Jornalistas Livres

Categoria: Eleições Municipais 2016

  • O bombardeio de Russomanno contra a Liberdade de Imprensa: até busca no google ele tentou apagar!

    O bombardeio de Russomanno contra a Liberdade de Imprensa: até busca no google ele tentou apagar!

    Ele moveu pelo menos sete processos judiciais contra órgãos de imprensa. Só teve sucesso em uma causa. Entre os pedidos levados à Justiça, pediu retirada de perfis do Facebook, reportagens da internet e eliminação de resultados de pesquisa com as palavras “Russomanno Bar do Alemão”

    Por Vinícius Segalla, especial para os Jornalistas Livres

    Vídeo: Gustavo Aranda, para os Jornalistas Livres

    Celso Russomanno tentou impedir órgãos de imprensa de veicular reportagens a seu respeito em pelo menos sete ocasiões nessas eleições. Para isso, valeu-se de processos na Justiça Eleitoral para censurar órgãos de comunicação que publicaram informações que ele considerou negativas para a sua campanha. Até agora, teve sucesso em apenas uma causa.

     

    No mais recente levantamento feito pelo Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo), divulgado ontem (30/09) com exclusividade aos Jornalistas Livres, constam quatro processos de Russomano. Tanto Fernando Haddad quanto João Dória apresentaram uma única acusação de difamação. Dória reclamou de um perfil falso no facebook que o identifica pelo trocadilho “João Dólar Júnior”. Haddad, por sua vez, pediu para retirar do ar um vídeo que apresenta dados falsos sobre os custos das ciclovias.

    As alegações de Russomano são variadas. Ele pediu na Justiça para os Jornalistas Livres tirarem do ar o vídeo com a entrevista da caixa de supermercado que se sentiu humilhada pelo candidato. O juiz negou. Ao UOL, solicitou retratação quando o portal de notícias provou, com dados e fatos, que ele havia apresentado números totalmente errados sobre o desemprego na construção civil em um debate. Russomano disse que São Paulo havia ceifado 40 mil postos de trabalho no setor. Foram perdidos cerca de 5.400 na capital. Em todo o país, foram 33.000.

    O candidato do PRB também recorreu ao Poder Judiciário para ordenar o Google a retirar do ar todos os resultados que aparecem no sistema de busca da internet quando se digita as palavras “Russomanno Bar do Alemão”. Há ainda o texto “31 motivos para não votar em Celso Russomano”, do site
    www.debateprogressista.com.br, que Russomanno quis tirar do ar por liminar. A Justiça recusou o pedido e chamou os donos da página eletrônica a defenderem seu conteúdo. Não teve jeito: o juiz entendeu que não havia nenhum motivo para tirar a página do ar e deu ganho de causa à publicação. Russomanno recorreu.

    A única vitória do candidato deu-se contra a revista Fórum, que publicou o mesmo texto do site Debate Progressista. A decisão foi pela retirada liminar (provisória) do texto de onde estava hospedado, no site da revista, até que a editora responsável apresentasse sua defesa. A publicação, no entanto, optou por não se pronunciar no processo e tirou definitivamente a reportagem do ar.

    Confira do que se trata cada um dos processos e em qual ponto da tramitação eles se encontram:

    1 – Tentativa de tirar matéria dos Jornalistas Livres do ar – candidato perde liminar

    Celso Russomanno entrou com uma ação para tentar tirar do ar a reportagem dos Jornalistas Livres “Caixa de supermercado diz: “Celso Russomanno me humilhou …””.

    O processo está sendo movido por nada menos do que 11 advogados do candidato, que solicitou à Justiça que tirarasse a reportagem do ar antes mesmo que os Jornalistas Livres pudessem apresentar sua defesa.

