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Tag: abuso policial

  • Policial americano tortura e mata no meio da rua homem negro que estava algemado

    Policial americano tortura e mata no meio da rua homem negro que estava algemado

    “Assistir a esse Policial sufocar George Floyd com o joelho no pescoço dele, algemado e indefeso, gritando por sua vida, com o rosto no chão, é a coisa mais repugnante e comovente que eu vi em muito tempo. Esse policial sabia que estava sendo filmado e mesmo assim assassinou [George Floyd] com arrogância e orgulho.

    Isso tem de parar! Até que nós consigamos superar o Racismo na América, ninguém deveria poder portar uma arma na rua. Acima de tudo policiais.

    Deus abençoe vc, George Floyd. Lamento muito por vc e pela sua família. E por todos os assassinatos sem sentido que aconteceram antes de vc. Será que isso vai terminar? Eu rezo a DEUS que acabe um dia.

    Até lá, foda-se a Polícia!

    É, eu disse isso. Eu não estou interessada em ser politicamente correta. Estou interessada em Justiça.”

    #georgefloyd #justice #guncontrol

    #Justiça #ControleDeArmas

    @Madonna

     

     

    Foi assim que Madonna protestou, nas redes sociais, contra o assassinato, nesta segunda-feira (25/5) de George Floyd, negro, 46 anos, por um policial de Minnesota, quando já estava rendido, algemado e jogado no chão. (Veja vídeo abaixo)

     

     

    Um vídeo divulgado nas redes sociais mostra um policial ajoelhado sobre o pescoço de Floyd, enquanto ele suplica várias vezes: “Não consigo respirar”, “não consigo respirar”, “não consigo respirar”… Inútil. A agonia da vítima dura longos minutos: o policial apertando o joelho no pescoço no Floyd, os observadores pedindo para o agente que pare, os demais policiais garantindo que os populares não se aproximem e que o assassino siga torturando. Até que Floyd morre.

    Floyd havia sido detido por suspeita de tentar passar um cheque frio em uma loja. Ele foi algemado e jogado no chão, quando o policial monstruoso resolveu posar para os celulares que filmavam a ação como um caçador sobre sua presa caída.

    A cena nauseante termina com a chegada de uma ambulância. O policial retira seu joelho e o corpo de Floyd, já sem qualquer sinal de vida, é colocado em uma maca.

     

    Em 2014, Eric Garner, morreu ao ser detido em Staten Island, Nova York. No momento da detenção, o homem queixou-se repetidamente, por 11 vezes: “Não consigo respirar”, enquanto um agente da polícia o estrangulava.

    Segundo a polícia de Minnesota, Floyd morreu em decorrência de um “incidente médico”, durante uma “interação com a polícia”.

    Nenhuma palavra sobre o joelho do policial, sobre asfixia, sobre a tortura e o desespero de Floyd. Os policiais envolvidos na ação foram demitidos sumariamente.

    Hoje, centenas de manifestantes protestaram contra mais esse assassinato de um homem negro.

  • Manifestação pacífica em defesa da Democracia acaba com bombas e detidos em SP

    Manifestação pacífica em defesa da Democracia acaba com bombas e detidos em SP

    Por Kátia Passos e Lucas Martins

     

    ATUALIZAÇÃO 01.11.2018 O maior, Rudson, foi liberado ontem, sem fiança, condicionalmente, em audiência no Fórum da Barra Funda . Os quatro menores passaram a noite na fundação CASA e as 13h de hoje, 01, tem oitiva com o Ministério Público pra avaliar se existem elementos suficientes pra representacão, definindo se será aberta ou não uma ação contra eles.

    30.10.2018 Desde ontem, após o término do 1º ato em defesa da Democracia, convocado pela frente Povo Sem Medo, que contou, segundo a organização, com 50 mil pessoas, cinco pessoas ainda continuam detidas e outras dezenas sofreram repressão da Polícia Militar na dispersão da passeata.

    Muitas bombas e balas de borracha foram desferidas contra pessoas que estavam na Praça Roosevelt e imediações da Rua da Consolação. O número de armamento e o efetivo policial se mostraram completamente desproporcionais à quantidade de manifestantes que ainda permaneciam no local ou que voltavam para o Metrô.

    Entre os cinco presos, quatro são menores de idade e há um maior de idade. De acordo com a advogada Maira Pinheiro todos foram detidos após a dispersão do ato, enquanto se refugiavam das bombas. Outros três deles foram presos logo após as primeiras bombas. Um deles está ferido por uma bala de borracha no abdômen. O quarto preso não participava da manifestação, mas foi preso enquanto ia para o Terminal Bandeira, terminal municipal de ônibus mais parto da praça. O quinto foi detido dentro do terminal, de forma violenta pela PM.

