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Tag: poluição

  • Graxa na cara?

    Graxa na cara?

    imagens exclusivas, de Veetmano Prem Imprensa© / AgênciaJCMazella

     

     

     

    Há momentos em que palavras perdem qualquer função, são totalmente dispensáveis diante da boa fotografia.

    Boas fotografias muitas vezes são pura tristeza, mazelas.

    Nesse momento que vejo as praias em pranto, tanta areia branca deprimida, campo de guerra e refugiados, apenas uma dúvida tenho, se graxa é melhor do que óleo de peroba para os que trazem a cara de pau por natureza, por descaramento.

     

     

    Praias de Itapuama e Xáreu, cidade Cabo de Santo Agostinho. Litoral Sul de Pernambuco. 
  • É preciso um “fora já”

    É preciso um “fora já”

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    Foram necessários 41 dias para que o Ministro do meio ambiente, Ricardo Salles, formalizasse o plano de contingência do governo federal para conter o maior desastre ambiental da história brasileira.
    Enquanto voluntários se organizavam, colocando a própria saúde em risco, para tentar amenizar os efeitos do derramamento de óleo que atinge 2.000 quilômetros do litoral brasileiro. Enquanto a Justiça, dos Estados do Nordeste, e o Ministério Público Federal cobravam a atuação do governo para adotar medidas para conter a crise, o ministro Salles usava as redes sociais, com vídeo adulterado, para ironizar o Greenpeace.
    Durante as queimadas criminosas que atingiram a Amazônia no mês passado, a atitude de Ricardo Salles foi pegar um avião para a Europa para encontros secretos com empresas multinacionais poluidoras, interessadas na exploração da Amazônia, como revelou o The Intercept.
    Ricardo Salles está condenado por improbidade administrativa e a perda dos direitos políticos, desde dezembro de 2018, por adulterar mapas de preservação ambiental, quando exerceu o cargo de secretário do meio ambiente de Geraldo Alckmin, em São Paulo, para permitir que a Suzano Papel e Celulose despejasse lixo tóxico na várzea do Tietê. A empresa pertence a família Feffer, que é a principal financiadora do grupo “Endireita Brasil”, fundada pelo ministro, e de suas campanhas eleitorais.
    Salles também foi denunciado pelos funcionários da secretaria, às vésperas de deixar o cargo, por tentar vender um prédio público do Instituto Geológico para um amigo pessoal, mentindo sobre o parecer da Consultoria Jurídica que foi contrária ao negócio por gerar danos ao erário. O Ministério Público arquivou o novo processo de improbidade, não por falta de provas, mas, porque o ministro já havia deixado o cargo, o MP conseguiu com a instalação do inquérito que o negócio não fosse concretizado.
    Em agosto deste ano, o Ministério Público de S˜ao Paulo abriu um outro inquérito para investigar a suspeita de enriquecimento ilícito do ministro entre 2012 e 2018, período que ocupou cargos públicos na administração paulista. Em 2012, Salles declarou um patrimônio de 1,4 milhão em bens. Em 2018, quando se candidatou para deputado federal pelo Partido Novo, seu patrimônio era de 8,8 milhões de reais, montante incompatível com os rendimentos de servidor público. Nesse período, Ricardo Salles foi a justiça para reduzir a pensão alimentícia dos dois filhos, alegando que seu salário era baixo demais para cumprir a obrigação. Ele chegou a ser ameaçado de prisão por dever 28 mil reais de pensão para as filhas.
    Depois de disputar a cadeira de deputado federal, Salles foi acusado de abuso de poder econômico e de fazer propaganda antecipada, por aparecer em propagandas publicadas em jornais antes do período eleitora. Por isso, a Procuradoria Eleitoral quer que ele fique inelegível por oito anos.
    O Ministro também foi pego em suas mentiras, ao divulgar durante anos em seu currículo um mestrado em direito público pela Universidade de Yale, onde nunca assistiu uma aula.
    Em uma semana no ministério, Salles usou o Tweeter para atacar o IBAMA por um contrato de 28 milhões, alegando irregularidades. Bolsonaro compartilhou a mensagem do ministro, mas quando vieram as explicações, o presidente foi obrigado a apagar a postagem.
    Não é de se esperar de um governo que tem como exemplo de moralidade torturadores, estupradores e criminosos de toda espécie, exigir probidade dos ministros que escolhe. Agora, que a justiça paulista, tão célere em encarcerar integrantes de movimento sociais e políticos de esquerda, mantenha o país e o planeta reféns de um político condenado, com vastas provas documentais e com tantas evidências de imoralidade no trato público, ocupando um cargo da importância que tem o Ministério do Meio Ambiente, se recusando a julgar um processo engavetado desde dezembro do ano passado, só pode ser visto como escárnio, provocação e cumplicidade.
    Não basta que ONGs denunciem o descalabro da gestão ministerial para ONU e faça protestos pontuais, como a de hoje (23), em frente ao Palácio do Planalto.

