Jornalistas Livres

Categoria: Negras e Negros

  • Comunidade Nelson Mandela perde a terra no Apartheid brasileiro

    Tropa de choque, força tática e guarda civil metropolitana de Osasco mobilizam-se para negar a moradia digna a 10.000 brasileiros pobres.

    A ação de reintegração de posse do chamado Morro do Mandela ocorreu de forma pacífica diante de um pesado aparato militar. Na Comunidade Nelson Mandela, que fica ao lado do Rodoanel Mario Covas, na divisa de Barueri com Osasco, a linha de frente da repressão era formada pela Força Tática e pela Tropa de Choque, mas lá estavam também a cavalaria da Polícia Militar, a Guarda Civil Metropolitana, carros do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), helicópteros militares, além do apoio de bombeiros e enfermeiros do Sistema Único de Saúde. Alguns moradores, como forma de protesto, atearam fogo em barracos que ja tinham sido desocupados, e os bombeiros tentavam conter o fogo para que não atingissem bujões de gás. Dois adolescentes, um de 16 anos e outro de 17, foram presos acusados de incêndio criminoso.

    Foto: Leo Moreira Sá

    Os primeiros “mandelenses” chegaram ali no dia 14 de janeiro de 2014, 29 dias depois do sepultamento de Nelson Mandela, e resolveram homenagear o grande líder africano. Ocuparam um terreno particular de 200 mil metros quadrados, que não tinha uso social e segundo os moradores iria virar um lixão. Carpiram a área, cercaram e levantaram os barracos da noite pro dia. Em um ano e meio a ocupação foi recebendo outras famílias e a Comunidade Nelson Mandela foi crescendo até atingir 10.000 habitantes, vindos na maior parte das periferias de Osasco, Barueri e Carapicuiba.

    Foto: Leo Moreira Sá

    Produziu-se uma estrutura básica de pequenos comércios para atender a comunidade. Famílias matricularem seus filhos em escolas, mães trabalhavam e utilizavam as creches da proximidade, pais de família trabalhavam. Segundo alguns comerciantes do entorno da comunidade, os moradores eram bem-vindos porque movimentavam o comércio local, e também transformaram uma região antes deserta e perigosa, com muitas ocorrências de assaltos, numa região habitada e segura. Ali havia uma comunidade viva, que em poucas horas foi reduzida a escombros, cinzas e desespero de tantas pessoas que não tinham para onde ir.

    Foto: Leo Moreira Sá

    Conversei com uma moça que estava parada diante do seu barraco desocupado: “Estou aqui olhando pro meu barraco vazio nem sei por quê”. Ela me contou que a comunidade fazia reuniões, pedia ajuda para as autoridades, mas o que receberam foi a promessa do prefeito Jorge Lapas (PT), que disse que tentaria negociar com o dono do terreno. Mas há três meses receberam a ordem de despejo. Ela me informou que a prefeitura não tinha, até aquele momento, nem oferecido alojamento — apenas um galpão para a guarda dos pertences dos moradores.

    A prefeitura de Osasco declarou que recebeu uma comissão de representantes da ocupação e que aquela área não era indicada ao uso habitacional por ser área de risco de deslizamentos de terra, além de estar sobre um aterro sanitário.

     

  • Ser mãe negra e jovem no Brasil

    Ser mãe negra e jovem no Brasil

     

    Como ensinar a sua filha a ter orgulho da própria cor no país da falsa Abolição

    Ontem, dia da Abolição, deveria ser feriado Nacional. Deveria ser um dia de comemoração, um dia para ser lembrado. Mas acho que sei porquê o dia 13 de maio não está em vermelho no calendário: por mais que a escravidão tenha sido oficialmente abolida do nosso país, ela continua dentro das pessoas.

