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  • Delegado em Santarém tenta imitar a Operação Lava Jato

    Delegado em Santarém tenta imitar a Operação Lava Jato

    Ao receber primeiras informações da tal operação “Fogo do Sairé” que percorreram os noticiários do dia de ontem, fiquei em choque em ver a cara de pau da Polícia Civil de Santarém, de ter a coragem de acusar uma equipe de brigadistas voluntários de incendiários, e de quebra tentar atingir ONGs reconhecidamente comprometidas com o meio ambiente e com as populações da região de Santarém. 

    Mas, se pensarmos nas teses que vêm sendo construídas desde agosto pelo Governo Bolsonaro, tentando incriminar as Ongs da Amazônia pelos incêndios, faz sentido pensar que esta operação tenha tentado atender aos comandos do capitão. 

     

    Do dia do Fogo a operação fogo da Sairé

    Desde de quando uma nuvem negra, fruto da fumaça vinda da floresta amazônica que ardia, cobriu o céu da região sudeste, e ganhou espaço na mídia internacional e nas redes sociais, a primeira estratégia do governo de B. foi acusar a Ongs de estarem por trás dos incêndios. 

    Essa acusação feita em 20 de Agosto de 2019, não teve espaço nem na mídia golpista, que recebeu com descrédito por não haver provas, e por parecer uma reação quase infantil as denúncias graves sobre grupos de ruralistas apoiadores de Bolsonaro que convocavam “o Dia do Fogo”. 

    Imagem de satélite mostra centenas de focos de incêndio (assinalados com cruzes vermelhas) ao longo da BR 163 / Inpe

    Segundo as denúncias feitas em 15 de agosto de 2019, estimulados pelas propostas de afrouxamento das leis ambientais, os apoiadores do seu Jair, convocavam em grupos de whatsapp os colegas a pôr fogo na floresta aproveitando o período tradicional de seca. A reportagem do Brasil de Fato cita que:

    segundo o jornal local Folha do Progresso, era chamar a atenção do governo. “Precisamos mostrar para o presidente que queremos trabalhar e único jeito é derrubando. E para formar e limpar nossas pastagens, é com fogo”, afirmou ao jornal um dos organizadores da manifestação.

     

    Depois disso, o Presidente B., ainda conseguiu quase criar incidentes diplomáticos internacionais contra Emmanuel Macron e outros líderes internacionais indignados com as denúncias, até chegar ao absurdo de agredir nas redes sociais a mulher do presidente da França.

     

    No caso de ontem (26)…

    Foi ainda mais aterrador ver como a grande mídia G., correu em fazer o seu papel de imprensa oficial do Estado do Terror.  

    Tá Okey, nenhuma surpresa, mas ainda sim aterrador. 

    A tal imprensa… do G de GOLPE… mesmo sendo ameaçada pelo seu líder… permanece no seu abusivo papel de manchar a profissão de forma indelével. 

    Segundo a tal nota oficial da polícia, divulgada por esse veículo, a operação acusa também o instituto Aquífero Alter do Chão, a ONG Saúde e Alegria (PSA), e o WWF  (World Wild Fund of Nature), numa intrincada trama onde os jovens brigadistas teriam posto fogo para receber dinheiro de apoio ao combate aos incêndios, a partir da vendas de fotos do incêndio para o WWF. 

    Um áudio foi usado como sustentação da tese do delegado, e exibido com o velho estilo de sempre da mídia G, onde supostamente o brigadistas estariam garantindo aos seus fornecedores que haveria incêndio para as imagens. 

     

     

    Foi interessante repensar isso tudo, e lembrar que na cobertura dos incêndios na região amazônica, a tal imprensa G, fez mirabolantes saídas no seu exercício diário e nacional de enrolação, em que mesmo diante das evidentes responsabilidades do governo do B., ainda conseguia noticiar os incêndios, hora amenizando sua dimensão, e por diversas vezes envolvendo o nome do ex-presidente Lula o comparando com B. Foi tão constrangedor que o apresentador WB ainda teve que se explicar no dia seguinte, por que a opinião pública nacional e internacional caiu matando nas redes sociais. 

