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Tag: crime

  • Ministério Público Federal diz que fazendeiro e empresa pulverizaram agrotóxico sobre indígenas

    Ministério Público Federal diz que fazendeiro e empresa pulverizaram agrotóxico sobre indígenas

    Via Agência Pública

    Por Pedro Grigori, Agência Pública/Repórter Brasil

    No sexto dia do ano de 2015, a comunidade indígena de Guyra Kambi’y, na região de Dourados, no Mato Grosso do Sul, amanheceu com o barulho de um avião agrícola que voava baixo pelo céu. “Olha o veneno, tá passando até em cima de nós agora”, diz uma indígena em vídeo gravado no momento da pulverização. A comunidade, de cerca de 150 pessoas, fica ao lado de uma lavoura de soja, separada apenas por uma estrada de terra com menos de 15 metros de largura.

    “Olha lá as criançadas”, repete a mulher diversas vezes. No fundo, crianças brincam sem entender o risco que corriam. Horas depois, elas e os adultos da comunidade apresentaram dores de cabeça e garganta, diarreia, febre e irritação na pele e nos olhos. O Ministério Público Federal (MPF) do Mato Grosso do Sul ajuizou uma ação por danos morais coletivos pela pulverização de agrotóxico no valor de R$ 286.582,00 contra o piloto, o proprietário rural da lavoura em frente a comunidade indígena e a empresa de aviação agrícola.

    Quatro anos e meio depois, a 1ª Vara da Justiça Federal de Dourados considerou improcedente a acusação. “Há atividades que não podem ser suprimidas sem grave prejuízo à coletividade. O próprio combate à dengue, por exemplo, exige, muitas vezes, aplicação por pulverização de inseticida pelas ruas da cidade, para matar o mosquito”, declarou o juiz.

    O procurador do caso, Marco Antônio Delfino de Almeida, atua em diversas ações de defesa de comunidades indígena em Dourados. Em entrevista à Agência Pública e a Repórter Brasil, ele relata episódios na região onde agrotóxicos são utilizados como armas químicas. “É uma espécie de terrorismo. Uma agressão química, uma versão moderna do agente laranja, utilizado na Guerra do Vietnã”, diz. Indígenas da comunidade alegam que há aplicações de nas mesmas circunstâncias desde 2013, tanto de avião quanto de trator.

    Porém, para o magistrado que julgou o processo, uma única aplicação de agrotóxico sobre a aldeia indígena não é considerada irregularidade. Para causar dano à saúde, a aplicação de agrotóxico “deveria ser de forma não ocasional nem intermitente”.

    A indenização seria revertida para programas de saúde e de educação na região da comunidade indígena, além do acompanhamento da saúde e monitoramento mensal da qualidade do solo e da água utilizada pelos Guyra Kambi’y, durante 10 anos.

  • Com participação negada por criminosos, Lucas continua preso

    Com participação negada por criminosos, Lucas continua preso

    Há mais de 1 ano, quatro maiores e um menor de idade estão presos acusados de praticarem um roubo de veículo próximo a Av. Gen. Edgar Facó, zona norte de São Paulo.

    Um dos maiores e o menor assumiram a crime e os outros três alegaram inocência. O reconhecimento da vítima foi a prova que condenou os três homens: Lucas Leandro Vieira Yoyo, Luan e Ricardo, mesmo quando os outros dois admitiram não conhecerem e não nunca tendo visto nenhum deles antes.

    A mãe de Lucas, 22, busca provar sua inocência e trazê-lo de volta para casa: “ele é super tranquilo, carinhoso e trabalhador”. Lucas está preso condenado a 22 anos de prisão. Com um filho de quatro anos, sob os cuidados da avó, ele espera o resultado do julgamento em segunda instância.

    O caso

    No dia 01 de  agosto de 2018, um empresário chegava em sua casa, por volta das 21h30, na R. Santa Romana quando foi abordado por “cinco indivíduos que chegaram a pé, um deles armado com uma pistola. A vítima foi obrigada a tirar o carro da garagem e depois a passar para o banco do passageiro dianteiro.  No boletim de ocorrência constam as versões da vítima, do menor, de Lucas e de mais seis policiais que fizeram as prisões.

    O carro seguiu e a vítima entregou um cartão, a senha e um celular para os criminosos.

