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  • TODO APOIO À AMELINHA TELES e SUA FAMÍLIA

    TODO APOIO À AMELINHA TELES e SUA FAMÍLIA

    Amélia Teles, mais conhecida por Amelinha, é uma guerreira imprescindível para o Brasil. Para alertar o país sobre a barbárie que foi a Ditadura Militar, ela contou sua história de resistência e sofrimento no horário eleitoral do candidato Fernando Haddad. Amelinha foi torturada pelo coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o ídolo de Bolsonaro. Agora está sofrendo ataques pessoais pelas redes sociais e por whatsapp pelos apoiadores do candidato do PSL.

    Ela e sua família têm sido alvo de ameaças, xingamentos e agressões. Também circula no Facebook uma foto de Amelinha com texto contendo acusações mentirosas sobre violências que ela teria cometido quando militava contra a ditadura. No processo que respondeu por conta de sua atuação política no período, contudo, não há nenhuma referência aos supostos crimes.

    Amelinha é um exemplo de resistência e perseverança incansável na defesa dos Direitos Humanos. Foi uma das mulheres à frente dos movimentos de defesa de mortos e desaparecidos na Ditadura Militar. Ela defendeu o combate à tortura no Brasil e o resgate histórico da memória, verdade e justiça.

    Em 2008, em uma decisão inédita, o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra foi declarado torturador pela primeira vez. A decisão foi referendada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Esse reconhecimento mais do que necessário só ocorreu graças à luta e ao processo movido pela família Teles, que venceu processo judicial em todas as instâncias contra o ídolo do presidenciável.

    Neste momento, até a mídia “mais tradicional” como o Jornal Estado de São Paulo veio a público esclarecer e desmentir a campanha de difamação. As agências de checagem de fake news também denunciaram a farsa.

    No dia 17.10.2018, o Tribunal de Justiça de São Paulo (veja neste link sobre a decisão), deu uma passo para trás no caso movido pela família do jornalista Luis Eduardo Merlino, Amelinha estava presente e comentou a sentença neste vídeo:

     

    Leia também o manifesto em solidariedade de Amelinha Teles e de seus familiares:

     O MANIFESTO 

    Nós, familiares de mortos e desaparecidos políticos, defensores de direitos humanos, organizações e entidades abaixo-assinadas, nos solidarizamos com Amelinha Teles, ex-presa política e histórica defensora de direitos humanos e sua filha Janaína Teles, historiadora e defensora de direitos humanos. Ambas vêm sendo alvo de uma onda de ataques nas redes sociais.

    VEJA OS DEPOIMENTOS em VÍDEO:

     

    Entenda o caso:

    As agressões a Amelinha começaram após ela gravar um depoimento ao lado de sua filha Janaína sobre as torturas às quais foram submetidas durante a Ditadura Militar. Amelinha relata o momento em que seus dois filhos foram levados ao centro de torturas, o DOI-Codi, em São Paulo. As duas crianças não reconheceram a própria mãe por conta dos hematomas e condições físicas em ela ficou após as sessões de tortura. Janaína, por sua vez, conta como foi ver, aos cinco anos de idade, seus pais torturados. Os testemunhos foram ao ar durante o programa eleitoral do presidenciável Fernando Haddad (PT).

    No momento em que há um presidenciável que defende a tortura e tem como ídolo um torturador da ditadura declarado, é fundamental reforçar nosso repúdio à Ditadura Militar. O regime autoritário que perseguiu, estuprou, sequestrou, torturou, assassinou e ocultou os corpos de opositores políticos jamais pode voltar.

    Queremos agradecer à Amelinha Teles por sua incansável luta por memória, verdade e justiça em relação aos crimes contra a humanidade cometidos por agentes do Estado.

    Ditadura nunca mais!