    Sou negra, nunca fui obrigada a trabalhar em troca de comida ou moradia, mas sei o que é entrar em um algum lugar e ser olhada como diferente, sei o que é ouvir piadinhas (todas sem graça nenhuma) pelo fato de sua pele ser de uma pigmentação mais escura, ter apelidos por causa da minha etnia, perguntarem por que não faço uma progressiva.

    A escravidão acabou oficialmente, mas o racismo não. O que me deixa extremamente abalada é ver que para muitas pessoas isso é normal. Vemos na televisão e nos cinemas que as empregadas domésticas são negras, que os bandidos são negros, que a maioria dos mortos são negros. E me pergunto: quando isso irá mudar? Quando isso deixará de fazer parte da cultura brasileira?

    Frases como: “Tinha que ser preto!”, “Viu aquele neguinho?”, “Cuidado, é preto e corinthiano!”, são ditas com a maior naturalidade, sem constrangimentos. Aceita-se esse tipo de abordagem. Não apanhamos mais de senhores feudais, não temos mais navios negreiros. O que temos é a NEGAÇÃO da nossa cor no dia a dia.

    Ao olhar na periferia, vemos que ali estão os pretos e pardos. Numa construção, os serventes e pedreiros são negros, assim como as faxineiras. Claro que o Brasil evoluiu um pouco, já temos muitos negros na universidade, muitas cotas oferecidas (por mais que a USP se negue a participar), temos o PROUNI, o FIES, mas também temos o Senado querendo aprovar a PEC 171 para reduzir a maioridade penal. Quem perde com a diminuição da idade penal são os “neguinhos da quebrada”. Nossos presídios estão lotados de negros.

    Lembro de quando estava na 5ª série (atualmente, 6º ano) e meu apelido era “Poodle”, pois meu cabelo não era do padrão de beleza estabelecido. Recordo-me que todos os empregos que minha mãe obteve foram como empregada doméstica. E foi assim, com o suor e a batalha, limpando tantos banheiros, que ela criou meu irmão e eu.

    Quanta vezes presenciei amigos serem abordados dentro de bares, padarias ou até mesmo na rua, simplesmente por serem negros e nossos amigos brancos, nunca. A desculpa era de que estavam em “atitude suspeita”. Mas estávamos juntos fazendo as mesmas coisas.

    Ao olhar para minha sala de aula na faculdade vejo que sou uma das poucas negras (na verdade, minha sala, que tem 50 alunos, tem apenas dois negros) e sou a única negra bolsista. Isso não é novidade dentro de uma universidade reconhecida como a minha.

    Hoje estou com 26 anos, sou casada e tenho uma linda filha, a Isabella, que mesmo com 5 anos sabe bem o que é ser uma menina negra. Sempre ouço (até de nossos próprios parentes): “Nossa, criança, que cabelo é esse?”, ou “Quando ela crescer pode fazer uma [escova] progressiva!”, ou, ainda, “Tinha que puxar justo o seu cabelo e o seu nariz?”. Sim, nosso nariz batatinha também sofre na nossa sociedade preconceituosa. Mas me enche de orgulho de ouvir ela sempre dizer:

    “Amo meus cachos, são iguais aos da minha mãe!”

    Claro que isso não é nada perto de tantos negros que já foram presos, espancados, mortos. Meu relato não chega perto de tantas mães que viram seus filhos saírem de casa sem nunca mais voltar. Ou daqueles que percebem as pessoas que atravessam a rua com medo, puxando suas bolsas, porque um negro está ali. E te olham com nojo.

    Certa vez ouvi que o dia 20 de Novembro não era uma data que deveria ser comemorada, afinal todos nós temos Consciência Negra. Me indignei com isso, pois se TODOS NÓS realmente tivéssemos essa consciência, esse meu texto não precisaria ser escrito, não haveria tantos jovens negros assassinados.

    No dia 13 de Maio de 1888 a lei Áurea foi assinada. Mas a verdadeira Abolição ainda não aconteceu. Gostaria muito de dizer que a escravidão se foi há 127 anos, mas apenas posso dizer que ela continua de uma forma mais camuflada — e igualmente cruel.


