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  • Marmitas orgânicas da agricultura familiar beneficiam moradores em situação de rua

    Marmitas orgânicas da agricultura familiar beneficiam moradores em situação de rua

    Uma rede de voluntários e militantes que atuam da produção ao preparo de alimentos orgânicos, saudáveis e da agricultura familiar tem feito a diferença na vida e na saúde de moradores em situação de rua e em condição de vulnerabilidade da cidade de São Paulo, por meio do projeto Lute como quem cuida. Elaborado e colocado em prática de maneira coletiva pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e o Movimento Sem Teto do Centro (MSTC) de São Paulo, o projeto distribui aproximadamente 300 marmitas todos os dias há mais de três meses.

    Por Nara Lacerda, do Brasil de Fato

    A ideia é criar uma rede de solidariedade contínua, que atenda essas populações em um momento delicado, com a crise causada pelo coronavírus. A falta de recursos e trabalho pode agravar ainda mais a insegurança alimentar e nutricional. No Brasil, o acesso a alimentos cultivados sem veneno ainda é limitado. Em parte, pelo preço que as grandes redes varejistas praticam, mas também pela falta de incentivo à agricultura familiar.

    A dirigente do MST no estado de São Paulo Daiane Ramos explica que a campanha teve início no âmbito da Brigada Estadual de Solidariedade Zilda Camargo, formada por militantes de diversos municípios, e cresceu com foco na coletividade. Segundo ela, a intenção é chegar à doação de 30 mil marmitas entre julho e agosto. 

    CLIQUE AQUI PARA CONTRIBUIR COM A CAMPANHA

    “Essa brigada está desde o dia 20 de abril participando desse trabalho intenso de solidariedade para a Rede Rua e o Prédio dos Imigrantes (que abriga pessoas de outros países em situação de vulnerabilidade). No fim ela se estendeu, na parceria com o MSTC. As organizações se unem por uma causa única, de trazer esse alimento saudável e orgânico para essas pessoas mais vulneráveis. Infelizmente, com a covid, vem aumentando esse número.” 

    Mais que a simples doação dos produtos, o projeto tem cuidado especial com a garantia de que essas pessoas vão receber o melhor da produção orgânica do país. Todo o preparo – da higienização ao embalo – segue normas sanitárias criteriosas, que ficaram ainda mais rígidas com a pandemia. O cardápio é definido entre os militantes, mas leva em consideração também as sugestões de quem recebe as marmitas.

    Moradores de rua do centro de São Paulo recebem os alimentos. / Arquivo Brigada Zilda Camargo Ramos

    Os mais de 200 quilos semanais de arroz, por exemplo, vêm de assentamentos do Rio Grande do Sul, que hoje são os maiores produtores do grão na América Latina. A Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF), em Guararema (Região Metropolitana de São Paulo), fornece as hortaliças e o pão. Assentamentos e acampamentos de outros municípios enviam em média por semana 90 quilos de feijão, 30 quilos de macarrão, 230 quilos de carne, 120 dúzias de ovos e 150 quilos de legumes.

    O trabalho é totalmente coletivo e dividido. Cada voluntário tem a oportunidade de passar por diferentes etapas do processo, para ampliação da experiência e dos laços criados entre quem está na colheita e atrás do fogão e as pessoas que recebem os alimentos. Oscar do Nascimento Teles, militante do MST e morador do Assentamento Dom Tomás Balduíno, no Pontal do Paranapanema (SP), faz parte dessa rede. Ele relata o cuidado existente em todo o processo. 

    “Os companheiros estão fazendo isso com muito amor e carinho, porque a gente viu a realidade na rua de quem tá recebendo o alimento. Você ver as pessoas na fila, erguendo as mãos para pegar aquela comida. Isso fortalece demais nosso trabalho na cozinha, em fazer isso com amor, carinho e preparar os alimentos com todo um protocolo de higiene e cuidado. Nessa grandeza que é São Paulo, é um pouquinho que a gente está fazendo, mas de grande proporção. A gente sabe da importância”, finaliza.

