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  • EUA apertam bloqueio econômico contra Venezuela, mas o país segue como exemplo no combate ao coronavirus

    EUA apertam bloqueio econômico contra Venezuela, mas o país segue como exemplo no combate ao coronavirus

    Por Clara Luiza Domingos, especial para Jornalistas Livres

     

    Carolus Wimmer, presidente do Comité de Solidariedad Internacional y Lucha por La Paz na Venezuela (COSI Venezuela) e secretário de relações internacionais do Partido Comunista da Venezuela participou do Boletim Semanal Venezuela, que foi ao ar na última quinta-feira (11.06), no Facebook e Youtube do Jornalistas Livres, para denunciar as ofensivas imperialistas dos Estados Unidos contra o país da revolução bolivariana. O exemplo venezuelano no combate ao coronavirus  foi um dos temas do Boletim desta semana, além de como os EUA têm insistindo em sua agressão em plena crise sanitária mundial.

    Semanalmente o Jornalistas Livres coloca no ar o Boletim Venezuela, para tratar dos assuntos mais importantes envolvendo a Venezuela, com o objetivo de informar o público fatos e análises que, muitas vezes, não chegam pela mídia hegemônica, dando voz a lideranças que possam expor os problemas vividos diariamente pelos venezuelanos e os conflitos internacionais.

     

    Boletim #1 Venezuela e o ataque imperialista dos EUA durante a pandemia da Covid-19

     

    Wimmer iniciou sua fala destacando que a crise sanitária do coronavírus é mais uma das crises do capitalismo e ressaltou a diferença de resultados no combate a pandemia entre países que não são regidos pelo sistema econômico capitalista. “Atualmente, a Venezuela tem 2700 infectados e 23 falecidos, em comparação com outros países da América Latina, é relativamente pouco e esperamos que siga assim”.

    De acordo com Carolus, governo de Nicolás Maduro tomou as medidas sugeridas pela OMS a tempo, reconhecendo a pandemia rapidamente. Maduro rapidamente decretou o isolamento por três meses, fechou as fronteiras internacionais, interrompeu o tráfico nacional entre um estado e outro e já realizou 36 mil testes por milhão de habitantes, que em números gerais representa mais de 1 milhão de testes realizados no país. 

    Carolus também destacou que a parceria com o governo cubano na construção de um sistema de saúde gratuito, selada há 10 anos, durante o governo de Hugo Chavez, construiu uma estrutura física e profissional que permite atender a todo o povo venezuelano gratuitamente durante a crise sanitária.

    “Há um reconhecimento do risco para a saúde, uma responsabilidade do governo Venezuela em atender de uma forma direta os infectados, e também tomar medidas preventivas, isso em um momento quando a Venezuela vive a agressão direta do imperialismo dos estados unidos e de seus aliados europeus. Isso é um crime contra os venezuelanos. Isso já não tem nada a ver com as diferenças políticas e ideológicas. É um direito de cada povo receber nesse momento da pandemia os produtos necessários a nível de medicina e a nível da vida”, afirma Carolus, lembrando que o bloqueio econômico durante a pandemia foi criticado inclusive pela subsecretária geral das Nações Unidas (ONU) para Assuntos Políticos e de Construção da Paz, Rosemary DiCarlo.

    Cooperação Internacional

    Apesar de países como os Estados Unidos, Inglaterra e França insistirem em não cumprirem as ordens da ONU em defesa dos direitos humanos, o presidente do COSI Venezuela destaca em sua fala a contrapartida de cooperação internacional de países como Rússia, Irã, China e outros países. “Há dois dias chegou o sexto avião da China cheio de produtos com medicamentos e materiais para hospitais”, conta Wimmer.

    Os Estados Unidos têm apertado o bloqueio econômico, imposto desde 2013, ameaçando sanções a embarcações ligadas ao comércio do petróleo na Venezuela, dessa forma, atacando o coração da economia venezuelana.

    “Os EUA têm interesse nos recursos naturais da Venezuela, no petróleo, no gás, nos recursos minerais, na biodiversidade, na reserva de água doce, porque o capitalismo está em crise, querem se salvar roubando os recursos de outros países, especialmente dos países da América do Sul e da África.”, ressalta Carolus.

    “Venezuela pode comprar as coisas, não precisamos de presentes, mas com esse bloqueio naval e o sistema jurídico mundial é um juiz, os EUA castigam empresas de outros países que fazem negócios com Venezuela”, denuncia a liderança do COSI Venezula.

