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  • Entidades repudiam agressão a professora em Mato Grosso

    Entidades repudiam agressão a professora em Mato Grosso

    A truculência da direita se manifestou novamente nesse final de semana contra uma docente em Mato Grosso. Na antevéspera do dia dos professores, a Profa Lisanil Conceição Patrocínio Pereira, que leciona há 15 anos na Universidade Estadual de Mato Grosso – UNEMAT e já foi diretora de campus, subiu ao palco de uma igreja católica na cidade de Campos Júlio, interior do estado, para protestar contra a falta de música regional no bingo que ocorria no espaço. Militante histórica da esquerda no estado, Lisanil vestia uma camiseta com as inscrições Lute como uma Garota e Lula Livre. Incomodado pela manifestação, ainda que pacífica, o pároco local, conhecido como Frei Sojinha por seu apoio aos grandes produtores de soja da região, chamou a polícia que a tirou à força do local e a obrigou a dormir na cadeia. Nos dias seguintes, as principais entidades representativas dos professores de nível superior em Mato Grosso lançaram notas de apoio à docente e em repúdio à ação violenta das autoridades. Veja a seguir as duas notas na íntegra, com a descrição pormenorizada das ações tanto da docente como das forças policiais.


     

    NESTE DIA D@S PROFESSOR@S, EXIGIMOS RESPEITO!
    EM DEFESA DA PROFESSORA LISANIL C. PATROCÍNIO.
    A Associação dos Docentes da Universidade do Estado de Mato Grosso – ADUNEMAT, Seção Sindical-SN, vem a público prestar apoio e solidariedade à professora Dra. Lisanil Conceição Patrocínio Pereira, professora da UNEMAT há mais de 15 anos, lotada no Campus de Juara.  E, no mesmo ato, repudiar a truculência de policiais, populares e o pároco da igreja católica de Campos de Júlio, conhecido como Frei Sojinha.
    No último domingo (13), a professora foi vítima da mais absurda violência física e moral, caracterizando violação de sua dignidade humana enquanto docente do ensino superior, trabalhadora, mãe, chefe de família.
    Lisanil encontrava-se no município de Campus de Júlio, onde ministrava aulas na turma especial de Direito da UNEMAT, desde o dia 06 de outubro. Já em sua chegada para ministrar as aulas de economia política, foi recepcionada por estudantes que pesquisaram sua vida pelo facebook e, apresentaram animosidade em razão de sua orientação política de esquerda, conforme relatos de pessoas que conviveram com ela naquele curso.
    Vestida com uma camiseta “Lute como uma Garota” e na lateral “Lula Livre” e, sem opção de um restaurante para almoçar, a professora acreditou que poderia ir a uma festa da Igreja Católica, no salão paroquial, onde estava boa parte da sociedade católica do lugar. Entretanto, foi abordada de forma ostensiva pelos presentes que comentavam e a olhavam com estranheza e desdém pelas marcas de sua orientação política, estampada na camiseta.
    À certa altura da festa, a professora Lisanil subiu ao palco, num impulso de reivindicar músicas mato-grossenses. Como incomodou os organizadores da festa, o pároco (conhecido como Frei Sojinha por sua relação preferencial com os grandes produtores de grãos), resolveu chamar a polícia para que tirasse a professora do palco. Imediatamente, quase uma dezena de homens apareceu para deter a professora e levá-la a força para fora daquele lugar.
    Com a truculência que é própria dos fascistas, a professora foi arrastada pelo palco e pela escada abaixo, ficando à mostra suas partes intimas. Deixada ao chão por um instante e, posteriormente, levada à delegacia algemada com mãos para trás do corpo.
    Como se debatia muito, revoltada com a situação, foi levada ao hospital onde injetaram tranquilizantes que a fizeram ficar sem condições de ser ouvida pela delegada, obrigando-a passar a noite numa cela onde a fossa séptica aberta estava ao lado o fino colchão onde iria dormir.
    Que crime a professora cometeu? Que periculosidade tinha uma mulher sozinha, desarmada e sem qualquer habilidade física para enfrentar os brutamontes que a atacaram? O que justificou tamanha violência senão o ódio às mulheres consideradas perigosas por serem autônomas e por terem posição política e a coragem de enfrentar um estado ainda patriarcal e violento?
    A violência inaceitável contra a professora Lisanil é um crime de ódio que envolve um dirigente da igreja católica que incitou tal brutalidade contra a professora e, agentes do Estado que deveriam protegê-la. Além disso, foi testemunhado por uma plateia onde havia pessoas delirantes, fiéis de uma igreja, seguidores de um Frei que de amor e empatia nada sabe. Gritavam palavras de baixo calão contra a professora e filmavam tudo enquanto se deliciavam aos risos, com o horror que produziam.
    A ADUNEMAT, sindicato ao qual a professora Lisanil é filiada desde que entrou para a UNEMAT, não se calará diante do fascismo crescente que avança no interior de Mato Grosso e em todo Brasil.  Essas pessoas desconhecem qualquer sombra de civilidade, de respeito à diversidade e, por isso, não conseguem compreender o sentido de uma Universidade, constituída de múltiplos olhares e sentidos, de visões políticas e de mundo, todas necessárias e merecedoras de respeito e convivência pacífica.  O risco que esses fascistas impõem à Universidade é sua destruição, pelo silenciamento, pela tentativa de destruir qualquer traço de autonomia de pensamento, de ideias, o ódio ao conhecimento e o elogio à ignorância e à brutalidade.