    Pela “manutenção imediata da vida”, a iniciativa “Lute como quem cuida” convida a sociedade civil para também colaborar. As doações podem ser realizadas por meio do site da campanha na internet

    Saiba mais: Quem é Carmen Silva, a líder dos sem-teto que a (in)Justiça quer prender
     

  • #LiberteoFuturo: 5 propostas para adiar o fim do mundo

    #LiberteoFuturo: 5 propostas para adiar o fim do mundo

    #LiberteoFuturo.

    Artistas, intelectuais, ativistas e cidadãos do mundo todo, participam desse Movimento.

    • 153 bilionários do mundo concentram mais riqueza do que 60% da população global
    • A emergência climática condena populações humanas e não humanas em um ritmo sem precedentes
    • Movimento #LiberteoFuturo convoca 5 propostas para adiar o fim do mundo

     

    São Paulo, 1° de julho de 2020 – Muitos têm repetido que o mundo não será o mesmo após a pandemia provocada pelo novo coronavírus. O mundo já não é o mesmo, mas o que vem pela frente pode ser ainda pior. Quais as possibilidades de futuro pelas quais queremos lutar daqui em diante? O que é necessário para que ainda seja possível imaginar um futuro onde queremos e podemos viver?

    #LiberteoFuturo
    Altamira – Sobrevoo sobre áreas desmatadas e/ou atingidas pelo fogo na região do médio Xingu. Foto: Marcelo Salasar/ISA

    Assim nasce o movimento #LiberteoFuturo, com o objetivo de inspirar a reflexão crítica e dinâmica sobre a vida pós-pandemia. Lançado oficialmente a partir deste domingo (5), o coletivo não é liderado por uma pessoa ou organização, mas parte do conceito “Eu+1+, a equação da rebelião”, de autoria do poeta Élio Alves da Silva, do Médio Xingu, Altamira, Amazônia. A ideia central é invocar a responsabilidade coletiva ao reunir todos aqueles que querem fazer parte da criação e realização de mudanças na sociedade atual.

    Para abrir a discussão, no domingo (5), das 18h às 20h, será realizada uma manifestação online através do www.manifao.org. A plataforma possibilita a simulação de uma manifestação de rua online, com conversas ao vivo, abertas a diferentes falas, compartilhamento de fotos e cartazes, performances e exibição de projeções por vídeo.

     

    Wagner Moura, Alice Braga, Eliane Brum, Zé Celso Martinez, Joênia Wapichana, Zélia Duncan, Fabiana Cozza, Antonio Nobre, Sérgio Vaz, Carmen Silva, Eliane Caffé, Jacira Roque de Oliveira (mãe de Emicida e Fiote), Tasso Azevedo, João Cezar de Castro Rocha, Déborah Danowski, André Trigueiro, Júlio Lancelotti e Tati dos Santos, são alguns dos nomes de intelectuais, artistas, ativistas e estudiosos que se mobilizaram para apoiar o movimento.

     

    #LiberteoFuturo
    Foto: Sato do Brasil

     

    O objetivo é incentivar a participação e engajamento nas redes de quem quer construir um futuro que não seja passado, e impedir a volta da anormalidade que condena a nossa e as outras espécies. Não queremos um novo anormal. A plataforma será também um grande mostruário da imaginação do futuro neste momento histórico tão particular, que poderá servir tanto como inspiração para ações como para pesquisas em diferentes áreas.

     

    A desigualdade global (e brasileira) atinge níveis recordes: os 2.153 bilionários do mundo concentram mais riqueza do que cerca de 60% da população mundial. A emergência climática provocada por ação humana exige mudança, ou teremos apenas um futuro hostil para as futuras gerações. A maior crise sanitária em um século impôs o isolamento físico, mas não o isolamento social. As ideias não têm restrições, nem fronteiras.

     

    #LiberteoFuturo
    Povo brasileiro.Foto: Lilo Clareto

     

     

    Como funciona?

     

    O movimento se concentra em cinco propostas principais, que disparam perguntas e convidam a imaginar possíveis respostas:

     

    1. Antídotos contra o fim do mundo: imagine como quer viver
    2. Democracia: proponha políticas públicas, assim como mudanças nas leis e nas normas para reduzir as desigualdades de raça, gênero e classe
    3. Consumo: indique alternativas para eliminar as práticas de consumo que escravizam a nossa e as outras espécies
    4. Emergência climática: sugira ações para impedir a destruição da natureza, garantindo a continuidade de todas as formas de vida no planeta
    5. Insurreição: defina a melhor ação de desobediência civil para criar o futuro onde você quer viver!

