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Tag: Plano Diretor Estratégico

  • Santarém sofre pressão para alterar plano diretor na marra, pondo em risco mais uma área de proteção ambiental

    Santarém sofre pressão para alterar plano diretor na marra, pondo em risco mais uma área de proteção ambiental

    Moradores e movimentos sociais de Santarém, no Pará, alertam para mais uma tentativa de modificar Plano Diretor da cidade, para tentar implantar um projeto de zona portuária na região do Lago do Maicá uma área de proteção ambiental e de terras quilombolas. Recentemente empreendimentos imobiliários como o na região do Buriti foram impedidos depois de muita luta e intervenção do Ministério Público. Santarém fica no encontro das águas do Rio Tapajós e do Rio Amazonas. Veja no artigo de Caetano Scannavino com estão sendo feitas as manobras e quais os riscos sócio ambientais e as discussões pertinentes.

     

    PORTO EM MAICÁ? É chamar um Buriti II. De novo…

    Independente da necessidade de uma nova zona portuária, por envolver área de proteção ambiental e terras quilombolas, é pedir pra judicializar. Indo por aí, Santarém não terá um porto tão cedo.

    Num movimento relâmpago, já sob suspeita do Ministério Público se os devidos ritos foram respeitados, a Câmara dos Vereadores de Santarém alterou o documento final de revisão do Plano Diretor Participativo (PDP) do município, construído, debatido e aprovado pela sociedade no final do ano passado.

    A insistência é para trazer de volta a proposta derrotada em plenária para viabilizar grandes empreendimentos portuários na região do Lago do Maicá, um santuário ecológico, berçário natural de diversas espécies da fauna aquática e aves, polo de visitação turística e fonte de renda para mais de 1.500 famílias — a pesca realizada ali contribui com 30% do abastecimento de mercado de peixe na cidade (VAZ, 2016).

     

    Lago do Maicá | Foto: Nilson Vieira

     

    Independente dos que são ou não a favor, forçar a barra pra que seja no Maicá é dar um tiro no pé. Por envolver áreas de proteção ambiental e terras quilombolas, a judicialização será inevitável. E por aí Santarém não terá um porto tão cedo — isso numa cidade já traumatizada com o imbróglio do Loteamento Buriti. Não, não falamos aqui de ideologia, é sobre lei mesmo.

    Difícil aceitar a justificativa do Prefeito Nélio Aguiar para sancionar a proposta, uma admissão de incapacidade do Poder Público ao fugir da responsabilidade de zelar pelo próprio município: “É uma área que se não for destinada pelo plano diretor como área portuária, e a gente não der nenhuma destinação, naturalmente ela vai acabar virando uma nova ocupação. Se é para ocupar de forma desordenada, melhor regulamentar como área portuária, até pelas características, como calado”.

    Ao contrário do que vem sendo alardeado pelo Prefeito e defensores da idéia, um porto no Maicá jamais foi autorizado, nem no primeiro Plano Diretor Participativo (PDP) de Santarém, em 2006. Já em 2017, durante sua primeira revisão decenal, por mais que houvesse pressões a favor, a maioria votou contra. É fato, público e notório.

    I Conferência Municipal de Revisão do Plano Diretor (nov/17) | Foto: Daniel Gutierrez

    Alterar essa decisão é passar por cima de meses de discussões em grupos de trabalho e audiências com representantes dos mais diferentes setores — empresariais, acadêmicos, entes públicos e organizações sociais.

    O Estatuto da Cidade é claro quando rege que os Planos Diretores dos municípios devem ser construídos de forma participativa. A obrigação da Câmara dos Vereadores ao recebê-lo é aceitar o que foi decidido, chancelando o documento aprovado pela sociedade. Alterações se justificam somente para correção de inconsistências jurídicas ou de mérito, como inconstitucionalidades ou propostas que confundem competências de Plano de Governo com Plano Diretor.

    Lago do Maicá | Foto: Nilson Vieira

    Cabe lembrar que o documento final aprovado de revisão do PDP de Santarém reconhece sim a necessidade de se ampliar a infraestrutura portuária do Município. Ele mantém a ideia das três zonas, a começar pelas duas já operantes: a (I), da orla principal da cidade, “destinada ao turismo, projetos históricos, arqueologicos, pesca, embarcações de pequeno e médio porte, com trânsito intramunicipal”; e a (II), da faixa que vai da Av. Borges Leal até o limite da Área de Proteção Ambiental do Maicá, com foco maior no “transporte intermunicipal e interestadual de embarcações de carga e passageiros”.