    O juiz Sidney da Silva Braga, da 1ª zona eleitoral de São Paulo, porém, negou o pedido do candidato, afirmando não enxergar nenhum motivo que justificasse a retirada da reportagem do ar, muito menos sem antes ouvir o que tem a dizer os Jornalistas Livres. Os Jornalistas Livres, então, tiveram oportunidade de enviar sua defesa à Justiça. Hoje (01/10), o juiz suspendeu a decisão por 48 horas.

    O Ministério Público Eleitoral, contudo, já se manifestou contrariamente ao pedido do candidato, além de ter acatado o pedido dos advogados dos Jornalistas Livres de condenar Russomanno por litigância de má fé, já que o perrebista teria tentado discutir em uma ação judicial algo que é incontroverso: o direito de livre expressão previsto na Constituição Federal. “A ação merece ser julgada improcedente. E isso porque o vídeo que os demandados veicularam retrata fatos verídicos e incontroversos”, diz o documento.

    2 – Candidato queria que Google tirasse do ar resultado de buscas por “Russomanno Bar do Alemão”

    Em seu mais pitoresco pedido à Justiça, Russomanno queria que o Poder Judiciário ordenasse ao Google que retirasse do ar todos os resultados que aparecem no sistema de busca da internet quando se digita as palavras “Russomanno Bar do Alemão”.

    O objetivo do candidato era que não fosse mais possível encontrar nenhuma reportagem que mostre o calote que o perrebista deu em fornecedores, funcionários, proprietário do imóvel onde funcionava um restaurante de sua propriedade em Brasília.

    O objetivo do candidato era que não fosse mais possível encontrar nenhuma reportagem que mostra o calote que o perrebista deu em funcionários e proprietário do imóvel onde funcionava um restaurante de sua propriedade em Brasília.

    A Justiça Eleitoral sequer aceitou abrir o processo, e explicou o motivo: “Não se trata de pedido para retirada da internet de propaganda eleitoral irregular, mas sim de pretensão de impedir que o mecanismo de buscas da empresa Google possibilite aos interessados que encontrem matérias jornalísticas sobre o autor e que alegadamente lhe são ofensivas.”

    “O reflexo nas eleições municipais é secundário e indireto. Não há qualquer alegação de ilícito eleitoral.”

    3 – Candidato quis tirar do ar perfis de Facebook “Celso Russomano Deus-me-Livre” e “Tá Russo Mano”

    Candidato afirmou que existiriam dois perfis falsos e anônimos, no Facebook, veiculando conteúdo ofensivo a ele. Os perfis são “Celso Russomanno Deus me LIvre” e “Tá Russo Mano”, este último ainda no ar.

    https://www.facebook.com/T%C3%A1-Russo-Mano-260636877387320/?fref=ts

    A Justiça entendeu que os perfis deveriam ser retirados do ar provisoriamente, até que seus autores se identificassem e apresentassem defesa a respeito da veracidade e pertinência dos conteúdos veiculados:

    “DEFIRO A TUTELA DE URGÊNCIA, para o fim de determinar a intimação da empresa Facebook para que exclua os perfis indicados, “Celso Russomano Deus-me-Livre” e “Tá Russo Mano”.
    Oportunamente, será determinada a notificação do responsável pelo perfil indicado para apresentar defesa.”

    4 e 5 – Russomanno tenta tirar do ar textos com “31 motivos para não votar em Celso Russomano”; ganha um e perde outro

    Candidatura do PRB quis que página da internet www.debateprogressista.com.br retirasse do ar reportagem que elenca 31 motivos para não votar em Celso Russomanno.

    Assim como fez com os Jornalistas Livres, o candidato solicitou que a Justiça retirasse a matéria do ar antes mesmo de ouvir o que seus autores tinham a dizer. A Justiça recusou o pedido e chamou os donos da página eletrônica a defenderem seu conteúdo.

    Os autores fizeram isso e a Justiça entendeu que não havia nenhum motivo para tirar a página do ar, dando ganho de causa à publicação. Russomanno, porém, recorreu, e o processo tramita em segunda instância.