     

    As propostas devem ser enviadas em vídeos de um minuto cada. Os vídeos devem ser postados em suas redes sociais com a #LiberteoFuturo ou enviados pelo whatsapp +55 11 97557-9830 após o lançamento, no dia 5 de julho.

     

    Em cada um deles, o participante deve dizer seu nome, e a cidade e país onde vive. Estes vídeos serão reunidos na plataforma digital www.liberteofuturo.net. Não há uma data limite para envio dos vídeos, mas após esta primeira fase, a proposta é colocar a mão na massa e formar uma rede de pessoas comprometidas a debater e executar ações, locais e globais, para libertar o futuro.

    #LiberteoFuturo
    Liderança indígena. Foto: Lilo Clareto

     

    Laboratórios Sociais: Liberte o Futuro

    Os “Laboratórios Sociais: Liberte o Futuro” serão jornadas colaborativas de encontros online para facilitar a criação dos futuros sonhados nos vídeos. A partir das provocações iniciadas pelos vídeos, os laboratórios oferecerão espaços de troca e co-criação para aprofundar, planejar ações e criar estratégias para o futuro, executadas no presente.

     

    Serão 10 oficinas com conteúdos de temáticas contemporâneas e transversais, pensadas para contemplar todos os grupos formados. As oficinas serão documentadas em vídeo, gerando conteúdos, que podem inspirar e auxiliar outras pessoas a se mover para libertar o futuro e, assim, mudar o presente.

     

    #LiberteoFuturo
    Templo indígena de Jaguapirú. Dourados, Mato Grosso do Sul, Brasil. Foto: Pablo Albarenga

     

     

    Redes sociais

    Instagram: https://www.instagram.com/liberteofuturo/?hl=pt-br

    Facebook: https://www.facebook.com/liberteofuturo/

    Youtube: https://www.youtube.com/channel/UCHDA4Nfvu9emyq1juLiUoEw/featured

     

    #LiberteoFuturo
    Simão, Dona Leandra e Nardo sentados em frente à sua casa, em Tey’i Jusu, Caarapó, Mato Grosso do Sul, Brasil. Foto: Pablo Albarenga

    Vídeos #LiberteoFuturo para divulgação

     

    Marcial Macome – 1º – Antídoto:

    https://www.youtube.com/watch?v=dvd_qulgUxs&list=PLL_67OKCHFKqGEa0-_PaqeHhaeqkJvyFf&index=27

     

    Blair – 1º – Antídoto:

    https://www.youtube.com/watch?v=8fxiUWa8p08

    Angélica Fettarez – 1º -Antídoto:

    https://www.youtube.com/watch?v=f2fyXlzHhXk&list=PLL_67OKCHFKqGEa0-_PaqeHhaeqkJvyFf&index=8&t=0s

     

    Dona Jacira Roque de Oliveira – 1º – Antídoto:  https://www.youtube.com/watch?v=vmjH29o0iqY&list=PLL_67OKCHFKqGEa0-_PaqeHhaeqkJvyFf&index=10

     

    Raquel Rosenberg – 1º – Antídoto:

    https://www.youtube.com/watch?v=BOG7_HsyVZU&feature=youtu.be

     

    Tati quilombola – 2º – Democracia:

    https://www.youtube.com/watch?v=_SXo0UvW5lQ&list=PLL_67OKCHFKoGjE-q-uvqeSfraaBryIqQ&index=13&t=0s

     

    Zelia Duncan – 2º – Democracia:

    https://www.youtube.com/watch?v=13fLcC6MjqA&list=PLL_67OKCHFKoGjE-q-uvqeSfraaBryIqQ&index=21&t=9s

     

    Pai Rychelmi – 2º – Democracia:

    https://www.youtube.com/watch?v=LYrNTQwnaHM&list=PLL_67OKCHFKoGjE-q-uvqeSfraaBryIqQ&index=7&t=0s

     

    Anita Juruna – 2º – Democracia:

    https://www.youtube.com/watch?v=NWJiwzpB1yA&list=PLL_67OKCHFKoGjE-q-uvqeSfraaBryIqQ&index=26