     

    É urgente que a sociedade se mobilize para cobrar da justiça o julgamento dos crimes cometidos pelo ministro para que as instituições retornem ao estado de normalidade democrática e possam resolver os problemas que afetam o país de forma séria e segura.
    É preciso um “Fora já” para Ricardo Salles e para a política de destruição do meio ambiente imposta pelo governo federal.
  • Salve geral

    Salve geral

     

     

    Somos poetas dum mundo caduco, desenhistas dum mundo sujo, fotógrafos de lixo, repórteres de cacarecos.

     

    Formas escuras invadem,  manchas de uma noite longa num lençol azul de céu e de mar.

     

    Estou triste, milhões estão.

     

    É queimada no céu, é óleo na água.  A Amazônia Verde e a Amazônia Azul, 

    violentadas, dilaceradas. 

    Os arrecifes de nosso orgulho e bem comum.

     

    Foi o povo que respirou a fumaça, é o povo que limpa sua praia.  

    O Estado?  Lava-se.

     

    Se haverá novas doenças após o fogo e o óleo invasor, é cedo para saber.

    Tartarugas não terão esse tempo para descobrir, nem corais ou imprudentes peixes que por esses mares passeiam.

    Dá-se à natureza um salve geral. 

     

    Serei vento, ventania serei seca.

    Serei aridez.

     

  • Petroquímica de Capuava contamina população com graves doenças

    Petroquímica de Capuava contamina população com graves doenças

    Maria Angela Zaccarelli Marino, médica endocrinologista,  professora da Faculdade de Medicina do ABC, estuda desde 1989 os casos de tireoidite crônica autoimune e hipotireoidismo primário nas Regiões de divisa dos Municípios de Santo André, Mauá e São Paulo.

    A pesquisadora reúne vários trabalhos desenvolvidos na região,  publicados em revistas médicas internacionais, onde escreve “a denominação de tireoidite química autoimune”.

     

     

    Um dos estudos indica que a ocorrência de tireoidite crônica autoimune na população que vive no entorno do Polo Petroquímico de Capuava é cinco vezes maior do que em regiões mais distantes.

    Após a constatação do aumento da incidência da tireoidite crônica autoimune em moradores próximos do Polo Petroquímico de Capuava, foi solicitado pelo Promotor de Justiça do Meio ambiente do município de Santo André, Ministério Público do estado de São Paulo, um trabalho da análise do impacto das emissões aéreas do Polo Petroquímico de Capuava. Este trabalho foi intitulado Mapeamento da Poluição Atmosférica no entorno do Polo Petroquímico de Capuava, para identificação de Áreas de risco potencial à saúde e foi realizado por pesquisadores da Universidade de São Paulo e Faculdade de Medicina do ABC, concluído no ano de 2017.

    Os resultados foram encaminhados para o promotor de justiça do meio ambiente de Santo André para o prosseguimento do inquérito Civil 20/02 -PJMASA), do Ministério Público do Estado de São Paulo.

    Dentre as principais conclusões foi possível determinar que as emissões atmosféricas do Polo Petroquímico de Capuava contém a presença de elementos e compostos químicos com potencial de promover graves danos à saúde humana.

    Entrevista Laura Capriglione e Lina Marinelli, edição Joana Brasileiro Jornalistas Livres

  • Assassinado líder que denunciava poluição da Hydro no Pará

    Assassinado líder que denunciava poluição da Hydro no Pará

    Paulo Sérgio Almeida Nascimento, de 47 anos, foi morto com quatro tiros por volta de 3h30 desta segunda-feira (12). Ele era um dos representantes da Associação dos Caboclos, indígenas e Quilombolas da Amazônia (CAINQUIAMA) que desde 2017 cobrava da prefeitura de Barcarena, no Pará, se a empresa norueguesa Hydro possuía autorização para construção das bacias de rejeito.

