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  • Editorial: Pela liberdade de expressão e em apoio ao Porta dos Fundos #FascistasNãoPassarão

    Editorial: Pela liberdade de expressão e em apoio ao Porta dos Fundos #FascistasNãoPassarão

    Desde nossa fundação, em 2015, os Jornalistas Livres temos a liberdade de expressão, o jornalismo comprometido com os fatos e a preocupação com os direitos humanos como nossos pilares principais. Nesse sentido, o gravíssimo atentado a bomba realizado contra a produtora do canal humorístico Porta dos Fundos merece nosso mais profundo repúdio. Cobramos empenho das autoridades para sua rápida e competente investigação, de modo a identificar e submeter à lei os verdadeiros responsáveis. É irrestrita nossa solidariedade com os produtores de conteúdo e com as demais pessoas que trabalham no edifício atingido. Atos como esse não podem, de forma alguma, serem minimizados no atual contexto de ascensão do fascismo, vigente no Brasil.

    Não se enganem, é disso que trata: FASCISMO. O atentado foi realizado com o claro objetivo de intimidar o grupo de humoristas e censurar determinados conteúdos. O fascismo sempre se pautou pela censura às ideias e expressões contrárias às suas. O atentado foi fundamentalista e homofóbico. O fascismo cristão de extrema direita sempre teve os LGBTQ+ como seus alvos preferenciais.

    O atentado foi violento e covarde. A bomba caseira poderia ter matado o segurança de plantão, como se vê nas imagens que começam a ser divulgadas. O fascismo sempre foi violento, covarde e se impõe pela manipulação do medo.

    Há a hipótese de o atentado ter sido perpetrado por um grupo integralista (fascista) fantasiado com máscaras e camisas verdes e que, inclusive, divulgou um vídeo vangloriando-se de seu crime. Entretanto isso não é um fato já determinado. Como covardes históricos que são, os integralistas (arremedos de Mussolinis) podem apenas estar usando um ato praticado por outros para se projetar no cenário político de 2020. Por isso, como organização jornalística responsável, nos recusamos a publicar o vídeo e aguardamos as conclusões das investigações policiais e jornalísticas que devem se pautar pela seriedade e isenção política.

    Com o fascismo não se dialoga e muito menos se brinca. O fascismo se combate! Porque hoje os atacados são os humoristas do Porta dos Fundos e a causa LGBTQ+. Amanhã pode ser qualquer outra ou outro que ouse tentar interromper a marcha mortífera e insana dos liberticidas.

  • EDITORIAL: É preciso apurar com rigor o ocorrido com o candidato Jair Messias Bolsonaro

    EDITORIAL: É preciso apurar com rigor o ocorrido com o candidato Jair Messias Bolsonaro

    Imediatamente após o ataque, Jair Bolsonaro colocou a mão sobre o local que teria sido atingido pelo instrumento perfuro-cortante. Mas nenhuma mancha de sangue foi vista em milhares de imagens (vídeos e fotos), registradas no local e no próprio instante da agressão.

    O filho de Bolsonaro, Flávio, candidato a senador, disse que o pai foi atingido superficialmente. Posteriormente, via Twitter, Flávio disse que o ferimento teria sido grave e pedia orações. O candidato encontra-se internado na Santa Casa de Juiz de Fora.

    O suposto agressor de Bolsonaro, Adélio Bispo de Oliveira, na delegacia da PF de Juiz de Fora (MG)

    O homem identificado como seu agressor, Adélio Bispo de Oliveira, tem 40 anos e é de Montes Claros, no norte de Minas. Apesar da comoção generalizada que seu ato gerou, ele foi levado para a delegacia da Polícia Federal de Juiz de Fora e ali fotografado, sem que se visse nele qualquer marca de agressões ou maus tratos.

    Na página de Adélio Bispo de Oliveira, dentro da rede social do Facebook, o suposto autor do atentado aparece como “curtidor” de perfis tão díspares quanto República de Curitiba, Israel My Israel, Apoio Policial, Batalhão de Operações Policiais Especiais – BOPE, Ação Nacionalista, O Outro Lado da Coreia do Norte, Anonymous Rio, Midia Ninja, TVT, Ponte jornalismo, PCdoB, Consulado dos EUA, Rachel Sheherazade, Rede Sustentabilidade-Rede, Instituto Militar de Engenharia, Cap PM André Silva Rosa – ROTA, Apoiamos a Brigada Militar, além dos Jornalistas Livres, entre outros. Quem acompanha as redes sociais sabe que essa variedade inconsistente é típica de páginas mantidas por robôs.

