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Tag: Brasil de Fato

  • Em defesa da Petrobras e contra ajuste, milhares vão às ruas em BH

    Em defesa da Petrobras e contra ajuste, milhares vão às ruas em BH

    SOBERANIA: Dez mil pedaços de bolo foram distribuídos para a população, que apoiou o ato

    “Aceita um pedacinho de bolo?”, neste momento o transeunte olhava com desconfiança, mas quando se completava “pelo aniversário de 62 anos da Petrobras”, ele pegava sorrindo. Foi essa a recepção dos belo horizontinos aos mais de 10 mil pedaços de bolo que marcaram o aniversário de 62 anos da Petrobras. O ato contou com 2.500 pessoas, na manhã de sábado (3), na capital mineira.

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    Estão querendo leiloar o petróleo e esse pessoal está protestando pra que ele continue no Brasil

    • avaliou a vendedora Mayara Magda Silva, vendo a marcha passar em frente à loja em que trabalha.

    Nós lutamos tanto, esses sessenta e tantos anos por um tesouro que a gente tem, e vamos deixar leiloar: Não, tem que lutar mesmo.

    diz.

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    Rosana Antônia dos Santos Araújo, moradora da Pedreira Prado Lopes, foi uma das mulheres que ajudou a cozinhar o bolo gigante. Ela explica que ele foi feito com muito carinho, como uma forma de “mostrar pra comunidade que a Petrobras tem que ficar com a gente. Pra ajudar na saúde, na educação, para recursos para as comunidades mesmo. Para trazer melhorias pra nós. O petróleo é nosso, é brasileiro, tem que ficar aqui no Brasil” .

    O mesmo apoio deu o professor de português Adilson Ferreira de Souza, que viu a manifestação passar em frente ao seu ponto de ônibus. “Sei que o José Serra tem um projeto pra modificar a exploração do pré-sal, e tem interesse dos Estados Unidos nisso. Na época do Fernando Henrique eles já tinham o plano de privatizar a Petrobras, mas não deu tempo. Eu vejo que agora eles querem retomar isso. Entregar o nosso petróleo pra estrangeiro”, critica.

    1*8oyE7jNtwO56X_EPKTIcagA manifestação de 3 de outubro integra uma campanha nacional e contínua para que a Petrobras continue sendo a única empresa na exploração do petróleo do pré-sal e que os casos de licitação continuem sob o regime de partilha. A modificação significaria a perda do Fundo Social Soberano para investimentos em saúde e educação.

    “Nesse momento temos a oportunidade ímpar de uma descoberta tão importante como o pré-sal, que pode alavancar o desenvolvimento do país, gerar emprego e renda pro povo brasileiro”

    , afirma o diretor da Federação Única dos Petroleiros, Leopoldino Martins. Os funcionários da Petrobras divulgam que

    “Ninguém privatiza a Petrobras sem conhecer uma grande greve”

    , em referência à greve de 1995, que barrou o projeto de privatização da empresa.

    Uma nova etapa

    1*z8zWAVHBpYI0tw3bBvAzZw1*TH5_y_XO0YbHi2aILCeacwA marcha aconteceu por volta das 10h, partindo da Pedreira Prado Lopes, bairro da periferia de Belo Horizonte. O ato, organizado pela Frente Brasil Popular Minas, alertava ainda para a defesa da democracia e era contra os ajustes fiscais promovidos pelo governo federal.

    “Acaba o ciclo de uma estratégia conduzida pelo PT, e nesse momento os movimentos não podem ficar em torno dessa estratégia. A ideia é construir essa nova referência de esquerda, mas é também fundamental a resistência para não perder direitos, inclusive ‘as migalhas sociais’ que foram dadas nos últimos anos”, afirmou o educador popular Ranulfo Peloso, presente no ato em Belo Horizonte.

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  • Em Curitiba, protesto com mais de mil famílias pressiona prefeitura e governo do estado por moradia digna

    Em Curitiba, protesto com mais de mil famílias pressiona prefeitura e governo do estado por moradia digna

    Integrantes de três ocupações cobraram cumprimento de compromissos por parte da administração pública municipal e estadual; Secretário Especial de Assuntos Fundiários, Hamilton Serighelli, propôs saída para moradias por meio do Programa Minha Casa Minha Vida Entidades.