    A terceira zona ainda está para ser implantada, destinada a “empreendimentos de grande porte e maior impacto ambiental”. No Plano de 2006 também constava uma nova área portuária, na região do Ituqui. Dava-se inclusive um prazo de 24 meses para estudos, definições e detalhamentos. Só que de lá pra cá, nossas autoridades pouco fizeram para viabilizá-la, nem dentro nem fora do prazo. E quando fizeram, foi pelo caminho mais torto, através das insistentes movimentações em torno do Maicá.

    Com apenas o terminal da Cargill na orla principal, é compreensível que os sojicultores da região pressionem por mais um porto pra que deixem de ser reféns de uma única empresa — há ainda o aumento da demanda, o asfaltamento da BR 163…

    Foi sob esse entendimento que o Plano revisado de 2017 encaminhou o mapa do caminho para implantação da Zona III. A nova área portuária seria definida após estudo elaborado por grupo técnico multidisciplinar, formado por membros da sociedade civil e do poder público. Ao contrário dos 2 anos de prazo do Plano anterior, prevê 12 meses.

    Se a Prefeitura tivesse sido mais ágil, se antecipado e instalado o Grupo, quem sabe já teríamos uma solução acordada e definitiva. Se alguns dizem Curuá-Una, outros Ituqui, o desafio é buscar as alternativas menos impactantes e mais inteligentes, no sentido de se implementar a infraestrutura necessária de forma planejada, para que não tenha depois que ser refeito num caminho sem volta.

    Sendo de preferência numa região periférica, seguiria a tendência mundial de deslocar as zonas portuárias para fora dos centros urbanos, evitando o caos, a violência, o trânsito… Nada mal que se aproveitasse a deixa e pensasse em incentivos pra mudar também o Terminal da Cargill para lá, revitalizando a área ocupada pelo porto atual, transformando-a em espaço público nobre para usufruto de todos santarenos, a exemplo do que vem acontecendo em outras cidades.

    Distanciar e ordenar as zonas dos grandes empreendimentos econômicos é fundamental, ainda mais para não comprometer uma região com potencial turístico gigantesco, geograficamente privilegiada, pronta para alavancar serviços de altíssimo valor agregado, valorizar as vocações existentes, qualificar a mão de obra local, atrair investimentos e tecnologias de ponta, bioconstruções, saneamento, energias renováveis…

    Lago do Maicá | Foto: Nilson Vieira

    Há espaço de crescimento para todos, grandes, médios e pequenos, sustentável ao longo do tempo, diversificado, sem necessariamente ficar lastreado apenas ao agronegócio — que por sinal não empregou tanto como o prometido. Continuamos com nossas 9 universidades formando gente que está pegando o avião junto com o diploma.

    Se no Tapajós o tal progresso demora mais para chegar, que se comece pelo futuro, pelo que se tem de melhor, mais updated, pelos acertos, e não pela repetição dos erros passados lá fora.

    É pequeno pensar em portos como fins, em ganhos a partir apenas dos que passam, seja pra entregar, seja pra levar mercadoria. Tão pequeno quanto é responder a isso aceitando qualquer oferta para instalação de indústrias pesadas e poluentes que outros lugares agora arrependidos querem se livrar. Por outro lado, a exemplo do EcoParque em Benevides/PA, não é proibitivo vislumbrar o polo santareno como um “Vale do Tapajós”, uma zona portuária articulada a uma planta industrial de baixo carbono, focada em inovação, pesquisa, tecnologia, biotecnologia, processamento de produtos florestais… Poderia inclusive contemplar zonas intermunicipais nos arredores da BR163, contribuindo como alternativa econômica que vizinhos como Belterra tanto procuram. E não serão nos portos de soja ou combustíveis em paraísos turísticos como Cajutuba que vão achar.

