Jornalistas Livres

Tag: feministas

  • EDITORIAL: Neymarzinho e Neymarzão às voltas com a mulher-diaba!

    EDITORIAL: Neymarzinho e Neymarzão às voltas com a mulher-diaba!

    Neymar é inocente! A Globo quer que seja! O machismo quer que seja! A CBF quer que seja! Os patrocinadores dele querem que seja —Neymar possui patrocínio de “gigantes”, como Nike, Air Jordan, Qatar Nacional Bank, Beats by Dre, Red Bull, McDonald’s, Wish, EA Games, Gillette, Honda, Mastercard e Panini, entre outros.

    “A mulher que o acusa é uma oportunista”.
    “Foi uma armadilha”.
    “Um homem tentou chanteagear o pai do Neymar em nome dela”.

    O big business em torno da marca Neymar Jr. se crispa de nervoso com a acusação: “ESTUPRADOR”.

    ♦Ah, mas a moça foi pra Paris com tudo pago pelo craque! Ficou hospedada em um hotel de luxo.
    ♦Trocou mensagens “quentes” com Neymar, afirmam as colunas de fofocas e os programas vespertinos da TV, como se isso justificasse alguma coisa.

    “Quem está na chuva é pra se molhar”, alega o machismo!

    Então, vamos lá!

    1. Neymar gravou um vídeo logo depois de a moça fazer a denúncia do estupro, em que confirma que os dois combinaram o encontro e que ele a convidou para ir a Paris. Também teria havido troca de mensagens e de fotos e vídeos entre eles, com conteúdo erótico.
    2. Pela denúncia divulgada, Neymar chegou ao hotel embriagado e a forçou ao sexo contra a vontade dela. O nome disso é ESTUPRO. Sempre que um homem força uma mulher a atos sexuais contra a vontade dela, o nome é ESTUPRO. Pode ser um desconhecido, o marido, pode ser namorado, amante, pode ser ficante, rolo ou o que for. É ESTUPRO. E quem o comete é ESTUPRADOR.
    3. Só o machismo e a rendição sem vergonha ao poder econômico e midiático de Neymar e seus patrocinadores autoriza alguém, no atual estágio das investigações, a atacar a honra e a credibilidade da moça que denuncia o atleta.
    4. O pai de Neymar disse que um advogado apresentou-se em sua casa, dizendo representar a moça e chantageando-o para não acusar o jogador. O nome desse advogado? Ninguém sabe. A conversa com esse advogado também não foi registrada pelo empresário-pai de Neymar, apesar de ter sido realizada no apartamento dele. Esquisito, não é? Alguém parou para pensar que essa reunião, se ocorreu —SE—, pode não ter sido pedida ou organizada pela moça?
    5. Para provar que foi “seduzido” pela moça, Neymar mostrou vídeos íntimos que ela lhe mandou. Cometeu mais um crime. Divulgar a intimidade de alguém é crime, e é passível de indenização por dano moral e material, como determina a Constituição Federal em seu artigo 5º inciso X: “São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.”
    6. Neymar Jr. e os executivos dos negócios que envolvem sua marca sabem muito bem que a moça ficaria famosa se aparecesse como a nova namorada do craque… Se ela fosse mesmo uma oportunista, uma aventureira, ela poderia conseguir uma vaga como apresentadora em algum programa da RedeTV, virar “fazendeira” na Record, aparecer na capa da revista Caras, dar uma entrevista no Fantástico, ou o que for. Por que ela teria preferido esse penoso caminho da denúncia, sabendo que enfrentaria o machismo e todas as suspeitas que, inevitavelmente recairiam –como estão recaindo— sobre ela?
    7. Infelizmente, em pleno 2019, e apesar de lutas travadas por mulheres corajosas como as que denunciaram o assédio em Hollywood ou na TV Globo, antes de mais nada, as pessoas ainda desconfiam da mulher, “diaba”, “sedutora”, “traiçoeira”, “bruxa dos infernos”, que enganou o pobre menino rico Neymar. Coitado!
    8. E, como a Justiça no Brasil está em frangalhos, pautando-se vexaminosamente pelo poder da big mídia, o mais provável é que assistamos à Copa América que se iniciará no dia 14 de junho abraçados e abraçadas, todas e todos, em firme convicção (porque é isso o que importa, não é?) na “honestidade” do atleta cai-cai. Porque, sabemos, no fundo, que o que conta é a bola rolando, os milhões entrando e algum blá-blá-blá que o Galvão Bueno invente pra nos distrair dessa triste realidade.

    #Metoo

  • Lideranças mundiais convocam as mulheres para construção de uma articulação Internacional Femininista

    Lideranças mundiais convocam as mulheres para construção de uma articulação Internacional Femininista

    Há um chamado internacional, assinado por lideranças feministas como Angela Davis, para que as mulheres se unam além de 8 de março. Estão sendo convocadas reuniões para atos e ações unificados em mais de nove países e foi lançado o Manifesto Feminista – PARA ALÉM DO 8 de Março: rumo a uma Internacional Feminista

    O movimento tem como principal objetivo fazer uma frente feminista contra o movimento opressor, autoritário, depreciador, racista e homofóbico da extrema direita no mundo.

     

    Trechos do Manifesto:

    “Estamos vivendo um momento de crise geral. Essa crise não é de forma alguma somente econômica; é também política e ecológica. O que está em jogo nessa crise são nossos futuros e nossas vidas. Forças políticas reacionárias estão crescendo e apresentando-se como uma solução a essa crise. Dos EUA à Argentina, do Brasil a Índia, Itália e Polônia, governos e partidos de extrema direita constroem muros e cercas, atacam os direitos e liberdades LGBTQ+, negam às mulheres a autonomia de seu próprio corpo e promovem a cultura do estupro, tudo em nome de um retorno aos “valores tradicionais” e da promessa de proteger os interesses das famílias de etnicidade majoritária. Suas respostas à crise neoliberal não é resolver a raiz dos problemas, mas atacar os mais oprimidos e explorados entre nós”.

