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  • Eleito pela fé: Crivella derruba quiosque de evangélicos na Vila Kennedy

    Eleito pela fé: Crivella derruba quiosque de evangélicos na Vila Kennedy

    A prefeitura do Rio de Janeiro, gerida pelo bispo licenciado Marcelo Crivella, derrubou quiosques de moradores da Vila Kennedy, na zona oeste do Rio de Janeiro. Entre as pessoas que choravam a dor de perder o seu sustento, estava um casal evangélico. Irônico e trágico. Uma gestão eleita pela fé, conquistada dentro das igrejas, desde o começo mostra a sua face mais cruel, onde o lucro vale mais do que a vida das pessoas.

    Chamada de “Ação de Ordenamento” pela Guarda Municipal do Rio (GM-Rio), Coordenadoria de Gestão dos Espaços Urbanos (Cgeu) e Secretaria de Conservação do Meio Ambiente (Seconserma) a ação conjunta orquestrada por Crivella, aproveitou a presença das tropas, durante a intervenção militar na Villa Kenndy, para promover desgraça na vida de dezenas de trabalhadores que tinham nos seus quiosques, um lugar de dignidade através do trabalho, e espaço onde tiravam o sustento das suas famílias.

    Quem esteve na praça Miami durante a ação, presenciou vários trabalhadores desesperados. O casal evangélico, Leonardo e Luciana Damasceno, se ajoelharam na frente do quiosque para uma oração minutos antes da derrubada do ponto onde os comerciantes mantinham há mais de 15 anos. Eles vendiam lances e seu café da manhã era conhecido na região.

    Luciana tem uma filha de 4 anos e está grávida de 3 meses. Leonardo revelou durante a ação que o casal não tem mais nenhuma fonte de renda. Eles fizeram oração para tentar deter a derrubada promovida pela prefeitura de Crivella, mas a fé não foi suficiente. Não há mais quiosque na praça Miami.

    Veja o vídeo do momento da derrubada dos quiosques:

     

    Por conta de repercussão negativa, o prefeito Marcelo Crivella, enviou comunicado à imprensa classificando a ação da sua prefeitura como exagerada. “Houve uso desproporcional da força”, disse o prefeito em nota.

    Infelizmente, em um Rio de exclusão social, negação de direitos e uso desproporcional de força do Estado contra a população, não adianta apenas fazer oração para que tudo fique bem. É preciso ter a clara compreensão de que fé e política são coisas diferentes e quando uma atua sobre a outra, algo errado está acontecendo, ou poderá acontecer. E aconteceu.

  • O fato de não estarmos lá

    O fato de não estarmos lá

    Artigo de Dani Braz, mestre em Ciência Política e ativista das causas feministas e culturais, com ilustração de Al Margen

    Nos últimos anos a palavra feminismo foi pauta no mundo inteiro. Mulheres nas mais diversas áreas passaram a ocupar espaços importantes e a falar sobre o que enfrentaram para chegar até lá, denunciando, inclusive, situações de abuso. Nos espaços decisórios da política, no entanto, o avanço foi ínfimo, ainda somos pouco mais de 10% ocupando as cadeiras.

    Para além dos mitos já conhecidos, que vão desde “mulher não vota em mulher” até “mulher não se interessa por política”, quero lançar luz aqui sobre as dificuldades reais que uma mulher candidata enfrenta ao “ousar” se aventurar na política institucional. São reflexões que partem da minha própria experiência nestes espaços e se utiliza de três elementos de análise: o fator temporal, a estrutura e um outro elemento que vou chamar aqui de simbólico.

    Na última semana, uma matéria da imprensa de Cascavel/PR elencou os nomes daqueles que já se colocam como pré-candidatos a deputado estadual e federal. Para minha surpresa, apenas um nome apareceu como candidatura feminina entre os mais de 30 nomes levantados dos mais diversos partidos. Isto não quer dizer que não teremos outras candidaturas femininas aqui na cidade e em outros lugares. Conforme a lei, ao menos 30% da chapa precisa ser feminina, sob pena de nomes masculinos serem cortados. O problema é: em que momento essas candidaturas irão aparecer? Provavelmente lá perto do prazo para o registro da candidatura, brotando da cartola como um passe de mágica.

    E aqui o elemento tempo é essencial. Afora as limitações cotidianas de dupla e tripla jornada feminina, o tempo a que me refiro é o tempo da política. Não é à toa que os candidatos estão pensando suas campanhas desde já. A política possui seu próprio tempo e uma candidatura precisa ser semeada e amadurecida para render bons frutos. Ainda mais quando se trata de uma candidatura sem estrutura – como são a grande maioria das candidaturas femininas. Um bom planejamento estratégico é condição mínima para o sucesso da campanha.

