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  • Desembargador Souto Maior  garante o direito à greve

    Desembargador Souto Maior garante o direito à greve

    O Desembargador  Souto Maior determinou multa de R$ 1 milhão por cada ato antissindical cometido pelas empresas que tentarem impedir a paralisação dos trabalhadores na adesão à greve geral convocada para sexta-feira (14/06) pelas centrais sindicais.

    A decisão  é do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 15ª Região que  garante o direito à greve para motoristas de ônibus no interior do estado de São Paulo .

    Em sua decisão cita, entre outros,  o  Art. 9º da Constituição:  “ É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender.”  Afirma ainda no texto que “Deflagrada a greve, é responsabilidade do empregador abrir negociação com os trabalhadores, inclusive para definir como será dada continuidade às atividades consideradas essenciais ou inadiáveis.”

    O magistrado, ao longo do despacho, reforça Constituição de 1988, fruto do processo de redemocratização do país “que só foi possível em decorrência do advento de muitas greves”, garante o direito à greve.

    Por ato “antissindical” Souto Maior  define que “valer-se de qualquer força impeditiva ou opressiva do Estado” identificados pelo magistrado como com “aparatos policiais (da força pública e de entidades privadas, para reprimir ou inviabilizar atos pacíficos e falas dos trabalhadores em greve” ou “dar continuidade aos serviços sem negociar com o sindicato ou a comissão de greve”.

    A liminar do desembargador vem em resposta à ação da entidade Interurbano (Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Passageiros do interior do estado de São Paulo)  que pedia a manutenção de 80% do efetivo do transporte em funcionamento.

    No texto, o magistrado  afirma: “Se a greve é um direito dos trabalhadores não compete ao empregador ‘decidir’ pelo fim da greve. Ao Estado, por sua vez, o que cumpre é garantir a efetividade dos direitos fundamentais e o direito de greve está consignado na Constituição como tal”

     Para o desembargador “ A greve efetiva não é o vazio. É a forma que os trabalhadores elegem para que sua voz seja ouvida.

     

     

  • Presidente do TRT-2 tenta impedir adesão à greve geral

    Presidente do TRT-2 tenta impedir adesão à greve geral

    Do Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário Federal do Estado de São Paulo

    Presidente do TRT-2 tenta impedir adesão à greve geral

    Em despacho inconstitucional, desembargadora ameaça punir servidores; Sindicato mantém chamado para greve geral nesta sexta-feira, 14 de junho.

    A presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região, desembargadora Rilma Aparecida Hemetério, respondeu ao comunicado do Sintrajud informando sobre a adesão dos servidores daquele Tribunal à greve geral desta sexta, 14 de junho, com um despacho no qual ameaça punir quem participar da paralisação nacional contra a ‘reforma’ previdenciária que o governo Jair Bolsonaro (PSL) tenta aprovar.

    A diretoria do Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário Federal do Estado de São Paulo aponta que a decisão é um ataque ao direito de greve, garantido através do artigo 37 da Constituição Federal. Os servidores decidiram aderir ao movimento contra a PEC 6-A/2019 que, dentre outras propostas, deverá aumentar a contribuição previdenciária. No contexto atual de congelamento de salários, isto significará redução salarial para a categoria.

    Embora na condição de gestora do maior Tribunal Trabalhista do país e exercendo a função de representante da instituição empregadora, a desembargadora coloca-se como julgadora e busca deslegitimar a decisão dos Trabalhadores.

    O Sindicato denuncia a prática antissindical e informa que a adesão da categoria à greve geral está mantida. Nesta quinta-feira, 13, os servidores farão um ato no átrio do Fórum Trabalhista Ruy Barbosa, ao meio-dia. O protesto contará com a participação de advogados e representantes de entidades sindicais de diversas categorias. Mais de 70 entidades já enviaram ao Tribunal, com cópia ao Sintrajud, moção de repúdio à decisão.

    Leia abaixo a íntegra da nota da direção do Sindicato:

    Repudiamos a prática antissindical no TRT-2 e reafirmamos nossa adesão à Greve Geral

    Em meio à organização de nossa categoria para a Greve Geral convocada para a próxima sexta-feira (14 de junho), contra a ‘reforma’ previdenciária que o governo Jair Bolsonaro tenta aprovar por meio da PEC 6-A/2019, fomos surpreendidos no fim da tarde desta terça (11) pelo despacho da Presidência do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região em resposta ao comunicado legal do Sindicato sobre a adesão ao movimento.