    O mesmo texto foi também publicado na revista Fórum. Curiosamente, no caso desta publicação, a decisão foi pela retirada liminar (provisória) do texto de onde estava hospedado, no site da revista, até que a editora responsável apresentasse sua defesa. A publicação, no entanto, optou por não se pronunciar no processo e tirou definitivamente a reportagem do ar.

    6 – Russomanno pede direito de resposta ao UOL por portal ter dito que ele errou em debate – Justiça nega e arquiva o caso

    Russomanno afirmou à Justiça que reportagem do UOL que atribui erros nos dados utilizados pelo candidato no debate promovido pela Rede Bandeirantes, realizado no dia 22 de agosto, estava equivocada. Por isso, pediu direito de resposta.

    Segundo a reportagem, o candidato informou dados errados sobre o desemprego na construção civil em São Paulo: “Russomanno exagera dados de desemprego em construção civil ao dizer que ‘40 mil postos de trabalho foram ceifados da cidade de São Paulo na construção civil’, sem indicar o período. O SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo), no entanto, informa que foram perdidos 33 mil postos de trabalho no país no mês de junho de 2016. Na cidade São Paulo, no mesmo período, foram cortados 5,4 mil postos em junho na comparação anual.”

    No processo judicial, o UOL apresentou provas sobre o que afirmava, e Russomanno perdeu a ação. Diz a sentença: “a matéria veiculada pelo UOL, com base no levantamento do SINDUSCON-SP, mostra que foram perdidos cerca de 5.400 postos de trabalho na construção civil em junho na cidade de São Paulo, cerca de 33.000 em todo o país, números bem discrepantes em relação àquele apresentado pelo candidato. Logo, as assertivas do candidato foram justamente imprecisas em tais informações, não há como caracterizar que as afirmações contidas na matéria impugnada sejam “sabidamente inverídicas”.”

    http://eleicoes.uol.com.br/2016/noticias/2016/08/23/nao-e-bem-assim-veja-os-erros-dos-candidatos-durante-o-debate-da-band.htm

    7 – Queria direito de resposta na Folha porque jornal disse que ele mudou sua versão sobre crime de peculato; perdeu duas vezes na Justiça

    Reportagem da Folha de São Paulo deu conta de que Russomanno mudou de versão sobre a utilização de uma servidora da Câmara como funcionária de sua produtora, tema de um processo contra ele que está tramitando no STF.

    Russomanno afirmou ao jornal que a ex-funcionária Sandra de Jesus exerceu atividades em sua produtora em São Paulo quando era servidora de seu gabinete na Câmara, entre 1997 e 2001. Depois, passou a dizer que ela não trabalhava em sua produtora enquanto deveria estar na Câmara, mas somente fora do horário de expediente.

    O candidato não gostou da matéria e afirmou que não havia mudado de versão, que sempre havia dito que ela trabalhara fora do horário de serviço legislativo, em espécie de jornada dupla.

    A Folha de S.Paulo, então, apresentou provas do que dizia, e a Justiça deu ganho de causa ao jornal em duas instâncias, alegando: “Nada do que se estampa (na reportagem) é inverídico. (…) Pelo conjunto probatório que se apresenta, não vislumbro que a atuação do jornal encerra fatos ou notícias sabidamente inverídicas, não estando caracterizados os requisitos ensejadores do aqui reclamado direito de resposta.”

  • EDITORIAL DOS JORNALISTAS LIVRES  –  Pela unidade das forças democráticas! Pelo amor e pela esperança!

    EDITORIAL DOS JORNALISTAS LIVRES – Pela unidade das forças democráticas! Pelo amor e pela esperança!

    Em São Paulo, vamos votar em Fernando Haddad!
    No Rio, o voto é em Marcelo Freixo!

    Chegamos à véspera da eleição municipal de 2016, um ano difícil, de golpe e ameaças severas aos direitos e conquistas do povo pobre e oprimido. É em momentos como este que as forças democráticas e progressistas têm de assumir com mais seriedade a responsabilidade por suas opções. Porque tais escolhas implicarão bônus ou ônus fundamentais para as vidas de milhões de trabalhadores.