     

    Beá Meira – 3º – Consumo:

    https://www.youtube.com/watch?v=hLy4dzN4xGY&list=PLL_67OKCHFKoGjE-q-uvqeSfraaBryIqQ&index=8

     

    Mohamed Rabiu – 3º – Consumo:

    https://www.youtube.com/watch?v=5B7a1cm9FNE&list=PLL_67OKCHFKqA3TTA2kAXuFkABqtNcq6u&index=11&t=0s

     

    Nils – 3º – Consumo:

    https://www.youtube.com/watch?v=dPh4peZgDlU&list=PLL_67OKCHFKqA3TTA2kAXuFkABqtNcq6u&index=19

     

    Cesar Pegoraro – 3º – Consumo:

    https://www.youtube.com/watch?v=RBGtNd8kCl0&list=PLL_67OKCHFKqA3TTA2kAXuFkABqtNcq6u&index=20

     

    Hamaguari Pataxó – 3º – Consumo:

    https://www.youtube.com/watch?v=mLBszL5W9T0&list=PLL_67OKCHFKqA3TTA2kAXuFkABqtNcq6u&index=21

     

    Stuart Basden – 3º – Consumo:

    https://www.youtube.com/watch?v=ptTx-HTbyxA&feature=youtu.be

     

    Bel Juruna – 4º – Emergência climática:

    https://www.youtube.com/watch?v=tWuEhUAzyzI&list=PLL_67OKCHFKpOCm4Xyj0ePI4EmuB3liM4&index=19&t=0s

     

    Hamangai Pataxó – 4º – Emergência climática:

    https://www.youtube.com/watch?v=k5_yPrJ9S7I

     

    Fernando Lufer – 4º – Emergência climática:

    https://www.youtube.com/watch?v=OEJKrUvbz1o&list=PLL_67OKCHFKpOCm4Xyj0ePI4EmuB3liM4&index=17&t=0s

     

    André Trigueiro – 4º – Emergência climática: https://www.youtube.com/watch?v=Zn3fEiwTZKQ&feature=youtu.be

     

    Walter Oliveira – 4º – Emergência climática:

    https://www.youtube.com/watch?v=HI2zC7pOVoc&list=PLL_67OKCHFKpOCm4Xyj0ePI4EmuB3liM4&index=14&t=0s

     

    Cacique Giliardi Juruna – 5º – Insurreição:

    https://www.youtube.com/watch?v=SSfwx0SLCVE&list=PLL_67OKCHFKpV9VVBOu5jV4LhqoAvwpZ8&index=23

     

    Padre Júlio Lancelotti – 5º – Insurreição:

    https://www.youtube.com/watch?v=DGB05cWAVW4&list=PLL_67OKCHFKpV9VVBOu5jV4LhqoAvwpZ8&index=21&t=0s

     

    Beá Meira – 5º – Insurreição:

    https://www.youtube.com/watch?v=cSs4sOf5Ep4&list=PLL_67OKCHFKpV9VVBOu5jV4LhqoAvwpZ8&index=9&t=0s

     

    Paul Angme – 5º – Insurreição:

    https://www.youtube.com/watch?v=IldMqf2ckgw&list=PLL_67OKCHFKpV9VVBOu5jV4LhqoAvwpZ8&index=4

     

    #LiberteoFuturo
    Ato pela Educação. foto: Sato do Brasil

     

  • Salve Mestras e Mestres. Financiamento coletivo emergencial

    Salve Mestras e Mestres. Financiamento coletivo emergencial

    SALVE MESTRAS E MESTRES

    Financiamento coletivo emergencial para apoiar mestres de cultura popular durante a pandemia

      Salve Mestras e Mestres

    A iniciativa “Salve Mestras e Mestres!” é uma campanha de financiamento coletivo que tem como objetivo auxiliar mestras, mestres, brincantes e espaços de cultura popular de diversas localidades do Brasil. Devido à COVID-19, esses fazedores de cultura ficaram impedidos de realizar seus trabalhos e festividades, o que significa praticamente a paralisação total de suas atividades, bem como de toda a cadeia produtiva em volta destas manifestações.  Associado a isto, observa-se uma lacuna estrutural no processo de inclusão digital de diversas comunidades, o que dificulta ou torna inexistente a realização de atividades online que possam prover alguma renda, como lives, ou inscrição em editais.