    Em nota, divulgada hoje (27.11) o governo do estado do Pará, afirma que: NÃO interfere em investigações da Polícia Civil, que age de forma autônoma, e ressalta que ela não pode agir sem  autorização judicial. E reitera que as ONGs são fundamentais para a preservação das florestas no Estado, e que o Executivo continua parceiro de todas as instituições.

    Delegado de Santarém, querendo fazer espetáculo hollywoodiano

    O principal ouvido na reportagem da imprensa G, é o delegado José Humberto Melo Jr que afirma ter indícios, por meio de interceptação de escutas telefônicas autorizadas. A reportagem até fala de um vídeo postado em redes sociais, que não foi mostrado, que incriminaria o grupo de brigadistas. 

    Segundo o delegado, o WWF teria ainda conseguido doações do ator Leonardo DiCaprio de mais de 300 mil, e a ONG Saúde e Alegria estaria envolvida na trama, segundo a reportagem, pois a fazia doações a Brigada com o CNPJ da instituição. 

    A Brigada de Incêndio de Alter do Chão, manifestou em nota o repúdio às prisões arbitrárias dos brigadistas voluntários:
    Estamos em choque com a prisão de pessoas que não fazem senão dedicar parte de suas vidas à proteção da comunidade, porém certos de que qualquer que seja a denúncia, ela será esclarecida e a inocência da Brigada e seus membros devidamente reconhecida.”

    LEIA outra nota, emitida na tarde de ontem pelo povo Borari, na íntegra:

    Em nota, povo Borari repudia prisão de brigadistas voluntários em Alter do Chão

     

    O WWF negou essas afirmações em nota, afirmando que não comprou nenhuma imagem, e que fez uma doação de cerca de 70.000 para a Brigada de voluntários de Santarém, na figura jurídica do Aquífero Alter do Chão, para compra dos equipamentos para combate a incêndio. Leia a íntegra da nota.

    Caetano Scannavino coordenador do projeto Saúde Alegria que estava em Brasília numa audiência na Câmara dos Deputados fez alguns esclarecimentos na transmissão do Fórum Permanente de Defesa da Amazônia, e por esse motivo conseguiu atenção no Jornal das 21 horas da mídia G.

    Ele se disse preocupado com a forma como a polícia invadiu a instituição e com os equipamentos e documentos originais que foram apreendidos, que não sabe até agora quais são as acusações. Afirmou que assim como outras ONGs, apoia e vai continuar apoiando os Brigadistas de Alter do Chão, para somar esforços contra as queimadas e incêndios da região. Que em relação a prestação de contas, que seus balanços sempre foram públicos e que são frequentemente auditados. Inclusive um dos últimos prêmios que receberam, foi uma certificação em gestão.

    Perguntado sobre a investigação ter motivação política, o coordenador não quis fazer fazer acusações, mas lembra que tem feito em seu blog e redes sociais diversas denúncias sobre a exploração imobiliária na região. Publicamos um dos seus artigos em:

    Santarém sofre pressão para alterar plano diretor na marra, pondo em risco mais uma área de proteção ambiental

    Também recomendamos a leitura do artigo sobre a grilagem de terras, publicado originalmente na Carta Capital:

    Amazônia: garimpos jogam ‘uma Brumadinho’ a cada 20 meses no Tapajós

     

    Conheça mais sobre o projeto Saúde e Alegria em:

    Como atua a ONG Saúde e Alegria, acusada de envolvimento em incêndios florestais

     

  • O TAMANHO DO GOLPE

    O TAMANHO DO GOLPE

    Por Leandro Pedrosa, especial para os Jornalistas Livres

    Inconformados com a farsa indecente do tribunal de Porto Alegre, representantes da oposição têm pregado a desobediência civil como arma de resistência. Em outras palavras, não dá para aceitar que as instituições ditas democráticas atuem contra o povo de forma tão descarada. E é fato: confrontadas com qualquer pesquisa de opinião, as medidas da quadrilha de Michel Temer, do Judiciário desacreditado e do Congresso movido a dinheiro grosso vão em sentido completamente oposto ao que o Brasil deseja. Por que então respeitá-las?

    O raciocínio está certo na essência, mas as ideias só se tornam uma força de mudança ou expressão material quando ganham as grandes massas. Sem isso, viram gritos parados no ar, teses de academia ou expedientes para ilustrar biografias timoratas.