    Da parte da ADUNEMAT, demos e daremos todo respaldo à professora e, exigimos que a UNEMAT, nas suas instâncias assuma uma postura diante dos fatos que vem ocorrendo. Este é o terceiro caso de professor/a ameaçado/a,  agredido/a por sua posição política no interior de Mato Grosso. O ensino superior não pode se transformar num caso de polícia em Mato Grosso e, as instituições precisam atuar no sentido de coibirem práticas fascistas que querem não apenas intimidar como, também, aniquilar os corpos não docilizados dos/as professores/as.
    À professora Lisanil, não apenas nossa solidariedade neste dia dos professores, mas a nossa luta contínua em defesa da Universidade e do direito dos professores à liberdade de pensamento, de cátedra e de modos de vida que lhe permitam exercer com amorosidade a profissão que escolheram.  Que não permitamos que a crítica, base do trabalho intelectual, seja criminalizada por aqueles que cultivam o ódio e a ignorância.
    Contem com a ADUNEMAT, nossa força e nossa voz.
    Basta de violência, basta de opressão!
    Que neste dia dos professores e das professoras, tenhamos ainda mais força para continuarmos a luta em defesa da educação.
           A DIRETORIA DA ADUNEMAT
                       Cáceres, 15 de outubro de 2019.
    _______________________________________
    NOTA EM DEFESA DA PROFESSORA LISANIL C. PATROCÍNIO
    A Associação dos Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso (Adufmat-Ssind) vem, por meio desta, manifestar solidariedade à professora Lisanil C. Patrocínio, docente da UNEMAT há 15 anos, que foi brutalmente contida e presa por manifestar sua posição política em uma festa da Igreja Católica de Campos de Júlio.
    O sindicato manifesta, ainda, repúdio aos populares, policiais e ao pároco da Igreja de Campos de Júlio, conhecido como Frei Sojinha (devido a sua relação preferencial com os grandes produtores de grãos), pela truculência praticada contra a professora.
    No dia 13 de outubro a docente foi a uma festa da paróquia vestida com uma camiseta em que estava escrito “Lute como uma Garota” e na lateral havia a insígnia “Lula Livre”.
    A camiseta levou os presentes a hostilizarem a professora.
    A certa altura da festa, a professora Lisanil subiu ao palco para reivindicar músicas mato-grossenses. Como incomodou os organizadores, Frei Sojinha resolveu chamar a polícia.
    A partir do chamado do pároco, quase uma dezena de homens apareceu e, com a truculência que é própria dos fascistas, a professora foi arrastada pelo palco, escada abaixo, e levada à delegacia algemada com mãos para trás do corpo. Há vídeos fortes que retratam a terrível e absurda agressão à professora.
    Como se debatia muito, revoltada com a situação, Lisanil foi levada ao hospital onde injetaram tranquilizantes que a fizeram ficar sem condições de ser ouvida pela delegada, obrigando-a passar a noite numa cela. Ali, ao lado do fino colchão no qual a professora passou a noite, havia uma fossa séptica aberta.
    É inaceitável a postura do pároco, dos policiais e populares que cometeram contra a professora a mais absurda violência física e moral, caracterizando violação de direitos humanos, enquanto docente do ensino superior, trabalhadora e mulher. Nada justifica tanta agressividade.
    Entendemos que tal postura reflete o ódio machista às mulheres, consideradas perigosas por serem autônomas, por terem posição política e a coragem de enfrentar um Estado ainda patriarcal e violento.
    O episódio lamentável demonstra que, mais uma vez na história, o ódio fascista se alastra com maior facilidade entre aqueles que se dizem religiosos e “pessoas de bem”, já que a violência sofrida pela professora envolve um dirigente da igreja católica e foi testemunhada por uma plateia de fiéis da igreja que gritavam palavras de baixo calão contra a professora e filmavam tudo enquanto se deliciavam aos risos, com o horror da violência física e moral.
    A Adufmat-Ssind reitera sua posição ao lado dos defensores da democracia e dos direitos humanos e jamais se calará diante do fascismo crescente que avança no Brasil e no mundo!
    O ódio fascista é a antinomia da Universidade democrática, autônoma e popular que sonhamos construir. Esses fascistas impõem à Universidade a sua destruição, pelo silenciamento, pela tentativa de esfacelar qualquer traço de autonomia através do ódio ao conhecimento e do elogio à ignorância e à brutalidade.
    O sindicato reitera sua preocupação, pois o ensino superior não pode se transformar num caso de polícia em Mato Grosso. As instituições precisam atuar no sentido de coibirem práticas fascistas que tentam não apenas intimidar como, também, aniquilar os corpos não docilizados dos/as professores/as.
    O sindicato reitera também a solidariedade da categoria à professora Lisanil. A nossa luta continua em defesa da Universidade pública, gratuita, de qualidade e socialmente referenciada, além do direito dos professores à liberdade de pensamento, de cátedra e de modos de vida!
           A Diretoria
    Cuiabá, 16 de outubro de 2019.