    No entanto, nossas lideranças femininas não estão nos núcleos de decisão dentro dos partidos, ou quando muito, nossa presença é só um factoide. Não temos acesso aos debates sobre financiamento de campanha, não participamos das articulações internas e externas, desconhecemos até mesmo avaliações simples de conjuntura política partidária que seriam preciosas para qualquer estratégia eleitoral. Somos lançadas no tabuleiro deste jogo às cegas, posicionadas em casas muito atrás das dos demais jogadores e sem qualquer tática que nos permita equilibrá-lo. E ainda esperam de nós bons resultados.

    O mais importante, porém, está no elemento simbólico, presente de forma sutil no imaginário de todas as mulheres e que é responsável por limitar a própria vontade feminina de entrar nesse jogo. É algo que começa ainda na infância, com o questionamento de uma menina de quatro anos perguntando aos adultos se ela pode ser prefeita quando crescer, já que ela nunca viu nenhuma prefeita em sua cidade; passa por assédios e cantadas baratas dentro dos espaços de poder e termina com risos de subestimação daqueles que lá estão há muito tempo.

    No final é um círculo vicioso que se retroalimenta com mais do mesmo, ao passo que exclui qualquer tentativa feminina – e aqui poderia ser jovem, negra, periférica etc – de entrar no jogo ou mesmo de se manter dentro dele. A falta de representação, neste contexto, se torna mais um forma de violência silenciosa à medida que cala nossa voz e nos invisibiliza. Entender quais são as barreiras estruturais e simbólicas para as mulheres na política é um primeiro passo para romper esse círculo e caminhar para uma sociedade onde todos e todas estejam lá.

     

  • Contra a Reforma da Previdência, manifestantes ocupam as ruas de Campinas

    Por Victória Cócolo, fotos Ana Carolina Haddad

    Ana Carolina Haddad/Jornalistas Livres
    Manifestantes protestam contra a Reforma da Previdência em Campinas.  (Foto: Ana Carolina Haddad / Jornalistas Livres)

    Contra a reforma da previdência, manifestantes vão  às ruas de  Campinas (SP), nesta segunda-feira (19), dia de paralisação nacional. O ato, convocado por movimentos sociais e sindicais teve início no Largo do Rosário e percorreu toda a região central, até a Prefeitura, onde os participantes se dispersaram, por volta das 20h.

    Durante o percurso, a população campineira disse não a Reforma da Previdência, além de pedir por greve geral e criticar duramente o governo municipal de Jonas Donizette (PSB). Houve também, gritos de ordem pela saída de Michel Temer, e contra a intervenção militar no Rio de Janeiro.

    Os manifestantes foram informados, logo após o início da passeata, sobre a suspensão da tramitação de todas as propostas de emenda à constituição (PEC), entre elas a da Reforma da Previdência, mas decidiram continuar o ato.

    O evento levou um público diverso às ruas, dentre jovens, adultos e idosos. Entre as participações mais marcantes, os moradores da Ocupação Nelson Mandela, lembraram de pautas relacionadas ao direito à moradia.

    Segundo a CUT, compareceram aproximadamente 1 mil manifestantes no ato.

    Veja mais fotos da manifestação:

    (Foto: Victória Cócolo/Jornalistas Livres)
    (Foto: Ana Carolina Haddad / Jornalistas Livres)
    (Foto: Ana Carolina Haddad / Jornalistas Livres)
    (Foto: Ana Carolina Haddad / Jornalistas Livres)
    (Foto: Ana Carolina Haddad / Jornalistas Livres)
  • LULA ERROU

    LULA ERROU

    Artigo de Rodrigo Perez Oliveira, professor de Teoria da História da Universidade Federal da Bahia

    Não dá mais pra tampar o sol com peneira, negar o óbvio, defender o indefensável: Lula errou, errou feio e vai pagar por isso. Cansei de ficar fazendo malabarismo retórico na internet, defendendo quem tá errado.

    Paciência é aquele tipo de coisa que tem limite. Errou tem que pagar. Simples assim.

    Não é fácil admitir. Conto quase 32 anos. Votei pela primeira vez aos 16, em Lula. É óbvio!

    Durante a metade desses 32 anos de vida, olhei para o governo federal e vi o partido dos trabalhadores lá, tocando o projeto político que me formou.

    É que sou da geração REUNI, entendem? Me formei como professor e intelectual, da graduação ao doutorado, na universidade pública administrada pelos governos petistas. Todo aquele papo que vocês já conhecem: primeiro universitário da família, e blá, blá blá.

    Trabalhei e estudei muito, muito mesmo. Mas tenho certeza, absoluta certeza, de que não chegaria aqui sem as políticas públicas petistas. Sou um entusiasta da ideia de mérito, pois uma sociedade que não se fundamenta no mérito acaba se transformando no império dos privilégios.

    Não podemos entregar a ideia de “mérito” numa bandeja de prata para a direita. Precisamos disputar essa narrativa, e reconhecer que toda a ascensão social da última década se explica pelo encontro virtuoso entre mérito e política pública.

    Não foi só mérito. Não foi só política pública. É o encontro entre os dois.

    Confesso que é muito difícil pensar o governo federal brasileiro sem o Partido dos Trabalhadores, sem as inaugurações das unidades do Minha Casa Minha Vida. É triste.

    Mas o tempo passa, e na medida em que os governos petistas vão cada vez mais se transformando em ausência, vou conseguindo ter uma leitura mais sóbria disso tudo.

    E como a sobriedade é o terreno da crítica, cá está a minha crítica ao PT e a Lula. O grande erro do PT foi o grande erro de Lula, pois já há algum tempo, Lula é maior que o PT.

    Foi um erro conceitual. Foi um erro de percepção de mundo, de compreensão do que é o Brasil. Justo Lula, tão sagaz, tão sensível para o entendimento da realidade brasileira. Ele errou e errou feio.

    Explico.

    É que algumas ideias circulam como o ar, entendem?

    Algumas ideias estão em todos os lugares, configurando nossos sentidos, mediando nossa relação com o mundo. Se quiserem, podem chamar isso de “senso comum”. A gente nem sabe de onde a ideia veio e por que pensa assim. Mas pensa. É algo tão profundo que se torna quase uma natureza.

    O erro de Lula tá aí. Talvez nem dê pra chamar de erro.

    Não! Vou chamar de erro sim! Não vou aliviar o sapo barbudo. Não dessa vez! Tô nem aí. Chega! Perdi a paciência! Lula é culpado!

    Lula naturalizou uma das principais narrativas de fundação do Brasil, exatamente aquela que define nossas elites como “cordiais”, “paternais”.

    Nossos senhores de escravo seriam mais generosos. Por aqui, o racismo teria sido mais brando. Nossos patrões seriam mais bondosos. Nossa Casa Grande seria a morada não apenas da opressão, mas também do cuidado, da proteção.

    O mito da cordialidade senhorial brasileira é tão forte, mas tão forte, que, de alguma forma, ele se faz presente em todos nós, prefigura a forma como olhamos e a realidade e interpretamos o Brasil.

    O mito da cordialidade senhorial estava em Lula, estimulando sua ação política, a sua interpretação do Brasil.

    “Lula gosta de vida boa e cachacinha. Faz tudo pelos pobres, mas nunca quis incomodar os de cima”, disse Marcelo Odebrecht, em delação premiada.

    Essa frase merecia mesmo um prêmio, um Oscar! O aforismo define Lula com perfeição: Lula se convenceu de que seria possível melhorar a vida dos pobres sem incomodar os de cima. Lula comprou mito da cordialidade senhorial.

    Lula, meus amigos, superestimou as elites brasileiras, achou que essas pessoas fossem capazes de serem melhores do que são. Lula não imaginou que essas pessoas pudessem ser tão baixas, tão ruins.

    Lula pensou: “Porra, é só Bolsa Família. Três refeições por dia. O dinheiro vai pro mercadinho, movimenta a economia. Ninguém vai se incomodar com isso”.

    Lula pensou: “Qual o problema do pobre estudando na universidade? Quanto mais gente estudando, melhor pra todo mundo, mais educada fica a sociedade”.

    Lula pensou: “Quanto mais gente andando de avião, mais as passagens ficam baratas. Melhor pra todo mundo”.

    Lula errou, errou feio, errou rude. Lula não imaginava que as elites brasileiras pudessem ser tão mesquinhas.

    Lula estava convencido de que dava pra melhorar a vida dos pobres sem incomodar os de cima. Afinal, uma coisa não necessariamente resulta na outra.

    Certo?

    Não, não e não.

    Não porque o cálculo dessa gente não é objetivo. Nossas elites não são racionais. Nossas elites são de tipo antigo, estão atravessadas pela noção de privilégio.

    A madame de Copacabana, viúva de militar, pensionista, não quer saber se é melhor, racionalmente falando, viver em um país onde as pessoas comam três vezes por dia. O simples fato de o pobre “ganhar” alguma coisa, uma merrequinha que seja, incomoda a rentista, a parasita que não trabalha, que não produz nada pra ninguém.

    O jornalista do Leblon não quer saber se o aquecimento do consumo é algo positivo pra economia do país. O simples fato de descer do prédio e ver as Tvs expostas nas vitrines das Casas Bahia tocando brega, funk e sertanejo lhe enoja. É isso: ele sente nojo, asco daquela estética, daquele tipo de gente.

    A professora universitária não quer saber se a passagem de avião tá mais barata. Ela olha pro lado e vê o mestiço ali, de bermuda e chinelo, quase encostando nela. Tá muito perto, tá igualado pela posição de consumidor.

    É outra lógica da luta de classes, entendem? É a luta de classes materializada na forma de convívio nos espaços de consumo, de gozo.

    Nossa elite não consegue aceitar o gozo do pobre. Para as nossas elites, o pobre só deve gemer de dor. O prazer é monopólio, é privilégio. Nossas elites são sádicas.

    É com esse tipo de gente que Lula achou que dava pra governar. Lula achou que eles seriam capazes de ceder um pouco, só um pouquinho.

    Lula vacilou, vacilou muito.

    Lula achou que não precisava barbarizar, achou que dava pra todo mundo conviver em harmonia.

    Lula não quis ser caudilho. Não quis cultivar um dispositivo militar. Não quis fechar a Globo. Não quis fazer culto à imagem. Não quis botar um busto de bronze em cada buraco desse país. Não quis um terceiro mandato. Não quis rasgar a Constituição.

    Lula não quis aparelhar o Judiciário.

    Em algum momento, Lula achou que o problema do Brasil estava resolvido, e que era hora de sair de cena. Lula chegou a pensar em abandonar a política, e se tornar uma liderança mundial no combate à fome; um líder identificado com uma agenda humanista, suprapartidária.

    Tolo!

    Lula brincou de republicanismo na terra dos coronéis. Lula errou muito.

    Lula achou que nossas elites o perdoariam, o deixariam em paz.

    Lula achou que essa gente perdoaria sua ousadia.

    Lula achou que poderia se sentar à mesma com eles. Beber o mesmo vinho.

    Eles não engolem, eles não aceitam esse peão cachaceiro, insolente. Analfabeto.

    Lula errou em se deixar levar pelo mito da cordialidade senhorial, e pagou caro, muito caro.

    Pagou com a infelicidade dos filhos e netos, com a morte da companheira de uma vida. Lula sofrerá até o último momento de sua vida.

    Lula será odiado por essa gente mesmo depois de morto. O corpo morto de Lula precisará de escolta, de proteção. Eles vão querer mutilar o defunto, arrancar-lhe as vísceras, salgar o terreno onde será cavada a cova, para que nada mais ali brote. Da cova do operário que ousou ser presidente da República fundada pelos bacharéis, do país forjado no escravismo, nada pode brotar.

    Lula errou, e errou feio e por isso foi condenado.

    O julgamento do dia 24 de janeiro nada teve a ver com o Triplex que não foi comprado. Lula foi julgado e condenado porque superestimou o Brasil.

    Lula achou que o Brasil fosse melhor do que é; achou que o Brasil pudesse ser o que jamais foi, o que jamais será. Quanta pretensão, quanta ousadia! Que todos os juízes do Brasil condenem o criminoso!

     

    Foto Ricardo Stuckert

  • VEJA QUEM VOTOU PELA APROVAÇÃO DE PUBLICIDADE EM UNIFORMES ESCOLARES

    VEJA QUEM VOTOU PELA APROVAÇÃO DE PUBLICIDADE EM UNIFORMES ESCOLARES

    No dia 12 de dezembro de 2017, ocorreu a 96ª Sessão Extraordinária na Câmara dos Vereadores de São Paulo, que aprovou o projeto de Lei nº 520/2001, de autoria do vereador Celso Jatene (PR), que permite que empresas estampem publicidade em uniformes escolares da rede pública municipal.
    O cidadão paulistano precisa saber quem estava presente nesta primeira votação; quem apoiou o projeto ou não fez nada para que não fosse aprovado, e também quem se manifestou contrariamente. Nova votação será realizada e, se for aprovada, seguirá para sanção do Prefeito João Dória Jr.
    Com esta lista, será possível pressionar os vereadores favoráveis a mudarem seu voto ou comparecer para votar contra este projeto na segunda votação.

    Destacamos os 5 únicos VOTOS CONTRÁRIOS dos seguintes vereadores:

    ANTONIO DONATO – PT
    CLAUDIO FONSECA – PPS
    EDUARDO MATARAZZO SUPLICY – PT
    SÂMIA BOMFIM – PSOL
    SONINHA FRANCINE – PPS

    PRESENTES NA SESSÃO QUE APROVOU A PUBLICIDADE NOS UNIFORMES ESCOLARES DAS CRIANÇAS DE SÃO PAULO:

    ADRIANA RAMALHO – PSDB
    ALFREDINHO – PT
    ANDRÉ SANTOS – PRB
    ANTÔNIO DONATO – PT
    ARSELINO TATTO – PT
    ATÍLIO FRANCISCO – PRB
    AURÉLIO NOMURA – PRB
    CAIO MIRANDA CARNEIRO – PSB
    CELSO JATENE – PR
    CLAUDINHO DE SOUZA – PSDB
    CLAUDIO FONSECA – PPS
    CONTE LOPES – PP
    DALTON SILVANO – DEM
    DAVID SOARES – DEM
    EDIR SALES – PSD
    EDUARDO MATARAZZO SUPLICY – PT
    EDUARDO TUMA – PSDB
    FABIO RIVA – PSDB
    FERNANDO HOLIDAY – DEM
    GEORGE HATO – PMDB
    GILBERTO NASCIMENTO – PSC
    GILSON BARRETO – PSDB
    JAIR TATTO – PT
    JANAÍNA LIMA – NOVO
    JOÃO JORGE – PSDB
    JOSÉ POLICE NETO – PSD
    MILTON FERREIRA – PODE
    MILTON LEITE – DEM
    NOEMI NONATO – PR
    OTA – PSB
    PATRÍCIA BEZERRA – PSDB
    REIS – PT
    RICARDO NUNES – PMDB
    RICARDO TEIXEIRA – PROS
    RINALDI DIGILIO – PRB
    RODRIGO GOULART – PSD
    SÂMIA BOMFIM – PSOL
    SANDRA TADEU – DEM
    SENIVAL MOURA – PT
    SONINHA FRANCINE – PPS
    TONINHO PAIVA – PR
    ZÉ TURIN – PHS

  • Arte para além das paredes do museu

    Arte para além das paredes do museu

    “Isso significa a palavra emancipação: o embaralhamento da fronteira entre os que agem e os que olham, entre os indivíduos e membros de um corpo coletivo” – Jacques Rancière

     

     

     

    Foto: Agatha Azevedo | Jornalistas Livres

    Nesta terça-feira, 21 de outubro, a Frente Nacional Contra a Censura (FNCC) de Belo Horizonte reuniu as variadas formas de expressão artística para narrar um novo mundo, onde não haja censura, e que a arte e a cultura possam cantar, dançar, performar, pintar e fotografar livremente, bem como os sujeitos, e que estes possam viver em liberdade, sem o medo da intolerância.Tendo como estopim a exposição de Pedro Moraleida, o Palácio das Artes se tornou alvo de um grupo de pessoas que acusavam o local de ser um antro contra os valores tradicionais, a religião e os bons costumes. Este sensível partilhado trazido pela arte incomodou àqueles cujos interesses caminham sentido à uniformização dos corpos, dos modos de vida e das vozes.

    A exposição “Faça Você Mesmo Sua Capela Sistina”, do artista mineiro, que teve seu trabalho exposto ao lado de nomes como Marta Neves, Randolpho Lamonier e Desali, insitou o caos na cidade, por uma efervescência contra manifestações artísticas que já vinha desde o “Queermuseu”, exposição cancelada no Santander Cultural de Porto Alegre (RS), e a performance “La bête” no MAM-SP, em que Wagner Schwartz interagiu nu com uma criança acompanhada por sua mãe.

    Foto: Maxwell Vilela | Jornalistas Livres

    Prodígio da sua geração, o artista que estudou na Escola de Belas Artes da UFMG e cometeu suicídio aos 22 anos deixou um legado de críticas sociais bastante pertinentes nos tempos atuais de desmanche de um projeto popular de governo e retrocesso em direitos fundamentais.

    De natureza transgressora, a arte sempre foi para ser sentida, ela diz mais de quem a interpela e de suas reações do que do próprio artista que a concebeu. A arte traz reflexões acerca do que está diante de nossos olhos, mas insistimos em não ver, e ativa debates, ideologias e desejos antes negados e silenciados. Afinal, qual o papel do artista, se não incomodar e dar luz à visões de mundo que se contrapõem ao status quo?

    Foto: Maxwell Vilela | Jornalistas Livres
    Foto: Agatha Azevedo | Jornalistas Livres
    Foto: Maxwell Vilela | Jornalistas Livres
    Foto: Agatha Azevedo | Jornalistas Livres
    Foto: Maxwell Vilela | Jornalistas Livres
    Foto: Maxwell Vilela | Jornalistas Livres