    Segundo a advogada, que acompanhou o caso durante toda a madrugada, não foi possível ter acesso aos depoimentos dos policiais com os motivos pelos quais as prisões foram feitas. O único depoimento policial dado para advogada, de maneira extra oficial, dizia que “todos estavam acusados de arremessar pedras contra a polícia, depredar as agencias bancárias e utilizar coquetel Molotov.”. Eles foram imputados por dano qualificado, incêndio e desacato.

    O maior passará hoje, 31/10, por audiência no fórum  da Barra Funda e os menores podem ser apresentados para a justiça ainda hoje, também.

    Mobilização

    O ato foi convocado pela frente Povo Sem Medo, logo que o resultado das eleições foi confirmado, por conta da vitória de Jair Bolsonaro para a presidência do Brasil. Resultado: uma gigantesca manifestação uniu estudantes e trabalhadores, motivados pelo histórico de preconceitos, agressões e absurdos enunciados por Bolsonaro e, também, em repúdio ao clima de medo e violência que seus seguidores instalaram no país ao longo da campanha eleitoral, com pelo menos 50 ataques e 2 mortes causadas por bolsonaristas. A pacífica e aguerrida manifestação foi um momento também para o povo já se posicionar contra as principais bandeiras anunciadas pelo futuro presidente, como a Reforma da Previdência, as privatizações, o projeto do Ensino à Distância desde o nível fundamental, a supressão da liberdade de cátedra (Escola sem Partido) e outras ações anti democráticas.

    Na concentração do ato, enquanto as pessoas se juntavam no Vão Livre do Masp, já aconteceu a primeira pessoa detidas: era o jovem Victor Meneguim .
    A justificativa alegada para a detenção foi o porte, por parte do jovem, de uma máscara de gás e uma blusa, que segundo um dos policias que acompanhou a ação, mostrava um desenho de uma briga em que um dos personagens dizia “com fascista sem ideia”, como mostra a apuração da Ponte Jornalismo. Ele foi encaminhado para a 78DP, na Rua Estados Unidos e logo liberado.

    O ato saiu em caminhada por volta das 19:30 em direção a Praça Roosevelt, seguindo pela Rua da Consolação, acompanhada por um forte contingente policial. Durante todo o trajeto seguiu pacífica sem nenhum relato de conflitos ou prisões. As principais palavras de ordem invocavam o direto à liberdade de expressão e de manifestação e repúdio contra as posturas preconceituosas de Bolsonaro. Por volta das 21h, os manifestantes chegaram na Praça Roosevelt e ali o ato foi encerrado pela Frente Povo Sem Medo. Logo depois a dispersão manteve o clima de tranquilidade do ato.

    Mas por volta das 22h15, a Polícia começou a ação. Argumentando que teria que liberar todas as vias naquele instante. Os manifestantes que ainda estavam se dispersando, trocaram insultos verbais com os policiais e o clima de paz terminou e as primeiras bombas foram lançadas. A Polícia poderia, nitidamente, ter aguardado alguns minutos e tal truculência destinada aos populares poderia ter sido evitada.

    Embora, saibamos que as péssimas condições de trabalho, os maus salários e o constante risco de morrer sejam as características que mais pesam na função da polícia, nada pode justificar o peso da mão forte que foi aplicado ontem em tão poucos manifestantes que estavam indo para suas casas.

    Clima de horror

    Correria. Bombas, gritos. Todos os manifestantes que estavam concentrados na rua se dispersaram, alguns correndo para a Praça Roosevelt e outros, para a Praça da República. A repressão repentina impossibilitou a saída segura. E enquanto fugiam eram bombardeados ininterruptamente.

    Depois, mais tarde, em vídeos, podemos ver a Polícia realizando uma verdadeira caça no centro de cidade. O maior bloco policial, liderado pelo GAEP, seguiu por cerca de 15 minutos pela Consolação até finalizar as operações na Av. São Luís próximo ao Viaduto Nove de julho, e durante o trajeto permaneceu atirando, mesmo com os manifestantes já dispersos. Foi durante esse momento que os foram detidos os jovens, na terminal Bandeira. Quatro deles são menores de idade e continuarão detidos até a próxima quinta (01) quando será apresentada a custódia que está prevista para às 12h, já o maior de idade foi liberado provisoriamente.

    Próxima manifestação

    Os Jornalistas Livres pediram à Secretaria de Comunicação da Segurança Pública os dados de gastos sobre a apoiarão realizada na noite desta terça (30), e mais informações sobre o motivo da operação ter sido realizada com tamanha desproporcionalidade, conforme podemos ver em vídeos que já circulam pelas redes sociais.