    Wimmer explica no vídeo que não basta ter petróleo no território, é necessária tecnologia moderna, maquinaria e produtos químicos para fazer com que o óleo mineral natural chega às bombas como combustível. “Normalmente, qualquer país importa produtos, isso é como funciona a economia do petróleo, mas ao ter o bloqueio total dos EUA, não podemos importar nada. Naturalmente, temos o colapso das refinarias”, explica.

    Para ajudar na crise vivida pela Venezuela, no início do mês de Junho, o Irã enviou cinco petroleiros iranianos carregados de combustíveis para satisfazer a demanda interna da Venezuela. Um total de 1,53 milhão de barris de gasolina e outros hidrocarbonetos. Todos os petroleiros foram escoltados pela Marinha e Força Aérea da Venezuela após entrarem nas águas territoriais venezuelanas, já que os EUA ameaçaram usar força para impedir a chegada dos navios aos portos da Venezuela.

    Carolus alerta para essa tentativa de impedir a entrada de petroleiros nos portos venezuelanos gera um risco de conflito bélico a nível mundial, já que China, Irã e Rússia também estão envolvidos e posicionam ao lado da Venezuela.

    Contudo, a chegada dos petroleiros no país da revolução bolivariana está sendo fundamental para resolver muitos problemas cotidianos que tem surgido depois das sanções impostas pelos EUA, como a fome, já que a gasolina é fundamental para a produção agrícola.

    “Somos muito otimistas, mas também muito vigilantes, o povo venezuelanos e a classe trabalhadora precisa ser vigilante, porque há fatores negativos do Estado como corrupção, burocracia e ineficiência, temos inimigos externos e internos, onde está a contra-revolução, operada pela oposição venezuelana”, destaca Wimmer.

     

    Assista na íntegra o Boletim Semanal Venezuela, que foi ao ar na última quinta-feira (11/06), conduzido pelas jornalistas Clara Luiza Domingos e Martha Raquel:

     

  • Mulheres à Frente da Tropa. Uma bela homenagem do Ira!

    Mulheres à Frente da Tropa. Uma bela homenagem do Ira!

    O Ira! escolheu o Dia da Mães, para mostrar seu mais recente clipe, “Mulheres à Frente da Tropa”. Coloca à frente do vídeo, um batalhão de mulheres guerreiras, lutadoras, vencedoras e corajosas. Mais que um sonho, uma vontade de ver um novo pensamento de País, calcado na luta, na empatia e na verdade.

    Após 13 anos sem voltar aos estúdios, o Ira! traz um trabalho de inéditas em 10 faixas no álbum de nome homônimo “IRA”, entre elas, “Mulheres à Frente da Tropa”.

    Mulheres à Frente da Tropa
    Capa do novo disco: IRA

    Deste álbum, o primeiro clipe que estea sendo lançado hoje, é o da canção “Mulheres à Frente da Tropa”, cantada e composta por Edgard Scandurra, com um coro de mulheres, entre elas, a cantora Virginie Boutaud, da saudosa banda Metrô.

    Gravado em boa parte nas dependências da Ocupação 9 de Julho, o vídeo, dirigido por Luciana Sérvulo, conta uma história a partir do sonho de uma senhora que cochila em sua poltrona. Nesse sonho, surgem diversas mulheres que caminham para seus destinos, entre elas, representantes de outros tempos como a sufragista norte americana na luta pelo seu direto ao voto.

    O vídeo mostra ainda, pinturas e figuras marcantes como Marielle Franco, Dandara, Preta Ferreira e conta com a participação de mulheres ativistas, representantes do Movimento dos Trabalhadores Ruais Sem Terra – MST, Movimento dos Trabalhadores Sem Teto – MTST, Movimento dos Sem Teto do Centro – MSTC, estudantes, adolescentes, crianças, artistas e performers, como a bailarina Sandra Miyazawa e lideranças comunitárias como a indígena guarani Sônia Ara Mirim e Carmen Silva, do Movimento dos Sem Teto do Centro – MSTC.

    Ao final, muitos rostos de mulheres observam o ‘voar’ da bailarina sobre suas cabeças e sobre a cidade, num claro símbolo de leveza, amor e liberdade. A senhora acorda e o sonho segue.

    Assista a esse lindo clipe aqui:

    Para seguir a banda Ira!

