A noite já se estendia por São Paulo enquanto, em três distantes pontos da cidade de São Paulo, o MTST ocupava espaços ociosos em busca de moradia digna.
O terreno localizado na Av Marginal Projetada, na zona leste, é um grande campo vazio. Antes de abrigar os novos moradores, o local era usado como lixão. uma propriedade abandonada que não cumpria o uso social da propriedade (exigência constitucional e moral) relegado ao mercado imobiliário.
Agora, ele serve como campo de disputa política. O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto exige, além do direito de função social para a propriedade, que o governo se comprometa a dar continuidade ao programa Minha Casa, Minha Vida Entidades. É A NOVA MORADA daqueles que não tem nenhum teto.
A OCUPAÇÃO
Os novos moradores do terreno chegaram por volta da meia-noite de 5 de novembro ao seu novo lar. A movimentação era, e tinha que ser, frenética. O medo da chegada da Polícia acelerava, mas as primeiras barracas foram montadas em poucos minutos.
Cada uma delas foi construída com bambus amarrados envoltos por lonas, simples construção. O movimento rápido é ao mesmo tempo dado pela necessidade quanto pela prática.
Em pouco tempo, o local já estava tomado pelas novas casas improvisadas. O mar de tendas, suficientes para as 500 pessoas, se espalhou por todos os cantos do terreno. Não são casas mas moradas provisórias, como as dos guerreiros antigos em suas campanhas de guerra, apenas um acampamento montado para dar abrigo.
A tensão diminuía enquanto o tempo passava. O acampamento se ajeitava e se acomodava, alguns já dormiam; a cozinha comunal já estava quase pronta às 3h da manhã. O café chegou antes. E nenhum sinal da Polícia.
Mais uma noite chegava ao fim, mas para o MTST era apenas o começo, ou mais um começo, na procura por uma cidade mais justa. Aquela noite foi mudada pela luta que trouxe um pouco mais de justiça para aqueles que só querem uma casa.