    A execução, infelizmente, não surpreende. Em documento protocolado pelo 2° promotor de Justiça Militar, Armando Brasil Teixeira, em 19 de janeiro, foram pedidas “garantias de vida aos representantes da referida associação” diante das ameaças que estavam recebendo. Porém, em 6 de fevereiro o pedido foi negado por Jeannot Jansen, então Secretário de Estado de Segurança Pública e Defesa Social do Pará. No documento, Jansen cita programas de apoio e proteção, como o Provita, PPCAM e Programa de Proteção a Defensores de Direitos Humanos, aparentemente sugerindo que algum deles teria que ser buscado para tentar garantir a segurança dos representantes da associação.

    Dias antes, mais especificamente no dia 1°, outro representante da CAINQUIAMA, Bosco Oliveira Martins Júnior, com ajuda do advogado Ismael Moraes, também havia protocolado um pedido de proteção junto ao Governo de Jatene, o que também foi ignorado.

    Apesar do documento listar ameaças feitas via mensagens de WhatsApp e também relato de casos pessoais, que citam inclusive um capitão da PM identificado como “Gama” e outro militar identificado como José, o parecer de Jeannot foi negativo, obrigando Bosco e sua família a saírem de Barcarena e se esconderem para sobreviver. Entre as ameaças há até mesmo uma recompensa no valor de R$ 40 mil por sua “captura”.

    Na prática, os crimes contra Bosco seriam uma invenção para diminuir sua atuação na região. O mesmo ocorre no despacho de Jansen, em que são listados dez Termos Circunstanciados de Ocorrência (TCOs) e Boletins de Ocorrências (BOs) principalmente sobre crimes ambientais e ameaças, que seriam, de acordo com o advogado Ismael Moraes, resultado da perseguição que o líder comunitário estaria recebendo e não ocorrências de fato.

    Providências

    Após a execução de Paulo, o advogado Ismael Moraes informou que entrou em contato com a Procuradoria da República e irá solicitar que o caso seja investigado em esfera federal e não estadual, o que pode garantir uma investigação mais profunda e correta sobre o caso.

    Novas evidências de que a Hydro de fato vinha cometendo crimes ambientais por conta de sua atuação em Barcarena devem ser anunciadas nesta semana. O Instituto Evandro Chagas (IEC) informou que lança sua segunda nota técnica nos próximos dias. Para a agência Reuters, o pesquisador Marcelo Lima, que participa das investigações, adiantou que o novo documento deve trazer informações sobre um novo duto que teria vazado efluentes no município.

    A Hydro está sendo investigada por uma força-tarefa dos Ministérios Públicos Estadual e Federal que vai apurar os vazamentos de resíduos químicos nos igarapés e rios da região no mês passado, que provocaram fortes e graves danos ambientais às populações da região de Barcarena.

    A poluição foi confirmada em fevereiro pelo Instituto Evandro Chagas (IEC) a partir de amostras de água coletadas em Barcarena, que apresentaram números elevados de diversas substâncias nocivas, como fósforo, alumínio, nitrato e sódio, além da elevação da alcalinidade da águas, atestando uma situação de dano ambiental ao ecossistema local.

    Ainda de acordo com laudo, as populações das três principais comunidades afetadas – Bom Futuro, Vila Nova e Burajuba – possuem, em sua maioria, poços artesianos de baixa profundidade em casa, o que facilita a contaminação pelo resíduo. Uma estimativa prévia é de que pelo menos 300 pessoas tenham sido afetadas pelos vazamentos recentes. Entre os principais danos causados pela contaminação, estão problemas dermatológicos e gástricos, além de possíveis danos respiratórios.

    Outro dado alarmante levantado pelo IEC é que há o “risco eminente de novos vazamentos”, já que o Pará ainda vive o período de chuvas, o que facilita o transbordo das bacias de rejeitos.

