Jornalistas Livres

Categoria: fernando haddad

  • Lula: “Urna não é lugar para digitalizar ódio”

    “Companheiros e companheiras, 

    Urna não é lugar para digitalizar ódio, mas sim esperança. Dia 7 o povo vai decidir o futuro do Brasil

    votando para presidente da República, governadores, senadores e deputados federais e estaduais. 

    De todos os partidos, o PT é o que tem a experiência mais bem sucedida de governar o Brasil,

    com a mais forte política de inclusão social. 

    Por isso, vote em Haddad para presidente. Haddad é Lula, Haddad é 13. 

    Um grande abraço de Lula, 

    Sem medo de ser feliz”

  • Valores humanos em risco

    Valores humanos em risco

    Essa conversa, entre três amigos, Turco, Zé e Terto, é absolutamente imaginária. É ao mesmo tempo real por conter trechos que, de fato, aconteceram.

    “Ele nunca!” Não precisou dizer Terto, pois há muito tempo deixa bem clara sua posição política.

    O Turco manda um parágrafo em que Milan Kundera, ao admirar a fotografia do poeta da resistência francesa, René Char, com o filósofo nazista Heidegger, disse que não há nada mais estúpido do que sacrificar uma amizade por razões políticas.

    O próprio Turco que, ao ler Ricardo Semler afirmar que estremece a cada vez que ouve que qualquer coisa é melhor que o PT, diz: “Faz pensar. Oscilo todos os dias!!!”

    Zé complementa: “Faz pensar sim! Não vou fugir de votar, mas tendo a não dar nova chance a PT e associados com seus líderes atuais.”

    Terto, o terceiro amigo, escandalizado com a dúvida de Turco e Zé, pensa em não se manifestar. Não adiantará nada, pensa. Mas não se contém e exclama bem alto:

    O cara ofereceu o voto, favorável ao impeachment de Dilma na Câmara, a um torturador facínora, disse que vai liberar armas e autorizar a PM a atirar para matar. Se os caras já matam sem essa ordem explícita, imaginem quando liberar geral. Acho um absurdo completo vocês terem dúvidas.
    Apontem um “dos erros”, que vocês julgam que o PT cometeu, que se equipare a essas ideias fascistas?
    Vocês também não olharam o desemprego, o salário-mínimo e quantos saíram da miséria durante os governo Lula e Dilma, né?
    Se os partidos, nos quais vocês votaram, não tivessem apoiado o golpe contra Dilma, ela estaria no final de seu mandato e, muito provavelmente, não sobraria um fascista de um lado e um petista do outro.

    A revista The Economist, conforme matéria dos Jornalistas Livres, opinou que “as reformas necessárias para o Brasil tornar saudável sua democracia não são fáceis nem rápidas”. E conclui: “O sr. Bolsonaro não é o homem para promover isso”.

    A revista sublinha o risco de se eleger um candidato que: “i) disse que não estupraria uma deputada porque ela era ‘muito feia’, ii) disse que preferiria um filho morto a um filho gay, iii) sugeriu que aqueles que vivem em uma comunidade fundada por escravos que escaparam são gordos e preguiçosos e iv) dedicou seu voto pelo impeachment de Dilma Rousseff ao comandante de uma unidade responsável por 500 casos de tortura e 40 mortes durante a ditadura militar.”

    Voltando ao Kundera e à amizade. O poeta, René Char, que resistiu firmemente ao nazismo revelou:

     

    Compreenda bem isto: Heidegger era para mim um amigo. Ele tinha errado, tinha sido nazista durante dez meses, não mais. Ele queria redimir-se. Na França, Beaufret e eu o ajudamos, por razões justas. Não se pode traçar linhas entre os Resistentes e os outros: alguns resistentes cometeram o crime água acima.

    Compreendem que ele julgava que o filósofo havia errado e se corrigido? Ele não relevou que o amigo era fascista, mas sim que o amigo tinha sido fascista e queria se redimir. Bem, a história ainda tomou outro curso, muito tempo depois, quando foi provado que a participação de Heidegger no nazismo não se restringiu a um curto espaço de tempo e vieram à tona muitos indícios de seu antissemitismo.