    Site oficial: http://www.iraoficial.com/

    Instagram: https://www.instagram.com/oficialira/?hl=en

  • Irã terá apoio popular em resposta ao assassinato de Soleimani

    Irã terá apoio popular em resposta ao assassinato de Soleimani

    ARTIGO

    Eduardo Campos, jornalista e advogado mineiro, visitou o Irã em 2018 e mantém
    contatos com amigos que fez no país

    A mídia ocidental hegemônica sempre comprou a narrativa contemporânea do
    Império, segundo a qual o Irã é um país satânico. Não por acaso, George
    Bush, então presidente dos Estados Unidos, incluiu o Irã no tripé que
    caracterizou, em 2002, como “Eixo do Mal”, que contava ainda com Iraque e
    Coreia do Norte. Da “ameaça” do Iraque, o Império se livrou já no ano
    seguinte, invadindo o país e derrubando seu governo. A Coréia, continua
    levando em banho-maria, tendo Trump participado, nos últimos anos, de um
    jogo cênico bilateral, simulando falsos acordos de paz.
    Já o Irã, este não apenas não se dobrou, nem sequer esboçou fazê-lo, muito
    embora tenha se disposto a celebrar um acordo de não-proliferação de armas
    nucleares, com as maiores potências do mundo, reduzindo seu estoque de
    urânio enriquecido e adotando outras medidas afins. O acordo permitiu acabar
    com o embargo comercial imposto pelos Estados Unidos e seus aliados ao
    país dos aiatolás, que enfrenta, desde então, sérios problemas econômicos.

    Foi, contudo, rompido unilateralmente por Trump, em 2018, a pretexto de que
    não estaria conseguindo cumprir seu objetivo de conter a ameaça nuclear. O

    Irã não se curvou à chantagem estadunidense, permitindo-se, ao contrário,
    relaxar com cláusulas do pacto, diante da retomada das sanções pelo Império.
    O novo embargo, contudo, voltou a provocar grande impacto na economia do
    país, que ainda não havia se recuperado da crise e viu se agravarem as
    restrições à venda de seu petróleo e ao seu sistema bancário.

    O objetivo de Trump, na verdade, mais que o histórico interesse dos Estados
    Unidos no petróleo do Oriente Médio, foi o de conter o avanço da influência
    iraniana na região, já bastante acentuada no Iraque, na Síria, no Líbano e no
    Iêmen, tendo como contraponto Israel e a Arábia Saudita.
    O assassinato do general Soleimani, no último dia 3, se enquadra nesse
    contexto. Soleimani foi o principal articulador da expansão da influência

    iraniana no Oriente Médio nas últimas décadas, ele que, em 1998, assumiu a
    direção da Força Quds, divisão da Guarda Revolucionária Iraniana responsável
    por ações militares extraterritoriais. Não por acaso era considerado o segundo
    homem mais forte do país, abaixo apenas do Aiatolá Kamenei, líder supremo, e
    acima mesmo do presidente Rohani e do líder do Parlamento.

    As expectativas, agora, se voltam para a reação do Irã e de seus aliados na
    região, em face do atentado terrorista perpetrado pelos Estados Unidos no
    território do Iraque, que vitimou também importantes líderes iraquianos.
    A primeira resposta importante foi a decisão do Parlamento iraquiano, tomada
    neste domingo, 5, de pedir ao primeiro-ministro do país a expulsão das tropas
    estadunidenses e aliadas de seu território. Como a proposta partiu do próprio
    primeiro-ministro, não há dúvida de que será implementada, tornando-se a
    primeira vitória iraniana na contraofensiva que se anuncia.

    Ao lado dela, o Irã já anunciou, também neste domingo, que não mais se subordinará às restrições
    para enriquecimento do urânio, muito embora esteja disposto a continuar sendo
    monitorado pela Agência Internacional de Energia Atômica, vinculada à ONU.
    O país condiciona a revisão da decisão à suspensão das sanções comerciais
    lideradas pelos Estados Unidos.
    O regime iraniano, na verdade, está com um abacaxi na mão, e saber
    descascá-lo é essencial para que o país e seus aliados não sofram revezes
    ainda maiores. Não pode deixar de dar uma resposta contundente ao
    assassinato de seu líder, sob pena de se desmoralizar, não apenas na região,
    mas, sobretudo, diante de seu próprio povo. Corre o risco de, ao fazê-lo, sofrer
    novos ataques, tendo Trump já ameaçado bombardear o país, em caso de
    represália a alvos americanos.
    Trump, por sua vez, também não está em situação confortável, já que disputa a
    reeleição no fim deste ano e seu discurso populista de direita sempre
    incorporou o combate às guerras, focando nos interesses internos do país,
    como querem os seus concidadãos. O assassinato de Soleimani foi, na
    verdade, uma jogada de grande risco. Se não houver reação de impacto, sai
    fortalecido ainda mais para o pleito, somando-se sua demonstração de força à
    boa situação econômica vivida pelo país. Uma reação dura, contudo, tende a