     

  • Flores pela Democracia no Senado em Defesa da Previdência com Proteção Social

    Flores pela Democracia no Senado em Defesa da Previdência com Proteção Social

    Em 10 de setembro o Coletivo Flores pela Democracia, juntamente com pessoas da CNBB/Sul, Grito dos Excluídos, Pastorais e Frente em Defesa da Seguridade Social, com seu gesto de delicadeza, realizaram uma ação de diálogo e de sensibilização com os Senadores, em Brasília, em Defesa do Sistema de Proteção Social.

    Iniciando com o poema:

    “Hoje,

    Só hoje

    Vamos fazer Diferente

     

    Essas Flores apontam

    Um outro Caminho,

     

    Vejam nascer

    Essas flores de nossas mãos

    Flores pela Democracia

     

    Flores que hoje falam

    Da Defesa da Proteção Social”

     

     Através das flores/panfletos, com os dizeres:

    “Votem e Vetem esta Reforma da Previdência. Honrem o voto do povo brasileiro”;

    “Os Devedores é que devem pagar a divida da Previdência e  não o povo”;

    “Vote contra esta Reforma, ela só irá aprofundar a desigualdade social”;

    “Pense no povo trabalhador, esta Reforma criará mais desemprego”,

    ocuparam os corredores que levavam ao Plenário, sensibilizando para refletirem sobre as conseqüências econômicas e sociais negativas que essa Reforma trará para o país.

    • milhões de trabalhadores que ganham até 2 salários mínimos serão penalizados;

    • segmentos mais fragilizados da população como deficientes e idosos, serão afetados em suas necessidades básicas;

    • esta Reforma irá desmontar o Sistema de Proteção Social, previsto na Constituição de 1988;

    • tira do bolso de velhinhos, aposentados, 3 trilhões do consumo;

    • desonera o Estado e as empresas das responsabilidades com a aposentadoria e o trabalhador passa a ser o único contribuinte responsável por sua capitalização, através da rede bancária…

    A ação realizada teve grande aceitação pelo público que circulou pelo “Túnel do Tempo”: senadores, assessores parlamentares, deputados que participavam de comissões mistas, funcionários e servidores da Casa, visitantes.

     

    “A presença de vocês aqui no Senado, representou para nós esperança! Lutamos aqui direto pelos direitos e contra os desmontes das políticas públicas e da soberania nacional. Encontrar vocês aqui com esta ação nos faz sentir que não estamos sós” (Max, relações Institucionais da Liderança do PT);

    “O Coletivo Flores pela Democracia ocupou hoje o Senado Federal para sensibilizar a casa quanto a votação da Previdência. Foi muito emocionante revê-los, nós que lutamos juntos nas esquinas de São Paulo”  (Deputado Alexandre Padilha);

    Um senador no entanto disse que a Democracia já era… Senador, pense melhor nas consequências de sua posição. Ditadura não!

    Espera-se que esta abordagem com flores tenha atingido corações e mentes, alertando os senadores para o compromisso de sua responsabilidade pública: lutar pelos interesses de soberania do país e do povo que o elegeu.

    No dia seguinte o Coletivo atuou também na Câmara dos Deputados, tendo sido muito bem visto pelos parlamentares, assessores e visitantes.

    “Acabo de chegar e recebo dessas mulheres guerreiras, rosas vermelhas pela democracia. Isso em momentos tão difíceis. Este é o caminho, lutar pela democracia, pelos direitos, pela soberania, pelo Brasil. O Brasil é um país democrático, não pertence a nenhuma família mas ao povo brasileiro. Não tem presente sem democracia, não tem presente sem preservar os direitos sociais previstos na Constituição  de 1988” (Deputado José Guimarães).

    “Mulheres guerreiras que estão na luta por direitos, por justiça e em defesa da seguridade social e pela liberdade de organização e de expressão. Lindo gesto” (Deputada Maria do Rosário).

     

    Com mensagem de luta e de esperança o grupo realizou uma ação na defesa dos direitos sociais, da Justiça e hoje, pela Defesa do Sistema de Proteção Social. Esta Reforma da Previdência Não!

    Vida Digna para Todos!

    O Congresso há de honrar o compromisso social com o povo que o elegeu?

  • Marcha das Margaridas: O que tem a nos ensinar?

    Marcha das Margaridas: O que tem a nos ensinar?