    Em que pese contrariar a opinião de Kundera, há certos conflitos de valores que impossibilitam a amizade. Não estamos diante de opções ou gostos partidários. A história do nazismo e do fascismo na Europa está aí para quem não quiser arriscar repeti-la.

  • DEFEAT FASCISM, WITH FERNANDO HADDAD AND MANUELA D’ÁVILA!

    DEFEAT FASCISM, WITH FERNANDO HADDAD AND MANUELA D’ÁVILA!

    Editorial Free Journalists

    Army captain Jair Bolsonaro is a political adversary, but he is much more (or less) than that. If elected, he has already promised to machine-gun the Rocinha favela and the PTs (whom he calls “petralhas”). Bolsonaro has treated women as result of “weaknesses.” And referred to black people as “reproducers”, to be weighted in arrobas (like animals).

    Bolsonaro honours torturers, such as Brilliante Ustra. He has already said that he would have killed 30,000 opponents of the 1964 dictatorship regime, including Fernando Henrique Cardoso (former Brazil’s president).

    Bolsonaro is fascism. He is Nazism itself, taking advantage of an abyssal economic and political crisis to gain power through the vote.

    Let us never forget that Adolf Hitler was elected chancellor by the democratic vote of the German people. His first act – and of his gang of thugs – was to set fire to the Germanic Parliament, the Reichstag. He blamed the communists for this, triggering furious repression against all those he despised: Jews, blacks, gypsies, gays, physically and mentally handicapped, feminists, and, of course, the left-wing parties.

    The democratic forces cannot afford to play tug of war at this very moment. The enemy is too much threatening for that.

    Right now, it is important to remember the phenomenon observed today in Brazilian Northeast region, where more than half of voters vote for Lula and now for his candidate. Fernando Haddad intends to keep the social programs that guarantee the worker’s child at the University, the chance for the poor to visit their hometown and relatives on a plane trip, to have refrigerator and TV indoors, after the “Light for All” program.

    In addition to being the first in the fight against fascism in electoral polls, Haddad is now representing the spectacular legacy of inclusion begun by Lula, and the PT, which resists as a popular and electoral force.

    Bolsonaro binds both summits of the Brazilian Army and the Armed Forces together, including the Military Police. He gathers together economic power, the coup’s judiciary, the oligopolistic media. All against PT. Just like before, at the time of Hitler, when all forces were against communism.

    It’s no longer about Lula against Bolsonaro. Enough of this stupid polarization, so tasteful to the mainstream media, that predicted days of glory for the post-impeachment of Dilma Rousseff!

    The result is clear – Brazil is back to the maps of misery, with record numbers of unemployment and despair.

    Enough of playing “paneleiros” against petistas. What is at stake now is the life or death of millions of people economically disadvantaged, humiliated by the coup, who have returned to cooking with wood stoves or alcohol.

    Now it is a question of defending the idea of a plural society against the united orders of military barracks.

    We know that Brazil accumulates centuries of murderous oppression over black and indigenous people. We know the burden that machismo placed on the shoulders of women, treated as mere sexual objects for all sadisms and twisted fetiches, or as mere reproducers. We know of the loads of pain that gays, lesbians and transvestites bear, when expelled from home and from their families, thrown into abject marginality simply because of proclaiming their right to that love that dares to say its name.

    We cannot risk seeing a moral monster like Bolsonaro, who proclaims murder, persecution and torture as methods of improving Brazil, rule the country.

    It scares us to see Christians longing for Bolsonaro victory. When did Jesus Christ ever stand for torture, persecution, and murder?

    Please answer, bishop Edir Macedo!

    No! Christ never preached torture. On the contrary, he was tortured and murdered for the crime of defending the poor against the Imperial Rome system.

    Today, whoever is silent consents! That is why Free Journalists feel themselves compelled to say and declare very loudly that a serious risk is placed upon the future of Brazil. And that risk is Bolsonaro. The meaning of choosing him would be that we, as people, would turn ourselves into partners to the worst crimes.

    The German people are penitent until today due to the concentration camps and crematory ovens in which millions of human beings have been sent to die. It is not possible that the Brazilian people, marked by suffering, mean to agree with such a hideous vote decision.

    Bolsonaro does not hide who he is; never did. And all the powerful in Brazil already nest under the shady wings of this bird of prey. It is astonishing that the Democrats do not realize the immense historical responsibility that is placed upon each of them.

