Jornalistas Livres

Categoria: MST

  • Reforma agrária na universidade. Aqui tem LUTA e não balbúrbia!

    Reforma agrária na universidade. Aqui tem LUTA e não balbúrbia!

    Discutir os impactos do agronegócio, as alternativas sustentáveis, a distribuição mais justa das terras e o respeito ao meio ambiente e a quem vive no campo ouvindo especialistas, ativistas, agricultores e comunidades tradicionais é o principal motivo que uniu os movimentos sociais e as universidades públicas na criação da JURA, a Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária. Iniciada em 2014 com a participação de 40 instituições federais de ensino, a JURA chega a 2019 com 60 Universidades e Institutos Federais. Desde o ano passado, a Universidade Federal de Mato Grosso faz parte desse time e a JURA UFMT deste ano já começou! Até o dia 29 de maio, dezenas de atividades culturais, vivências, oficinas, cursos, mesas de discussão, rodas de conversa e feira de produtos artesanais e agroecológicos estarão ocupando tanto o Campus Cuiabá da UFMT como acampamentos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST próximos à capital do estado e territórios de comunidades tradicionais. A programação completa pode ser acessada em https://juramatogrosso.wixsite.com/jura2019/programacao .

    Mato Grosso é um dos estados brasileiros de maior crescimento no produto interno bruto e pior distribuição de renda do país. O principal motivo é o modelo produção agropecuária para exportação baseado em grandes propriedades rurais altamente mecanizadas nas mãos de poucos. Diferente da produção voltada para o mercado interno, impostos como ICMS, IPI e Confins não incidem sobre produtos exportados. Isso de fato torna produtos como a carne e a soja brasileiras mais competitivas no comércio internacional e tem grande impacto na balança comercial e na entrada de dólares no país. Os estados produtores, contudo, perdem em arrecadação e têm menos condições de investir em saúde, educação, segurança e infraestrutura, por exemplo. A chamada Lei Kandir, de 1996, deveria balancear essas perdas com repasses federais para os estados, o que na verdade não ocorre na velocidade e volume necessários. Além disso, as monoculturas com sementes transgênicas acabam afetando as plantações para consumo dos brasileiros, especialmente a agricultura familiar, e a constante busca por aumento nas áreas de plantio e gado acaba destruindo ecossistemas importantes como o cerrado e o pantanal e expulsando comunidades tradicionais como índios, quilombolas e pequenos agricultores para as periferias das grandes cidades.

    Todos esses temas fazem parte das discussões da JURA UFMT. Dia 18 houve uma importante vivência para estudantes e interessados no Acampamento Padre José Ten Cat (Jaciara) e no assentamento Egídio Bruneto (Juscimeira), coordenada pelas professoras Gislayne Figueiredo Mírian Sewo, ambas da UFMT . Entre os dias 20 e 24 de maio, sempre às 19:00 no auditório do Musear – Museu Rondon de Etnologia e Arqueologia da UFMT, serão exibidos cinco documentários sobre a luta pela terra, as comunidades quilombolas e a educação nos assentamentos da Reforma Agrária. O grande destaque do dia 27, às 19:00 no Auditório do Centro Cultural da UFMT, é a palestra de Gilmar Mauro, um dos principais líderes do MST.

    A partir do dia 27, em diversos horários e locais, acontecem as mesas de debate como “Movimentos quilombolas: história, identidade e luta” (dia 27 das 10:00 às 12:00 no Auditório do IGHD); “Impactos das hidrelétricas nas bacias do Teles Pires e Juruena – A visão dos atingidos” (dia 27 das 14:00 às 16:00 no Centro Cultural da UFMT); “O jornalismo de Mato Grosso e a expansão do agronegócio no estado” (dia 27 das 16:00 às 18:00 no Auditório da Faculdade de Agronomia e Zootecnia), com coordenação dos jornalistas Francisco Alves e Vinicius Souza, ambos colaboradores dos Jornalistas Livres; “ Formas de organização da universidade frente às demandas dos movimentos sociais” (dia 28 das 10:00 às 12:00 no Centro Cultural da UFMT); “A educação do campo frente aos ataques ultraliberais” (dia 29 das 8:00 às 10:00 no Centro Cultural da UFMT); e “Trabalho, patriarcado e natureza: olhares e percepções de mulheres camponesas” (dia 29 das 10:00 às 12:00 no Auditório do PPGE).

    Entre as oficinas, seminários e cursos previstos estão: Oficina de Bacia de Evapotranspiração” (dia 28 a partir das 8:30 no Auditório do IGHD); “Seminário: Trabalho escravo contemporâneo no campo e reforma trabalhista” (dia 28 das 14:00 às 16:00 no Centro Cultural da UFMT); e “Oficina: Teatro do Oprimido” (dia 28 das 14:00 às 16:00 no Auditório do Instituto de Educação). Haverá ainda exposições, lançamentos de livros, rodas de conversa, místicas e diversas outras atividades culturais. Veja a programação completa em https://juramatogrosso.wixsite.com/jura2019/programacao e participe!