    Tortura nunca mais

    Apoie Amelinha assinando AQUI

     

  • Assassinato de Luiz Eduardo Merlino pela ditadura tem novo julgamento

    Assassinato de Luiz Eduardo Merlino pela ditadura tem novo julgamento

    O Tribunal Regional Federal da 3ª Região, em São Paulo, iria julgar na próxima terça-feira, 23 de outubro, o recurso da denúncia criminal do Ministério Público Federal contra três agentes públicos pela morte do jornalista Luiz Eduardo Merlino, em julho de 1971.

    Segundo informações o julgamento foi adiado, sem data prevista ainda.

    Os denunciados são o delegado aposentado Aparecido Laertes Calandra e o delegado da Polícia Civil de São Paulo Dirceu Gravina, acusados de homicídio doloso qualificado (com intenção de matar), por motivo torpe e com emprego de tortura que impossibilitou a defesa da vítima. O médico Abeylard de Queiroz Orsini, à época, legista, é acusado pelo crime de falsidade ideológica, decorrente da falsificação do laudo necroscópico do jornalista. Carlos Alberto Brilhante Ustra, que comandou o DOI-Codi, também havia sido denunciado, mas a punibilidade criminal contra ele foi extinta com sua morte, em 2015.

    Na última quarta-feira, 17 de outubro, sob alegação de prescrição, a Justiça de São Paulo extinguiu a ação na área cível movida pela família de Merlino contra Ustra. Em 2012, uma decisão de primeira instância havia condenado o coronel reformado ao pagamento de uma indenização às proponentes.

    Veja o depoimento de Aparecido Laertes Calandra na Comissão Nacional da Verdade .

    Apresentada em setembro de 2014, a denúncia do MPF contra os agentes foi rejeitada pelo juiz federal Fábio Rubem David Müzel, sob a alegação de que os acusados estariam cobertos pela Lei de Anistia. Em outubro do mesmo ano, o MPF recorreu da decisão. O caso será analisado nesta terça-feira por três desembargadores – o relator é José Lunnardeli.

    A tese da denúncia é que de acordo com normas internacionais às quais o Brasil está submetido, delitos como o assassinato de Merlino são considerados crimes contra a humanidade, impassíveis de anistia e imprescritíveis.

    O crime ocorreu nas dependências do DOI-Codi (Destacamento de Operações de Informação – Centro de Operações de Defesa Interna), centro de tortura comandado por Ustra entre outubro de 1969 e dezembro de 1973.

    Merlino era jornalista. Trabalhou nas publicações Jornal da Tarde e Folha da Tarde. Era militante do Partido Operário Comunista (POC).

    • mais em:

    Tribunal de SP tortura e mata novamente o jornalista Luiz Eduardo Merlino

    Coronel Ustra pode ser condenado esta semana por tortura e assassinato

  • Tribunal de SP tortura e mata novamente o jornalista Luiz Eduardo Merlino

    Tribunal de SP tortura e mata novamente o jornalista Luiz Eduardo Merlino

     

    Antes de morrer, em 2015, o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, um dos principais comandantes da repressão durante a ditadura, foi considerado responsável pelo assassinato sob tortura do jornalista Luiz Eduardo Merlino, em 19 de julho de 1971, no DOI-Codi. Hoje, a poucos dias do segundo turno da eleição presidencial, o Tribunal de Justiça de São Paulo reformou a sentença, absolvendo o torturador por três votos a zero.

    O Tribunal julgou o recurso da defesa do coronel reformado do Exército Carlos Alberto Brilhante Ustra, condenado em primeira instância, em 2012, pela tortura e assassinato do jornalista Luiz Eduardo da Rocha Merlino, em 19 de julho de 1971, aos 23 anos. O crime ocorreu nas dependências do Destacamento de Operações de Informação-Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi) de São Paulo, então comandado por Ustra, e um dos mais horrendos centros de tortura instituídos pela ditadura (1964-1985).