    We are four days away from the presidential elections. A gesture by Guilherme Boulos, Ciro Gomes, Marina Silva, and other competitors, stating support for what could stop the victory of fascism, the death of the poorest and the presidency of a man that a country like Brazil does not deserve, a gesture to support Fernando Haddad, would have enormous psychological effect at this moment in which Bolsonaro surfs the waves of a possible victory in the first round.

    Marina, as a black woman, would automatically be defending her own people, a sentence so often repeated by her. Ciro, a very clever man, would have the opportunity to fight alongside what seems to have marked his political history: the protection of the North-eastern people. Boulos then would have the chance to bring up, once and for all, his spirit of compassion for the poorest, and the daily struggles of the most suffering workers.

    Bolsonaro did not face debates, he is not in the streets to debate with the contradictory. So far, he has been hiding inside hospitals, by means of a life-threatening attack for all effects very badly explained. And it did a disservice to people who did not have the chance to hear him directly, declaring his animosity towards the suffering of the poorest.

    The (in) justice of Judge Sérgio Moro released to the buzzards of the corporate press the “rewarded accusation” of Antonio Palocci, a former PT who has been jailed for a year and has since offered to help destroy PT and Lula.

    Uselessly.

    Not even the Federal Public Ministry embarked on Palocci’s infamous accusations. Because they lack a single element of proof! So, it is clear the release of Palocci’s delation by Sérgio Moro obeyed only the purpose of “smashing” the PT, to pave the way for any anti-PT candidate.

    Fernando Haddad has been campaigning for 15 days. Well less than Ciro Gomes, Guilherme Boulos and Marina Silva, who have already been able to show their gifts and proposals. If instead of Haddad it had been Ciro Gomes the anti-Bolsonaro leader, we would be calling vote for him. If it would have been Boulos, ditto. For Marina, the same. We would make the defense of any democratic candidate who would have the chance to fight and win the elections against Bolsonaro.

    But it is Fernando Haddad that emerges as the first of the opponents of Jair Bolsonaro. We, Free Journalists, won’t let go of our historical responsibility.

    It is necessary to defeat the “coiso” (“the thing”). We must shout out loud “#EleNão” (“NotHim”).

    It is necessary to halt the aggravation of the genocide of the blacks, the poor and the favelas’ people … The worsening rates of feminicide and rape.

    It is necessary to talk to those who are on our side, to those who want to turn Sunday, October 7, a day for useful vote and say that we need to be alive for the next round. We need to be together and strong against everything Bolsonaro represents.

    Because of all this, it is Fernando Haddad for now. The rest is division between us, that the right-wing political parties love so much!

    After defeating the torturer, the Nazi, the Brilhante Ustra, the anti-woman, anti-gay Bolsonaro, we will be together again to charge for anti-racist and inclusive guideline policies, from a winning Fernando Haddad!

    Fernando Haddad and Manuela! Gorgeous and awesome! So, Brasil can Be Happy Again!

    And Free Lula!

  • MANIFESTO DOS JORNALISTAS MINEIROS EM DEFESA DA DEMOCRACIA

    MANIFESTO DOS JORNALISTAS MINEIROS EM DEFESA DA DEMOCRACIA

     
    Somos jornalistas. Nosso ofício é trabalhar com a notícia. Notícia pressupõe informação e informação pressupõe democracia. Sem informação, as pessoas não têm elementos para fazer suas escolhas. Sem democracia, não têm as informações de que necessitam para fazê-las.
    Muitos de nós convivemos com a ditadura. Sentimos de perto a força das baionetas. Elas é que determinavam o que podíamos e o que não podíamos divulgar. Nem quando o patrão estava do nosso lado podíamos avançar o sinal. Afinal, não havia escolhas a serem feitas.
    Superamos as trevas. Voltamos a respirar. Voltamos a poder informar, mesmo que não de maneira plena. A democracia econômica não acompanhou a política. O povo, contudo, voltou a poder escolher. Por isso, a informação continuou a ser essencial para ele.
    Passados quase 35 anos, as trevas voltam a nos rondar. Mal tivemos tempo de por a cabeça para fora, de respirar aliviados, e já querem de novo sufocar a nossa alma, calar a nossa voz, amarrar as nossas mãos.
    A ameaça que enfrentamos é grave. Muito grave. Querem nos calar de novo. Querem, antes de tudo, calar a voz dos que produzem nossa matéria-prima. Querem, calando nossa voz, calar o povo.
    Não permitiremos. Chega de trevas! Nossas vozes são, com frequência, dissonantes. Nem sempre somos um coro afinado. Nem sempre falamos e escrevemos na mesma língua. Em uma coisa, contudo, estamos sempre juntos: não abrimos mão de falar, não abrimos mão de escrever. Com a liberdade que precisamos. Com a liberdade que precisam aqueles a quem nos dirigimos.
     