    Na Av Elísio Teixeira Leite o carro passou a ser seguido por uma viatura até que, na Rua Mica Branca, um dos criminosos que dirigia pulou do carro em movimento e o veículo caiu num córrego.

    O carro foi recuperado junto com o celular e o cartão.

    Naquela noite cinco pessoas foram presas e na 72° Delegacia de Polícia (DP), da Vila Penteado, a vítima reconheceu todos os indivíduos.

    Contradições

    Até o momento em que o carro caiu no córrego, os depoimentos da vítima, dos policiais e dos detidos  batem. Depois, como se o crime não bastasse, outras versões conflitantes aparecem no caso.

    Depoimento do primeiro policial a chegar no córrego
    Depoimento da vítima

    Lucas foi preso, chegando em sua casa, na rua R. Expedito Ribeiro de Souza. Ele vestia calça jeans e blusa azul, as peças estavam limpas, longe do aspecto de quem parecia ter caído num córrego.

    Via rádio, policiais receberam ordem para iniciar uma busca por um homem com calça jeans e blusa com capuz: “em patrulhamento pela região localizaram na Rua Expedito Ribeiro de Souza um indivíduo que estava correndo e trajando o mesmo tipo das vestes mencionadas anteriormente”, é o que diz o texto do boletim de ocorrência.

    Policiais encontram Lucas correndo  e questionam o  porquê da pressa? O jovem responde que estava indo para casa.

    Lucas

    A mãe de Lucas, Simone Fernandes Vieira narra uma outra versão sobre o fato e segue reunindo provas para tentar provar a inocência do filho.

    Ela conta que o filho saiu de casa por volta das 21h para encontrar uma amiga na frente da Escola Municipal Mario Lago, na Rua Dourada. Simone diz que o percurso dura em média quinze minutos a pé.

    O tempo da caminhada de Lucas bate com a minutagem de um vídeo captado da câmera de um prédio próximo a escola. Na imagem uma pessoa trajando roupas da mesma cor que Lucas usava naquele dia que ele usava aparece. Lucas teria ficado uma hora na frente da escola e voltado para casa por volta das 22h.

    A mãe tem as mensagens trocadas com a amiga, nas quais é possível confirmar o horário e local onde iriam se encontrar. A última mensagem foi envidada por volta das 20:40, quando Lucas saiu, sem o celular.

    O advogado Edson Júlio da Silva apresentou o vídeo para a juíza Cynthia Maria Sabino Bezzera Camurri, mas o o pedido foi indeferido, em razão da baixa resolução da imagem, o que na interpretação da magistrada dificulta a identificação de Lucas.

    Lucas foi abordado por volta das 22h30, já na rua de casa.

    Simone viu o filho ser algemado e ser levado na viatura. A mãe foi informada pelos policiais que o filho seria levado até a cena do crime, ou seja, o córrego. Chegando no córrego, Simone foi orientada a seguir para o para o 33° DP, mas depois soube que Lucas havia sido encaminhado para o 72 DP.

    Um mês depois, Simone encontrou Lucas preso, ele reafirmou sua inocência. Lucas estava indignado. Esse foi o fim de noite que o jovem pensou em ter algum dia em sua vida?

    Lucas é pai e quer ser cirurgião ortopedista. É um sonho que ainda pode se realizar, tanto que na audiência, quando teve a oportunidade de estar diante da juíza ele diz: ‘o que eu queria era um Coren [Conselho Regional de Enfermagem] e não de um processo”. Antes de ser preso ele estava terminado um curso de enfermagem e trabalhava em uma oficina de motos.

  • MST OCUPA VALE PARA DENUNCIAR QUE A EMPRESA CALCULOU O VALOR DA VIDA

    MST OCUPA VALE PARA DENUNCIAR QUE A EMPRESA CALCULOU O VALOR DA VIDA

    Ao longo do Abril Vermelho, mês de lutas do MST, o Movimento construiu um laudo técnico que comprova a existência de mil famílias sem terra atingidas diretamente na região metropolitana de Belo Horizonte. Além de perderem a produção, essas famílias tiveram a saúde afetada, por viverem a menos de 1km do Rio Paraopeba, devastado pela Lama.

    O Ministério Público e demais autoridades competentes já reconhecem as famílias como atingidas, e o cadastro feito pela Emater já é de conhecimento da Vale, que até o momento não se pronunciou sobre a indenização das famílias.