    É dramático o quadro político no Brasil. Mais do que nunca, é preciso que todos os democratas coloquem-se de sobreaviso. É imperioso investigar a fundo essa ocorrência. Lembramo-nos da famigerada “bolinha de papel”, um atentado fake que teria sido desfechado contra o candidato José Serra, durante a campanha eleitoral de 2010. Na ocasião, o Jornal Nacional divulgou reportagem onde endossava a versão da agressão com “objeto contundente”. A reportagem terminava com um Serra arcado, interpretando o papel de pessoa fragilizada em luta contra a tal “barbárie política”. Mas as redes sociais e um trabalho investigativo a cargo do SBT mostraram que o tal “objeto contundente” não passava de uma bolinha de papel, que mal fez cócegas na calvície do candidato tucano.

    Importante não esquecer, contudo, que a política no Brasil vem de fato passando por um forte processo de escalada da violência. A execução de Marielle e Anderson, os tiros desferidos contra a caravana de Lula no sul do Brasil, os feridos a bala no acampamento LulaLivre próximo à sede da PF em Curitiba e muitos outros fatos não permitem subestimar os ódios e interesses políticos escusos.

    A Democracia exige o respeito entre as forças políticas em disputa. Exige transparência e honestidade. A cidadania não pode permitir que a violência e as narrativas turvas complexifiquem ainda mais o quadro político já tão crispado por injustiças e ressentimentos, como o que estamos vivendo. Menos ainda, pode permitir que essas narrativas sirvam de pretexto para cassar o direito constitucional de a população brasileira escolher seus governantes. A Constituição precisa ser respeitada.

    Bolsonaro, no momento em que era socorrido após o ataque

     

    Veja abaixo em câmera lenta o momento do ataque:

    https://www.youtube.com/watch?v=0DWIfleIiuw&feature=youtu.be 

  • Geraldo Alckmin a vida não é um jogo!

    Geraldo Alckmin a vida não é um jogo!

    Pode-se dizer que se trata da turma raivosa que vota na direita? Sim, mas tem algo pior: o silêncio da mídia hegemônica defende um modelo de país que privilegia a parcela pequena que detém o monopólio dos bens de consumo e são os maiores proprietários de terras.

    Leitor, desconfie dessa mídia que diz não ter lado e nas suas manchetes que tratam casos iguais com pesos diferentes.

    Desconfie do discurso vazio que “vendem” quando alguém da direita é pego: “são todos iguais” ou “é tudo ladrão”. Esse discurso só aparece quando se descobre helicóptero com cocaína, milhões em caixas num apartamento, escândalo do INSS e no metrô, desvio de verbas da merenda de escolar ou qualquer outro escândalo no qual as cores dos culpados sejam amarelo ou azul.

    Ingênuo achar que não existe uma ala progressista discutindo os erros cometidos pelo governo petista. Existe sim. Mas essa ala lembra que também houve inúmeros avanços sociais. E são eles que causam esse ódio indiscriminado em quem bate na panela vestindo a camisa da seleção brasileira.

    Estar no poder exige do candidato a um cargo publico mais que os sorrisos que são dados em campanha, abraços em favelados ou a coxinha comida no boteco do centro.

    O povo espera pessoas que tenham carisma verdadeiro e que abracem políticas públicas que beneficiem quem está na base da pirâmide, os mais vulneráveis. Aquela parte da população que usa a panela para enchê-la de comida e após um dia de luta “bater sua xepa”.

    Se houve um erro do governo petista, que ficou mais de uma década no poder, foi não ter tratado de educação politica. Calma raivosos, não se trata de doutrinação partidária ou bolchevique, mas sim lembrar que os projetos sociais que beneficiam seus próprios críticos são resultado de muito esforço e luta.

    Mais educação política evitaria que muitos que gritam contra os direitos humanos e o Bolsa Família, mas estudaram no Prouni, dormem no Minha Casa Minha Vida e trocaram de carro por causa do projeto social criado pelo PT não cuspissem no prato que comeram.

    A alienação e a desinformação provocam casos de raiva e falas que chegam até a serem cômicas, de tão fantasiosas. O que mais choca é o governador de um estado como São Paulo, que postula um cargo de presidente da nação, considerar uma coisa normal os tiros disparados na caravana petista. Porém a fala do governador Alckmin não traz novidades. Basta lembrar o pacote de maldades que seu partido, o PSDB, já proporcionou à população.

    Pasmo causou a juíza que ao invés de lutar pela justiça propagou absurdos divulgados na internet para “justificar” o assassinato de uma vereadora e ativista negra.

    A mídia golpista emudeceu quanto aos tiros que acertaram o ônibus que levava não só um ex-presidente, mas também jornalistas.