    Jornalistas Livres são uma rede de militantes pela democratização da mídia, que se juntaram há 18 meses para enfrentar a narrativa golpista, martelada em uníssono por todos os veículos da imprensa tradicional e oligopolizada – as tais seis famílias que tentam por todos os meios controlar os corações e mentes dos brasileiros.
    Neste período, estivemos ao lado dos movimentos sociais, dos partidos de esquerda, dos anarquistas, dos autonomistas, das mulheres, dos negros, dos LGBTTs, dos pobres, dos indígenas, dos sem-terra, dos sem-teto, dos secundaristas, dos professores, dos petroleiros, dos periféricos, da luta anti-manicominal, dos democratas, dos libertários. Sempre afirmando nossa vocação apartidária, sempre junto à luta dos explorados e oprimidos.

    Por tal histórico, parece-nos absurdo a esquerda estar dividida nesta hora, justamente nos municípios mais importantes do país: Rio de Janeiro e São Paulo.

    Se unidos estivessem, Fernando Haddad (PT) e Luiza Erundina (PSOL) em São Paulo, e Marcelo Freixo (PSOL) e Jandira Feghali (PCdoB) no Rio de Janeiro, teríamos uma chance de disputar o segundo turno em ambas as cidades.

    Infelizmente, os líderes do PT, PCdoB e PSOL não conseguiram construir essa frente política tão necessária. Então, somos nós, o povo, que temos de unir o que até agora está separado.

    No Rio de Janeiro, é Marcelo Freixo que reúne as maiores chances de ir para o segundo turno. Então, por muito que a gente respeite a admire a guerreira Jandira Feghali, votar nela, agora, é ajudar a fazer um segundo turno entre Marcelo Crivella (PRB) e Pedro Paulo (PMDB).

    O mesmo dilema existe em São Paulo, onde é Fernando Haddad quem tem mais chance de ir para o segundo turno. Então, por muito que a gente respeite e admire a trajetória da também guerreira Luiza Erundina, votar nela agora é ajudar a construir um segundo turno entre João Dória (PSDB) e Celso Russomano (PRB) ou Marta (PMDB) —todos golpistas.

    Está claro que o golpe e seus representantes nas políticas municipais querem destruir as conquistas do povo. Destruir políticas públicas. Destruir direitos. Destruir a liberdade.

    Lutar seriamente e responsavelmente para que o povo tenha, nas grandes cidades do Rio de Janeiro e São Paulo, trincheiras de resistência ao avanço conservador, fascista e reacionário é levar Marcelo Freixo e Fernando Haddad ao segundo turno.

    Haddad e Freixo são a oportunidade e a esperança de construirmos, nas duas maiores cidades do Brasil, de maneira humana e democrática, focos de amor, arte, respeito à diversidade, alegria, direitos humanos e liberdade.

    Podemos desperdiçar essas oportunidades?

    Unidos somos fortes!

    Somos de esquerda. Somos jovens, somos mulheres, somos negros e negras. Somos trans, gays, lésbicas. Somos trabalhadoras e trabalhadores, somos artistas. Diante do dinheiro, da imprensa manipuladora, da justiça para poucos, de um Congresso nefasto e entreguista, nossas armas são nossos corpos, nossos desejos, nossa luta cotidiana e nossa inteligência.

    Não vamos abrir mão de estarmos todos juntos e misturados.

    Queremos de volta o país mais humano, justo, igualitário, solidário que estávamos construindo e que tentam agora destroçar, nos deixando atemorizados, solitários, tristes.

    Vamos manter a chama acesa diante das trevas que caem sobre o Brasil!

    Vamos votar nos candidatos da esquerda que podem ir ao segundo turno!
    Fernando Haddad em São Paulo e em Marcelo Freixo no Rio de Janeiro!

    Noix!