    provocar nova ofensiva de sua parte, fugindo ao controle por ele planejado e
    com importante potencial de desgaste junto ao seu eleitorado.
    Embora não se possa prever, com o mínimo de segurança, o que acontecerá
    nos próximos dias, não é razoável supor que o Irã se absterá de novas
    medidas, em contraponto ao ataque sofrido. As possibilidades aventadas são
    múltiplas, desde a mais arriscada de todas, de atingir alvos estadunidenses na
    região, até a guerra cibernética, área em que o país vem se especializando e já
    possui força considerável, passando por ações no Estreito de Ormuz, por onde
    transitam de 30% a 40% do tráfego de petróleo do mundo, e ataques a aliados
    dos Estados Unidos, particularmente Israel.
    Um dado nesse jogo de xadrez não pode ser desconsiderado: o apoio do povo
    iraniano ao enfrentamento do país aos interesses hegemônicos
    estadunidenses.
    Os iranianos têm um grande orgulho da história de seu país, o que impulsiona
    seu espírito de defesa da soberania nacional. Este sentimento não se confunde
    com apoio ao regime teocrático que se impôs ao país com a Revolução
    Islâmica de 1979. Domina tanto os que sustentam o regime, quanto a
    crescente parcela que o rejeita e que aspira por liberdade e democracia.
    O povo iraniano quer paz, mas sabe que ela não será alcançada com a
    capitulação dos interesses nacionais, diante dos constantes ataques dos
    Estados Unidos contra o país e seus aliados na região. Defensores e
    opositores do regime se unem no combate à política hegemonista do Império.
    Além de seu espírito nacionalista, todos sofrem, no dia a dia, as consequências
    das sanções econômicas impostas ao país. A inflação e o desemprego estão
    fora de controle. As filas nas casas de câmbio não dão trégua, evidenciando o
    enfraquecimento do rial, moeda nacional, e a busca de um mínimo de
    segurança no dólar e no euro.
    Praticamente não se vê mendicância no Irã, mas as condições de vida da
    população se deterioram de maneira progressiva. O regime dos aiatolás
    manteve a política de concentração de riqueza da monarquia que substituiu,
    liderada pelo Xá Reza Pahlev, ainda que o dinheiro tenha mudado de mãos. As

    desigualdades, agravadas pela crise, potencializam o descontentamento com a
    teocracia vigente.
    A sociedade iraniana se encontra em estado de ebulição. Parte expressiva da
    população percebe claramente que o regime vem utilizando o manto religioso
    como instrumento de manipulação das consciências e de sua própria
    manutenção. As mulheres já se rebelam contra a opressão a que são
    submetidas. Já se veem, com certa frequência, manifestações públicas de
    contestação ao uso do hijab, o véu obrigatório que cobre suas faces. Os jovens
    querem liberdade. O álcool, proibido, circula com desenvoltura crescente. Muita
    gente, em contato com turistas, critica abertamente o regime, mesmo tendo a
    consciência dos cuidados necessários para não publicizar em demasia suas
    opiniões. Alguns dizem mesmo que tudo o que lhes é proibido faz a festa dos
    aiatolás, como orgias regadas a drogas e álcool.
    Tudo no Irã parece ter duas faces, uma interna, outra externa, contraditórias.
    Em suas casas, na intimidade, as pessoas se dão o direito de ser e agir
    livremente, como lhes convém; nos espaços públicos, transformam-se, por
    instinto de sobrevivência. Até mesmo a arquitetura iraniana simbolizaria esta
    dualidade: por fora, a simplicidade; por dentro, a suntuosidade, como se pode
    verificar no complexo de palácios de Reza Pahlev, transformado em museu.
    Toda transgressão é passível de prisão ou mesmo de morte, dependendo de
    quão ofensiva ao Islã é considerada. Todavia, segundo alguns iranianos, há
    muito já se percebe um certo jogo de faz de conta em relação a certas práticas.
    A proibição às bebidas alcoólicas, por exemplo, seria um pouco mais relaxada
    em Shiraz, onde a produção de vinho se iniciou em 2500 a.c. O mesmo
    aconteceria com a maconha. Em ambientes internos, mesmo públicos,
    mulheres de despem dos véus. Até o homossexualismo feminino seria
    tolerado, em alguma medida, enquanto o masculino resultaria em morte
    implacável.
    Na verdade, a mudança das mentalidades e as lutas que se travam em favor
    da modernização da sociedade acabam por ser, ainda que de forma limitada,
    absorvidas pelo regime. A política de linha dura já não se sustenta com
    facilidade. Os mais jovens querem conhecer outras possibilidades, mesmo