    Vale calculou 2 milhões e 600 mil dólares por morte antes do rompimento da barragem, segundo denuncia da promotoria. André Sperling, promotor de Justiça, critica modelo que beneficia mineradoras e deixa população em risco.

    Fotos: Mídia Ninja

    Segundo Sperling, a empresa sabia dos riscos e mesmo assim sobrecarrou a barragem. “Eles trabalham quase como se fosse um cassino. Eles apostam que mesmo que a barragem esteja com nível de segurança inadequado, ela não vá romper. Eles precificam. A gente tem provas de que eles precificaram, por exemplo, o custo da vida humana no rompimento da barragem de Brumadinho. Cada vida humana teria um custo para eles de 2 milhões e 600 mil dólares, mais ou menos. Eles tinham isso nos boletins internos. Engraçado que agora, nos processos de reparação, eles não estão oferecendo esse dinheiro todo para as famílias.”

    O MST defende que lutar é um direito e que a Vale, como criminosa, tem que pagar. “Nós vamos seguir na luta pelo direito das famílias atingidas, pelas mais de 300 vítimas, e para que a responsável, que é a Vale, pague por sua irresponsabilidade”, afirma Cristiano Meireles, da coordenação estadual do MST.

    Fotos: Mídia Ninja

  • CRIME DA VALE SE REPETE, AGORA EM BRUMADINHO

    CRIME DA VALE SE REPETE, AGORA EM BRUMADINHO

    Por Henrique F. Marques, para os Jornalistas Livres

    Após três anos do rompimento da Barragem do Fundão, em Mariana (MG), outra barragem da Vale se rompe, agora na cidade de Brumadinho, região da Grande BH, também em Minas Gerais. De acordo com vídeos de moradores, tudo indica que há vítimas, apesar de não ser possível confirmar se fatais.O Corpo de Bombeiros informou, na tarde desta sexta-feira (25), que cerca de 200 pessoas estão desaparecidas por causa do rompimento da barragem Mina do Feijão.

     

    Até o momento, se sabe que, a área administrativa da Vale e o refeitório da empresa foram atingidos pela lama de reijeitos. Além deles, uma pousada, algumas residências e uma oficina mecânica, todos localizados no perímetro da cidade, foram destruídos.

    O Córrego do Feijão encontra-se no Vale do Rio Paraopeba, afluente do Rio São Francisco. O local onde a barragem rompeu fica distante do museu ao ar livre Instituto Inhotim- o maior centro de arte ao ar livre da América Latina, que também fica no município de Brumadinho.

     

    Rogério Correia, deputado federal eleito pelo PT, que foi o relator da comissão no crime de Mariana já deixou claro que é necessário a realização de uma CPI da Mineradoras o mais rápido possível, antes que outros crimes como estes sejam cometidos pelas empresas.

     

    O que vemos novamente, é a imprudência de uma grande empresa, que mesmo após o crime que cometeu junto com a Samarco na Barragem do Fundão, não tomou as devidas providências em suas barragens e novamente, suja as próprias mãos de sangue dos trabalhadores. A Vale que ainda não foi devidamente punida pelo crime anterior, agora tem mais algumas centenas de processos a responder.

  • ACOMPANHE AO VIVO – Julgamento do GOLPE no Senado

    ACOMPANHE AO VIVO – Julgamento do GOLPE no Senado

    Senado inicia hoje a fase final do julgamento da presidenta Dilma Rousseff, acusada por crime de responsabilidade. O Julgamento tem início nesta quinta-feira (25) e termina no dia 30 com a votação dos senador@s.

    Cronograma:

    25/08 – Depoimento das testemunhas, 2 de acusação e 6 de defesa.

    26/08 – Continuação dos depoimentos.

    27/08 – Continuação dos depoimentos (se necessário).

    28/08 – Continuação dos depoimentos (se necessário).

    29/08 – Depoimento da presidenta Dilma Rousseff (30 min). Interrogatório à Dilma: 5 minutos para pergunta; tempo indeterminado para as respostas.

    Debate entre advogados de acusação e defesa.

    30/08 – Pronunciamento dos Senadores, 10 min para cada inscrito.

    Encaminhamento da votação: dois senadores falam a favor, dois contra (5 min para cada).

    Votação.