PUC-Campinas abre processo contra alunos e autoriza ação da polícia em caso de ocupação

Na quinta-feira (10), a PUC-Campinas, em São Paulo, abriu um processo contra estudantes do campi que supostamente pretendiam “interferir na posse dos Campi”, segundo alegou no documento.

A ação atingiu quatro integrantes do Centro Acadêmico de Artes Visuais e um membro do Movimento Negro da Universidade de surpresa. A primeira a receber a notícia foi uma estudante da Faculdade de Artes Visuais, que recebeu na porta de sua sala de aula a intimação das mãos de um oficial de justiça.

A intimação veio acompanhada de uma humilhação, já que o oficial estava junto de um advogado e do secretário de segurança da instituição.

Segundo os alunos, a intimação estipula uma multa no valor de R$ 1.000 por dia para cada manifestante identificado caso ocorra ocupação e os convoca para depor no Ministério Público em até 15 dias.

O processo de número 1048415-87.2016.8.26.0114 alega que há um “risco de iminente turbação ou esbulho” na PUC-Campinas por conta de uma possível ocupação. A autora ressaltou receio de ser “molestada na posse que exerce sobre suas unidades” e considera “ilícita” a manifestação que interfira na atividade da Universidade.

O acesso ao local será permitido de forma “ordeira aos alunos que respeitarem as regras internas”.

A PUC Campinas autorizou o reforço policial para que seu pedido seja cumprido.

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ASSEMBLEIA ESTUDANTIL

Os alunos da PUC Campinas se reuniriam na quarta-feira (9) para uma assembleia, mas a forte chuva atrapalhou os planos do movimento estudantil. Sendo assim, os presentes resolveram deliberar as próximas ações em reunião dentro de um local coberto.
“As pautas da discussão foram as mesmas que movem as ações nacionalmente, sobretudo resultantes do dia de hoje que caracteriza a paralisação nacional: a PEC 241/55 e a MP do Ensino Médio. Também seria discutida a pauta interna sobre permanência estudantil”, pontua o movimento estudantil em nota.

A reunião, no entanto, não chegou a acontecer devido às intimações e processo da própria instituição.

Os estudantes acreditam que essa “é mais uma ação que compõe o repertório de coerção e perseguição dos movimentos sociais que estamos acompanhando nos últimos dias diante das lutas que estão se alastrando por todo o país contra este governo golpista. São ações desta natureza que inclusive estão sendo usadas para desmobilizar as ocupações dos secundaristas e alardeadas pela mídia conivente de maneira distorcida para transformar os que lutam contra os retrocessos impostos por este governo à sociedade em inimigos públicos”.

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