    Michelli Cristini C M de Oliveira, 26 anos — é estudante de Letras na Universidade Presbiteriana Mackenzie, casada com William Freitas de Oliveira e mãe de Isabella Cardoso de Oliveira. Faz parte da rede Jornalistas Livres.

  • Ser negro: um motivo a mais para um jovem ser morto

    Ser negro: um motivo a mais para um jovem ser morto

    Para cada jovem branco morto, morrem três negros. Mais de 70 mil jovens negros morrem por ano. Tais dados comprovam que, em pleno século XXI, a cor da pele influência no destino dos jovens no país. Para debater o tema do extermínio da juventude negra no Brasil, a Comissão de Direitos Humanos e Minorias em da Câmara dos Deputados em parceria com Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, Cidadania, Ética e Decoro Parlamentar da Câmara Legislativa-DF, por requerimento do deputado Paulo Pimenta, realizou nesta quarta feira (22) a audiência pública “Violência contra a juventude negra: a situação no DF e entorno”.

    A audiência foi realizada em conjunto com a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos da Câmara Legislativa do Distrito Federal e reuniu mais de 30 pessoas no plenário. Abrindo as falas, Hamilton Pereira, Secretário da Comissão de Direitos Humanos da Câmara do Distrito Federal, resgatou o histórico da relação de raças e gêneros no Brasil e a das forma do estado na condução das políticas públicas voltadas aos negros, herdeiros de uma herança escravocrata.

    O secretário defendeu que a violência atualmente é institucionalizada, da mesma forma que na como a tradição do latinfúndio, onde o latifundiário ainda tem o poder de mobilizar a força policial para controlar e permear a desigualdade. “Esse quadro de violência ao qual que nós não conseguimos fazer frente, não apenas as políticas econôomicas e sociais de inclusão que farão o enfrentamento, mas sim o debate sobre a cultura e a batalha de valores que vão guiar o estado”, afirma o secretário.

    “Algumas pessoas são mais matáveis que outras, há vidas que importam menos” afirma Larissa Borges.

    Diretora do programa da Secretaria de Políticas de Ações Afirmativas da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Larissa Borges levantou dados em uma apresentação esclarecedora sobre as mortes de jovens negros na capital federal.

    No DF, em um total de 2,7 milhões de habitantes, 1,4 milhões são negros (contradizendo a tese de negros como a minoria no país), sendo 433,4 mil jovens negros. 85% do total de homicídios no Estado são de negros e apenas os outros 15% são brancos. São números como esses que comprovam a existência de um genocídio da juventude negra no país. Um dado alarmente, apresentado durante a audiência, mostrou a ineficiencia do modelo de sistema de segurança pública adotado pelo governo, em que polícia brasileira, em apenas 5 anos, matou o equivalente ao que a polícia norte-americana matou em há 30 anos de ações da polícia norte-americana.

    MAIORIDADE PENAL

    Além de dados e informações deixam comprovado que ser negro é um ponto a mais para ser alvo de violência, as experiências e as histórias, apresentadas na audiência, trouxeram a realidade de quem viveu e vive na exclusão social.

    Neemias MC, rapper do movimento negro que foi abandonado quando criança e viveu a maior parte da sua vida nas ruas e abrigos, esteve presente. “A gente não tinha condições e o governo não dava condições de ter um estudo, um caderno, não tinha roupa adequada e eu tinha que pular a cerca e cometer pequenos delitos. A gente vê um estado omisso, era pra ter uma assistência e não tinha.”

    “Quando formos falar da maioridade penal, bora falar primeiro da mídia e da educação básica que existem no país.”