    O que está em jogo não é o desenvolvimento, mas qual caminho seguir, se para muitos ou para poucos, se pra frente ou pra trás, se para passar ou para sempre…

    Lago do Maicá | Foto: Nilson Vieira

    Caetano Scannavino é Empreendedor social, mora na Amazonia, coordenador do Projeto Saúde e Alegria

  • Parque do Ibirapuera, o primeiro da lista das privatizações de Doria Jr.

    Parque do Ibirapuera, o primeiro da lista das privatizações de Doria Jr.

    A privatização dos parques municipais (parte do grande plano de desestatização, de João Doria Jr. assumido por Bruno Covas (PSDB), está acelerado e atropelando tudo.

    A “argumentação” sobre melhorar a gestão e desonerar a Prefeitura (o mantra de sempre), desconsidera princípios do Plano Diretor do Município e a necessidade de PRIMEIRO construir instrumentos específicos de gestão (plano de manejo·, plano de gestão, zoneamento), como afirmam várias entidades e movimentos, de defesa dos parques e especialistas. O Coletivo Direito a CIdade ( veja o texto completo logo abaixo) explica:

    “ A própria Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente, no âmbito do Programa Ambiente Verde e Saudável (PAVS), com recursos do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) produziu em 2008, em parceria com o Instituto Socioambiental a publicação “Parques Urbanos Municipais de São Paulo – Subsídios para a Gestão”, onde recomenda que se elaborem esses instrumentos, de forma participativa, para cada parque, sugerindo seu conteúdo mínimo”

    Todo o processo atropelado de destatização, em especial dos parques, não tem levado em consideração muitas questões levantadas pelas entidades, que criticam os processos de debate com a sociedade, e os rumos do tratamento dos bens de interesse PÚBLICO.

    O parque do ibirapuera é o primeiro da lista e tem mobilizado ações de discussão de todo o projeto de privatização.

     

    AMANHÃ acontece da Câmara de Vereadores de São Paulo uma conversa pública para falar do projeto de privatização dos Parques da Cidade de São Paulo, em especial do Parque Ibirapuera. Das 11h às 14hs Auditório Pedroso Horta, 1º sub-solo.

     

     

     

     

    Plano Municipal de Desestatização– Algumas considerações específicas sobre parques e praças

    Do Coletivo Direito à Cidade

     

    Os parques e praças são equipamentos públicos que integram o patrimônio ambiental da cidade, e, por esse motivo, entendo que deveriam ter excluídos do PL 367/2017 e serem objeto de um projeto de lei específico, pelos seguintes motivos principais.

    • Os parques e praças são tratados no capítulo V do Plano Diretor Estratégico – “Do sistema de áreas protegidas, áreas verdes e espaços livres”. O conjunto dessas áreas, conforme o parágrafo segundo “é considerado de interesse público para o cumprimento de funcionalidades ecológicas, paisagísticas, produtivas, urbanísticas, de lazer e de práticas de sociabilidade”. Essas funções não são mencionadas no PL 367/2017;

    • Os parques integram o Sistema Municipal de Áreas Protegidas, Áreas Verdes e Espaços Livres. (SAPAVEL) Dentre as ações prioritárias do SAPAVEL está a elaboração do Plano Municipal de Áreas Verdes e Espaços Livres (artigo 288, inciso II), incluído na última versão do Plano de Metas. É esse o plano que deverá: I) definir tipologias de áreas verdes e espaços livres; II) criar novas categorias de parques municipais e áreas verdes; III) analisar e enquadrar parques existentes e propostos, inclusive reenquadrando-os quando necessário. Isso porque os 107 parques existentes e os 164 parques propostos pelo PDE tem diferentes características e a definição do que pode ou não pode ser concedido deve levar em conta as diferentes tipologias de parques. E, portanto, estabelecer qualquer instrumento que trate da desestatização de parques e áreas verdes sem realizar o Plano é precipitado e inseguro, porque não temos um instrumento norteador.