    A solidariedade para que o Coletivo Flores pela Democracia estivesse em Brasília, começou antes. Com o por do sol de Brasília no dia 12 de agosto, seis representantes chegaram de São Paulo, à casa de Maria e Samuel. Acolhidas com calor especial e muito amor, fizeram flores, brincaram, cozinharam. Dividiram desejos, risos, sonhos, lágrimas… Ouviram música e cantaram. Marcharam com as Margaridas. Vibraram com tantos e tantos sentimentos…

    Com a Marcha, a oportunidade de encontrar o nosso verdadeiro Brasil! Um misto de emoções indescritíveis! Cada Margarida, um histórico de vida, um motivo para participar desse grande evento. Não dimensionaram esforços para seu deslocamento, ainda que fosse de um dos quatro pontos mais longínquos do nosso país.

    Emoção à flor da pele. Passos firmes, determinados, vidas marcadas pela força e sabedoria da lida da terra. Brotaram Margaridas dos profundos rincões do Brasil. Muito fizeram para lá estarem presentes. De longe, com muitas horas de viagem, altivez e dignidade foram representar suas comunidades.

    “Saímos de Mocajuba,  Pará, no baixo Tocantins no domingo meio dia, viajando 2ª dia e noite e chegando na 3ª por volta das 8 hs da manhã. Viemos numa delegação de 26 pessoas, fizemos um trabalho de base sobre o que é a marcha, a mobilização e as vozes das mulheres ocupando espaços de ousadia… O simples  fato das pessoas saírem de suas casa, da zona de conforto, enfrentar esses dias de viagem, ir prá rua é uma forma de ousadia, se rebelando contra o sistema. Larga sua família, seu trabalho e vem se mantendo, acreditando que a mobilização é um processo importante. A própria viagem é um aprendizado político. A marcha é tão bonita, a Marcha das Margaridas começa desde o processo de mobilização, a solidariedade, reunião da comunidade, torneios, futebol de mulheres, quermesses para fundos. Esta mulher que veio está representando a sua comunidade. A solidariedade na viagem, é dessa forma que a gente tem que crescer, as mulheres cada vez mais solidárias, a solidariedade na vida, a partir das mulheres.(Joyce Dandara, 25 anos)

    Viemos de ônibus, do Maranhão 70 ônibus, 3 dias de viagem. Sou solteira, brasileira, naturalizada maranhense. Sou do Município de Matinha,quebradeira de côco babaçu. Nossos objetivos da Marcha das Margaridas é para que a gente tenha nossos pamerás livres, nossos cocos, nossos campos cercados. Outra coisa: Lula Livre. Se tem ladrão, bota os outros na cadeia, não puxa debaixo do tapete. Estamos nessa luta há muito tempo” (Maria Valdelina).

    Sou de José Boiteau, Sta. Catarina, faço faculdade em Blumenau, odontologia. Fiquei espantada com a multidão de gente, um aprendizado que dá mais força pra gente estar na luta estudantil, demarcação de terras indígenas. Muita emoção ainda mais neste tempo que estamos vivendo , dá vergonha. Tem poucos jovens formados,  pouco tempo de cotas raciais, todos que se formaram, voltaram para a aldeia, somos muito apegados, faz parte da cultura nossa”  (Djadjá, da etnia Xokleng)

     

    A presença no Planalto Central

    80.000 Margaridas acamparam e marcharam… Com a sua garra, bandeiras, faixas, cantos e gritos, mostraram sua força, deixaram seu recado e estiveram presentes no Planalto Central do país.

    O dia a dia rude da lida no campo não ceifou suas energias. Em suas expressões, alegria de participar, solidariedade e garra.  Nas suas reivindicações luta por terra e trabalho, direitos, vida digna no campo, afirmação de identidades, uma agricultura sem veneno, preservação da natureza, soberania. A vivência com a natureza, as lições de garra no domar o trato da terra, a sabedoria do plantio, cultivo e colheita dos alimentos, as tornaram mais humanas, mais solidárias e com mais disponibilidade para a luta?

    Sou de Bom Conselho, PE, trabalhadora rural, participo do sindicato, vim prá Marcha por luta por melhorias. Lá as pessoas passam dificuldades sofrem mesmo de verdade, falta emprego. O agricultor sofre muito, a comunidade tem a terra mas não tem como trabalhar, quando aparece, pagam muito pouco ...” (Cleide, 41 anos)

    “Meu objetivo hoje é brigar para que nossos direitos sejam alcançados, Bolsonaro cai fora e Lula Livre. Essa é minha intenção. Tô aqui lutando pelos meus netos, meus filhos e pelas gerações futuras. Sou professora aposentada, me formei depois de 56 anos… A maior parte da juventude está alienada, não teve uma educação política. Pode ver que ele ta acabando com a Universidade, com a educação, com tudo. Enquanto Lula criou várias universidades, ele está destruindo e isso é lamentável. Nós que já temos uma caminhada, temos que lutar prá que isso não aconteça”  (Anadina , 72 anos, presidente da Associação dos Pequenos Produtores Rurais , Vila Bonita, Itacarambi, prá lá de Montes Claros, Norte de MG)

    O problema é que no campo não se oferece políticas públicas então o jovem tá saindo para estudar e muitas vezes esse jovem não volta prá comunidade e isso vai dificultando a vida no campo, pra se fazer uma sucessão. A ideia é que o jovem possa ficar no campo com condições dignas, compreendendo a importância rural para que ele possa assumir a terra, continuar produzindo, se percebendo como classe trabalhadora de agricultores familiares(Joyce Dandara, 25 anos).