    A ideia é que para as próximas manifestações em defesa da Democracia que já estão agendadas para São Paulo, se possa evitar cenas como as que vimos ontem, e principalmente, integrar os policiais à ideia de quem Democracia que está sendo defendida também faz parte da vida deles.

  • QUE O SUICÍDIO SEJA UM DESPERTADOR PARA O BRASIL

    QUE O SUICÍDIO SEJA UM DESPERTADOR PARA O BRASIL

    Por Tiago Peregrino dos Jornalistas Livres

    O início do processo político que estamos vivendo se deu em junho 2013 quando foi deflagrado o levante popular em todas as capitais do país de forma desordenada, espontânea e até agressiva. Com diversos atores sociais envolvidos, as pautas mesmo que difusas pelo caráter horizontal do movimento, representavam uma clara coerência com os pleitos reconhecidamente à esquerda do espectro político-ideológico. Um povo cansado e espremido entre um Estado ineficiente e uma iniciativa privada voraz, clamava por proteção e direitos. Pedia um Estado maior e mais eficaz, que entregasse o que estava previsto na Constituição: saúde, educação, transporte e segurança. Se tornou um verdadeiro cavalo sem sela que ninguém conseguiria prever onde poderia dar.

    As elites previram e agiram rápido. A Lava-Jato surgiu para aplacar a sede de sangue e pintar com mais precisão os objetivos dessa massa frustrada. Se o erro de 2013 era não ter liderança política e nem alvo bem definido, agora com o apoio da Globo tudo estava resolvido e reconfigurado: Moro, representado na figura do Aécio e com esse apoio da mídia, vaticinou o extermínio do PT do mapa. Com tudo devidamente encaixado ficou fácil controlar as rédeas desse cavalo. Com o domínio da narrativa por parte desses novos atores, as pautas agora estavam à direita do espectro político-ideológico. Menos Estado e menos políticas sociais se escoravam no Fora PT e no Viva Sérgio Moro. Seria questão de tempo para tudo se resolver, e no caso era previsto que se resolvesse logo na eleição daquele ano de 2014, mas a coisa desandou e mais lenha teve que ser jogada na fogueira.

    Os métodos da Operação foram cada vez mais à margem da Constituição, uma caçada em nome da moralidade transformou a democracia em obstáculo. Fez-se de tudo para mostrar que com ela nada iria mudar, a eleição passou a ser um problema e a soberania popular foi esquecida. A partir daí virou terra de ninguém. O STF negociava aumento pro judiciário enquanto autorizava Cunha a tocar o processo de impeachment. O juiz de primeira instância estava com carta branca para cometer os crimes necessários para cumprir o objetivo. Renan deu uma banana pra Suprema Corte enquanto Jucá combinava o pacto com Sergio Machado. O que se dizia a sociedade era: agora vale-tudo. O justiçamento promovido por Moro se espalhou dentro e fora do meio jurídico, a derrocada da democracia criou a atmosfera para que cada cidadão se sentisse no direito de fazer justiça com as próprias mãos. Começaram a amarrar pivete em poste, a endeusar figuras messiânicas como Bolsonaro, a radicalizar o discurso de moralização pela família brasileira, a pedir pela cura gay, e assim abriu-se o terreno para a penetração cada vez mais forte da igreja nas casas legislativas e até nos museus. O Bispo Macedo agradece, Crivella idem.

    O poder não deixa vácuo, se tem alguém perdendo, tem alguém ganhando. Com a saída do PT e a demonização das pautas progressistas, Michel Temer surgiu como instrumento para executar uma política diametralmente oposta àquela clamada pelas ruas em 2013: cortou os gastos com os serviços públicos, os direitos trabalhistas e protegeu a iniciativa privada, diminuindo o poder do Estado e favorecendo os especuladores internacionais. A nova narrativa venceu e o país ficou de quatro.

    Foto: Jair Quint/Agecom

    Velório do reitor da UFSC, Luiz Carlos Cancellier, suicidado após um processo de linchamento sem defesa

    Essa semana o reitor da UFSC tirou a própria vida após ser preso e jogado nu em uma cela sob a absurda acusação de obstrução de justiça. A imprensa, os justiceiros do judiciário e os incautos, o condenaram previamente como é característico do Estado Punitivista que estamos. O reitor que dedicou sua vida à universidade usou uma tragédia para mostrar outra ainda maior. Quem não se choca com isso jamais poderia se chocar com o vazamento de um grampo ilegal da presidência. O terreno para o fascismo está adubado, Bolsonaro cresce nas pesquisas. O ano de 2018 está gravemente ameaçado e 2017 já é uma desgraça. Se a Lava-Jato recuperou R$ Bilhões até agora, Temer gastou 4 só pra enterrar a primeira denúncia. É preciso acordar novamente o tal gigante. Que o suicídio do reitor Luiz Carlos Cancellier sirva de despertador.