    Em defesa da informação!
    Em defesa da liberdade e da democracia!
     
    Não a Bolsonaro!
    #Elenão

     

     

    Adária Bernardo

    Adriana Carvalho Diniz

    Adriana Castro

    Alessandra Melo

    Alevi Ferreira de Sá Jr

    Alice Damasceno

    Aloísio Morais

    Américo Antunes

    Ana Flávia Junqueira

    Ananias José de Freitas

    André Leão

    Andréa Vieira

    Ângela Drummond

    Ângelo de Oliveira Lisa

    Antônio Luiz Bernardes

    Arlan França

    Bárbara Figueiredo Lima

    Bertha Maakaroun

    Brune Montalvane

    Bruno Mateus de Vasconcelos

    Cândida Borges Lemos

    Carem Abreu

    Carlos Lúcio Gontijo

    Carlos Máximo

    Carmen Dulce Diniz Vieira

    Cau Gomez

    Cecília PederzoliCynthia Camargo

    Circe Avany Canedo

    Cleurice Fernandes Alves

    Cristiana Andrade

    Cristina Alkmin Guimarães

    Cristina Lima

    Cristina Magalhães

    Daniel Melo

    Denise Camarano

    Denise Menezes

    Dilke Fonseca

    Dinorah do Carmo

    Edson Fernandes Martins

    Eduardo Ávila

    Eduardo Bandeira

    Eduardo Franco Assunção

    Eduardo Murta

    Eduardo Nunes Campos

    Eduardo Rocha

    Eliane Machado

    Eliane Nunes

    Elizabeth Fleury

    Ércio Sena

    Erich Roberto de Araújo

    Érika Luiz dos Santos

    Fabiana Abaurre

    Flávia da Silva Miranda

    Flávio Soares da Cunha

    Guilherme Minassa

    Heitor Diniz Peixoto

    Helena Maria Penna Amorim Pereira

    Hélia Ventura

    Heraldo leite

    Hila Rodrigues

    Isabel Maria Ballstaedt

    Izabel Cristina Campos de Oliveira \prates

    Izabel Zóglio

    Jane Maria de Medeiros

    João Sampaio

    José Jurani Garcia de Araújo

    Kátia Bão

    Kátia Mássimo

    Lauro Sousa

    Leidélia Teixeira Villefort

    Lígia Elias Coelho

    Lívio César Ferraz

    Lúcia Fernanda Estanislau

    Luciene Luzia Ferreira

    Lúcio Pérez

    Luisana Gontijo

    Maíra Vasconcelos

    Marcela G.F. de Souza

    Marcelo Araújo Passos

    Marcelo de Castro Portela

    Marcelo Prates

    Marcelo Procópio

    Márcio Metzker

    Marco Antônio de Castro Malheiros

    Marcos Jorge Barreto

    Maria Amélia Tostes Campos

    Maria Beatriz Afonso de Castro

    Maria Cândida Canedo

    Maria Célia Pinto

    Maria Cláudia Barreto

    Maria Isabel Baldoni

    Maria Joanita Costa Gontijo

    Maria Regina Delgado

    Maria Tereza Rios

    Marina Pozzolini

    Marisa Cardoso de Oliveira

    Mauro Guimarães Werckema

    Mércia Aracy Mateus de Vasconcelos

    Mirian Chrystus

    Mirtes Helena Pereira Scalioni

    Mônica Santos

    Natália Martinho

    Nilton Eustáquio da Silva

    Orion Teixeira

    Patrícia Duarte

    Paulo Camargos

    Pedro Artur Mateus

    Pedro Ferreira

    Pérsio Fantin

    Priscila Armani

    Priscila J. S. Lopes

    Priscila M. Diniz Freitas de Carvalho

    Raquel Furtado

    Regina Perillo

    Renata Ornelas

    Ricardo Soares Campos

    Rogério Hilário

    Ronaldo Greco Solha

    Ronaldo Inácio

    Ronaldo Pereira da Silva

    Rondy Roguq Ferreira

    Roselena Nicolau

    Sandra Freitas

    Sérgio Aspahan

    Sérgio Luiz Costa Lacerda e Silva

    Sidney Martins da Silva