    Moro em Palhoça, Sta. Catarina. Sou assistente social e faço parte do movimento de economia solidária. Trabalho com mulheres no artesanato. Nesta conjuntura  política é muito importante a gente se empoderar e retomar o espaço por direitos.Levo de volta muita experiência, muito conhecimento, muitas amizades, parece que todo mundo se conhece” (Inês, 57anos)

    Sou de Bom Sossego, PE. Estou aqui para que meus filhos, meus netos, mais etnias, tenham como viver melhor. Não temos saúde, escolas, garantia de nossas terras. Acho importante como homem, estar na Marcha, sinto um grande amor pelas mulheres e por Margarida Alves. Uma grande admiração pela mulher que foi lutadora, batalhadora. Por todas as mulheres batalhadoras que vivem na luta do dia a dia, não importa o trabalho que tenham, são guerreiras. De volta levo uma mala cheia de alívio no peito por ver tantas mulheres lutando como Margarida Alves” (José Roberto, 50 anos, indígena)

    Venho da Amazônia brasileira. Meu povo, minha etnia vem da Amazônia, dentro do Acre. Meu povo sofreu muito, vive na Amazônia há 5 mil anos. Prá vir prá cá foram muitas horas de viagem. Viemos de van, a gente se organizou…  Sou artesã e assim como todas as mulheres do mundo, somos muitas coisas: sou professora, sou costureira, sou ativista do movimento indígena, ambiental, do movimento de liberação da maconha como uso medicinal e recreativo para que nosso país pare com essa pouca vergonha, pare de prender nossos filhos, nossos jovens por causa de um cigarro natural enquanto liberam cigarro cheio de química…Para nós indígenas a saúde está precária, um monte de desvios, muita falta de atenção pras comunidades indígenas do Brasil inteiro. A minha pauta também é da educação.Nós indígenas pertencemos a 6 troncos. Somos mais de 365 povos e não é possível que o governo brasileiro queira enfiar goela abaixo a mesma educação que oferece a todos os brasileiros, sem respeitar cada região brasileira, cada povo. Paulo Freire  em 1964 foi expulso de nosso país, se seu método tivesse sido implantado, nosso país seria outra coisa. Nas aldeias existe um preconceito que nos ensinaram nesses anos todos de dominação colonial que éramos inferiores, incapazes. O que fizeram com a gente, com os povos da América Latina foi uma atrocidade, restou muito pouco. Digo sempre aos meus alunos que nós somos o que restou do paraíso.  Paulo Freire vive em cada região mamadi da Amazônia. Enquanto eu viver o método dele vai ser aplicado na minha aldeia e por onde eu passar no mundo” (Quichirá, aquela que nasceu para guiar, 43 anos).

    Sou de uma aldeia no município de José Boiteau, representante das mulheres que cultivam ervas medicinais, um chá da Índia. Eu e minha mãe estamos desenvolvendo um projeto com as mulheres que estavam entrando em depressão e com os estudantes. Mobilizamos os estudantes para que tenham um lugar para buscar informação sobre nossa cultura indígena que não é só o falar, mas o artesanato, a comida, os costumes, ervas medicinais, as palestras e as vivências que tínhamos e que hoje estamos um pouco distanciados. Projeto faz lembrar como éramos antes da pacificação, nossas crianças brincavam juntas, a gente comia no mesmo prato e isso é muito importante de lembrar. Na Marcha é muito importante ver nós mulheres brigando pelos direitos. Eu sou uma que não  paro e isso eu vou levar para as nossas mulheres. Com é importante a luta política hoje e nós temos que nos levantar” (Antõnia Batlé, 36 anos, etnia Xhokleng)

     

    Margaridas: Encontros de Sujeitos por outro país

    Na Marcha das Margaridas num agosto seco do cerrado brasileiro, vários encontros se deram. Encontros de seres humanos, de pessoas, de sujeitos fortes e, ao mesmo tempo, delicados. Encontros de corpos que estão juntos na luta por outro país. Encontros de olhares de identidade da luta coletiva. Encontros que simbolizam uma chama que não se apaga porque há vida latente… ainda. E sempre.

    Daquelas mulheres simples do campo, de todos os cantos do país, a garra por justiça e direitos, solidariedade e preocupação com a preservação da natureza.

    “A Marcha é tão bonita, começa desde o processo de mobilização. A solidariedade, reunião da comunidade, torneios, futebol de mulheres, quermesses para fundos. Esta mulher que veio está representando a sua comunidade. A solidariedade na viagem das companheiras que ajudam as companheiras. Eu trouxe meu filho e todo mundo ajudou. A solidariedade, é dessa foram que a gente tem que crescer, as mulheres cada vez mais solidárias, a solidariedade na vida, a partir das mulheres” (Joyce Dandara, 25 anos).