    “Diante da crise global de dimensões históricas, mulheres e pessoas LGBTQ+ estão encarando o desafio e preparando uma resposta global. Depois do próximo 8 de março, chegou a hora de levar nosso movimento um passo adiante e convocar reuniões internacionais e assembleias dos movimentos: para tornar-se o freio de emergência capaz de deter o trem do capitalismo global, que descamba a toda velocidade em direção à barbárie, levando a bordo a humanidade e o planeta em que vivemos”.

    Para assinar o manifesto entre no site https://www.internacionalfeminista.org/

    Manifesto assinado por 24 lideranças, são elas:

    Amelinha Teles (União de Mulheres de São Paulo, Brazil)

    Andrea Medina Rosas (Lawyer and activist, Mexico)

    Angela Y. Davis (Founder of Critical Resistance, US)

    Antonia Pellegrino (Writer and activist, Brazil)

    Cinzia Arruzza (Co-author of Feminism for the 99%. A Manifesto)

    Enrica Rigo (Non Una di Meno, Italy)

    Julia Cámara (Coordinadora estatal del 8 de marzo, Spain)

    Jupiara Castro (Núcleo de Consciência Negra, Brazil)

    Justa Montero (Asamblea feminista de Madrid, Spain) Kavita Krishnan (All India Progressive Women’s Association)

    Lucia Cavallero (Ni Una Menos, Argentina)

    Luna Follegati (Philosopher and activist, Chile)

    Marta Dillon (Ni Una Menos, Argentina)

    Monica Benicio (Human rights activist and Marielle Franco’s widow, Brazil)

    Morgane Merteuil (feminist activist, France)

    Nancy Fraser (Co-author of Feminism for the 99%. A Manifesto)

    Nuria Alabao (Journalist and Writer, Spain)

    Paola Rudan (Non Una di Meno, Italy)

    Sonia Guajajara (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil)

    Tatiana Montella (Non Una di Meno, Italy)

    Tithi Bhattacharya (Co-author of Feminism for the 99%. A Manifesto)

    Veronica Cruz Sanchez (Human rights activist, Mexico)

    Verónica Gago (Ni Una Menos, Argentina)

    Zillah Eisenstein (International Women’s Strike, US)

     

  • #EleNão em Brasília

    #EleNão em Brasília

    Em Brasília, o dia 29/09/2018 foi marcado por muita música e força das mulheres contra Bolsonaro, contra o fascismo. Ensaio fotográfico de Leonardo Milano, para os Jornalistas Livres.

     

  • #EleNão em Belém do Pará

    #EleNão em Belém do Pará

    Ensaio fotográfico de Raoni Arraes, do dia 29/09/2018, quando mulheres colocaram milhares nas ruas de Belém, no Pará, contra o fascismo, contra Jair Bolsonaro.

  • #EleNão em São Paulo – Ensaio fotográfico de Thiago Macambira

    #EleNão em São Paulo – Ensaio fotográfico de Thiago Macambira

    Ensaio fotográfico de Thiago Macambira, especial para os Jornalistas Livres, sobre a linda manifestação das mulheres brasileiras contra o fascismo, contra a candidatura de Bolsonaro, pela democracia, pelo direito de viver.

  • 25 de novembro: ocupa tudo pela vida das mulheres

    25 de novembro: ocupa tudo pela vida das mulheres

    Por Maria das Neves para os Jornalistas Livres

    Hoje é mais um dia de luta, dia internacional de combate à violência contra as mulheres, 25 de novembro.

    São tempos difíceis, sobretudo para as mulheres. O golpe machista e misógino retira diariamente direitos da classe trabalhadora, em especial das trabalhadoras, como a Reforma Trabalhista e da Previdência.

    E, quando achamos por um segundo que não pode ficar pior, a bancada fundamentalista nos apresenta a PEC 181, tornando um projeto que propunha um direito, ampliando a licença maternidade para mães de bebês prematuros, num projeto que acaba com o  aborto legal [em casos de estupro, risco de morte da mãe e fetos anencéfalos], no Brasil.

    Uma corja de deputados, querem nos obrigar a ter filhos de estupradores, para eles, nossas vidas não importam.

    Portanto, hoje, afirmamos: lutamos pela vida das Mulheres. Mas, não qualquer vida, uma vida sem violência. Sem qualquer forma de violência, física, sexual, psicológica, moral, material.

    O Brasil é o quinto país do mundo no ranking de violência contra as mulheres. Para as mulheres negras a realidade é ainda pior, o índice de violência, contra nós, ampliou-se em 54%.

    O tripé machismo , racismo e capitalismo nos sentencia a salários ainda mais baixos do que os recebidos pela mulheres brancas, a cultura do estupro, e a hipersexualização dos nossos corpos, ao aborto inseguro e clandestino nos levando à morte. Um verdadeiro genocídio das jovens negras.

    Nós mulheres, todas nós, incluindo as mulheres transexuais e travestis, vivemos há séculos numa ditadura, a ditadura do patriarcado, que nos relega ao medo e à culpa.

    Mas, no Brasil e no mundo, resistimos. E negamos o silêncio que nos impõem. Gritamos, nos rebelamos. Estamos em luta, florescendo em novas e consecutivas primaveras feministas.

    Lutamos pela nossa plena emancipação, e pela emancipação de toda humanidade. Todas contra a PEC 181, todas contra o capital e a cultura patriarcal.

    Ocupa tudo pela vida das mulheres. Machismo mata, feminismo liberta!