    #DiaDeHaddad13
    #Freixo50

     

  • Russomanno deu calote em 17 meses de aluguel e mais de R$ 40 mil a cozinheiro

    Russomanno deu calote em 17 meses de aluguel e mais de R$ 40 mil a cozinheiro

    O Restaurante e Bar do Alemão, que o candidato Celso Russomanno (PRB) e mais dois sócios mantinham à beira do Lago Paranoá, em Brasília, foi despejado do imóvel onde funcionava devendo 17 meses de aluguel, com dívidas trabalhistas e também com fornecedores.

    Quando o assunto foi trazido à tona pela imprensa nos últimos dias, o candidato afirmou, na Rádio Bandeirantes, que o restaurante quebrou por causa da crise econômica. E que já pagou todos os funcionários. E que “todos os últimos aluguéis que não foram pagos estão sendo pagos”, disse o candidato.

    Tais informações, porém, não correspondem aos fatos. No mesmo dia em que Russomanno dava esta declaração, na última quinta-feira (22), o Jornalistas Livres falou com o advogado do proprietário do imóvel que era ocupado pelo negócio de Rusomanno. André da Mata afirmou: “Entramos na Justiça, conseguimos a ordem de despejo, mas eles ainda não pagaram nada. E descumpriram a palavra por duas vezes, porque recentemente fizemos um acordo para parcelar a dívida, eles assinaram e novamente não pagaram nada”.

    De fato, a ação judicial de cobrança e despejo que corre na Justiça do Distrito Federal corrobora as informações do advogado. É possível ler nos autos:

    “O Bar do Alemão responde a uma ação de despejo na 6ª Vara Cível de Brasília por falta de pagamento, cumulada com cobrança de alugueis, ajuizada por Construcen Empreendimentos Imobiliários LTDA, o qual busca a condenação do réu ao pagamento dos encargos locatícios em atraso, acrescidos dos juros e correção monetária, além da condenação à desocupação do imóvel, sob pena de evacuação forçada.”

    “De acordo com os autos, a Construcen Empreendimentos Imobiliários LTDA alugou seu imóvel para o estabelecimento comercial pelo preço de R$ 70 mil mensais, tendo o primeiro pagamento vencido em 5 de março de 2015. No entanto, o réu não pagou nenhum aluguel.”

    Por mais difícil que esteja a situação econômica do país, fato é que o restaurante de Russomanno não cumpriu por um mês sequer o contrato que assinou. Deu calote por 17 meses seguidos. Em nenhum mês conseguiu juntar o valor do aluguel? Quem mora em Brasília e conhecia o lugar, que era um bar luxuoso, em região nobre da cidade, custa a crer que não foi levantado dinheiro para pagar sequer uma parcela do aluguel de 17 meses para cá. Na realidade, o estabelecimento foi inaugurado em 2013, quando o imóvel pertencia a outro proprietário, este não moveu a ação de despejo, consta que o dono original do imóvel, também não recebeu os alugueis.

    Não para por aí. A parte em que o advogado fala sobre descumprir um acordo para pagamento da dívida também é verdadeira, conforme decisão judicial proferida com a ordem de despejo:

    “Antes da decisao judicial, o réu propôs o pagamento de R$ 1 milhão, em quatro parcelas, o que foi aceito pelo autor (proprietário do imóvel), sob determinadas condições. No entanto, a parte autora noticiou que o acordo foi descumprido em sua totalidade e, por isso, pediu a execução do acordado.”

    Ou seja, antes de ser despejado, Russomanno e seus sócios ainda propuseram um acordo, só para descumprirem-no logo em seguida. Assim, não teve outra alternativa a Justiça: “Julgo procedente o pedido, declaro rescindido o contrato de locação e determino o despejo do réu, Bar e Restaurante do Alemão LTDA.”

    Na última sexta-feira (23), após a publicação de reportagens negativas para o candidato a respeito do assunto, o advogado do proprietário entrou em contato com o Jornalistas Livres. “Só quero informar que entramos em acordo, agora vai ficar tudo certo”.