  • Jornalistas Livres foram vítimas de censura, intimidação, ameaça à liberdade de imprensa e abuso policial

    Jornalistas Livres foram vítimas de censura, intimidação, ameaça à liberdade de imprensa e abuso policial

    Por Flávia Martinelli, dos Jornalistas Livres

    Sábado, dia 13 de maio, por volta das 18hs, um repórter fotográfico dos Jornalistas Livres teve seu equipamento apreendido pela Polícia Militar depois da Marcha Antifascista que ocorreu no Centro de São Paulo. O ato terminou após mais uma intervenção truculenta da PM com bombas de gás e o jornalista foi abordado quando manifestação já havia terminado. “Eram mais de 15 policiais. Eles chegaram com arma em punho e me mandaram, com um grupo de cerca de 15 manifestantes, colocar a mão na cabeça e encostar na parede. Quando me identifiquei como repórter dos Jornalistas Livres, pegaram a máquina fotográfica que estava na minha mochila”, conta o profissional que prefere não ser identificado.

    Os policiais obrigaram nosso fotógrafo a ligar a máquina. Quando constataram que o equipamento estava sem o cartão de memória, a revista foi intensificada. “Um dos policiais disse: ‘Vou procurar por todos os seus orifícios’”, recorda o repórter que foi obrigado a tirar sapatos e teve os bolsos revirados. O cartão de memória foi encontrado e as fotos, então, foram vistas pelos PMs. O equipamento e a mochila do profissional foram apreendidos e ele foi levado 2º Distrito Policial do Bom Retiro. Os outros manifestantes também foram ao DP, com a justificativa de que passariam por “averiguação” e eram testemunhas da apreensão do material jornalístico.

    “A violação aos direitos que garantem a liberdade de imprensa já aconteceu no momento da abordagem. Os policiais não poderiam visualizar as fotos e poderão responder por inquérito civil e criminal por todo o procedimento. O Ministério Público tem claras recomendações técnicas para os policiais militares não violarem ou apreenderem equipamentos e materiais da imprensa”, diz o advogado ativista Flávio Bezerra.

    “Fui levado para a delegacia depois de uma hora de revista. Fui algemado e colocado no porta-malas da viatura”, conta o fotógrafo. “Os policiais disseram que havia imagens de depredação do patrimônio no cartão de memória e que o material jornalístico seria encaminhado à perícia. Eu, na verdade, nem tinha tido tempo de ver o que fotografei.”

    De acordo com a nota técnica feita pela ONG Artigo 19, entidade civil especializada em liberdade de expressão – na qual o MP fundamentou suas recomendações à PM – levar profissionais da imprensa a delegacias na qualidade de “testemunhas” sobre acusações que sequer lhes são informadas, além de inviabilizar o trabalho são formas de intimidar o exercício do jornalismo.

    A Organização dos Estados Americanos (OEA) atenta à essa pressão específica a que estão sujeitos os comunicadores ressalta: “Em situações de conflitividade social especial, a percepção de que possam ser forçados a depor não apenas limita a possibilidade de o jornalista acessar fontes de informação, como também aumenta o risco de que venham a se converter em um alvo para grupos violentos. Além disso, as autoridades não devem exigir de jornalistas que demonstrem que os testemunhos divulgados sobre os fatos são exatos ou que provem frente a um juiz a veracidade das denúncias reportadas.”

    Foram mais de seis horas até o repórter fotográfico dos Jornalistas Livres ser liberado. O cartão de memória de fato foi confiscado mas devidamente lacrado pela delegada de polícia que, por sua vez, encaminhou o caso à Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo. A conduta dos policiais envolvidos será investigada.

    O material jornalístico será encaminhado à perícia criminal nos próximos dias mas os advogados dos Jornalistas Livres entrarão com processo para garantir o direito de exercer o artigo 5º da Constituição que dispõe que: “as atividades exercidas por repórteres, fotógrafos e demais profissionais de comunicação são essenciais para o efetivo respeito ao direito humano à liberdade de expressão no contexto de manifestações e eventos públicos (…)”

    Colaboraram: Martha Raquel e Adolfo Várzea, para os Jornalistas Livres

     

    Julio Cesar Fernandes Neves, ouvidor da Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo, esteve presente e encaminhou a denuncia à ouvidoria da Polícia. Veja o depoimento: