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  • Mandato Coletivo Jaraguá é Guarani e Boulos juntos

    Mandato Coletivo Jaraguá é Guarani e Boulos juntos

    Mandato Coletivo Jaraguá é Guarani. Estamos num momento crítico em relação às demandas necessárias para virarmos o jogo no cenário político brasileiro. Como está, não dá para ficar, a cidade está um caos, cenas de abandono das políticas públicas são perceptíveis em um pequeno passeio pelo centro da cidade. Onde os socialmente favorecidos neoliberais se isolam em uma bolha e fecham os olhos para a desgraça alheia, do morador de rua, dos famintos, dos indígenas e de toda uma camada da população que se tornou parte excluída dos cuidados e regulamentações de obrigação do Estado.

    Eleições 2020

    As eleições se aproximam e acreditamos na criação de uma nova política. A comunidade Guarani da Terra Indígena Jaraguá sofreu os ataques da especulação imobiliária através do empreendimento da Imobiliária Tenda no início do ano e foi nosso incentivo de buscar uma representatividade indígena na Câmara Municipal de São Paulo, para enfrentar os abusos da atual gestão pública. Pelo reconhecimento ambiental indígena para o licenciamento municipal das ZEPAM (Zona Especial de Proteção Ambiental) e reformulação do Plano Diretor em defesa da Mata Atlântica e às comunidades indígenas.

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    Portanto, através do MANDATO COLETIVO JARAGUÁ É GUARANI, buscaremos ocupar uma cadeira na Câmara dos Vereadores de São Paulo. Entramos na corrida eleitoral por um bem viver, pela LUTA DA CAUSA INDÍGENA, através de uma proposta inédita, anti sistêmica e de pluralidade, a partir da sua composição por mulheres indígenas da T.I. Jaraguá.

    Propostas do bem viver

    Preservar as matas, os animais e as águas que são nossas vidas, territórios e corpos. Conter a especulação imobiliária e o crescimento desenfreado da cidade adentro às áreas verdes principalmente da Mata Atlântica, promover a soberania da alimentação e educação inclusiva a partir da invasão dos colonizadores e patriarcalização desse território, antes denominado Pindorama.

    Luta pelo Parque YaryTy Jaraguá

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    Retomar os direitos, a ancestralidade e do modo de vida e cultura na cidade, seja na zona rural ou urbana, onde nossas referências foram apagadas pela ganância de grandes e afortunados interesses a benefício de poucos beneficiários que escondem a violência e brutalidade contra nossos ancestrais imortalizando bandeirantes e representantes genocidas dos povos originários em monumentos, nomes de rodovias e estabelecimentos públicos.

    Avançar nas políticas públicas para combater a miséria do povo e pela validação dos direitos que são obrigação do Estado nos servir, na educação, saúde, saneamento básico, alimentação saudável e moradia. Preservar as matas, os animais e as águas que são nossas vidas, territórios e corpos.

    A luta de um povo é a luta de todas e todos nós

    Acreditamos em uma nova política, anti sistêmica e de pluralidade, o POVO DECIDE, pensa, sente e elege.

    Boulos apoia a candidatura Jaraguá é Guarani

    Visita do Guilherme Boulos, nosso candidato a prefeito, alinhado aos nossos objetivos da nova política, na Aldeia Yvy Porã neste domingo, dia 04.

    Video: Teia – Cassandra Mello

    A comunidade declarou apoio a sua candidatura, e ele recebeu a bênção dos nossos xamoi (pajé) e lideranças para seguir nessa difícil jornada.

    “Se o índio tá doente a natureza cura, se o índio tá em dúvida a natureza orienta. O espírito do índio é livre, como a terra e o vento. Precisamos criar uma ZEPAM/Terra Indígena, para ter o território indígena em São Paulo, reconhecido como território indígena, como reconhecimento do licenciamento ambiental indígena para o licenciamento municipal pela proteção da Mata Atlântica. A gente sabe o que precisa fazer e a gente sabe quem pode caminhar junto com a gente e você é muito bem vindo na nossa comunidade. Você, Boulos, está protegido porque resolveu dar um passo pra dentro da floresta.”

    David Karai Popygua – liderança da TI Jaraguá

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    Boulos também ouviu as palavras do Cacique da Tekoa Pyau quanto as necessidades na educação, nos CECIs das aldeias e do xamoi Natalício de fortalecimento ao seu espírito. Os Guarani apresentaram uma manifestação da dança xondaro [dos guerreiros Guarani] e se despediram num momento de rezo e cura espiritual.

    “Saúdo todas e todos vocês e essas mulheres que estão enfrentando esse desafio de representar o povo Guarani também na política e na câmara de São Paulo. Os povos indígenas, os povos ancestrais trazem para gente, principalmente na cidade de São Paulo, devastada com muito barulho e pouca paz, uma força muito grande. É uma honra estar aqui e ser recebido por vocês e compartilhar essa cultura e visão de mundo. Vai ajudar iluminar minha caminhada.”

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    Boulos ainda emendou:

    “Quem manda em São Paulo hoje é o dinheiro das empreiteiras e da especulação imobiliária, vocês estão aqui numa trincheira de resistência. Nosso compromisso aqui com o povo Guarani é de cancelar a licença ambiental, totalmente fajuta emitida pela prefeitura para o empreendimento da Imobiliária Tenda. Vamos juntos, ampliar a demarcação do povo Guarani pois é queM melhor pode proteger essa mata ao redor do Jaraguá. Quem tem maior autoridade na história desse paÍs e na história desta terra para proteger a vida são vocês.”

    Mandato Coletivo Jaraguá é Guarani

    Mulheres do Mandato
    Sônia Barbosa, Tamikuâ Txihi e Patrícia Jaxuka
    Número: 50520

    520 Anos de Resistência – Na Luta Pela Causa Indígena

    https://www.facebook.com/mandatocoletivojaraguaeguarani/

    Luta pelo Parque YaryTy Jaraguá

    Texto: Mandato Coletivo Jaraguá é Guarani

    Fotos: Alice Vergueiro, Thiago Carvalho e Ana Flávia Carvalho (encontro com Boulos) e Sato do Brasil (Parque YaryTy)

    Video: Cassandra Mello – Teia

  • PSOL monta chapa com Boulos e Erundina de olho no eleitorado petista

    PSOL monta chapa com Boulos e Erundina de olho no eleitorado petista

    E eis que o PSOL escolheu Guilherme Boulos e Luiza Erundina como seus candidatos a prefeito e vice da cidade de São Paulo, no próximo pleito, a realizar-se no dia 15 de novembro, com segundo turno marcado para 29 de novembro, dependendo de a quantas ande a tragédia da covid-19. Trata-se de uma chapa mezzo petista (PT), mezzo psolista (PSOL), já que Boulos é tido como o mais lulista dentre os psolistas e que a deputada Erundina fez grande parte de sua carreira política dentro do PT, partido pelo qual foi eleita prefeita da Capital em 1988.

    Por Laura Capriglione dos Jornalistas Livres

    Assim, é natural que muitos petistas lancem olhares apaixonados para a chapa do PSOL, que seria o feliz encontro da juventude de Boulos (38 anos) com a experiência de Erundina (85 anos), o match perfeito entre o poderoso movimento de moradia dos dias atuais (Boulos) e a resistência histórica do povo trabalhador, nordestino e periférico (Erundina).

    A chapa Boulos-Erundina inflama de entusiasmo os corações petistas porque parece ser o PT de raiz, aquele que era mais ligado às lutas do que aos conchavos. Parece ser o PT sem a burocracia partidária, sem os funcionários sabichões que substituíram a militância. Parece ser o PT sem medo de sonhar. Sem medo de desejar o impossível.

    Ocorre que o PT já escolheu Jilmar Tatto para representá-lo na disputa pela Prefeitura, depois de uma disputa acirrada, que envolveu um total de sete candidatos a candidato. Jilmar venceu, é preciso dizê-lo, legitimamente, depois de um processo reconhecido por todos os demais candidatos.

    Mas é grande a diferença entre vencer e convencer. Jilmar Tatto parece ter dificuldade para unificar o seu próprio partido em torno de si, que dirá empolgar os movimentos sociais e os setores democráticos. Ou seja, a candidatura de Jilmar Tatto corre o risco de não decolar, apesar do empenho da máquina partidária.

    Diante dessa situação, militantes inconformados sustentam que Lula deveria —de novo— “forçar” o ex-prefeito Fernando Haddad a se candidatar pelo PT. Haddad que seria “o único nome com força para empurrar a esquerda para o segundo turno, [que] poderia inclusive unificar a esquerda na cidade.”