    De forma inédita na história do Tribunal, a gestora – na função de empregadora, no caso – decidiu atuar como juíza de uma causa não proposta em sede do Judiciário, tentar deslegitimar a decisão da categoria e intimidar os trabalhadores do órgão com a ameaça de que “estarão sujeitos às consequências legais de seu procedimento.”

    Tal postura afronta o direito constitucional dos trabalhadores decidirem sobre suas formas de luta e defesa de reivindicações. A administração ainda coloca como justificativa para a posição política que assumiu uma exigência não respaldada legalmente pelo próprio dispositivo que menciona no despacho (o artigo 4º da Lei 7.783/89). Ainda assim, o Sintrajud ressalta que cumpriu todas as formalidades colocadas pelo texto do artigo referido pela direção do TRT-2, bem como as determinações do artigo 3º da mesma lei, como sempre fez perante todas as administrações no Estado sem que tal questionamento se coloque.

    Greve geral contra a redução dos salários, o ataque à JT e o fim da segurança jurídica

    A ‘reforma’ da Previdência do governo Bolsonaro fere de morte as condições de vida e sustento dos trabalhadores em geral e dos servidores públicos em particular. Nós, que estamos com salários congelados e sem perspectiva de reajuste diante da emenda constitucional 95, teremos efetiva redução salarial se as contribuições previdenciárias saltarem de 11% para 15% ou até 22% do que recebemos acima do teto do INSS (R$ 5.839,45). Sem falar que a “Nova previdência” autoriza a criação de alíquotas extraordinárias se a União, estados ou municípios alegarem déficit nas contas

    – discurso que vem sendo usado desde 1998 para convencer a sociedade de que as “reformas” dos governos FHC, Lula e Dilma eram necessárias. Mais uma vez nós, servidores, somos o alvo.

    Além do confisco salarial, seremos obrigados a trabalhar por pelo menos 40 anos (mesmo aqueles que estão às vésperas de se aposentar e não têm garantido no texto da ‘reforma’ uma regra de transição que respeite o direito adquirido) ou perder até mais da metade dos proventos aos quais teríamos direito pelas regras de hoje.

    As e os pensionistas – nossos familiares – vão receber metade do que teriam direito em casos de morte do servidor.

    Quem já está no Regime de Previdência Complementar e aderiu à Funpresp-Jud pode ver suas economias escorrerem pelo ralo, o patrimônio das entidades fechadas de previdência poderá ser entregue à gestão de bancos.

    Além de toda crueldade contra os trabalhadores do setor privado, como a imposição do benefício de prestação continuada (BPC) no valor de R$ 400 para pessoas com renda per capita de 1/4 do salário mínimo.

    A proposta de emenda constitucional encaminhada pelo governo Jair Bolsonaro ao Congresso Nacional também afronta diretamente a separação dos poderes ao deslocar para o judiciário estadual, com autorização de lei, a competência da JF para julgar ações previdenciárias de acidente de trabalho. Essa estratégia fortalece mais ainda o desmonte do Judiciário Federal, num governo que defende abertamente o fim da Justiça do Trabalho.

    Por tudo isso, desde fevereiro deste ano o Sintrajud vem dialogando com a categoria sobre a necessidade de construir uma grande greve geral, como a que em 2017 impediu a aprovação da ‘reforma’ tentada pelo então governo Michel Temer. A postura do Tribunal, revelada também na imposição de multa aos metroviários e aos ferroviários pela adesão à greve geral, é na verdade um posicionamento político contra o direito de organização sindical e em favor do projeto governamental.

    A presidente do maior tribunal trabalhista do país não pode ser conivente com a ingerência do Executivo sobre o Judiciário, com a política de desmonte do sistema de justiça, a extinção da Justiça do Trabalho e a retirada de direitos trabalhistas, incluindo a redução de verbas de caráter alimentar. Ao se colocar numa postura antissindical e inconstitucional de ataque ao direito de greve, a presidência do TRT se alinha ao “pacto” proposto pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, que curva o Judiciário perante a emenda constitucional 95, e aceitar o definhamento do quadro de servidores das instituições de acesso à justiça social. Pacto este que já foi amplamente criticado por entidades da magistratura e até mesmo por ministros do STF.

    Diante da certeza da justiça das deliberações da categoria, reafirmamos: todos à greve geral em 14 de junho!

    Diretoria executiva do Sintrajud

  • Povo vai às ruas contra as reformas em todo o Paraná

    Povo vai às ruas contra as reformas em todo o Paraná

    Texto e fotos por Gibran Mendes.