    RUSSOMANNO SE ORGULHA DO APOIO DE TEMER O candidato à Prefeitura de São Paulo gosta tanto do golpista que fez questão de colocar o bilhetinho afetuoso de Temer no site de seu restaurante em Brasília. (Imagem do site http://bardoalemaobrasilia.com.br)
    RUSSOMANNO SE ORGULHA DO APOIO DE TEMER
    O candidato à Prefeitura de São Paulo gosta tanto do golpista que fez questão de colocar o bilhetinho afetuoso de Temer no site de seu restaurante em Brasília. (Imagem do site http://bardoalemaobrasilia.com.br)

    Já os funcionários que esperam para receber verbas salariais de Russomanno e de seus sócios não estão com a mesma sorte. Há, pelo menos, cinco ações judiciais trabalhistas tramitando no Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região. Ao todo, o valor exigido ultrapasssa os R$ 400 mil.

    Ao contrário do que afirmou Russomanno, os funcionários ainda não foram pagos. O cozinheiro Antônio Greciomar Teixeira, por exemplo. Ele entrou na Justiça no início do ano passado. Em julho do mesmo ano saiu a sentença, condenando Russomanno e os sócios pagarem R$ 28 mil a seu empregado. Eles não quiseram saber de pagar, entraram com um recurso e a decisão em segunda instância saiu agora, há dois meses. Os desembargadores condenaram de novo os patrões a pagarem o que deviam, agora com mais juros e o valor beirando os R$ 50 mil. “O processo transitou em julgado (se encerrou, não cabendo mais recurso) no último dia 19. Espero que agora eles paguem”, disse o advogado Marcelo Caiado Sobral, que representa o funcionário. Sobral diz ter ainda mais dois clientes que processam os donos do restaurante. “Um já tem sentença em primeira instância condenando eles a pagarem o que devem, o outro ainda não foi julgado”, disse.

     

    Pagamentos “por fora”

    O motivo de Russomanno e seu restaurante terem sido condenados a pagar ao cozinheiro é porque eles assinavam na carteira de trabalho do funcionário uma parte do que ele efetivamente recebia. O resto, para evitar o pagamentos de impostos e ao INSS, era feito “por fora”. Veja o que diz a sentença judicial:

    “A análise dos extratos bancários apresentados demonstra que o cozinheiro, de fato, recebia valores vultosos da parte reclamada (restaurante), além dos R$4.000,00 inicialmente ajustados e anotados em carteira.”

    “O valor pago além dos valores ajustados inicialmente, superam, em muito, 50% da remuneração ajustada. Ou seja, os valores pagos além daquele no contracheque era de uma monta tal que está provado que eram pagos para contraprestar o trabalho, pois alcançavam, em números, a parcela principal paga no contracheque, demonstrando que o reclamado ocultava salários pagos para evitar os recolhimentos sociais e tributários devidos.”

    Diante de tal quadro, o Jornalistas Livres enviou as seguintes perguntas ao Comitê de Campanha de Celso Russomanno:

    – Por que o Bar deixou de pagar aluguel desde março de 2015?

    – Qual o tamanho do passivo financeiro da empresa?

    – Quantos processos trabalhistas existem? Quantos já foram solucionados e quantos ainda estão na Justiça?

    – Quantos fornecedores ficaram sem receber seus créditos e por quê? Quantos processos de cobrança de fornecedores existem na Justiça?

    – O candidato pretende pagar o que deve?

    A mensagem foi enviada ao comitê na tarde do dia 21, quarta-feira. Já na última quinta-feira, 22, o comitê entrou em contato com a reportagem, afirmando que havia recebido as perguntas e já preparava as respostas. Até a publicação desta reportagem, não houve qualquer resposta.