    Só que Haddad não quer, não cogita, acha que já se “sacrificou demais” pelo partido. Haddad precisa descansar.

    Prevê-se um “desastre político gigantesco”, como decorrência de o PT ir para a disputa na principal capital do país “sem a possibilidade de chegar ao segundo turno”.

    O drama é que o PT já foi para a disputa na principal capital do país e não chegou ao segundo turno. Foi na última eleição para prefeito, em 2016, quando o candidato era o próprio Haddad, que perdeu a eleição para a chapa Doria-Covas no primeiro turno, fato inédito na história da cidade desde as eleições municipais de 1992, ano em que foram realizadas as primeiras eleições municipais em dois turnos no Brasil.

    Mas o PT preferiu recalcar a memória desse desastre anterior, em vez de tentar entender o que levou o maior partido de esquerda ao vexame eleitoral.

    A crise do PT na cidade de São Paulo está escancarada. Nenhum dos pré-candidatos que disputaram a candidatura pelo partido empolga a militância. Aliás, todos, com exceção de Kika da Silva, ativista do movimento negro que entrou na disputa na última hora, representam um PT com uma cara muito diferente daquela que tem o povo trabalhador. Jilmar Tatto, Alexandre Padilha, Nabil Bonduki, Paulo Teixeira, Carlos Zarattini e Eduardo Suplicy, os outros pré-candidatos, são homens brancos, de classe média, que estudaram em ótimas faculdades e que estão no PT desde o século passado.

    O ex-presidente Lula, na casa do deputado federal Paulo Maluf, ao lado de Haddad: campanha eleitoral de 2012 Foto: Eliária Andrade
    O ex-presidente Lula, na casa de Paulo Maluf, ao lado de Haddad: campanha eleitoral de 2012 Foto: Eliária Andrade

    O PT envelheceu e perdeu o encanto porque não foi capaz de compreender as novidades que surgiram dos becos e vielas das periferias. Porque se acostumou demais com os acordos sem princípios (lembra daquela foto-vergonha de Lula, Haddad e Maluf?). Porque se tornou parte do establishment.

    Não tem indicação de Lula, não tem “sacrifício” de Haddad, nada e nem ninguém poderá, de agora até as eleições, reverter esse quadro.

    E, no entanto, o povo pobre continua gerando inteligências agudas, mobilizadoras e de luta. Como a grande liderança do movimento de moradia no centro de São Paulo, Carmen Silva Ferreira, mulher negra, sem teto, mãe de 8 filhos, que não se cansa de testemunhar como a vida era melhor durante os governos Lula e Dilma. Ou como Paulo Lima, o Galo, membro dos Entregadores Antifascistas, que me disse que “nunca falaria mal do Lula porque sabe que na época em que ele esteve na Presidência os pobres viviam com mais dignidade”. Ou como os professores e professoras que lutam todos os dias nas quebradas em defesa da escola pública e gratuita.

    Os governos de Lula e Dilma ainda ressoam forte nos corações das classes populares e é esse o maior ativo do PT.

    Em 10 de fevereiro de 1980, dia da fundação do PT, os militantes da esquerda armada, os intelectuais, os sábios que tinham lido o Capital de trás para a frente e da frente para trás, a juventude, os artistas e os católicos ligados à Teologia da Libertação foram obrigados a ceder o protagonismo para a classe operária em luta no chão de fábrica. De lá para cá, a automação demitiu centenas de milhares e reduziu a força sindical dos trabalhadores, é verdade. Mas o povo não parou de lutar. Está lutando, está organizado nas periferias. É hora de os burocratas do PT entenderem que precisam abrir espaço para essas novas lideranças femininas, negras, LGBTs e periféricas (que, aliás, foram empoderadas durante os governos de Lula e Dilma), ou perecerão todos, sufocados e sem respiradores.

    O mais importante, agora, é ressuscitar a mais poderosa ferramenta para a emancipação dos trabalhadores já criada no Brasil: o Partido dos Trabalhadores.

    (Quanto às eleições para prefeito, é preciso analisar o quadro político com atenção. Ver como a candidatura de Boulos acontece. E como reagirá a candidatura Jilmar Tatto. Sobre essa base, tomar as decisões que reforcem a luta contra o governo fascista de Jair Bolsonaro. O resto, só a luta resolverá.)

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