    “Tudo o que estão fazendo agora na minha casa no Acre, a fumaça, vai ter repercussão no Sul, no Sudeste, no Nordeste. A única coisa que vai salvar o planeta é a solidariedade. Nós indígenas estamos resistindo. Cada gesto nosso vai refletir no outro. Minha ação no planeta, onde eu estiver,  vai refletir no outro. Temos que ter essa consciência. Quando liberam os agrotóxicos, estamos envenenando nossa própria casa. É como minha mãe dizia, é uma cobra que morde o próprio rabo. O que estão fazendo (o governo, o povinho lá de fora, os banqueiros), não nos interessa, eles vão nos levar à morte. Deixe nós nações indígenas e o povo brasileiro a nos guiar. Esse povo dos grandes lá, só ta pensando em dinheiro. Gostaria que meus descendentes recebessem a casa e o rio que eu recebi. Eu pude nadar no rio da Amazônia . junto com os peixes e agora não tá podendo mais. Eu pude respirar um ar limpo. O que vale realmente a pena na vida é a família, é ser feliz, é estar no ambiente que a natureza esteja bem. Não podemos comprar o sol, a água. Eles vão entender que a  água não é mercadoria, a Bolívia entendeu e graças aos índios eles recuperaram aquilo que eles tem. O que fizerem com os povos da América Latina foi uma atrocidade, restou muito pouco. digo sempre aos meus alunos que nós somos o q restou do paraíso”

    “Como disse Krenáh, nós estamos em guerra  e prá nós não temos trégua. Vocês também estão em guerra, é um tipo de guerra sem bomba, mas é . Vamos mostrar prá esse povo que eles podem até querer fazer mas a gente vai ter reação” (Quichirá, 43 anos)

     

    Juntas Somos Muitas!

     

     

    Não consigo retirar a pulseira  do meu braço.

    Margaridas, Margaridas!Quantas somos?

    Ainda não consigo retirar a pulseira do meu braço.

    Serei eu uma Margarida?

    Quantas somos?

    Ainda não consegui retirar a pulseira do meu braço …

    Conseguirei confeccionar tantas margaridas pra quantas somos?

    A pulseira…  Nossos braços.

     

    Nossa força que carrega nossas Flores.

    Flores que tem perfume de Brasil

    Do nosso Brasil soberano, livre!

     

  • Campinas protesta contra a destruição ambiental

    Campinas protesta contra a destruição ambiental

    No sábado, 24 de agosto, centenas de pessoas se reuniram no Largo do Rosário, na cidade de Campinas, para o Ato em Defesa da Amazônia e contra  a desastrosa  política ambiental do Governo Bolsonaro (PSL).

    O ato em Campinas faz parte de um protesto nacional contra o incentivo à destruição de matas, reservas ambientais e das populações que vivem nessas áreas, promovidas pelo governo do presidente Jair Bolsonaro que ao criticar as reservas ambientais e propôr as   revisão das leis e flexibilização da fiscalização dá poder aos ruralistas e latifundiários para que ataquem as áreas, como foi o “dia do fogo” no início desse mês.

    As nuvens negras que cobriram cidades  denunciavam  a gravidade do desastre
    A ação massiva dos ruralistas e latifundiários  consternou o país, quando grandes cidades do sul e do sudeste viram o dia  se tornar noite de repente com as imensas nuvens escuras causadas pela fumaça dos incêndios.

    Diversos dados meteorológicos de fontes confiáveis, como da NASA estadunidense, comprovam o aumento das queimadas na Amazônia e em diversas regiões do país, assim como a relação deste desequilíbrio ambiental com os efeitos climáticos no sul do Brasil.

    As queimadas aumentaram 82% no Brasil este ano em comparação com o mesmo período de 2018. Foram mais de 70 mil focos de incêndio entre janeiro e agosto registrados pelo INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) no país. O Mato Grosso é o estado que lidera a lista, com mais de 13 mil incêndios.

    A região de Campinas corre a longos passos para o desastre ambiental

    No Ato em Defesa da Amazônia, além de protestos contra o incentivo à destruição do meio ambiente estimulado pelo governo Bolsonaro,  os manifestantes fizeram fortes criticas aos governos  estadual -do Governador Dória (PSDB) – e municipal – do prefeito Jonas Donizette (PSB) – que também estão promovendo ações de forte impacto ambiental na região.

    Campinas e as cidades da região também estão sofrendo constantes ataques ao meio ambiente.

    A construção de barragens na região, a aprovação de desmatamento da APA Área de Proteção Ambiental (APA) de Campinas que foi aprovado pela Câmara Municipal da cidade e, também a ação de despejo arbitrária do Acampamento Marielle Vive , em Valinhos, são ações  que vulnerabilizam as regiões o meio ambiente causando a devastação e o desastre ambiental.