    A iniciativa “Salve as Mestras e Mestres!” pretende juntar R$ 36.000 (incluindo taxas da vakinha e transações bancárias), para serem distribuídos da seguinte forma:

    • R$ 500 para 20 mestras e 20 mestres;
    • R$ 300 para 10 brincantes da cultura popular;
    • R$ 1.000 para 10 espaços de coletivos de cultura tradicional.

     

    O projeto foi lançado na última quarta-feira (27) e contará com atividades online em suas redes sociais, como Instagram e Facebook, incluindo lives com artistas e fazedores de cultura de diversas partes do país durante as sextas, sábados e domingos do mês de junho. As atrações confirmadas para este final de semana são Marcelo Jeneci (SP), (sábado, 30/5 às 20h) e Bumba Boi da Floresta de Mestre Apolônio (MA) (domingo, 31/5 às 17h e às 20h)  . A Programação completa será informada em nossas redes sociais ao longo do mês.

    O movimento é uma iniciativa autônoma independente de brincantes envolvidos em diversas manifestações populares. “Se para toda sociedade esse é um momento difícil, como estão nossos mestres, que tanto nos ensinaram, que tanto podem ensinar e tem se dedicado a manter as tradições populares pelo país por toda suas vidas? Esse foi o pensamento que gerou este projeto e que conta com a sensibilidade de todos os que puderem contribuir para ajudar nossos mestres”.

     

    As doações podem ser feitas pelo link: www.vakinha.com.br/vaquinha/salve-as-mestres-e-os-mestres

    Ou via depósito bancário:

    Salve Mestras e Mestres  – Banco 260 – Nu Pagamentos S.A.

    CPF: 22839554836 (Juliana Bueno)

    Agência 0001

    Conta 91881534-8

     

    Acompanhe:

    Instagram: https://www.instagram.com/salvemestrasemestres/

    Facebook: https://bit.ly/2XFRtpW

    Vídeo de divulgação: https://youtu.be/yHwXcQkrY2Q

    Contato: salveosmestres@gmail.com

    Idealização: Juba Carvalho, Luiza Fernandes, Juliana Bueno, Leandro Dias, Júlia Coelho, Savana Regina, Telita Arantes, Sofia Fajersztajn e Daniel Brás.

    Identidade visual: Daniel Brás

  • Solidariedade que chama? Histórias e esquecidos na São Paulo da pandemia

    Solidariedade que chama? Histórias e esquecidos na São Paulo da pandemia

    Por: PretoClaudinho

    Logo que o isolamento social começou tratamos de mobilizar uma rede de lideranças da favela monte Azul, onde moro, para criar o Comitê Popular para o Enfrentamento a COVID-19 em nosso território, já antecipando problemas que teríamos com a transmissão comunitária do vírus e seu efeito devastador para os mais vulneráveis. Sabíamos que a população mais carente teria dificuldades em cumprir a quarentena e nos preocupamos essencialmente sobre como as pessoas iriam sobreviver?

    No primeiro momento, o comitê elaborou ideias orientadoras e ofereceu aos idosos e grupos de risco da região, a prestação de serviços gratuitos, para buscar remédios em postos de saúde, farmácias, compras em supermercados e padarias, pensando em não expor os velhinhos e as pessoas que com comorbidades, além de produção de materiais explicativos sobre como as pessoas poderiam se alimentar para garantir imunidade e enfrentar a doença, caso tivessem contato com o vírus.

    Quando a fome chegou ao nosso território, resultado do desemprego generalizado, já tínhamos buscado formas de garantir segurança alimentar para o nosso povo. Até agora já conseguimos entregar cerca de 10 toneladas de alimentos e sabemos que precisaremos multiplicar esse número, no mínimo, três vezes mais, para superar a crise com o mínimo de tranquilidade.

    Certo dia acordei, pensando num amigo Africano que conheci em 2018, durante a campanha eleitoral, na qual fui candidato. George Mweu é um artesão e rapper Keniano que na quebrada chamamos de “desenrolado”, ou seja, uma pessoa muito ativa, conversadora, fácil de fazer amizade e simpático.