    sabendo de sua existência apenas pelas mídias sociais, cujas restrições ao
    acesso acabam conseguindo burlar, e por contatos com estrangeiros. Os mais
    velhos se dividem, entre os que têm saudade daquilo que identificavam como
    liberdade na época do Xá e os que se apegam aos dogmas religiosos
    supostamente encarnados pelos aiatolás.
    É fato que a mídia ocidental conseguiu demonizar o Irã perante a opinião
    pública mundial, como parte da estratégia hegemonista do Império
    estadunidense. O que ela talvez não se dê conta é de que, a despeito das
    contradições internas do país e da fratura que ocorre em seu tecido social, em
    que os anseios por mudanças profundas se contrapõem ao conservadorismo e
    à ditadura dos aiatolás, os iranianos se unem quando se trata de defender os
    interesses nacionais e de se contrapor à dominação que os Estados Unidos
    pretendem impor à região. Sabem, como ninguém, que a política externa
    estadunidense é diretamente responsável pelo surgimento de grupos como a
    Al-Qaeda e o Estado Islâmico, e que o Império navega conforme a corrente.

    O Irã está para explodir, mais dia, menos dia, por suas contradições internas.
    Onde vai parar, os próprios iranianos não se arriscam a dizer. Sabem apenas
    que a ditadura religiosa se enfraquece a cada dia e que dificilmente se
    prolongará por muito tempo. É provável, contudo, que, neste momento, os
    conflitos sejam colocados de lado, e que Estado e sociedade se unam para
    defender sua história e sua soberania. Não importa, para o povo mais
    simpático do mundo, que o inimigo seja incomparavelmente mais poderoso.
    Importa, sim, não se deixar humilhar pelo Império e seus interesses
    expansionistas.
    Que o digam as multidões nas ruas no funeral de Soleimani!

     

     

  • ENTENDA A CRISE: EUA ASSASSINAM LÍDER MILITAR DO IRÃ

    ENTENDA A CRISE: EUA ASSASSINAM LÍDER MILITAR DO IRÃ

     

     

    O ataque realizado pelos Estados Unidos contra o Aeroporto Internacional de Bagdá, no Iraque, no dia 3, matou o principal comandante militar do Irã, o general Qassim Suleimani, e fez o mundo tremer por receio de uma nova guerra na região do Oriente Médio. Os EUA confirmaram que a ação foi autorizada pessoalmente pelo presidente Donald Trump e anunciaram que vão mandar outros 3.000 soldados para o Oriente Médio, enquanto o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, pediu “vingança implacável”.

    Suleimani estava na vanguarda da geração revolucionária do Irã, juntando-se à Guarda Revolucionária do país aos 20 e poucos anos, após o levante de 1979 que derrubou a Ditadura do Xá Reza Phalevi, aliado dos Estados Unidos.

    A Casa Branca notificou neste sábado (4) o Congresso americano sobre o ataque com drones que matou o comandante militar do Irã Qassim Suleimani no Iraque. Muitos parlamentares democratas —incluindo a presidente da Câmara dos Deputados, Nancy Pelosi—criticaram o presidente Donald Trump por não obter aprovação prévia ou notificar a Casa a respeito do ataque, que causou um aumento assustador da tensão entre o Irã e os Estados Unidos e seus aliados.

    Protestos em frente à Casa Branca contra a guerra e contra o imperialismo americano – Andrew Caballero-Reynolds/AFP

    Na noite de sábado (4), Trump postou em uma rede social que o Irã está mirando diversos alvos norte-americanos como forma de vingança pela morte de Suleimani.

    Trump ameaça 52 alvos iranianos, caso haja retaliação contra o assassinato do general Suleimani
    Trump ameaça 52 alvos iranianos, caso haja retaliação contra o assassinato do general Suleimani

     

     

    E acrescentou que, caso o país persa faça um ataque, Washington já tem mapeadas 52 locações iranianas para revidar. O número representa os 52 norte-americanos tomados como reféns durante a invasão da embaixada dos EUA em Teerã, em 1979. Na ocasião, um grupo de estudantes e militantes islâmicos tomaram a embaixada americana em Teerã, em apoio à Revolução Iraniana. Os 52 americanos foram libertados depois de terem sido mantidos como reféns por 444 dias (de 4 de novembro de 1979 a 20 de janeiro de 1981).