     

  • A nuvem escura que nos cobre a todos

    A nuvem escura que nos cobre a todos

    A névoa que cobre a Avenida Paulista e encobre a lua na foto, não é das queimadas em Mato Grosso, onde vivemos hoje, ou de outros estados da região amazônica. É do gás lacrimogêneo lançado às centenas de litros pela PM sobre estudantes que protestavam contra o aumento das passagens de ônibus e quem mais estivesse nas ruas, como por exemplo os jornalistas, no fatídico 13 de junho de 2013. De alguma forma, os dois eventos estão conectados.

    O excesso, pra dizer o mínimo, de violência policial sobre manifestantes foi exigido em editoriais pelos jornais e comentaristas de TV que reclamavam “o direito do cidadão de bem” de ir e vir numa das principais avenidas da cidade e contra “a balbúrdia” dos estudantes e ativistas, em sua maioria de esquerda. O evento mudou o padrão de aceitação da sociedade sobre as manifestações. A partir desse dia, se fosse uma manifestação “sem partido”, “contra tudo o que está aí”, com bandeiras do Brasil, teria cobertura no Jornal Nacional e direito a selfies com os policiais. Mas se fosse de “baderneiros”, contra o governo de direita do PSDB de São Paulo ou com bandeiras vermelhas, o tratamento seria como o de 13 de junho. As manifestações de direita, no final, derrubaram o governo. Tivemos Temer prometendo milhões de empregos com a reforma trabalhista, o que era mentira, enquanto recebia malas de dinheiro na garagem. Depois tivemos a prisão sem provas do principal candidato de esquerda ao governo federal e eleição de um fascista que chega nos dar saudade da velocidade com a qual Temer destruía a economia, os direitos, a educação e meio ambiente no Brasil.

    As nuvens de fumaça das queimadas que escondem agora o sol em quase metade do Brasil começaram ali. São mais escuras, espessas e duras, assim como as balas de borracha que cegavam os jornalistas são hoje as balas de fuzil que executam doentes mentais em surto na ponte Rio Niterói e centenas pobres e negros nas comunidades cariocas (e não só). A nuvem do fascismo, da opressão, da falta de perspectiva, já penetrou fundo nos cérebros mais frágeis. Dois adolescentes mataram oito colegas e professores numa escola em Suzano em março. Hoje, outro jovem feriu mais cinco numa escola no Rio Grande do Sul. Essas nuvens não vão se dissipar se não agirmos. Se não reagirmos. É passada a hora de quem ainda tem consciência nesse país se levantar e dar um BASTA !

    #MediaQuatro #ProtejaAmazônia #Fotojornalismo #JornadasDeJunho #FascistasNãoPassarão #ContraOsCortesNaEducação #EducaçãoPúblicaDeQualidade #NãoàViolênciaPolicial #LulaLivre #AnulaEleição2018

     

    Por: Vinicius Souza e Maria Eugênia Sá – www.mediaquatro.com – Especial para os Jornalistas Livres

  • As vozes do III Festival Lula Livre

    As vozes do III Festival Lula Livre

    Neste domingo dia 2 de Julho, ocorre na Praça da República o III Festival Lula Livre. Milhares de manifestantes encaram o mal tempo e a intermitente e gelada garoa paulistana® para mandar um recado à (sic) justiça brasileira: O presidente Lula pode ter inimigos biliares em todas as instâncias do judiciário, dispostos a negar-lhe um processo minimamente imparcial, porém possui milhões de companheiras e companheiros dentre todos os estratos sociais, sobretudo entre os desfavorecidos economicamente, dispostos a defender por todos os meios seu legado de luta e trabalho pelo desenvolvimento do Brasil.

     

    A despeito de um bombardeio midiático – uma campanha de difamação diuturna, implacável e aviltante sem paralelos – de quase 4 décadas, que minou sua popularidade entre uma parcela considerável da população, Lula mostra-se um estadista do raro tipo que grava seu nome e trajetória no coração do povo de seu País. Parcelas do poder econômico que inconformadas com o sucesso do peão do ABC sonham em destruir tal vínculo deveriam compreender, vendo manifestações como as de hoje, que não se trata apenas de uma tarefa árdua; convencer o povo brasileiro da má fé de Lula na condução de políticas que levassem à melhoria de vida da maioria da população é simplesmente impossível. Invistam milhões de reais – bilhões que sejam – não vai acontecer.

    Tal sentimento pode ser facilmente constatado nos depoimentos das pessoas que formam a massa presente ao Festival; as amigas Ariadne, 19, auxiliar de escritório e estudante de ciências contábeis, Aline, 22, auxiliar de informática e Giorgia, 21, babá compareceram à República menos pelos shows e mais pela oportunidade de demonstrar apoio ao presidente. Nas palavras de Ariadne: “-Ele é muito importante para mim. Estamos sofrendo uma grande angústia com um governo que com certeza é fascista. Nos sentimos menores. O brasileiro parece que esquece que antes não tinha carro, não tinha casa. Agora se sente superior aos que não ascenderam de classe. Perdemos uma pessoa muito importante que olhava para o que realmente importa.” Para Giorgia trata-se de retribuir o auxílio de um companheiro: “Eu estou aqui pelo que ele fez pela gente. Fez tantas  coisas boas e as pessoas esqueceram disso. A gente tem que estar aqui mostrando onde a gente chegou até agora, não regredir, pegar o projeto que ele tinha e levar para frente.” “-A mulher negra já é marginalizada, no Brasil e no Mundo inteiro, e fica mais difícil quando o ódio tem a porta aberta. A gente se sente sempre ameaçada. Não que nós não nos sentíssemos ameaçadas antes – as pessoas tem o ódio na mente – mas com esse governo, em apenas 5 meses a gente vê muitos casos…As pessoas (racistas) estão se sentindo livres para fazerem o que quiserem agora, despejar o ódio com facilidade!” complementa Ariadne.