    Cabe reconhecer que a gangue golpista vem impondo derrotas institucionais ao povo, uma atrás da outra. Derrubou uma presidenta eleita, impôs uma reforma patronal apelidada de trabalhista, trama o fim da aposentadoria, vem entregando a principal riqueza nacional aos tubarões das finanças internacionais, blinda nos tribunais a direita –principalmente de plumagem tucana — e espera guilhotinar a maior liderança popular da história do país diante do espanto mundial.

    Lula é condenado por ter um imóvel que não é seu, por lavar um dinheiro que não apareceu, por atos que são desconhecidos (“indeterminados” na palavra dos algozes) e é tratado como um fugitivo sem nunca ter fugido. Ninguém se engane: o plano, o desejo dos títeres que tomaram de assalto as três esferas de poder, sob comando do capital internacional e tendo como porta-voz a mídia tropical –o plano e desejo deles é encarcerar o líder disparado nas enquetes sobre as eleições de 2018 para sufocar na masmorra o sonho de qualquer um que imagine um país próspero, menos desigual e soberano nas suas decisões.

    A ofensiva dos meios de comunicação apodrecidos não deixa dúvidas. Após o julgamento, os donos dos ditos grandes jornais e das redes de TV riem às gargalhadas. Surrupiando um espaço de concessão pública, alimentados por isenção de tributos e empanturrados com o dinheiro da publicidade paga com impostos de todo o povo, esses abutres de ofício fazem troça das vozes que se insurgem contra o estado de exceção. A máfia dos Marinhos, a irmandade Frias, os Mesquitas falidos, os Civita de aluguel, os Saad “terratenientes” e colunistas a seu serviço oferecem como prêmio de consolação ao povo uma “democracia” em que eles escolhem quem pode ou não participar.

    A resposta a isso, porém, não pode ser apenas a verborragia radicalizada, sob pena de se cair no jogo do adversário. É preciso ganhar a adesão MILITANTE dos milhões de desempregadas e desempregados, dos jovens privados do futuro, dos trabalhadores lançados à condição de boias-frias “legalizados”. Cumpre organizar a resistência, e para isso não basta discurso.

    Os responsáveis por transformar em “força material” a insatisfação generalizada têm que tomar consciência da sua responsabilidade. De nada adianta anunciar “greve geral” a cada duas semanas, como se as lideranças sindicais brasileiras fossem capazes, como as argentinas, por exemplo, de colocar do dia para a noite trezentas mil pessoas nas ruas em manifestações. Essa prática ufanista só faz desmoralizar as forças progressistas.

    Um metalúrgico, bancário, comerciário precisa ser conquistado no seu lugar de trabalho; um jovem, no seu local de estudo; os desempregados, nos bairros em que vivem. Pergunta: quanto comitês em defesa de Lula, de adesão ao abaixo-assinado por eleições sem fraude, de rejeição à reforma patronal e contra o fim da aposentadoria foram criados pelos burocratas especializados em bradar greve geral e desobediência civil? A resposta todos sabem e já diz tudo sobre o momento atual.

    As mudanças são feitas por cidadãos de carne e osso, que têm compromissos com a família, medo de perder o emprego, de deixar de prover seus filhos e, isto mesmo, de sair em campo colocando em risco a própria vida diante do monopólio das armas nas mãos dos golpistas. Cada um destes brasileiros precisa estar convencido de que é possível ganhar porque, além de a causa ser justa, não está sozinho. Um empregado numa fábrica precisa saber que seus companheiros de trabalho estão juntos com ele neste combate. Isso só se faz com organização cotidiana.

    Os golpistas sabem disso, tanto que operam incessantemente para desmoralizar a resistência. Além da lavagem cerebral diária praticada pela mídia calhorda, trataram de cortar os fundos da imprensa independente, asfixiar financeiramente os sindicatos e humilhar, pelo desemprego seletivo, as correntes de oposição.