    George está no Brasil há 18 anos, chegou aqui em 2002, depois de ter passado quase 5 anos na Venezuela, tornou-se um grande admirador de Hugo Chavez e Lula.

    No Brasil, durante os 13 anos de casamento, George morou no bairro de Cidade Tiradentes, zona leste da capital. Depois da separação, deixou o apartamento próprio, onde morava com a esposa e o filho para a família. E aqui começa a saga pela sobrevivência desse irmão Africano.

    George foi morar de aluguel no centro de São Paulo, e é nesse mesmo território, na Praça da República que ganha seu sustento, para custear moradia e alimentação e garantir os alimentos do filho, para isso vendia tecidos e roupas africanas na rua.

    Ao falar com o amigo africano me dei conta que a cidade de São Paulo está ainda mais povoada, em tempos de pandemia, de seres humanos esquecidos. Os relatos são tristes, um deles é o da falta comida na mesa de nossos irmãos e irmãs africanos em São Paulo. Há mais de um mês sem poder trabalhar com os belos produtos africanos esses esquecidos têem como resultado a fome e as ameaças diárias de despejo.

    Textos longos não daria conta de registrar os inúmeros problemas que George me relata.  Diante disso, resolvemos abrir um braço no comitê da Favela Monte Azul para ajudar George e os irmãos de África.

    Conversamos e chegamos a conclusão que seria possível fabricar e vender máscaras desenvolvidas com os tecidos africanos que agora estão parados, para que o povo da cidade de São Paulo possa ser solidário com quem precisa e ao mesmo tempo, tenha a oportunidade de se conectar com os irmãos africanos e com a África.

    Vamos ajudar? Solidariedade que chama? Para comprar as máscaras, mandem mensagens via whatsapp no número (11) 94767-8407

    Claudinho Silva, conhecido por PretoClaudinho, é morador da Favela Monte Azul na zona sul de São Paulo, foi coordenador de juventude na gestão Haddad e hoje é coordenador do SOS Racismo da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

  • Assista a mensagem de Lula no 1o de maio de 2020

    Assista a mensagem de Lula no 1o de maio de 2020

    TEXTO DA MENSAGEM DE LULA NO 1o DE MAIO DE 2020

    “Meus amigos e minhas amigas,

    Trabalhadores e trabalhadoras do Brasil e do mundo,

    Quero começar a minha fala prestando solidariedade aos familiares de todas as vítimas do coronavírus e a todos os trabalhadores e trabalhadoras que estão lutando para salvar vidas em todo o mundo.

    Um vírus desconhecido conseguiu fechar fronteiras, trancar em casa mais de três bIlhões de seres humanos e mudar de maneira dramática a vida de cada um de nós. Há três meses estamos como num longo túnel sem fim, recebendo a cada dia notícias piores que as do dia anterior. A humanidade desperta todos os dias torcendo para que o número de mortos de hoje seja menor que o de ontem. Estamos vivendo os mais tenebrosos dias da nossa história.

    O vírus, que ataca a todos, indistintamente, mostrou que a raça humana não é imortal e pode até desaparecer.

    A História nos ensina, porém, que grandes tragédias costumam ser parteiras de grandes transformações.

    O que nós esperamos, o que eu espero, é que o mundo que virá depois do coronavírus seja uma comunidade universal em que o homem e a mulher, em harmonia com a natureza, sejam o centro de tudo, e que a economia e a tecnologia estejam a serviço deles – e não o contrário, como aconteceu até hoje.

    No mundo que eu espero depois da tragédia do coronavírus, o coletivo haverá de triunfar sobre o individual, a solidariedade e a generosidade triunfarão sobre o lucro.

    Um mundo em que ninguém explore o trabalho de ninguém, um mundo em que se respeitem as diferenças entre um e outro, um mundo em que todos, absolutamente todos, disponham de ferramentas para se emancipar de qualquer tipo de dominação ou de controle.

    Mas as grandes tragédias são também reveladoras do verdadeiro caráter das pessoas e das coisas. Não me refiro apenas ao deboche do presidente da República com a memória de mais de cinco mil brasileiros mortos pelo Covid.