    Vive-se uma era de desumanização e banalização da vida. Muitas pessoas transformaram o Brasil em um Fla-Flu num estádio decadente e inseguro.

    O partido da situação já se envolveu em inúmeros escândalos nos quais a mídia parceira tratou com outro peso e uma medida diferente, como já citado.

    Em São Paulo não foi diferente e o pior prefeito da cidade, o João Doria, já quis dar ração humana para criança de escola pública, acordou morador em situação de rua com jato d’água de madrugada, acabou com a Secretaria da Igualdade Racial durante a campanha. Uma de suas inúmeras mentiras foi dizer na TV que tinha votos suficientes para aprovar o maldoso projeto de aposentaria do servidor público municipal, o SAMPAPREV. Esta foi uma das maldades corroboradas pelo seu partido.

    Talvez o jeito PSDB de fazer política seja a grande engrenagem que o povo preto, periférico e vulnerável do Brasil não quer, pois a vida não é um jogo. O que se espera do postulante a cargo público é que jamais jogue com a vida de seres humanos.

  • Pistoleiros cometem atentado contra ocupação rural no Norte de Minas

    Pistoleiros cometem atentado contra ocupação rural no Norte de Minas

    Uma ocupação rural foi atacada por pistoleiros nessa quinta-feira, 8 de março, em uma fazenda no município de Capitão Enéas, no Norte de Minas Gerais. Homens armados renderam as famílias que estavam no local, agredindo mulheres e crianças. Ao todo, seis pessoas ficaram feridas, quatro foram golpeadas com coronhadas e duas baleadas. Entre os feridos, o mais grave é a liderança do movimento, Thiago Coimbra Silva, 31 anos. Ele chegou a correr risco de perder a vida e, atualmente, respira com ajuda de aparelhos.

    O atentado aconteceu durante a tarde na Fazenda Norte América, a 6 km da cidade. Jagunços levados por um caminhão-baú chegaram disparando contra famílias ligadas ao FNL (Frente Nacional de Luta) que ocupam a propriedade. Somente após o incidente a Polícia Militar chegou ao local. Nove pessoas foram presas, dentre elas um advogado a serviço do suposto proprietário do terreno. Nenhum órgão público divulgou seu nome, mas o MST, que também atua na região, o identificou como o ruralista Leonardo Andrade: “A fama sobre a violência deste latifundiário e seu envolvimento em casos de corrupção, ligados a Ruy Muniz, ex-prefeito de Montes Claros, é amplamente conhecida nas terras mineiras”, afirmou a direção do movimento.

    Em coletiva de imprensa, o delegado Jurandir Rodrigues César Filho afirmou que tudo indica que o atentado foi encomendado pelo suposto dono. Após interrogatório, o motorista do caminhão assumiu que tinha recebido R$ 400 para ajudar na fuga dos pistoleiros.

    LEONARDO ANDRADE E TIROTEIOS

    Não é a primeira vez que sem-terras recebem bala em Capitão Enéas. A propriedade é ocupada desde janeiro do ano passado tanto pelo Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) quanto pelo FNL. A área era improdutiva e os movimentos apontaram diversos indícios que era utilizada como lavagem de dinheiro por Ruy Muniz e seus sócios. A fazenda possui uma dívida milionária com um banco após ser arrematada pelo grupo Soebrás (Sociedade de Educativa do Brasil). A dívida nunca foi paga. A Soebrás seria uma das várias entidades filantrópicas e empresas utilizadas por Ruy Muniz para desviar recursos federais e da prefeitura de Montes Claros. Por tais desvios, o ex-prefeito foi detido em setembro de 2016, assim como seus sócios. Leonardo Andrade se destaca porque além de ser sócio do grupo, ocupou o cargo de secretário de Desenvolvimento Sustentável, Meio Ambiente e Agricultura durante a gestão de Muniz.

    O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) assume que foi procurado por um advogado, supostamente representando Leonardo Andrade. Ele havia se disposto a vender as terras ao Instituto, que, por sua vez, as destinaria à criação de um assentamento. No entanto, o ruralista nunca entregou documentos comprovando a posse da terra e, por isso, o processo nunca avançou.

    O ataque ao FNL não é o primeiro do fazendeiro. Em abril de 2017, Leonardo Andrade organizou uma emboscada contra militantes do MST. Os sem-terra se dirigiam para uma reunião proposta pelo ruralista na sede da fazenda, mas, no meio da estrada, eles foram recebidos a balas. Várias pessoas se feriram, inclusive uma criança de dez anos, atingida de raspão no rosto. Mais três pessoas foram baleadas e levadas ao hospital. Testemunhas indicam que Leonardo Andrade estava no local assistindo enquanto seus capangas disparavam contra as famílias.