    Sulamita Esteliam

    Tahiana Máximo Antunes Saúde

    Tatiane Amaral

    Tatiane Fontes Ladeira

    Thiago Gomes Ferreira

    Tiago Parrela

    Tiago Pavanele

    Valdeci Paulo de Souza

    Vanessa Albergaria Rodrigues

    Vanessa Rodrigues

    Vilma Fazito

    Virgínia Maria Fonseca de Castro

    Vivian Amaral de Menezes

    Viviane Moreno

    Willian Dias

    Zuzileison Moreira

     

     

     

  • DERROTAR O FASCISMO, COM FERNANDO HADDAD E MANUELA D’ÁVILA!

    DERROTAR O FASCISMO, COM FERNANDO HADDAD E MANUELA D’ÁVILA!

    Editorial dos JORNALISTAS LIVRES

     

     

    O capitão do Exército Jair Bolsonaro é um adversário político, mas é bem mais (ou menos) do que isso. Se eleito, já prometeu metralhar a favela da Rocinha e os petistas (a quem ele chama de “petralhas”). Bolsonaro já tratou as mulheres como resultado de “fraquejadas”. E os pretos como “reprodutores”, pesados em arrobas (como animais).

    Bolsonaro homenageia torturadores, como Brilhante Ustra. Já disse que teria matado 30.000 opositores do regime ditatorial de 1964, incluindo Fernando Henrique Cardoso.

    Bolsonaro é o fascismo. É o nazismo, aproveitando-se de uma crise econômica e política abissal para ganhar pelo voto o poder. 

    Nunca esqueçamos que Adolf Hitler foi eleito chanceler pelo voto democrático do povo alemão. Sua primeira providência —e de sua gangue de bandidos— foi atear fogo ao Parlamento germânico, o Reichstag. Ele culpou os comunistas por isso, desencadeando furiosa repressão contra todos os que ele desprezava: judeus, negros, ciganos, gays, deficientes físicos e mentais, feministas e, logicamente, a esquerda.

    As forças democráticas não podem dar-se ao luxo de brincar de cizânia. O inimigo é monstruoso demais para isso.

    Neste momento, é importante lembrar do fenômeno verificado hoje no Nordeste brasileiro, região em que mais da metade dos eleitores votam no Lula e, agora, no candidato dele, Fernando Haddad, que pretende prosseguir com os programas sociais que garantam o filho do trabalhador na Universidade, a chance de os pobres reverem a terra natal e os parentes em uma viagem de avião, a geladeira e a TV dentro de casa depois do programa Luz para Todos.

     

    Além de ser o primeiro colocado na luta contra o fascismo nas pesquisas eleitorais, Haddad representa neste momento o espetacular legado de inclusão começado por Lula, e o PT, que resiste como força popular e eleitoral.

    Bolsonaro une a cúpula do Exército Brasileiro e as Forças Armadas em geral, incluindo as Polícias Militares. Une o poder econômico. Une o Judiciário golpista. Une a mídia oligopólica. Todos contra o PT, como antes, à época de Hitler, foram todos contra o comunismo.

    Não se trata mais de Lula contra Bolsonaro. Chega dessa polarização estúpida, tão ao gosto da mídia que vaticinou dias de glória pós-impeachment de Dilma Rousseff.

    O resultado está aí –o Brasil de volta aos mapas da miséria, os recordes de desemprego e o desespero.

    Chega de brincar de paneleiros contra petistas. Agora o que está em jogo é a vida ou a morte de milhões de pessoas desfavorecidas economicamente, humilhadas pelo golpe, que voltaram a cozinhar com fogão a lenha ou álcool.