    Há meses, o advogado Ismael Moraes informava que mais de 20 bacias teriam sido construídas na área para receberem rejeitos químicos estariam causando problemas ambientais. Com as chuvas dos últimos dias, as bacias ultrapassaram sua capacidade e não foram mais suficientes para conter as substâncias, em especial bauxita, podendo causar um grave quadro de contaminação na cidade.

    http://m.diarioonline.com.br/noticias/…/noticia-492996-.html

  • Vinte mil voluntários vão proteger mil nascentes do Rio Doce

    Vinte mil voluntários vão proteger mil nascentes do Rio Doce

    Ricardo Campos, do Boas Novas MG

    Um exército de 20 mil voluntários vai ocupar uma região entre Minas Gerais e Espírito Santo no Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado em 5 de junho, por uma causa nobre: proteger, num único dia, mil nascentes da Bacia do Rio Doce, uma dos mais importantes, mas também uma das mais castigadas, da região Sudeste. A iniciativa, inédita no país, é do movimento Todos pelo Rio Doce, uma entidade criada no final de 2016 por voluntários amantes do rio e da causa ambiental.

    No mesmo dia 5 de junho o movimento vai também fazer uma grande ação educativa, no maior número possível de escolas de todo o país, tanto públicas como privadas, para conscientizar os alunos sobre a importância da preservação dos rios, tanto para o meio ambiente como para a espécie humana.

    Como a intenção é atingir um grande número de jovens, o movimento está preparando videoaulas sobre o tema para distribuir a todas as escolas interessadas em abraçar a causa. O governo do Espírito Santo, por meio da secretaria de Educação do Espirito Santo está apoiando a ideia e os organizadores iniciaram negociações com a Secretaria de Educação de Minas Gerais.

    “Estamos organizando um grande dia em defesa do rio Doce. Mas precisamos conseguir trazer a sociedade civil para essa causa. Caso contrário, passaremos gerações sem ver o rio plenamente recuperado. Por isso, convido todas as pessoas que sabem da importância da preservação dos nossos rios para participar do movimento Todos pelo Rio Doce”, disse o economista e ativista ambiental Theo Penedo, o idealizador da iniciativa.

    Os números da operação são gigantescos. Para atingir a meta de cercar mil nascentes num único dia, os organizadores vão precisar de 170 mil estacas, 29 mil mourões/esticadores, 2 milhões de metros de arame, 676 mil grampos, 4 mil martelos, 2 mil cavadeiras de 2 bocas, 15 mil peneiras, 15 mil pares de luvas, além de kits de primeiro socorro, alimentos (frutas, água, café) e transporte para os voluntários.

    Cruz Vermelha apoia a causa

    O custo da operação estimado pelo movimento Todos Pelo Rio Doce é de R$ 20 milhões. Mas tudo, absolutamente tudo, virá de doações de empresas e de voluntários que querem ajudar a recuperar o rio. Os coordenadores já conseguiram o apoio do Instituto Terra, que desenvolve há anos um trabalho de recuperação de nascentes, da Cruz Vermelha do Espirito Santo, que ficará encarregada da segurança e da saúde dos voluntários no dia 5, e do governo capixaba.

    Outro grande esforço dos organizadores é reunir, no dia 5 de junho, as 20 mil pessoas necessárias para realizar o trabalho de cercar as mil nascentes. Por enquanto, aproximadamente mil pessoas já se ofereceram para fazer parte desse exército do bem. Uma operação desse tamanho, 100% realizada por voluntários, e num único dia, nunca foi feita no país.

    E o número de 20 mil tem uma explicação. Como a meta é cercar mil nascentes, para cada uma delas é necessária uma equipe de aproximadamente 20 pessoas. A cerca de proteção de cada uma das nascentes tem um raio de 50 metros, o que vai exigir 170 estacas.

    Os voluntários, no dia 5, vão colocar e fixar as estacas, colocar e esticar o arame e pregar os grampos. Previamente, o movimento vai realizar, também com o apoio de parceiros, o roçado ao redor das nascentes, bem como as covas para receber as estacas. Das mil previamente selecionadas, 500 estão em território mineiro, na sub-bacia de Manhuaçu, e as outras 500 no Espírito Santo, na sub-bacia do Baixo Guandu.