    Em sua fala o rapper abordou sobre a redução da maioridade penal. “Falam muito sobre maioriade penal, onde ja sabemos que não é a solução para que o extermíno acabe, querem reduzir a maioridade penal, acabar com a luta que foi pra ter o ECA, e que hoje querer exterminar nosso povo dessa forma também”.

    Confira a fala realizada pelo rapper após a audiência pública:

    VIOLÊNCIA RELIGIOSA

    Um caso abordado na plenária chamou a atenção de todos ali presentes: Tatá Luangomina, sacerdote afro da comunidade de Caxutê, colocou em público a denúncia de uma violência ocorrida no Fórum Odilon, em Santo Amaro (BA). Na ocasião, ele foi retirado à força por policiais militares do Fórum por usar um adereço religioso nada cabeça, chamado de eketé, utilizado pelos homens que seguem as religiões afrobrasileiras de matriz africana.

    “Se fosse uma freira que estivesse com hábito, se fosse os judeus com o kipá, se fosse o papa com o mitra que entrassem no fórum, aqueles profissionais fariam a mesma coisa?” questiona Tata.

    Para finalizar a sessão, Jean Willys e Érika Kokai, deputados federais que participam da comissão de direitos humanos na câmara, realizaram falas a respeito do tema. Integrando atualmente a CPI da Violência contra Jovens Negros e Pobres, que tem levantado casos de violência pelo Brasil, os deputados afirmaram que apesar da criação da CPI ser um ganho na luta pelo extermíinio da juventude negra, há muita gente que ainda não vê o racismo como uma violação dos direitos humanos, para eles, esses precisam de anos de luta para se conscientizar. “Isso é uma disputa política, por leis, por políticas públicas, pelo poder executivo, mas antes disso tudo isso é uma disputa pelo imaginário. Precisamos transformar no imaginário das pessoas.” Afirmou Jean.

    Já Erika Kokai questiona “Nós estamos discutindo nos autos de resistência, investigar as mortes por policiais, na Comissão de Defesa dos Direitos Humanos queremos somente investigar e isso não nos está sendo permitido, tá cheirando a inquisição, por isso a importância de fazer esse discurso.”

    Esse debate, aparentemente bastante abordado e muito conscientizado dentro e fora da câmara legislativa ainda precisa dar um grande passo, não há avanço se ainda não há a compreensão de boa parte da população que racismo é crime e viola os direitos humanos. E o congresso nacional ainda será o ringue de muitas dessas batalhas.

  • Política anti-cotas da USP elitiza e segrega futuros ingressantes

    Política anti-cotas da USP elitiza e segrega futuros ingressantes

    Apesar da implantação do sistema de cotas pelas universidades federais brasileiras, a Universidade de São Paulo (USP) ainda resiste a adesão das ações afirmativas para negros e pardos, mas mantém o acesso a estudantes da elite. Na última terça-feira (07) alunos e ex-alunos da universidade membros do coletivo ‘Ocupação Preta’ tentaram participar da reunião do Conselho Universitário (C.O) que acontecia com o reitor da universidade, Marco Antonio Zago, na antiga reitoria, na tentativa de discutirem a representatividade negra na instituição.

    Todas as universidades federais já aderiam às cotas para ingressos de alunos afrodescendentes. No entanto, a USP diz não ter condições financeiras para realizar tal procedimento, visto que, a instituição passa por uma crise. Entretanto, os integrantes do coletivo nos contam que para que isso aconteça, é necessário apenas da autorização do Reitor ou até mesmo do governador do estado Geraldo Alckmin.

    “Foram aprovadas cotas em 2012 em nível federal, visto que o número de alunos pretos triplicou neste período (2012 para 2013). Quer dizer que as cotas fizeram com que alunos negros se matriculassem na FUVEST, mas não foi o mesmo índice dos que entram na universidade, isso é um absoluto desrespeito com os alunos negros que não estão aqui. A USP está deixando claro para a sociedade brasileira que alunos eles querem aqui, que não são os alunos negros e sim os brancos’, diz uma das integrantes do coletivo.