  • César Calegari: Valentão contra crianças e covarde diante dos poderosos

    César Calegari: Valentão contra crianças e covarde diante dos poderosos

    César Calegari pelo face

    “VALENTÃO CONTRA CRIANÇAS E COVARDE DIANTE DOS PODEROSOS

    A declaração do presidente Bolsonaro e seu ministro da educação anunciando o corte de verbas para custeio das escolas isoladas dos assentamentos de trabalhadores rurais sem terra é criminosa, merece veemente repúdio e exige ação imediata do sistema de justiça. E de todos nós.

    Cerca de 200 mil crianças são atendidas por milhares de escolinhas localizadas na zona rural em lugares afastados das cidades. Muitas delas não passam de classes onde um ou dois professores atendem, ao mesmo tempo, crianças dos quatro aos 14 anos. Geralmente são valorosas professoras das redes públicas que precisam ser trazidas das cidades e vilarejos todos os dias.
    Cortar as verbas para custeio dessa atividade significa deixar essas crianças sem nenhuma opção. É privá-las do seu direito constitucional à educação. Isso é crime.
    É dever do Estado e das famílias garantir educação básica. Está na Lei. Governantes que descumprem essa obrigação podem e devem ir para a cadeia.

    Na sua sanha de criar e tentar massacrar seus inimigos ideológicos internos, o governo Bolsonaro, em covardia repugnante, não hesita em ameaçar crianças.
    Trata-se de uma provocação infame.
    O que faz o Ministério Público diante desse ataque? Onde estão os juízes da infância?

    O presidente que agora agride crianças pobres e suas famílias é o mesmo que há poucos dias apresentou um Projeto de Lei autorizando a Educação Domiciliar com a clara intenção de permitir que seitas e organizações ultra-conservadoras e de extrema direita formem e doutrinem seus quadros “puros”, desobrigando a matricula de suas crianças em escolas.
    É o mesmo que defende a “lei da mordaça” contra professores, que ataca as universidades públicas e que sufoca a cultura. É a mesma figura patética que quer acabar com os cursos de filosofia e sociologia.
    É o mesmo presidente do Brasil que há poucos dias se agachava vergonhosamente diante de um Donald Trump e dos interesses norte-americanos.

    Espero que a sociedade reaja e que uma barbaridade como essa não prospere.
    Mas serei o primeiro a,humildemente, me oferecer para dar aulas para esses meninos e contribuir com dinheiro para que o seu direito à educação seja garantido”.

    MST
  • MST repudia ataques do Ministro Abraham Weintraub contra educação do campo

    MST repudia ataques do Ministro Abraham Weintraub contra educação do campo

    Da Página do MST
    Após pronunciamento do ministro da educação Abraham Weintraub e do presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), realizado nesta última quinta-feira (25), o MST divulga nota de repúdio ao seu posicionamento de ambos que nega o direito à educação pública para crianças que residem no campo.
    Para o Movimento, isso revela “o mais completo desconhecimento que Bolsonaro e o seu governo possuem sobre a pasta da educação e, mais especificadamente, sobre a educação do campo”.
    Sem dados técnicos, pesquisas ou números que validem seu posicionamento, as declarações proferidas na tarde de ontem revelam o caráter excludente que nega um direito historicamente conquistado e assegurado pelo Estatuto da Criança e Adolescente (ECA) e pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB).
    Confira o documento na íntegra
    “Na tarde desta quinta-feira (25), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) recebeu com repúdio as declarações do atual ministro da Educação Abraham Weintraub e do presidente da República Jair Bolsonato (PSL).

    Após participar de uma reunião no Ministério da Educação (MEC), Bolsonaro  chamou de “forte doutrinação ideológica” o fato de mais de 200 mil crianças frequentam as mais de duas mil escolas do campo. No mesmo momento, o atual ministro da Educação, Abraham Weintraub, afirmou que” Muitas escolas ‘sem terrinha’ são sustentadas com dinheiro do povo, do contribuinte, do pagador de imposto”.

    Mais uma vez, tal afirmação revela o completo desconhecimento que Bolsonaro e seu governo possuem sobre a pasta da educação e, mais especificadamente, sobre a educação do campo. As declarações proferidas na tarde de ontem revelam o caráter preconceituoso e excludente que nega um direito historicamente conquistado e assegurado pelo Estatuto da Criança e Adolescente (ECA) e pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB).

    Além de negar o acesso à educação em um país que tem os piores índices educacionais do mundo, o presidente Bolsonaro e o ministro Weintraub promovem um dos maiores desmontes da educação pública por meio do sucateamento de aparelhos públicos e do fechamento da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (SECADI/MEC).

    Seguiremos lutando e denunciando as investidas contra as escolas públicas do campo e contra a desigualdade social e educacional em nosso país. Exigimos do poder público o cumprimento da Constituição que prevê uma educação pública, gratuita, laica e de qualidade.