    Voluntários em Linhares (ES), em outubro do ano passado, protegeram, dentro de um projeto piloto para o dia 5 de junho, cinco nascentes. Foto – Divulgação

    Projeto piloto no rio Doce

    Por ser uma ação complexa, que vai envolver um grande número de pessoas, ela vem sendo planejada desde meados do ano passado. Em 28 e 29 de outubro do ano passado, foi realizado o primeiro piloto em Linhares, no Espírito Santo, quando foram cercadas cinco nascentes e plantadas 1.500 árvores, com o apoio de 60 voluntários.

    No dia 10 de março, o movimento fará o cercamento de mais 23 nascentes do rio Doce, sendo três em território mineiro e 20 no Espírito Santo, como a última etapa preparatória para o grande dia, que será 5 de junho. Este trabalho também será feito por voluntários que o movimento Todos pelo Rio Doce está arregimentando.

    Inspiração vem da Estônia

    A ideia inicial de organizar uma grande ação para ajudar na recuperação do rio Doce foi do economista capixaba Theo Penedo. Ele conta que assistiu a um vídeo de uma ação de voluntários desenvolvida na Estônia em 2008 para recolher, num único dia, dez mil toneladas de lixo em todo o país. A iniciativa recebeu o nome de Let’s Do it (Vamos Fazer).

    Ativista ambiental, Theo vinha acompanhando, ao longo dos anos, a degradação do rio Doce. O quadro ficou ainda mais grave com o rompimento, no dia 5 de novembro de 2015, da barragem de Fundação, localizada no distrito de Bento Rodrigues, no município de Mariana, que foi o pior desastre ambiental da história do país.

    Rejeitos de mineração da mineradora Samarco se transformaram num tsunami de lama que percorreu 650 km rio abaixo, vilas inteiras ficaram destruídas, 19 pessoas morreram e até hoje os prejuízos ambientais não foram completamente contabilizados. Alguns especialistas, inclusive, chegaram a dizer, na época, que o rio Doce estava morto.

    “Quando assisti ao vídeo, fiquei pensando: por que não fazer algo parecido para ajudar o rio Doce? Conversava com muita gente e percebia que havia um grande interesse em ajudar, mas ninguém sabia como. Convidei um grupo de amigos e em dezembro de 2016 nasceu o movimento Todos pelo Rio Doce”, conta Theo.

    O economista, que é capixaba de Cachoeiro do Itapemirim, conta que o rompimento da barragem da Samarco agravou muito a situação do rio Doce. Mas ele lembra que o rio, que percorre cerca de 853 km entre sua nascente, em Minas, até desaguar no oceano Atlântico, no Espirito Santo, já vinha passando por um processo de degradação há anos e exigia cuidados faz tempo.

    Como se recupera um rio

    A opção do movimento por cercar as nascentes do Doce também tem uma explicação. Segundo especialistas, o trabalho de proteção dos rios está assentado em três grandes pilares: recuperação das nascentes, recuperação das matas ciliares e o esgotamento sanitário.

    Algumas ações dependem de iniciativas do poder público, especialmente das prefeituras municipais. Recuperar a mata às margens dos rios é tarefa de longo prazo, embora também possa ser feita. O movimento entendeu que proteger as nascentes, o que é fundamental para a sua recuperação ou manutenção, era a contribuição mais efetiva que poderia ser dada agora para ajudar no processo de renascimento do rio Doce.

    A bacia hidrográfica do Rio Doce tem uma extensão de 83.400 quilômetros quadrados (o que corresponde ao tamanho de Portugal), dos quais 86% pertencem a Minas Gerais e os outros 14% ao Espírito Santo. Abrange 228 municípios (202 mineiros e 26 capixabas), onde vivem aproximadamente 3,5 milhões de pessoas.  A estimativa é que essa bacia tenha cerca de 375 mil nascentes e, dessas, 350 mil precisam de algum tipo de recuperação ou proteção.

    Pode parecer, então, que a meta de proteger mil nascentes é modesta. Não é. A Samarco, que provocou o pior acidente ambiental do país, com enormes prejuízos ao rio Doce, já conseguiu cercar, desde o desastre, em novembro de 2015, um total de 511 nascentes, como informa a fundação Renova em seu site. Em dez anos, a meta é recuperar 5 mil nascentes. O movimento Todos pelo Rio Doce quer proteger mil, mas em um único dia.

    Serviço

    – Quem quiser ser voluntário no movimento Todos pelo Rio Doce pode se inscrever pelo site: www.todospeloriodoce.com