    Agora, trata-se de defender a ideia de sociedade plural contra a ordem unida das casernas.
    Sabemos que o Brasil acumula séculos de opressão assassina sobre os povos negros e indígenas. Conhecemos a canga que o machismo colocou sobre os ombros das mulheres, tratadas como meros objetos sexuais para todas as taras e sadismos, ou como meras reprodutoras. Sabemos da dor dos gays, lésbicas e travestis, expulsos de casa e das famílias, lançados para a marginalidade abjeta simplesmente por proclamarem seu direito ao amor que não hesita em dizer seu nome.

    Nós não podemos correr o risco de ver vencer um monstro moral como Bolsonaro, que defende o assassinato, a perseguição e a tortura como métodos de melhorar o Brasil.

    Assombra-nos ver cristãos desejando a vitória de Bolsonaro. Onde foi que Jesus Cristo defendeu a tortura, a perseguição e o assassinato?

    Responda, por favor, bispo Edir Macedo!

    Não! Cristo jamais defendeu a tortura. Ao contrário, foi ele o torturado e assassinado pelo crime de defender os pobres contra o sistema da Roma Imperial.

    Hoje, quem cala, consente! É por isso que os Jornalistas Livres consideram-se obrigados a dizer e a declarar bem alto que um grave risco coloca-se sobre o futuro do Brasil. E esse risco é Bolsonaro. Elegê-lo significa que nos tornaremos, como povo, cúmplices dos piores crimes. 

    O povo alemão penitencia-se até hoje pelos campos de concentração e fornos crematórios em que se lançaram milhões de seres humanos. Não é possível que o povo brasileiro, de marcas sofridas queira compactuar com decisão de voto tão hedionda.

    Bolsonaro não esconde e nunca escondeu quem é. E todos os poderosos do Brasil já se aninham sob as asas sinistras dessa ave de rapina. Espanta que os democratas não se dêem conta da imensa responsabilidade histórica que está colocada sobre cada um deles.

    Estamos a quatro dias das eleições presidenciais. Um gesto de Guilherme Boulos, de Ciro Gomes, de Marina Silva, de outros competidores, declarando apoio ao que pode barrar a vitória do fascismo, a morte dos mais pobres e a presidência de um homem que um país como o Brasil não merece, em favor de Fernando Haddad, teria enorme efeito psicológico neste momento em que Bolsonaro surfa na onda de uma possível vitória em primeiro turno.

    Marina, como mulher, negra, estaria automaticamente fazendo a defesa de sua própria gente, frase proferida por ela tantas vezes. Ciro, um homem inteligentíssimo, teria a oportunidade de lutar ao lado do que parece ter marcado sua história política: defesa do povo nordestino. Boulos tem a chance agora de trazer à tona, de uma vez por todas, seu espírito de compaixão com os mais pobres, com as lutas diárias do trabalhador que mais sofre.

    Bolsonaro não enfrentou debates, não está nas ruas para debater com o contraditório. Até agora, ele se escondeu dentro de hospitais, por força de um atentado para todos os efeitos muito mal explicado. E que prestou um desserviço para o povo que não teve a chance de ouvi-lo diretamente, declarando sua animosidade pelo sofrimento dos mais pobres.

    A (in)justiça do juiz Sérgio Moro liberou para os urubus da imprensa corporativa a “delação premiada” de Antonio Palocci, ex-petista que está preso há um ano e que desde então se oferece para ajudar a detonar o PT e Lula.

    Debalde.

    Nem o Ministério Público Federal embarcou na infame delação de Palocci. Porque ela não dispõe de um único elemento de prova! Então, fica claro que a liberação da delação de Palocci, por Sérgio Moro, obedeceu apenas ao propósito de “esculachar” o PT. Para pavimentar a vitória de qualquer candidato anti-PT.

    Fernando Haddad está há 15 dias em campanha. Bem  menos do que Ciro Gomes, Guilherme Boulos e Marina Silva, que já puderam mostrar seus dotes e propostas. Se em vez de Haddad fosse Ciro Gomes o líder anti-Bolsonaro, seria para ele que chamaríamos o voto. Se fosse Boulos, idem. Para Marina, o mesmo. Nós faríamos a defesa daquele candidato democrático que tivesse a chance de lutar e vencer as eleições contra um Bolsonaro.

    Mas é Fernando Haddad que desponta como o primeiro lugar dentre os opositores de Jair Bolsonaro. Nós, Jornalistas Livres, não abdicaremos de nossa responsabilidade histórica.