    Também reafirmamos nossa defesa e disposição de luta pela democratização da terra e pela realização da Reforma Agrária Popular.

    Por fim, sugerimos que em vez de o presidente criminalizar a luta do MST e a infância das crianças do campo, responda para o povo brasileiro: onde está Queiroz? E quem mandou matar Marielle Franco?

    Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra

    São Paulo, abril de 2019′
    MST

     

  • MST ocupa sede do INCRA #SP

    MST ocupa sede do INCRA #SP

    No dia nacional em defesa da Reforma Agrária, o MST faz por todo o Brasil atos para denunciar desapropriações de famílias já assentadas há anos e em memória aos 23 anos do Massacre de Eldorado dos Carajás.

    O Brasil é um dos países que tem a terra mais concentrada do mundo e isso está na causa da desigualdade social e da fome, que tanto atinge a vida de milhares de pessoas em.tempos de governo Bolsonaro. Além de ser uma luta legítima, a Reforma Agrária é um direito Constitucional.

     

     

     

     

    #17Abril #Carajás23Anos #PorReformaAgráriaEJustiçaSocial
    #SP #PorReformaAgráriaEJustiçaSocial
    #Carajás23Anos

     

  • Doria sendo Doria: Governo de São Paulo impede a realização de tradicional feira da reforma agrária

    Doria sendo Doria: Governo de São Paulo impede a realização de tradicional feira da reforma agrária

    A perseguição aos movimentos sociais segue a toda em tempos de bolsonarismo, e sem limites! Decisão do governo de São Paulo irá prejudicar centenas famílias, de diversas regiões, que se prepararam para vender seus produtos numa das mais importantes feiras da agricultura familiar do Brasil. Vale dizer que a agricultura familiar é responsável por 70% – segundo dados oficiais – do que chega à mesa do brasileiro, mas Dória decidiu dificultar um pouco mais a vida de trabalhadores e trabalhadoras rurais, como se não bastassem os mais de 13 milhões de desempregados pelo país.

    Há três anos, a Feira Nacional da Reforma Agrária  é realizada no Parque da Água Branca, em São Paulo-SP. Segundo os organizadores da feira, no ano passado cerca de 260 mil visitantes circularam pelas barraquinhas dos agricultores, e foram vendidos aproximadamente 420 toneladas de 1.500 produtos. Além de produtos oriundos da agricultura familiar, a feira costuma apresentar uma vasta programação de palestras, rodas de conversa, oficinas e apresentações culturais.

    A feira, que estava prevista para o mês de maio, foi adiada pelo MST para o início de agosto, em local ainda não definido. O adiamento foi provocado pela recusa do governo João Dória (PSDB) em liberar o Parque da Água Branca, na Zona Oeste da capital paulista, onde a feira vinha sendo realizada anualmente.

    Segundo João Paulo Rodrigues, da Coordenação Nacional do MST, o governo de São Paulo avisou em cima da hora que não iria autorizar a realização da feira, apesar do pedido para a utilização do espaço ter sido protocolado há quase um ano. Para Rodrigues, o adiamento da feira irá prejudicar os agricultores, que já haviam se programado para a venda de hortifrútis e carnes para maio.

    O MST avalia que a proibição tem a ver com o alinhamento do discurso político de Doria ao de Jair Bolsonaro (PSL), que por diversas vezes já demonstrou interesse em perseguir movimentos sociais de esquerda, inclusive usando a repressão violenta.

  • Mulheres que ocuparam a Fazenda de João de Deus perguntam: quem mandou o vizinho de Bolsonaro matar Marielle?

    Mulheres que ocuparam a Fazenda de João de Deus perguntam: quem mandou o vizinho de Bolsonaro matar Marielle?

     

    Desde o dia 13 de março, quando cerca de 800 mulheres ocuparam a fazenda de João de Deus, em Anápolis-GO, as bravas militantes  do MST resistem próximas à sede da fazenda do médium preso por abusar de centenas de mulheres. João também é acusado de homicídio e pelo desaparecimento de várias pessoas.

    O clima de vigilância na ocupação Marielle Vive (nome dado para lembrar Marielle Franco, vereadora assassinada por lutar por direitos humanos), é constante, já que funcionários da fazenda circulam diariamente pela área; alguns, armados. Na entrada da ocupação, diversas faixas chamam a atenção de quem passa: pelo fim do feminicídio, direito ao aborto e ao próprio corpo, entre outras questões de fundamental importância para as mulheres. Mas a pergunta que está na boca de todas e todos na ocupação Marielle Vive é:

    Quem mandou o vizinho de Bolsonaro matar Marielle?

    Conheça um pouco do dia a dia na ocupação do MST, pelas lentes dos fotógrafos Leonardo Milano e Matheus Alves, para os Jornalistas Livres.

     

    Fotos: Leonardo Milano

     

     

    Fotos: Matheus Alves