    Julgado pela 20ª Vara Cível de São Paulo em 26 de junho de 2012, Ustra foi condenado a pagar indenização de R$ 100 mil por danos morais para Ângela Mendes de Almeida, viúva de Luiz Eduardo Merlino, e para Regina Maria Merlino Dias de Almeida, irmã da vítima. A ação é subscrita pelos advogados Fábio Konder Comparato, Claudineu de Melo e Aníbal Castro de Souza. O coronel Ustra morreu em 2015, mas havia entrado com recurso antes de morrer.
    Merlino era jornalista, tendo trabalhado no Jornal da Tarde e na Folha da Tarde. Era militante do Partido Operário Comunista (POC). Sua única arma era uma máquina de escrever, em que redigia suas reportagens esclarecedoras sobre o papel da Ditadura Militar na ampliação do sofrimento do povo brasileiro. Ele e a esposa viveram na clandestinidade entre 1968 e 1971 quando, após período na França, o jornalista retornou ao Brasil e foi preso. A versão inicial difundida pela ditadura era de que ele havia cometido suicídio durante uma transferência de presídio.

    Veja a transmissão que foi feita #aovivo pela página do facebook na saída do julgamento no dia 17.10.2018, no TJ-SP

     

     

    Na sentença que condenou Ustra, a juíza Claudia de Lima Menge disse que, após ouvir as testemunhas de acusação e de defesa, era evidente que o coronel dirigia as sessões de tortura e “calibrava” a intensidade e a duração dos golpes, além de escolher os instrumentos utilizados.
    Segundo o militante dos Direitos Humanos Adriano Diogo, a decisão do Tribunal de Justiça condenou novamente Merlino à morte. “Essa sentença não se refere a fatos ocorridos em 1971. Refere-se ao Brasil de hoje e ao que está em disputa nessas eleições presidenciais. O que os desembargadores fizeram foi autorizar novamente a tortura e o assassinato, tão ao gosto de Jair Bolsonaro e seu ídolo, Brilhante Ustra. Infelizmente.

    Com informações da Rede Brasil Atual.

     

     

  • Coronel Ustra pode ser condenado esta semana por tortura e assassinato

    Coronel Ustra pode ser condenado esta semana por tortura e assassinato

    O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) marcou para a próxima quarta-feira, 17 de outubro, a audiência de julgamento da apelação da defesa do coronel reformado do Exército Carlos Alberto Brilhante Ustra pela tortura e assassinato do jornalista Luiz Eduardo da Rocha Merlino, em julho de 1971. O coronel foi condenado em primeira instância mas recorreu.

    O crime ocorreu nas dependências do DOI-Codi (Destacamento de Operações de Informação – Centro de Operações de Defesa Interna), centro de tortura comandado por Ustra entre outubro de 1969 e dezembro de 1973.

    Em 2008, em outro processo, Ustra foi declarado torturador pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, em ação movida pela família Teles. Em 2012, a Justiça negou o recurso do coronel reformado e manteve a decisão. Ustra morreu em 2015.

    O Coronel do Exército Carlos Alberto Brilhante Ustra, o mesmo que continua sendo homenageado pelo candidato Jair Bolsonaro, quando foi major do Exército e comandante do DOI-Codi, entre setembro de 1970 a janeiro de 1974, usava os codinomes de “Dr. Tibiriçá” ou “Dr. Silva” para suas ações criminosas.

    A Comissão Nacional da Verdade registrou pelo menos 502 casos de tortura e mais de 40 assassinatos ocorridos no DOI-Codi sob o comando do Ustra, incluindo a tortura sofrida Dilma Roussef entre outros. A Comissão disponibilizou um canal no Youtube em que é possível assistir uma série de depoimentos, inclusive a do torturador (clique para acessar)

    A luta das famílias

    A ação judicial movida por estas duas famílias (Teles e Merlino), tem um sentido especial de justiça e reparação moral e política, e é uma iniciativa pioneira e inusitada no Brasil, o único país da América Latina que não tem nenhum torturador da época da ditadura militar condenado. 