    Seis dos 107 parques municipais existentes são Unidades de Conservação e, portanto têm regramento específico federal, o Sistema Nacional de Unidades de Conservação, o qual precisa ser considerado na decisão do que deve ou não ser objeto de concessão;

    • Os parques municipais paulistanos têm Conselhos (Lei Municipal 15.910/, de 27 de novembro de 2013). Qualquer instrumento de desestatização de parques precisa ser discutido com tais Conselhos, cujas atribuições, previstas no artigo 10 dessa lei, não deixam dúvidas que devem opinar sobre qualquer instrumento de desestatização. Não basta, como afirmou o Secretário, que “os Conselhos Serão mantidos porque estão previstos em lei”. O que precisa ficar claro – e o PL sequer cita – é a participação dos Conselhos, desde a definição dos termos de qualquer instrumento de desestatização, concessão ou parceria até a forma de prestação de contas à sociedade.

    • Os parques municipais não tem instrumentos específicos de gestão (plano de manejo[1]·, plano de gestão, zoneamento). A própria Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente, no âmbito do Programa Ambiente Verde e Saudável (PAVS), com recursos do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) produziu em 2008, em parceria com o Instituto Socioambiental a publicação “Parques Urbanos Municipais de São Paulo – Subsídios para a Gestão” (VEJA QUI O DOCUMENTO COMPLETO), onde recomenda que se elaborem esses instrumentos, de forma participativa, para cada parque, sugerindo seu conteúdo mínimo.  Esse instrumento (plano de manejo, plano de gestão , zoneamento, a depender do tamanho e característica do parque), visa estabelecer, de forma socialmente pactuada) – ou seja, no mínimo com aprovação do conselho – diretrizes para a gestão de cada parque, que deveriam nortear as concessões. Sem isso, seria precipitado e prematuro.

    • Quanto às praças, a Lei 16703/2017 poderia ter considerado o disposto na Lei 16.212/2015 – gestão participativa de praças.

    Os motivos acima, que não esgotam o assunto, justificariam a retirada dos parques e praças da Lei e a elaboração de um PL específico ou, pelo menos, a inclusão de um capítulo específico para os parques no substitutivo, que assegure o controle social, condicione o lançamento de editais de concessão à prévia construção do plano do SAPAVEL, e estabeleça no mínimo a obrigatoriedade de elaboração, pela SVMA ou pela concessionária (nesse caso, sob orientação da SVMA) de um conjunto de diretrizes, aprovadas pelo Conselho, para a gestão do parque, a serem executadas pela concessionária.

    Isso foi reivindicado durante o processo de discussão do PL 367, que deu origem à lei, na Câmara Municipal, mas infelizmente não foi considerado.

    [1] Exceção feita ao Parque Natural Fazenda do Carmo, único Parque Natural Municipal com plano de manejo publicado.

  • Balcão de negócios

    Balcão de negócios

    Marcada pela arrogância, prepotência, vinculação da gestão pública com interesses da iniciativa privada e bastante truculência, o “gestor” fantasiado de gari, quer transformar São Paulo em um balcão de negócios.

    Na última quinta-feira, 28/02, em frente à Prefeitura de São Paulo, manifestantes repudiaram a mudança do Plano Diretor – PDE e da Lei de Zoneamento, elaborado ao longo de dois anos, por meio de um amplo processo participativo de vários segmentos sociais de toda a sociedade. Resultado de amplo processo de discussão, a proposta prevê reordenamento e estruturação da cidade e da infraestrutura. O objetivo é o uso da cidade como um “locus” de trabalho, moradia, convivência, circulação, usufruto de bens e serviços públicos e dignidade para os 12 milhões de habitantes do quinto maior municipío do planeta.

    Por meio de carta aberta, cerca de 160 entidades representativas de movimentos sociais, urbanistas, arquitetos, grêmios estudantis, universidade e órgãos de classe, repudiaram veementemente a iniciativa do governo Dória e da Câmara Municipal de São Paulo, de alterar a Lei de Zoneamento, em desacordo com o com o Plano Diretor da Cidade.

     

    A toque de caixa e tentando dar um ar democrático – convocação apressada e abarcando amplas regiões da cidade como toda a zona Leste com audiência na Mooca, Zona Oeste com reunião no Sumaré – o gestorzinho João Agripino, confunde gestão pública com articulação e seletividade em favor de setores da elite dominante, de empresas construtoras , de grandes empreendimentos imobiliários e do capital financeiro, tenta dar mais um golpe na classe trabalhadora, no povo das periferias e no povo pobre da cidade. As mudanças irão apagar conquistas construídas com a Lei de Zoneamento e o Plano Diretor da Cidade.

