem diretamente o cotidiano da classe trabalhadora. Na sequência da fala, a militância cantou e dançou, dando início ao evento.

    Veja abaixo a transmissão da cerimonia de abertura da Festa do Avante.

     

    https://www.facebook.com/jornalistaslivres/videos/2406827232921269/

    A Festa do Avante acontece nesse final de semana (dias 6, 7 e 8 de setembro) em Seixal, margem sul de Lisboa. O festival português é um dos maiores eventos político-culturais de esquerda do mundo, e conta com uma diversa programação musical, cultural e gastronômica.

    Jerônimo de Souza, Secretário Geral do Partido Comunista Português, discursa na abertura da Festa do Avante ( Foto: DAP Lisboa)

    Acima dirigentes do PCdoB cantando juntos com a militância comunista que se vê na foto abaixo (Fotos: DAP Lisboa)

    A estrutura conta com alojamento, estacionamento, estandes de diversos países e regiões portuguesas em um amplo espaço por onde circulam cerca de 20 mil pessoas. Cerca de 42 excursões partiram de norte a sul do país para a festa comunista. Há também um espaço específico para as crianças.

    Na sequência, ocorreu no estande do Núcleo do Partido dos Trabalhadores, um debate com a Profa. Dra. Ivana Bentes, da UFRJ, que discutiu os usos dos meios de comunicação como ferramenta política e a importância do fortalecimento das mídias livres, como é a experiência do Jornalistas Livres.

    Veja abaixo a transmissão da conversa com a Ivana Bentes

    https://www.facebook.com/jornalistaslivres/videos/1278642202310394/

    A noite se encerrou com o palco de solidariedade à América Latina e Caribe, com representante de diversos países. O Deputado Estadual do Paraná, Zeca Dirceu, pelo Partido dos Trabalhadores, subiu ao palco representando o Brasil, ao lado de um dirigente do PCdoB. O palco contou com representantes de Cuba, Colômbia, Venezuela, além da liderança local, do PCP.

    https://www.facebook.com/jornalistaslivres/videos/418176502159153/

    Acima a transmissão do ato de Solidariedade com a América Latina . Abaixo as falas da liderança do Partido Comunista do brasil (PCdoB) e do Partido Comunista Cubano (PCC)

    https://www.facebook.com/292074710916413/posts/1328110803979460/

     

    A noite seguiu festiva, com uma diversificada programação musical.

    https://www.instagram.com/p/B2F03EhBvZ0/?igshid=qyjl79t20ctu

  • Embaixada do Brasil em Bruxelas amanhece depredada

    Embaixada do Brasil em Bruxelas amanhece depredada

    Por Bruno Falci, correspondente dos Jornalistas Livres em Lisboa

    com informações de 7sur7

    A embaixada do Brasil na Bélgica amanheceu, hoje (05/09), coberta de tinta vermelha, o ataque aconteceu na madrugada de quarta para quinta. Pichações como “Bolsonaro=ecocide” se vê em destaque na faixada do edifício. Marcado em tinta vermelha representando o sangramento da floresta. Os autores do ato ainda são desconhecidos.

    Fica muito claro que o ataque tem ligação direta com os incêndios que estão destruindo a floresta amazônica. O governo de Bolsonaro é acusado de ser o responsável pela destruição desse ecossistema, por conta da politica que ele emprega. como a defesa do agronegócio.

    A Policia da zona de Bruxelas disse que as investigações estão em andamento porem a rua não tem nenhuma câmera que possa ter captado a ação noturna.