    Luiz Eduardo da Rocha Merlino, foi sequestrado em sua casa em Santos, em 15 de Junho de 1971, e torturado por 24 horas seguidas e abandonado numa solitária. Morreu em decorrência da omissão e dos graves ferimentos que sofreu por tortura. Conheça mais sobre a história de Merlino e a luta por justiça no site coletivomerlino.org .

    Assista à vídeo-biografia, onde Celso Frateschi relata em primeira pessoa como foi a morte de Merlino. Acesso o link do relatório final produzido pela Comissão da Verdade do Estado de São Paulo da Verdade Rubens Paiva.

     

     

    A série de vídeo-biografias tem uma playlist específica,

    Tortura e Assassinato

    Trechos da matéria de Tatiana Merlino e André Caramante disponível no site.

    Caixão lacrado

     A notícia da morte de Merlino chegou à família por meio de um telefonema ao seu cunhado, Adalberto Dias de Almeida, que era delegado da Polícia Civil. Adalberto e tios de Merlino foram ao IML (Instituto Médico Legal) de São Paulo onde foram informados de que lá não havia nenhum morto com esse nome. Usando da sua condição de delegado, Adalberto foi em busca do corpo do cunhado. Abrindo uma por uma as portas das geladeiras, localizou o corpo de Luiz Eduardo com marcas evidentes de tortura e sem identificação. O corpo foi entregue à família num caixão lacrado.

    A versão que foi dada à família foi a de que Merlino teria se suicidado ao jogar-se embaixo de um caminhão na BR-116, na altura de Jacupiranga, quando estava sendo transportado para Porto Alegre para a identificação de militantes. Tal versão consta do laudo necroscópico assinado por Abeylard Orsini e Isaac Abramovitch. O veículo que o teria atropelado nunca foi identificado e tampouco foi realizada uma ocorrência no local do fato.

    40 anos de luta por verdade e justiça

    A família de Merlino luta há 40 anos por justiça, ainda em 1979, a mãe do jornalista, Iracema da Rocha Merlino, já falecida, moveu uma ação declaratória na área cível, mas foi rejeitada, sob a alegação de prescrição.

    Em 2008, a família moveu uma nova ação declaratória na área cível, que não pretendia nenhuma indenização pecuniária, apenas o reconhecimento moral de que ele foi morto em decorrência das terríveis torturas que sofreu nas dependências do DOI-CODI de São Paulo, mas o processo foi extinto na primeira instância, não chegando sequer a ser julgado em seu mérito.

    Através de seus advogados Fábio Konder Comparato, Claudineu de Melo e Aníbal Castro de Souza, os familiares de Merlino recorreram ao Superior Tribunal de Justiça, mas o relator do caso não considerou o recurso e arquivou o processo em março de 2010.

    Em 2010, os advogados dos familiares de Merlino entraram com uma nova ação, ainda na área cível, desta vez por danos morais, contra o coronel Ustra. Também neste caso os advogados do coronel encaminharam ao Tribunal de Justiça de São Paulo um recurso (“agravo de instrumento”), tentando bloquear o seguimento do processo. Porém não obtiveram sucesso. E finalmente, em 27 de julho de 2011 a juíza Claudia de Lima Menge ouviu as seis testemunhas arroladas pelos familiares de Merlino.

    O coronel Ustra havia indicado como suas testemunhas de defesa algumas pessoas que deveriam depor por carta precatória em seus estados, pois nenhuma residia em São Paulo,  algumas delas declinaram da convocação, como o senador José Sarney, por exemplo. Por fim uma única testemunha falou em sua defesa, depondo em Brasília: o general Paulo Chagas declarou não ter notícia de nenhum ato de tortura praticado pelo coronel Ustra e também que o Exército brasileiro nunca tinha dado nenhuma ordem escrita para torturar presos. A juíza proferiu a sentença de condenação na primeira instância, para que o coronel Brilhante Ustra  pagasse uma indenização à família de Merlino.

     

    Com trechos do relatório da Comissão da Verdade do Estado e São Paulo Rubens Paiva , do site Memórias da Ditadura e do site www.coletivomerlino.org