Servidores da Fundação Oswaldo Cruz repudiam ação violenta das polícias no Rio de Janeiro

Marcos Vinícius, 14 anos, executado pela polícia em em ação violenta da polícia no Complexo da Maré

O Sindicato dos Servidores da Fundação Oswaldo Cruz – ASFOC-SN divulgou uma nota pública contra as ações das policias do Rio de Janeiro na última quarta-feira, 20, em comunidades do Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio de Janeiro.

A principal acusação é do uso de aeronaves para efetuar disparos a ermo durante uma operação da Polícia Civil e do Exército o que levou a Defensoria Pública do Estado do Rio a ingressar no mesmo dia com um pedido de liminar na Justiça para pedir a proibição de tal prática nas favelas ou lugares densamente povoados.

Durante a ação, oito pessoas assassinadas, sendo uma criança de 14 anos, um adolescente de 18 e um mototaxista atingido por estilhaços de bala.

Há quatro meses a Segurança do estado está submetida a uma intervenção militar comandada pelo golpista Michel Temer e o general Walter Braga Neto.

 

Nota de repúdio à violência na Maré

A direção da Asfoc-SN repudia veementemente as operações realizadas nas comunidades do Rio de Janeiro. Entendemos que tais operações passam por cima de qualquer conceito de civilidade e respeito aos moradores que se veem reféns da criminalidade e das ações das forças de segurança colocadas de forma absurda em meio ao fogo cruzado. Um “modus operandi” que desconsidera a vida e invariavelmente gera mortes, atingindo crianças, idosos e trabalhadores que não têm seus direitos respeitados. Uma clara distinção de classe. Não se imagina esse tipo de operação em algum condomínio ou bairro de luxo no Rio de Janeiro ou em qualquer outra cidade do país.

É inconcebível abrir fogo sobre uma zona residencial. Não é essa política de segurança que queremos. Não é essa a política de segurança que merecemos. Não é essa a política de segurança requisitada pelos moradores das comunidades pegas no meio de conflitos armados. Isso, na verdade, está longe de ser uma política de segurança. Trata-se, sim, de violência do Estado contra o povo.

Nesta quarta-feira (20/06), a comunidade da Maré sofreu mais uma vez com o emprego indiscriminado da violência como “política de Estado”. Um espetáculo dantesco com crianças chorando, agachadas nas escolas, motoristas e transeuntes apavorados, trabalhadores da Fiocruz igualmente aterrorizados.

O uso de aeronaves para efetuar disparos durante uma operação da Polícia Civil e do Exército levou a Defensoria Pública do Estado do Rio a ingressar com um pedido de liminar na Justiça para pedir a proibição de tal prática nas favelas ou lugares densamente povoados.

O saldo nefasto e esperado foi a morte de oito jovens. Um deles, uma criança a caminho da escola, Marcos Vinícius da Silva, 14 anos, baleado pela cultura organizacional e a cadeia de comando que dirigiu a operação irresponsável e contrária ao respeito à vida.

Ultimamente perdemos Marielle, Anderson e Matheus. Hoje choramos por Marcos Vinícius. Não à escalada da violência! Nos colocamos de forma enérgica contra a barbárie e a favor da vida.

DIRETORIA EXECUTIVA NACIONAL DA ASFOC-SN

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