    Com apenas algumas audiências públicas, anunciadas apressadamente e sem divulgação ampla, mobilização e participação popular, num só golpe propõe acabar com as ZEIS ( Zonas Especiais de Interesse Social, destinadas à construção de moradias populares e equipamentos sociais), redução da outorga onerosa – pagamento de taxas pelo benefício de concessão de aumento do potencial construtivo – construção de prédios mais altos para empreendimentos imobiliários o que irá constituir um Fundo de Urbanização – FUNDURB , Fundo da Prefeitura gerenciado pela Secretaria Municipal Planejamento. O Fundo é destinado à construção de moradias populares com reformas de prédios desocupados em áreas do centro e do centro expandido que já contam com uma infraestrutura urbana de bens e serviços. Outra opção é a construção de moradias populares.

     

    A justificativa do governo Dória, de que estas medidas impulsionariam novos empreendimentos para a cidade é enganosa, pois libera áreas destinadas para construção de habitações de interesse social, para outros fins, abre financiamentos para bancos privados, reduz a contribuição para o FUNDURB, flexibiliza as medidas de proteção ambiental e preservação de áreas rurais previstas para a produção de alimentos com o objetivo de implantação desordenada de loteamentos urbanos sem nenhuma infraestrutura, transformando-as em áreas para outros usos.

    Moradora do Jardim Vera Cruz, 69 anos, e antiga coordenadora do AMAVA Amigos do Movimento do Jardim Ângela e Vera Cruz, Maria Isméria , acredita que a liberação da outorga onerosa vai prejudicar e muito a vida do povo. “Em 15 anos a prefeitura receberia R$ 2 bilhões para fazer melhorias. O Dória não entende de política pública, política pública é educação, arte, cultura, bibliotecas, praças, alegria…, quem não entende de política pública produz desgraça para o povo…”, enfatizou a líder comunitária.

    Foto Cecília Figueira Jornalistas Livres

     

    Gegê uma das lideranças históricas do Movimento de Moradia disse na manifestação “O Dória é o ladrão mais refinado que São Paulo teve nos últimos 10 anos, porque ladrão não é só aquele que rouba o celular na esquina, mas este prefeito está roubando mais que todos, roubando o direito do povo viver com dignidade…”

    Carmem Silva liderança da FLM (Frente de Luta Por Moradia). foto Katia Passos | Jornalistas Livres

     

    Carmen, liderança doa Ocupação do Hotel Cambridge “A cidade de São Paulo, não foi construída pelos ricos, mas pelos índios, pelos quilombolas, pelos trabalhadores que exigem respeito “seu” Dória. São Paulo é a 5ª maior cidade do mundo…, não faça o assassinato que está fazendo que fere a vida do Ser Humano”

    Em entrevista, o presidente do Sindicato dos Arquitetos do Estado de São Paulo. Maurílio Chiaretti se posicionou totalmente contra a revisão da Lei de Zoneamento e da outorga onerosa. Ele lembra que a Lei foi aprovada em 2016, com a participação e trabalho técnico, de profissionais e representantes da sociedade civil, movimentos sociais.

    “Tudo isto está sendo jogado na lata de lixo, um recurso público jogado fora. É uma inversão da visão de cidade que deve ser guiada pelo interesse público para todos: construção de moradia, mobilidade, educação, saúde, saneamento, recursos de lazer, com a justa distribuição de recursos urbanos”, afirmou o sindicalista. A outorga onerosa afeta diretamente o dia a dia, a vida da cidade de São Paulo. Com a autorização de construir edifícios com mais pavimentos, as construtoras são obrigadas a contribuir com taxas que constituem um Fundo Público. Este Fundo permite aumentar os recursos públicos para investir em moradias de interesse social, melhorias urbanas, saneamento, corredores de ônibus, equipamentos que e investimentos que compõem a malha urbana e necessários para dar suporte aos equipamentos de saúde e educação.

