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  • EM DEFESA DE DEMOCRACIA, CONTRA O ESTADO DE EXCEÇÃO

    EM DEFESA DE DEMOCRACIA, CONTRA O ESTADO DE EXCEÇÃO

    Por:
    Reginaldo C. Moraes
    Luis F. Vitagliano
    Greiner Costa

    O livro Comentários a uma sentença anunciada – processo LULA, reúne trabalhos de inúmeros especialistas em direito, algo que está longe de nossa área de atuação. Contudo, o que o livro consegue mostrar aos não especialistas é, precisamente, que o processo pode ser qualquer coisa menos um ato de direito. É uma sentença anunciada, um ato político, estritamente falando. A imagem, já algo desbotada, de uma “justiça imparcial” acaba completamente desfeita ao longo da leitura.

    Um dos ângulos apontados pelos autores é uma inacreditável manobra de motorista desastrado. O juiz Moro recebe a denúncia, vê que é furada e dai resolve “dar uma mãozinha” ao advogado de acusação. Sai do seu papel, é claro, mas aí pisa ainda mais forte no tomate que o promotor lhe mandou. Altera a denúncia, transforma em outro processo, e daí começa a caçar a bruxa que desenhou na imaginação processual. O juiz resolveu adotar o comportamento “deixa que eu chuto”, deslocando as responsabilidades da promotoria para si próprio. E chutou, como chutou!
    O tacanho meritíssimo chega a confessar que o que era não era, mas devia ser: diz que a reforma do imóvel não tinha a ver com os propalados desvios da Petrobrás. Ora, era justamente essa a acusação – e isso era fundamental para que o processo ficasse sob a guarda da equipe de Curitiba!

    Daí começam os argumentos capciosos a não mais acabar. A acusação: o denunciado recebeu um brinde (um apartamento) como prêmio por um crime (ajudou a empresa para que tivesse ganhos ilegais).

    Os acusadores teriam que provar duas coisas: (1) O acusado recebeu o brinde; (2) o acusado ajudou a empresa nessa ofensiva ilegal.

    O diabo é que o brinde ainda é propriedade dos supostos “presenteadores”. Foi “dado” mas não foi dado. Os doadores tinham tanta posse sobre o brinde que o utilizam como caução na caça a empréstimos bancários. O acusado nunca dormiu uma noite no “seu” apartamento. Nunca o alugou. Nele não são encontrados bens do acusado, nem rastros de seu uso ou posse. Como nada disso é suficiente, os acusadores inventam um novo direito, aquele em que o acusado deve provar que não tem o que o acusador diz que tem porque tem que ter, ora essa!

    Justificativa inacreditável: “o réu é culpado porque não há outra narração possível para explicar os fatos”.

    Como o juiz não vê ou diz não ver “outra narração”, toma como verdadeira aquela que “vê”: só pode ter ocorrido aquilo que eu digo. Supondo, como veremos, que aquilo que ele diz, e que deve ser provado, exista mesmo. Essa suposição misteriosa esta sempre ali, na sombra.

    Muita polêmica se fez e se faz sobre a “ausência de provas”. De fato, é um carnaval de afirmações sem base empírica o que se encontra no processo. Mas isso parece ser quase uma norma na operação Lava Jato. Não surpreende. Mais do que isso, porém, nesse caso do tríplex a pergunta é mais elementar: será que não há provas “captáveis” por outro motivo? E se não houve o crime? Como produzir provas para um crime que não ocorreu? Em outras palavras, as provas seriam indicadores do crime, de sua autoria, de seus motivos e instrumentos. A força da “indicativa” levaria a chamá-las de “provas”. Ora, o senhor juiz inverte toda a lógica e, simplesmente, diz que é preciso uma narração outra “para explicar os fatos”. O problema é que ele criou os fatos, em sua imaginação fértil. Os fatos são esses: o apartamento é de Lula e foi prêmio por um crime. O que prova que esses fatos existem? As provas que não existem.