    Mais de mil famílias, vindas de ocupações da periferia, foram às ruas do Centro Cívico de Curitiba na manhã de hoje (29) para cobrar da prefeitura e do governo do estado compromissos firmados em relação à moradia. Entre eles estão a regulamentação da lei que institui o Programa de Aluguel Social (PAS), a construção de condomínios já negociados com a prefeitura por meio do Programa Minha Casa Minha Vida Entidades e a mediação de conflito fundiário que envolve um dos terrenos ocupados.

    Foto: Isabella Lanave (R.U.A. Foto Coletivo)

    As famílias, organizadas pelo Movimento Popular por Moradia (MPM), vivem em três ocupações localizadas na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), fronteira com o município de Araucária, e enfrentam péssimas condições de habitação e de acesso a outros direitos básicos. Duas delas- Ocupação Nova Primavera e Ocupação 29 de março- são mais antigas e abrigam 400 famílias cada. A Ocupação Tiradentes é mais recente e abriga maior número de pessoas. São 800 famílias em cima de um terreno com 145,2 mil metros quadrados, disputado pela empresa vizinha Essensis Soluções ambientais, que busca ampliar seus negócios na região.

    Foto: Leandro Taques (Jornalistas Livres)

    Aluguel Social

    A Lei do Aluguel Social foi aprovada em junho deste ano pela Câmara Municipal de Curitiba- e sancionada pelo prefeito Gustavo Fruet (PDT)- após muita pressão popular. Ela é destinada a famílias de baixa renda, que não possuem imóvel próprio e que se encontram em situação habitacional de emergência. Para serem contempladas com a concessão de benefício de até um salário-mínimo regional (R$ 1.032,02) e por até 24 meses, as pessoas devem residir na cidade há pelo menos um ano.

    Fotos: Leandro Taques (Jornalistas Livres)

    “Foram quase três anos na mão dos vereadores e, após 15 atos do MPM para pressionar, a lei saiu. Se há alguém que merece o aluguel social somos nós”, defendeu o integrante do MPM, Fernando Marcelino, durante parada dos manifestantes em frente à prefeitura. Marcelino ainda reforçou o compromisso firmado pelo Secretário do Governo Municipal, Ricardo Mac Donald, e pelo presidente da Companhia de Habitação Popular de Curitiba (COHAB), Ubiraci Rodrigues, para que a regulamentação da lei acontecesse em diálogo com o movimento.

    Foto: Isabella Lanave (R.U.A. Foto Coletivo)

    Após conversa entre uma comissão de sete representantes das três ocupações e a administração pública municipal, as famílias saíram do ato com uma agenda de compromissos que inclui visita da prefeitura às áreas ocupadas, reunião para a regulamentação do Aluguel Social e indicação de terreno possível para a construção de casas para as famílias da Ocupação 29 de março, que ainda aguarda solução habitacional definitiva.

    Foto: Isabella Lanave (R.U.A. Foto Coletivo)

    Ocupação Tiradentes

    A pressão sobre o governo do estado, que levou as famílias a ocupar pela manhã o Palácio das Araucárias- sede do governo do Paraná e onde está localizada a Secretaria Especial para Assuntos Fundiários- tem relação com a situação da Ocupação Tiradentes. “A última vez que estivemos aqui foi para lutar contra uma reintegração de posse. Deu certo, o despejo não aconteceu e o governo prometeu encontrar um terreno caso tivéssemos que sair dali”, relatou Chrysanto Figueiredo, do MPM.

    Fotos: Isabella Lanave (R.U.A. Foto Coletivo)

    Em resposta à pressão dos manifestantes, com a saída do prédio ainda ocupada, o Secretário Especial de Assuntos Fundiários, Hamilton Serighelli, anunciou o resultado de negociação com representantes das ocupações. “Saímos da reunião com o compromisso de buscar uma saída por meio do Minha Casa Minha Vida Entidades”, afirmou. O secretário explicou que esse tipo de negociação é feita com a prefeitura, mas como quem faz a mediação em caso de reintegração de posse é o estado, eles ficarão responsáveis pela visitação das seis áreas apresentadas pelo MPM para construção do projeto e pela condução de uma agenda de trabalho junto com as famílias.

    Foto: Leandro Taques (Jornalistas Livres)

    Durante o ato, um policial militar espirrou spray de pimenta nos olhos de um manifestante, o que gerou indignação da multidão. Apesar disso, a situação foi rapidamente mediada pelas lideranças do movimento.

    Foto: Leandro Taques (Jornalistas Livres)