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Categoria: Pernambuco

  • Agricultores denunciam ação de grileiros em suas terras na Mata Sul de Pernambuco

    Agricultores denunciam ação de grileiros em suas terras na Mata Sul de Pernambuco

    por Sergio Gaspar

    Na tarde de ontem (04/02) uma comissão de agricultores familiares do município de Jaqueira, cidade da Mata Sul do Estado, visitou os deputados estaduais da Assembleia Legislativa de Pernambuco (ALEPE) para denunciar as investidas violentas de grileiros em suas terras.

    A comissão foi recebida pelo mandato coletivo das Juntas (PSOL) e pela deputada Simone Santana (PSB) ,que se comprometeram em marcar uma reunião com a Procuradoria Geral do Estado para debater o tema. Também foi levantada a possibilidade de uma audiência pública com a Comissão de Direitos Humanos e cidadania, com participação da ALEPE. Uma outra possibilidade é uma visita das deputadas e deputados ao assentamento para verificar de perto a situação das famílias.

    agricultores familiares do município de Jaqueira, cidade da Mata Sul do Estado, visitou os deputados estaduais da Assembleia Legislativa de Pernambuco (ALEPE) para denunciar as investidas violentas de grileiros em suas terras
    Agricultores familiares do município de Jaqueira visitaram os deputados estaduais da Assembleia Legislativa de Pernambuco (ALEPE) para denunciar as investidas violentas de grileiros em suas terras

    Antônio Mariano da Silva, representante dos Agricultores e Pequenos Empreendimentos da cidade de Jaqueira denuncia o terror que as famílias vêm passando: “nós viemos aqui pedir ajuda aos deputados porque estamos sofrendo várias ameaças, já perdemos animais e agora estão destruindo nossas plantações, nós estamos com medo que que possa acontecer coisas ainda piores, mas também não estamos disposto a abrir mão de nossas terras” denunciou o agricultor.

    O dirigente da CSP-Conlutas Pernambuco, Hélio Cabral apoia a luta desses agricultores e reitera a necessidade de denunciar mais essa violência no campo. “É preciso expor o que está acontecendo contra essas famílias no município de Jaqueira. Não podemos permitir que esses agricultores sejam expulsos do terreno em que vivem há mais de 20 anos, assim como grileiros destruírem sua plantação, que é fruto de seu trabalho e sustento”, reiterou.

    Entenda o Caso

    A Usina Frei Caneca faliu há 16 anos, dando um calote nos trabalhadores, no Estado e na União, diante desta situação os trabalhadores decidiram ficar nas terras da Usina como compensação do não pagamento dos direitos trabalhistas.

    Guilherme Maranhão, grileiro e irmão de Marcello Maranhão (PSB), prefeito da cidade vizinha Barreiros, arrendou as terras da Usina onde se encontram as famílias. No início do ano o próprio Guilherme esteve no local para dizer que ia tirar todo mundo das terras que ele arrendou. De lá pra cá as 1500 famílias de agricultores relataram que alguns carros estão rondando o assentamento, intimidando os moradores e sumindo com os animais deles.

    Mas foi no dia 28 de janeiro que o grileiro mandou um ônibus cheio de jagunços para acabar com as plantações dos trabalhadores, em uma ação covarde e na calada da noite foram destruídos várias plantações de banana. As famílias vivem no local há 20 anos, nasceram e criaram seus filhos neste terreno e estão com medo de iminência de violência. Muitos desses moradores trabalhavam na usina e moravam nas casas construídas pela empresa. Com a falência, as famílias permaneceram no local, já que a usina não lhes pagou o que devia. As famílias vivem do que produzem na terra.

    foto: Veetmano Prem/agenciajcmazela

  • Vazamento de petróleo no mar e indiferença do governo geram fome no Nordeste

    Vazamento de petróleo no mar e indiferença do governo geram fome no Nordeste

    por Raíssa Ebrahim

    Semana retrasada aconteceu o encontro dos Pescadores e Pescadoras de Pernambuco, quando a categoria marchou para o Palácio do Campo das Princesas, sede do Governo do Estado de Pernambuco, após a audiência pública na Assembleia Legislativa (ALEPE), para pressionar o executivo e entregar uma carta de reivindicações com seis pontos.

    O Estado havia se comprometido a dar alguma resposta concreta para ajudar a resolver a fome de milhares de pessoas após o Crime Socioambiental do Petróleo, que segue impune há mais de 100 dias. A negociação, no entanto, não avançou, o governo de Paulo Câmara (PSB) diz não ter verba. Apesar de a responsabilidade ser do governo Bolsonaro, a categoria vem solicitando posicionamento e auxílio estadual também.

    Pescadores e Pescadoras dizem não aguentar mais ouvir o estado empurrar a questão para o governo federal. Pernambuco é o único dos 11 estados atingidos pelo petróleo que possui uma Lei da Pesca, além de um comitê gestor, que não sai do lugar desde 2017.

    A MP proposta pela presidência está tramitando no Congresso Nacional, mas às vésperas do recesso parlamentar, não há esperanças de que o auxílio proposto pelo Governo Federal, cerca de R$ 2 mil, pagos em duas parcelas, chegue à mesa de milhares de nordestinos e nordestinas que estão sobrevivendo num contexto de insegurança e ameaça à soberania alimentar.

    ATUALIZAÇÃO:

    A Caixa Econômica iniciou nesta segunda-feira (16) o pagamento da primeira parcela do auxílio emergencial pecuniário para os pescadores e as pescadoras profissionais artesanais de municípios da costa brasileira afetados pelo derramamento de petróleo e que possuem Registro Geral da Pesca (RGP).

    A MP segue tramitando no Congresso na esperança de que o número de pessoas contempladas pelo auxílio federal seja ampliado, já que o RGP não é atualizado desde 2012 e quem vive em municípios que não foram diretamente atingidos também estão sem conseguir vender os pescados.