    De acordo com o arquiteto, o desconto da outorga onerosa é para facilitar a produção e valorizar as corporações imobiliárias em detrimento da população de baixa renda que precisa de moradia. Na sua avaliação, a mudança das ZEIS atende a pedidos de proprietários e corporações mobiliárias. O Retrofit, permite alterar o uso para outros fins que não o de interesse social. Também a questão ambiental, na Zona Sul a determinação de áreas rurais para preservação ambiental e produção de alimentos para a cidade está sendo revista. “Isto altera todo o interesse público e a lógica de uma cidade mais igualitária e mais justa e com direitos para todos e joga para seus amigos do mercado imobiliário.”, concluiu.

     

  • As áreas rurais e o Plano Diretor de Campinas – Episódio 2

    As áreas rurais e o Plano Diretor de Campinas – Episódio 2

    Neste momento, acompanhamos a elaboração do Plano Diretor de Campinas, que vai guiar o desenvolvimento da cidade pelos próximos 10 anos! Tanto a sociedade civil e quanto o Ministério Público questionam a falta de transparência e participação dos cidadãos no processo. Uma das propostas do Governo é a criação da Macrozona de Expansão com Crescimento Ordenado, que permite a ampliação indiscriminada do perímetro urbano, ou seja, o fim das nossas áreas rurais!

    Para mostrar que Campinas possui produção agrícola importante (apesar do abandono das áreas rurais), os Jornalistas Livres e o Fórum Cidadão pelo Desenvolvimento Rural de Campinas estão produzindo vídeos que trazem um pouco da realidade vivida por esses agricultores. No segundo vídeo da série, apresentamos Seu Cabral e sua esposa, do bairro Carlos Gomes/ Monte Belo, que são produtores rurais há 40 anos. Em seu depoimento, Seu Cabral critica a falta de assistência da prefeitura, as péssimas condições das estradas, a falta de verba para a disponibilização de agrônomos, entre outros.

    Para proteger as áreas rurais, o Fórum pelo Desenvolvimento Rural elaborou a Carta Aberta e Propostas para as áreas rurais da cidade. Segue o link para acessá-las e contribuir com o abaixo assinado.

    Para saber mais, acompanhe a página da Cidade Orgânica

  • A importância das áreas rurais e o Plano Diretor de Campinas

    A importância das áreas rurais e o Plano Diretor de Campinas

    Campinas está em meio ao processo de elaboração do seu Plano Diretor, que estabelecerá o desenvolvimento da cidade pelos próximos 10 anos! O processo é muito questionado pela sociedade civil e também pelo Ministério Público, principalmente pela falta de transparência e participação dos cidadãos. Uma das propostas que o Governo tenta emplacar é a criação da Macrozona de Expansão com Crescimento Ordenado, que irá permitir a empresários e proprietários de terra a ampliação indiscriminada do perímetro urbano. Na prática ela significa o fim das nossas áreas rurais!

    Para mostrar que Campinas possui produção agrícola importante (apesar do abandono das nossas áreas rurais), os Jornalistas Livres e o Fórum Cidadão pelo Desenvolvimento Rural de Campinas estão produzindo vídeos que trazem um pouco da realidade vivida por esses agricultores. Nesse primeiro vídeo trazemos depoimentos de moradores e produtores do bairro Fogueteiro, que sofrem com a expansão do Aeroporto de Viracopos (e a especulação imobiliária do seu entorno) e com a total ausência do poder público. Por lá faltam escolas, postos de saúde, segurança, manutenção de estradas e apoio à agricultura.

    A preservação da área rural é fundamental porque garante a qualidade de vida de todo município e de seus habitantes. Ela preserva nosso meio ambiente (principalmente através da manutenção de suas áreas verdes e da permeabilidade do solo), proporciona segurança alimentar e hídrica, além de valorizar nosso patrimônio histórico e cultural. Por isso, entendemos que é importante manter a área rural do tamanho que é hoje. Mas somente congelar o perímetro urbano não basta, também precisamos pensar em políticas públicas que garantam os direitos básicos das mulheres e homens do campo.

    Pensando nisso, o Fórum pelo Desenvolvimento Rural elaborou a Carta Aberta e Propostas para as áreas rurais da cidade. Segue o link para acessá-las e contribuir com o abaixo assinado: https://tinyurl.com/planorural

    Para saber mais, acompanhe a página da Cidade Orgânica: https://www.facebook.com/acidadeorganica/