    As pesquisas realizadas pela FUVEST (Fundação Universitária para Vestibulares) em 2013 mostram que para os cursos de exatas (sem contar os treineiros) 3,9% dos inscritos foram pretos e 14,4% pardos. Para os cursos de Humanas 4,8% pretos, 15,5% pardos; e para os cursos de Biológicas 3,9% pretos e 14,4% pardos. Entretanto, mesmo com esses dados, os alunos afrodescendentes não passam de 7% do volume total dos alunos ingressantes na Universidade de São Paulo.“Quanto maior a nota de corte, maior a renda per capita, menor é o número de pretos no curso. Em 2013 nas carreiras de ponta não teve nenhum aluno negro ingressante”, afirma uma integrante do movimento.

    O coletivo fala que a discriminação não acontece apenas para entrar na Universidade, mas também dentro das salas de aula. Uma integrante nos conta de uma disciplina de Psicometria, ministrada pelo curso de Psicologia da USP de Ribeirão Preto:

    “É um semestre de racismo puro! Ela (matéria) defende uma teoria que diz que a renda depende da inteligência e que a inteligência é genética, então faz um mapeamento do Q.I por país com a renda do país. Onde está o menor Q.I? Na África. Onde está a menor renda? Na África. A lógica dela é que você passa fome porque você não tem Q.I, porque você é burro, ele (professor) passa um semestre defendendo essa teoria”

    O grupo tem feito intervenções nas salas de aula da instituição, com o intuito de promover o debate entre todos os estudantes sobre a baixa representatividade negra na instituição. As ocupações pretas têm acontecido, propositalmente, nas aulas em que os professores têm histórico de racismo. “Teve um professor do curso de Geografia, que disse: “o Exército Brasileiro está no Haiti para controlar a macacada”, disseram.

    Ocupação do Conselho Universitário

    O grupo ocupou a antiga reitoria do Conselho Universitário da USP na tentativa de discutir a implantação de cotas na universidade, mas não obtiveram êxito. Segundo os membros do Ocupação Preta, os representantes do conselho ignoraram todas as tentativas de diálogo com os estudantes. “Levamos um chá de cadeira de duas horas, até que as coisas começaram a ficar estranhas e a polícia rondando o prédio”, disseram.

    Após um tempo, os estudantes saíram da sede do conselho, mas dois alunos ficaram no interior do prédio impedidos de sair. “Nós decidimos que teríamos que forçar a nossa entrada, porque estávamos sendo impedidos de dialogar”, disseram.

    O grupo sofreu com agressões dos guardas particulares do Conselho Universitário. “Fomos agredidos e um aluno transnegro foi para o hospital após levar um soco nas costas e uma menina teve o dedo quebrado”.

    No dia em as intervenções em sala de aula começaram, um estudante da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP) gravou um vídeo do momento em que o grupo ocupava a sala na tentativa de iniciar um debate sobre a representação negra. No entanto, o grupo foi surpreendido com argumentos contrários à implantação de cotas raciais na universidade e tentativa de minimizar os debates.

    O caso não foi o único, no mesmo dia foram feitas intervenções em outras aulas com o intuito de levar a reflexão sobre a representatividade dos negros, mas também foram hostilizados. “Nós fomos na POLI [Escola Politécnica da USP], e quando chegamos os alunos perguntaram: ‘o que vocês estão fazendo aqui? Aqui não é o lugar de vocês’ ” contaram. “O professor chegou e ameaçaram chamar a guarda universitária para a gente”, completaram.

    A USP tem seguido o caminho inverso da inclusão da população negra e pobre na universidade. A indústria do vestibular é uma ferramenta que segrega aqueles que são historicamente oprimidos e elitiza o universo do conhecimento. Contudo, as ações afirmativas é uma iniciativa que sobre a dívida histórica com uma população que há séculos é marginalizada.