    É preciso derrotar o “coiso”. É preciso gritar bem alto “#EleNão“.

    É preciso impedir o agravamento do genocídio dos pretos, pobres e favelados… O agravamento dos índices de feminicídios e estupros.

    É preciso conversar com quem está do seu lado, com quem quer tornar o domingo , 7 de outubro, o dia de um voto útil e dizer que precisamos estar vivos no próximo período, precisamos estar juntos e fortes contra tudo aquilo que Bolsonaro representa.

    Por tudo isso, agora é Fernando Haddad, o resto é a divisão entre nós, que a direita tanto ama!

    Depois de derrotado o torturador, o nazista, o Brilhante Ustra, o anti-mulher, anti-gay Bolsonaro, estaremos juntos de novo para cobrar de um Fernando Haddad vencedor as pautas populares, anti-racistas e inclusivas!

    Fernando Haddad e Manuela! Lindos e incríveis! Pro Brasil ser Feliz de Novo!

    E Lula Livre!

     

  • A radicalização da luta de classes no Brasil

    A radicalização da luta de classes no Brasil

    Artigo de Rodrigo Perez Oliveira, professor de Teoria da História na Universidade Federal da Bahia, com charge de Paulo Batista

     

     

    Conforme vamos nos aproximando do dia 7 de outubro, fica cada vez mais óbvio que estamos diante de uma forte polarização. Que polarização é essa? É esta a pergunta que tento responder neste ensaio.

    Começo com uma afirmação forte, contundente: Bolsonaro é o candidato dos ricos e Haddad é o candidato dos pobres!

    Essa frase, assim, solta no ar, vira alvo fácil de desmentidos. Certamente, o leitor e a leitora estão pensando: “Conheço um monte de gente pobre que vota em Bolsonaro”. Daqui, eu replico: conheço um monte de gente rica que vota no Haddad.

    Segundo o TSE, existem hoje no Brasil 140,3 milhões de eleitores aptos a votar. Será mesmo que a minha percepção pessoal, que construo a partir daquilo que ouço da boca do meu vizinho, do meu primo, é o bastante para ter a visão do conjunto do eleitorado brasileiro?

    Não, não é!

    A análise não pode ficar restrita ao que vemos com nossos próprios olhos e ouvimos com nossos próprios ouvidos. Por isso, os dados estatísticos são tão importantes. São eles que nos permitem ter noção do que está acontecendo para além do horizonte, onde os olhos não alcançam, onde os ouvidos não escutam.

    Parto sempre do princípio de que os institutos de pesquisa sérios e confiáveis são o Ibope e o Datafolha, pois na série histórica mais acertaram do que erraram. O Vox Populi também poderia entrar nessa lista, mas, como ele costuma ser próximo de movimentos sociais ligados ao PT, fiquemos apenas com o Ibope a o Datafolha.

    Qualquer analista minimamente sério não briga com os dados do Datafolha e do Ibope. Isso é comportamento de eleitor/torcedor. O Ibope apresentou nessa semana dados qualitativos que ajudam a responder às perguntas que me parecem ser as mais importantes de serem feitas no atual momento da corrida eleitoral: quem é o eleitor de Jair Bolsonaro? Quem é o eleitor de Fernando Haddad?

    Dos dois lados da fronteira ideológica saltam respostas caricatas que pouco ajudam na compreensão da realidade. À esquerda, fala-se muito em um “fascismo” que teria se espalhado pela sociedade brasileira. À direita dizem que os eleitores do PT são o resultado de uma revolução cultural que o partido vem silenciosamente fazendo no Brasil, especialmente a partir das universidades, onde atuam os “professores doutrinadores de esquerda”.

    Para contraditar as caricaturas, aciono os dados divulgados pela pesquisa do Ibope publicada em 24 de setembro de 2018. Os números são cristalinos:

    Haddad lidera com 30% das intenções de voto entre os eleitores que vivem com menos de 1 salário mínimo por mês. Bolsonaro tem 16%. Se o corte for o da escolaridade formal, o cenário é bem parecido: entre os eleitores que estudaram até a 4° série do ensino fundamental, Haddad lidera com 28%. Bolsonaro tem 19%.