    Mas a coisa não para por aí. Além de se basear em suposições suas, o juiz-acusador não aceita as dezenas de testemunhos e as provas apresentadas pela defesa comprovando que Lula é inocente! Nenhuma das manifestações da defesa do ex-Presidente foi levada em conta pelo sr. magistrado.

    Isso parece coisa de louco, mas não é. É coisa de louco com mandato e objetivos bem racionais: produzir uma condenação a la carte. De encomenda. Conforme a vontade do freguês.

    Este processo, especificamente, pode assim ser caracterizado. Mas não apenas ele – a operação toda é feita com essa técnica. Tem nada a ver com investigação policial – que é tosca, primária – nem com processo judicial (que é igualmente tosco, cheio de vícios insanáveis). É uma operação política – de encomenda. Se não enxergamos isso, estamos perdidos, não entendemos de onde vem sua força. Não é força de argumento jurídico e de prova policial – a força vem do fato de ser conveniente para obter os resultados que os que a encomendaram pretendiam: tomar o poder no país, desmanchá-lo e entregá-lo em pedaços as compradores. Recebendo comissões da corretagem, por suposto. A condenação de Lula é parte dessa operação. Não apenas por atingir o principal nome da antiga equipe de governo. Mas, também, para evitar o florescimento de uma reação que desmantele a “obra” do golpe.

    Desmascarando o processo, mostrando o quanto se afasta do que se entende por direito, os autores do livro, de fato, indicam o que temos pela frente: uma tentativa de firmar mais um passo no golpe e liquidar o que resta de democracia em um sistema político já tão frágil como o brasileiro.

    Portanto, neste momento, a defesa da democracia quer dizer barrar o estado de exceção que vem sendo desenhando pela República de Curitiba em conluio com os proprietários dos meios de comunicação e com os barões do mercado financeiro. Vai muito além desse processo do tríplex, mas passa inevitavelmente por ele.

    Essa luta fundamental não é coisa para alguns poucos. Exige a participação dos movimentos sociais organizados, dos advogados e dos professores, dos trabalhadores da cidade e do campo, dos servidores públicos e dos profissionais de distintas matizes que acreditam no Brasil como uma república, uma das maiores nações e economias do planeta.

    O processo contra Lula e a tentativa de podar sua candidatura representam hoje muito mais do que a participação de um candidato em uma eleição. Ela é uma luta de todos os setores civilizados e democráticos contra as sombras, o fascismo, o obscurantismo anti-democrático.

    Os sucessivos golpes na democracia se voltam contra programas, muito além das pessoas. Tirar Dilma da presidência foi apenas parte do plano para aprovar a reforma fiscal, a trabalhista e a previdenciária, reduzir salários e desonerar empresários, desmanchar o país e torna-lo presa de corporações transnacionais. O golpe pretende fazer, a toque de caixa, o que não conseguiam fazer através de eleições.

    Lula é sem dúvida um obstáculo para esse projeto.

    Mais que uma disputa eleitoral, a candidatura de Lula à presidência do Brasil representa a defesa da democracia em nosso país e da preservação das garantias e direitos individuais. Para vencer esta batalha, serão essenciais o enfrentamento consciente e militante, a denúncia honesta e bem informada, e a desconstrução política e jurídica do estado de exceção em que o país se encontra.

    O livro está disponível no site da Fundação Perseu Abramo no link: 

    https://fpabramo.org.br/2018/01/05/comentarios-uma-sentenca-anunciada-o-processo-lula/

     

  • ‘FLORES DA RESISTÊNCIA’ CHEGAM ATÉ O EX-PRESIDENTE LULA

    ‘FLORES DA RESISTÊNCIA’ CHEGAM ATÉ O EX-PRESIDENTE LULA

    Em tempos de perda de Estado Democrático de Direito, de falta de respeito pela classe trabalhadora e de ódio dos setores mais conservadores da sociedade, ao único projeto realmente popular e democrático já existente no Brasil, um coletivo chamado ‘Flores da Resistência’ nasce e atua para disseminar o amor e a esperança àqueles que sofrem com os resultados do golpe. Pessoas oprimidas que estejam passando por algum infortúnio também são acalentadas.