    Os dirigentes progressistas devem demonstrar nos atos que percebem o tamanho da batalha. A vitória não está garantida automaticamente porque o “povo é contra”. Menos conversa e mais trabalho. Na base, no chão de fábrica, não nas saletas refrigeradas de lideranças sindicais e parlamentares que já têm a vida ganha no fim do mês. Lula é um exemplo a ser seguido. Poderia muito bem refestelar-se no conforto à base de palestras e convites dignos de quem deixou o governo com quase 90% de popularidade. Mas não. Viaja pelo país de ônibus, sem benesses materiais ou qualquer outro conforto, sempre para se manter ligado ao povo.

    Cara a cara. Olho no olho. Lado a Lado. Este é o caminho; o resto é derrota garantida.

  • Na mídia oficial, a verdade entrou em greve

    10h45, na TV. Fala o apresentador: “Aos poucos, tudo vai se normalizando em São Paulo. O transporte já está funcionando. Vamos saber ao vivo como está a situação nas estações de trem”.

    Repórter: “Vamos falar com um passageiro”.

    Passageiro: “Poxa, vi na televisão e ouvi no rádio que já tinha trem e vim prá cá. Cheguei há meia hora e tá tudo parado.”

    Volta rápido para o apresentador com sorriso amarelo: “Bem, o transporte tá voltando aos poucos…”, nem aí para as imagens ao fundo mostrando trilhos absolutamente vazios, sem nenhum vestígio de vagões. Algo como descrever uma chuva torrencial num dia que todos veem ensolarado.

    Situações parecidas, dignas de pastelão, povoaram a grande mídia durante toda a manhã. Num esforço patético, âncoras histéricos anunciavam de minuto em minuto o esvaziamento da greve, quando as imagens e a frustração dos (poucos) candidatos a passageiros provavam o contrário. A paralisação não arrefecia. Mas dane-se a verdade.

    Os “comentaristas”, esses então fizeram um pacto com o ridículo. “Essa greve foi um tiro no pé. Uma minoria radicalizada tentando impedir as pessoas de trabalhar”, ouviu-se na rádio CBN. Pouco importa se o movimento se alastrou por 25 estados mais o Distrito Federal, informação facilmente verificada mesmo nos portais ligados aos conglomerados nos quais trabalham os tais “comentaristas”.
    “Ah, mas a greve foi só dos transportes, por isso ninguém foi trabalhar”. O mantra foi martelado sem cessar pelos porta-vozes da liquidação dos direitos do povo. Primeira questão: alguém já viu uma greve geral exitosa no mundo ou na história em que os transportes não ocupem um papel vital? Segunda: como explicar o que ocorreu no ABC, onde os operários fizeram questão de ir até a porta das montadoras para decidir em assembleias não entrar nas fábricas?

    Uma das maiores provas do sucesso retumbante da greve geral foi o número diminuto, quase inexistente, de conflitos entre os próprios trabalhadores. Sabe-se muito bem: quando movimentos não contam com a adesão da maioria, multiplicam-se confrontos, muitas vezes sangrentos, entre piquetes e os que se recusam a aderir. Hoje isso praticamente inexistiu. Na falta disso, as TVs  – Globo principalmente – reprisaram um conflito localizado no aeroporto Santos Dumont para vender a imagem de um movimento sustentado na violência.

    Violência houve, e está havendo. Sua origem é a ação covarde, como habitual, das forças de repressão. Mais uma vez, muitos trabalhadores indefesos sofreram com bombas, cacetadas e humilhações. Dezenas foram presos por exercer o direito democrático de se manifestar. Tais imagens não tiveram destaque na mídia oficial, embora apareçam às centenas nos veículos da mídia independente. Basta consultar as páginas dos Jornalistas Livres.

  • Ato em SP enterra a mídia golpista

    Ato em SP enterra a mídia golpista

    Acontece agora (19h15) ato no vão livre do MASP contra 6 famílias que controlam a mídia nacional (Abril, Globo, Folha de São Paulo, Estadão, Bandeirantes e SBT) e contra monopolização dos meios de comunicação. O protesto foi organizado pela Frente Brasil Popular e a FNDC. O ato deve caminhar até a Gazeta.

    Também participam do ato integrantes da Marcha Mundial das Mulheres e do MST

    “Esse é um ato nacional, aconteceu o dia inteiro em vários estados. Ações de escracho que carimbaram os veículos como golpistas, principalmente a rede globo”

    fala do Rafael Soriano setor de comunicação do MST

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