    A situação é oposta quando mudamos o filtro dos dados qualitativos:

    Entre eleitores com renda mensal superior a cinco salários mínimos, Bolsonaro lidera com impressionantes 42% dos votos. Haddad tem 15%. Entre eleitores com ensino superior completo, Bolsonaro lidera com 33%. Haddad tem 16%.

    As caricaturas de esquerda e de direita não sobrevivem aos dados: o tal “fascismo” não é um projeto da “sociedade brasileira”, mas, sim, dos mais ricos. As universidades não fazem “doutrinação ideológica de esquerda”, pois a parcela mais escolarizada da população (que tende a ser a também a mais rica) prefere Bolsonaro.

    É claro que existem as exceções!

    16% de pobres votam em Bolsonaro. É muita gente. Alguns deles salpicam aqui e ali nas nossas relações pessoais, o que pode nos levar a um erro de percepção. Nunca é demais lembrar o óbvio: se 16% dos mais pobres votam em Bolsonaro, 84% não votam. 84 é mais que 16, bem mais.

    O que os dados qualitativos mostram é que o eleitor típico de Bolsonaro é homem com diploma universitário, branco, proprietário, com renda mensal superior a cinco salários mínimos e com idade situada entre 25 e 40 anos. Podemos chamar esse tipo ideal de eleitor de “Maicon”.

    Já o eleitor típico de Haddad é eleitora. É mulher, é preta, com ensino fundamental incompleto e com renda mensal inferior a um salário mínimo. Vamos chamar esse tipo ideal de “Dona Nísia”.

    Maicon vota em Bolsonaro e Dona Nísia vota em Haddad.

    Agora, podemos avançar na discussão e apresentar outras perguntas: por que Maicon vota em Bolsonaro? Por que Dona Nísia vota em Haddad?

    Maicon vota em Bolsonaro, principalmente, porque é proprietário e está assustado com a violência urbana, que nas pesquisas de opinião é apresentada como o segundo maior problema do Brasil, perdendo apenas para a saúde.

    Alguns companheiros e companheiras se limitam a colar o rótulo de “fascista” em Maicon. Não me contento com atalhos argumentativos.

    A percepção da insegurança é especialmente forte junto aos proprietários, e por um motivo bem óbvio: quem tem propriedade tem mais a perder com a violência urbana.

    É claro que há outros elementos que formam a decisão eleitoral de Maicon: moralismo comportamental, machismo, homofobia. Mas o fundamental mesmo é o poder de sedução da utopia autoritária representada por Jair Bolsonaro, que se manifesta na tópica “bandido bom é bandido morto”.

    Para Maicon, a imagem do bandido é personificada no homem preto e jovem que lhe assaltou na semana passada. Maicon está convencido de que se Bolsonaro for eleito esse tipo social será exterminado e, com isso, sua propriedade estará protegida.

    Já Dona Nísia lembra com clareza o que aconteceu no governo Lula.

    Segundo as Nações Unidas, as mulheres chefiam 92% das famílias assistidas pelo Bolsa Família. Entendem, leitor e leitora? 92%! O Bolsa Família significa o empoderamento da mulher pobre. A Dona Nísia sabe disso, e sabe muito bem.

    Segundo dados do governo federal, as mulheres são proprietárias de 89% das unidades habitacionais financiadas pelo programa Minha Casa Minha Vida. Aquela mulher pobre, vítima de violência doméstica, que era obrigada a morar com o agressor porque não tinha para onde ir, foi empoderada pelo Minha Casa Minha Vida.

    O que podemos tirar disso tudo?

    Maicon vota em Bolsonaro movido pela expectativa de que o problema da violência urbana será resolvido por um governo autoritário e violento. Dona Nísia vota em Haddad porque já viveu a experiência do empoderamento, proporcionada pelas políticas públicas desenvolvidas e intensificadas pelos governos petistas. Os dois estão convictos dos seus votos. Não mudarão, não importa o que aconteça.

    Sim, leitor e leitora. Sem dúvida, vivemos um ambiente de polarização. Lulismo X Bolsonarismo; Petismo X Antipetismo.

    Mas a verdadeira polarização se dá mesmo entre Maicon e Dona Nísia. É conflito racial, é disputa entre gêneros. É, antes de qualquer coisa, luta de classes, a velha luta de classes. Desde sempre, a história humana é a história da luta de classes.

    De qual lado vocês estão?