    O populismo de direita bolsonarista também reflete nas questões econômicas, para a babá Giorgia: -“Eu falo por mim, que já estou há muito tempo procurando emprego e não aparece nada, como mulher e negra –  vejam as pesquisas – a taxa de desemprego é maior para a gente.” Ariadne complementa: – “Agora será mais difícil. O mercado de trabalho nunca tem a mulher negra num corte de poder nas empresas. Quando tem é uma porcentagem muito baixa. A maioria das pessoas em posição de poder adoram esse presidente (Bolsonaro) e são conservadoras. A gente vive isso – sempre viveu – mas agora será cada vez mais difícil.”

    Diversas categorias profissionais compareceram ao Festival. Como sempre os combativos petroleiros – que assistem de camarote ao desmonte de uma das empresas estrategicamente mais importantes entre as estatais brasileiras e mais relevantes na composição do PIB e das cadeias produtivas e econômicas do Brasil; a Petrobrás – marcaram posição. Tiago Franco, diretor de base do Sindipetro SP apontou a importância do presidente Lula dentro da história recente da empresa: “- A gente veio defender o Lula. Estamos aqui por gratidão, não só gratidão como pelos nossos interesses, os recursos para a Petrobrás destinados no governo dele foram importantes para que nós conseguíssemos fazer descobertas e aumentar o parque industrial da cadeia de óleo e gás do Brasil, para essa riqueza ficar no Brasil e financiar saúde e educação para o desenvolvimento do País. A gente entende que a prisão de Lula é um ataque a toda e qualquer luta popular. Foi um recado da elite brasileira para o povo; se você lutar vão inventar qualquer coisa para te prender. Defender a liberdade do Lula é defender nossa liberdade para ser ativista. Você inventa um processo e sai prendendo e achacando empresários para que delatem e se possa criar um processo fraudulento… Colocaram ele lá (Lula na prisão) para impedir que as empresas nacionais se fortaleçam, que a riqueza nacional fique com o País e que o povo brasileiro seja sujeito de sua História. A prisão de Lula é um instrumento político.”

    O companheiro de Tiago, Raul Amorim, estudante da UFSCAR e membro do Levante Popular da Juventude, também resaltou o caráter notoriamente político da prisão de Lula: “- É o preso político mais importante do Mundo nesse momento, não é só a gente que fala, não é só o Brasil que fala, o Mundo inteiro entende que a prisão dele não é apenas arbitrária; ela tem um objetivo.” Segundo o jovem: “- Ela tem o objetivo de destruir a soberania brasileira, ela tem como objetivo destruir tudo que foi construído nas últimas duas décadas, que não foi pouca coisa. Eles não estavam preparados para ver um Brasil andando pelas próprias pernas. O ataque ao Lula também é um ataque contra a educação, à saúde pública, às aposentadorias e à política como um todo. O Lula está preso, mas outros políticos também estão sendo ameaçados. No dia 14 (greve geral) a pauta Lula Livre estará presente.”

    Ao contrário do que pregam os babuínos da horda digital conservadora diversas famílias, sem quaisquer ligações com movimentos sociais ou partidos políticos ajudaram a engrossar o caldo do Festival. A professora de dança e bailarina Camila, 28, carregava a sua pequena filha Clara, de apenas 7 anos nas costas, e ressaltou a importância da formação política (alô Escola Sem Partido) das crianças desde cedo: “-Eu trouxe minha filha por que eu acredito que as crianças tem de estar inseridas nas discussões como elas puderem. De uma forma protegida mas real. Elas fazem parte, elas tem voz. É importante apoiar os movimentos agora que eles estão cada vez mais fortes. Está mais do que demonstrado que Lula é um preso político e na História desse País nós não podemos mais permitir a existência de um preso político.”

     

    Os shows de artistas como Chico Cesar, Fernanda Takai, Zeca Baleiro, Criolo, Emicida, Odair José, Anelis Assumpção, Thaíde, Otto entre diversos outros consagrados e conscientes representantes da arte brasileira sem dúvida animaram o público. Mas a grande estrela do Festival foi o povo resistente e com incrível capacidade de compreensão do momento que vivemos. Lula não está sozinho. Que esse bonito e importante evento seja o último necessário para clamarmos pela justiça e por sua liberdade.

    #LULALIVRE

    Fotos e texto; João Bacellar