    A pandemia deixou o capitalismo nu. Foram necessários trezentos mil cadáveres para a humanidade ver uma verdade que nós, trabalhadores, conhecemos desde o dia que nascemos. A tragédia do Coronavírus expôs à luz do sol uma verdade inquestionável: o que sustenta o capitalismo não é o capital.

    Somos nós, os trabalhadores. É essa verdade, nossa velha conhecida, que está levando os principais jornais econômicos do mundo, as bíblias da elite mundial, a anunciarem que o Capitalismo está com os dias contados. E está mesmo. Está moribundo. E está nas nossas mãos, nas mãos dos trabalhadores, a tarefa de construir esse novo mundo que vem aí.

    O Brasil sempre foi uma terra de esperanças. Apesar das extremas dificuldades, nós que nascemos e vivemos aqui soubemos enfrentá-las e soubemos nos reinventar para crescer. O ódio e a ignorância se alimentam um do outro e são o oposto do que vai na alma brasileira. Como brasileiro, tenho a certeza que sairemos desta tragédia para um mundo melhor, para um Brasil melhor.

    E é agora, em plena tempestade, que os brasileiros revelam o que são, o que somos: generosos, tolerantes, solidários. E é com esse espírito, essa alegria e essa criatividade que estamos todos lutando para sair das trevas e fazer chegar, o mais depressa possível, o amanhecer da justiça social, da igualdade e da liberdade.

    Espero que a tragédia do Coronavírus seja a parteira do verdadeiro mundo novo que sonhamos.

    Viva o povo trabalhador. Viva o Primeiro de Maio.”

    Luiz Inácio Lula da Silva

    Foto: Ricardo Stuckert

     

  • Marcha Mundial das Mulheres faz 24 horas de ação global contra as empresas transnacionais

    Marcha Mundial das Mulheres faz 24 horas de ação global contra as empresas transnacionais

    Nesta sexta-feira, dia 24 de abril, a Marcha Mundial das Mulheres (MMM) promove uma ação global contra as empresas transnacionais. Neste ano, as 24 Horas de Solidariedade Feminista serão realizadas exclusivamente pela internet, devido à pandemia do novo coronavírus e às recomendações de isolamento social. As atividades denunciam os ataques das grandes corporações sobre a vida das mulheres e sobre a natureza, ao mesmo tempo em que buscam visibilizar as alternativas feministas, construídas cotidianamente por mulheres em movimento no mundo todo.

    No Brasil, a Marcha realizará uma transmissão ao vivo, das 12h às 13h, com militantes de diversos estados do país. Os diálogos podem ser acompanhados pelas redes da organização (Youtube e Facebook). A atividade será repercutida nas redes por meio do uso da hashtag  #SolidariedadeFeminista. Pelo mundo todo, haverão manifestações semelhantes, quase sempre das 12h às 13h. Por conta do fuso horário de cada país, a soma de todas as manifestações resultam em 24 horas de ação global.

    A data foi escolhida para relembrar o desabamento do edifício Rana Plaza, em Bangladesh, no ano de 2013, que matou 1138, sendo que 80% eram mulheres. Nesse pŕedio funcionavam confecções de grandes marcas de roupa, como Walmart, Benetton, H&M e C&A. Um dia antes do desmoronamento, uma imensa rachadura se abriu sobre os andares da edificação, fazendo com que trabalhadoras e trabalhadores das oficinas têxteis se negassem a trabalhar. Contudo, diante da ameaça de perda de empregos, acabaram cedendo. O crime feriu mais de 2.500 pessoas. Desde então, a data marca a luta feminista contra a impunidade das empresas transnacionais que precarizam o trabalho e a vida das mulheres.

     

    5ª Ação Internacional da Marcha Mundial das Mulheres

     

    As 24 Horas de Solidariedade Feminista fazem parte do calendário da 5ª Ação Internacional da MMM, que foi lançada no dia 8 de março. A cada cinco anos, uma Ação Internacional conecta os processos organizativos do movimento e lutas a nível local. Neste ano, “Resistimos para viver, marchamos para transformar” é o lema da Ação. De 08 de março a 17 de outubro, a Marcha mobiliza uma intensa agenda de lutas no Brasil e no mundo.

    As informações sobre o calendário estão disponíveis nos sites da MMM nacional e internacional.

    Acesse: www.marchamundialdasmulheres.org.br/

    marchemondiale.org