    Agências bancárias, fábricas, escolas, refinarias e outros postos de trabalho amanheceram sem funcionários nesta sexta-feira (30) em Curitiba. A Greve Geral convocada pelas centrais sindicais também levou mais de 5 mil pessoas em um grande ato realizado em Curitiba.

    No interior do Estado também aconteceram diversas manifestações, como em Foz do Iguaçu, Cascavel, Ponta Grossa e Umuarama, por exemplo. Este é o reflexo das propostas de reforma da previdência e trabalhista que vão acabar com a aposentadoria e os direitos trabalhistas no Brasil.

    “Estamos diante de um cenário que não há outro caminho que não fazer a luta. São reformas que tiram direitos, sim. São projetos que levarão o Brasil a voltar décadas, um retrocesso imaginável. Nossa única opção é fazer esse enfrentamento e pressionar diretamente os deputados e senadores”, afirmou a presidenta da CUT Paraná, Regina Cruz.

    Ela ainda lembrou que a central lançou o site “Na Pressão” com o intuito de facilitar o contato direto entre a população e os legisladores. “É mais uma ferramenta que está à disposição da classe trabalhadora com o objetivo de lutar contra estes retrocessos. É possível fazer o contato direto com cada parlamentar para mostrar que não vamos aceitar essas propostas que estão tramitando no Congresso Nacional”, completou.

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    Lutas locais – No Paraná, os servidores públicos estaduais e de Curitiba também tinham outros motivos para protestarem. Ambas as categorias estão sofrendo com administrações que privilegiam a retirada de direitos em detrimento de outras políticas públicas.

    “Unimos as pautas porque estamos vivendo um ataque contra os direitos em Curitiba, mas também a nível nacional. As reformas da previdência e trabalhista nos atinge também. Não só em nome da solidariedade de classe, mas também em nome das políticas públicas. Certamente fará com que a classe trabalhadora dependa ainda mais destes serviços públicos que estão sendo negadas em todas as esferas”, explica a coordenadora-geral do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba (SISMUC), Irene Rodrigues.

    Durante a semana que passou, a Câmara de Vereadores, em uma votação às escondidas longe da sede do legislativo municipal, aprovou o chamado “Pacotaço” do prefeito Rafael Greca. Os projetos de lei trazem retrocessos no plano de carreira, na previdência e uma série de outros direitos da categoria.

    No plano estadual os servidores há tempo sofrem com problemas relacionados ao governador Beto Richa. A secretária de finanças da APP-Sindicato, Marlei Fernandes, destacou esse histórico. “Estamos fazendo luta intensa no estado contra as mentiras do Beto Richa que mostra na televisão um Paraná maravilhoso, gastando ainda mais com propaganda, mas que não atinge de fato os direitos dos servidores públicos do Paraná. No caso da educação foi a retirada das horas atividade, impedimento de professores que ficaram doentes pudessem assumir aulas, um absurdo, e também a nossa data-base. Já são 15 meses sem reposição salarial, mais de 30 mil aposentados que tem os menores salários do estado sem reajuste”, enumerou.

    Desafios – O dirigente da Confederação Sindical das Américas, Rafael Freire, acredita que o desafio agora é ampliar o diálogo com a população. “A mensagem central que estamos desafiados é explicar para a população o que significa a reforma trabalhista. Na previdência conseguimos. O risco é de nós voltarmos a padrões trabalhistas do século XIX. Esse é o desafio central que temos hoje”, avaliou.

    Na mesma linha o representante do coletivo Advogados pela Democracia, Nasser Allan, criticou duramente a Reforma Trabalhista. “Essa reforma trabalhista é o maior processo de concentração de renda da história do País. Precisamos entender que País desejamos, qual é o modelo de sociedade que queremos. Esta é a discussão. Desejamos um país excludente? Pois é esse país que veremos com a reforma trabalhista. Concentração de renda não mão dos gra ndes empresários e do sistema financeiro”, projetou.

    Interior – Em Foz do Iguaçu a mobilização foi realizada em frente ao Banco do Brasil, no calçadão do Centro da cidade. Em Ponta Grossa, Londrina e Cascavel, manifestações também foram realizadas durante a manhã desta sexta-feira.

    A rodovia do Xisto, em Araucária, foi paralisada nas primeiras horas da manhã. A Refinaria Getúlio Vargas, localizada na cidade, também foi fechada pelos petroleiros. Outras cidades como General Carneiro e Umuarama também realizaram mobilizações.