    Na época do processo de cassação do mandato da ex-presidente, a ação trouxe amor à Dilma Rousseff. “Foi uma forma de resistência ao golpe. Toda semana mandávamos flores para ela.” Declara a jovem química, Talitha Braga, militante do coletivo “Todxs na rua” e uma das ativistas do “Flores da Resistência”.

    A iniciativa do “Flores”, foi de Renata Del Monaco, professora de rede pública que reuniu um grupo de amigos para discutir as questões que repercutem até hoje e logo após consumado o golpe.

    Thalita Braga emocionada faz a entrega ao ex-presidente

    O coletivo também atua na organização de debates e rodas de conversa com políticos e movimentos populares. “Atuamos juntamente com outros coletivos como o Democracia Corinthiana.” Diz Renata

    Na última quarta (12), quando divulgada a informação da sentença contra o ex-presidente Lula, baseada exclusivamente em delações premiadas negociadas ao longo de meses com criminosos confessos, o pessoal do “Flores da Resistência” não pensou duas vezes. Era hora de Lula receber as flores.

    “Fui para acompanhar o pronunciamento e por acaso sentei ao lado da secretaria do ex-presidente. Ela me perguntou para quem eram as flores e eu disse que gostaria de entregar pessoalmente ao maior líder político da América Latina. Após o término da fala, a equipe de Lula me chamou. Foi muito emocionante! O ex presidente estava muito tranquilo e alegre, mas com um semblante combativo.” Finalizou Thalita

    Lula recebeu orquídeas como sinal de resistência e força. O coletivo também aproveitou para homenagear D. Marisa Letícia Lula da Silva que gostava muito dessa espécie de flor.

     

     

  • Declaración de los abogados de Luiz Inácio Lula da Silva

    Declaración de los abogados de Luiz Inácio Lula da Silva

    12 de julio de 2017, São Paulo – para uso inmediato

    El Presidente Lula es inocente. Durante más de tres años, Lula ha sido objeto de una investigación por motivos políticos. No se ha producido ninguna evidencia creíble de culpabilidad y abrumadoras pruebas de su inocencia han sido descaradamente ignoradas. Esta sentencia de motivación política ataca el estado de derecho, la democracia y los derechos humanos básicos de Lula. Es de enorme preocupación para el pueblo brasileño y para la comunidad internacional.

    El juez Moro ha demostrado su parcialidad y motivación política desde el comienzo hasta el final del proceso. Su sentencia ha avergonzado a Brasil al ignorar abrumadoras pruebas de inocencia y sucumbir a la parcialidad política, respaldando las continuas violaciones de los derechos humanos básicos y del proceso legal por él comandadas. La sentencia demuestra lo que hemos argumentado insistentemente: que el juez Moro y el equipo de acusación de la Operación “Lava Jato” han sido motivados por la política en lugar de la ley.

    El presidente Lula ha estado sujeto al lawfare, que es el uso de procedimientos legales con fines políticos, utilizado con brutal efecto en regímenes dictatoriales. Esta sentencia sesgada y motivada por la política demuestra por qué se han agotado los recursos legales internos del Presidente Lula y por qué ha sido necesario remitir este caso al Comité de Derechos Humanos en Ginebra.

    Nadie está por encima de la ley, pero tampoco nadie está por debajo de ella. El presidente Lula siempre ha cooperado plenamente con la investigación, dejando en claro al juez Moro y a la investigación que el lugar para ejercer las diferencias políticas es en las urnas y no en la corte. La investigación tuvo un efecto terrible sobre la familia de Lula, especialmente en relación a su amada esposa Marisa, que falleció de forma trágica a principios de este año.

    Todo el proceso ha sido un enorme desperdicio de dinero de los contribuyentes y ha avergonzado a Brasil internacionalmente. Ya es hora de reconstruir la confianza en el Estado de derecho brasileño y el juez Moro debe ser responsabilizado por sus abusos.

    Probaremos la inocencia de Lula en todos los tribunales nacionales y también en las Naciones Unidas.

     

    FIN