     

  • Caixa de supermercado diz: “Celso Russomanno me humilhou …”

    Caixa de supermercado diz: “Celso Russomanno me humilhou …”

    A ex-caixa do supermercado “Dia %” Cleide Cruz, que, há dez anos, recebeu uma visita do deputado Federal Celso Russomanno (então do PP-SP) em seu ambiente de trabalho, veio a ser notícia nos últimos dias. Circula na internet um vídeo dessa visita do atual candidato do PRB à Prefeitura de São Paulo, em que ele aparece ameaçando “conduzir a caixa para a delegacia” (veja vídeo acima). Russomanno, então, publicou uma nota na imprensa afirmando que jamais ofendeu Cleide ou nenhum outro funcionário, e o vídeo que está circulando na rede é uma edição maldosa para fazer parecer que ele ofendera os funcionários. Diz a nota:

    “Não ofendi nem insultei a atendente. Apenas defendi o direito do consumidor de adquirir os produtos na quantidade adequada às necessidades da consumidora. Como o vídeo em questão é uma montagem, não mostra que no final as funcionárias me agradecem e defendem a ação.”

    Nesta terça-feira, porém, a reportagem dos Jornalistas Livres conversou com Cleide Cruz, que contou uma história diferente: “Ele me humilhou, à mim e à subgerente. Por causa deste episódio, fui rebaixada de salário e transferida para uma unidade bem mais distante da minha casa”.

    Além de conceder a entrevista, Cleide enviou à reportagem um vídeo de 26 minutos contando tudo que acontecera, segundo a sua versão. A íntegra pode ser vista neste link: https://www.youtube.com/watch?v=JQ102cry1_A&feature=youtu.be. Já no vídeo publicado acima, há uma versão resumida do vídeo gravado por Cleide.

    Aos Jornalistas Livres, Cleide contou que Russomanno perguntou se ela já havia utilizado algemas, e se achava que estava acima da lei. “Mas o pior não foi a humilhação na hora. O pior veio depois”, disse.

    Cleide conta a que levou duas advertências e uma suspensão de três dias, depois foi transferida da loja onde trabalhava, na Vila Formosa (região sudoeste da cidade), para Ferraz de Vasconcellos (cidade da Grande SP, ao leste do município). “Completamente fora de mão para mim, foi um castigo. Houve mudança de carga horária e com isso eu tive uma redução salarial. É que o supervisor disse que eu conduzi mal o processo, que não soube lidar com a situação e acabei expondo o supermercado”.

    Chateada com a situação, ela decidiu entrar em contato com a produção do programa de TV que Russomanno tinha ido gravar ali. É que ao final da gravação de seu quadro, antes de sair do local, o então deputado distribuiu cartões para as atendentes, agradeceu a atenção, gravou uma cena conciliadora. “Então, eu liguei, para ver se ele podia ajudar, mas ele nem quis falar comigo. A produção disse que ele não poderia fazer nada, que ali no supermercado ele só estava fazendo seu trabalho”. Alguns meses depois, Cleide perdeu o emprego.

    Caixa de supermercado diz que foi humilhada e deixou emprego após visita de Russomanno


    “Benefício ao consumidor”

    O caso todo que Russomanno foi gravar no supermercado “Dia %” era a respeito de uma consumidora que queria apenas uma unidade de um iogurte para crianças, que não era vendido em menos do que quatro unidades.

    O então apresentador de TV foi ao supermercado e gravou uma cena retirando caixas de fósforos de pacotes, rolos de papel toalha e higiênico de dentro de embalagens de quatro unidades e tentando comprar separadamente.

    Assim, na nota que o candidato publicou na imprensa nesta terça, ele afirma:

    “O caso foi solucionado e beneficiou milhares de consumidores de baixa renda que muitas vezes precisam comprar produtos avulsos e mais baratos.”

    A afirmação de Russomanno, porém, não encontra respaldo algum na realidade. Naquele dia, após ter chamado a polícia e de posse de câmera de TV e microfone, ele conseguiu mesmo que a sua consumidora levasse apenas uma unidade de iogurte, sob escolta policial.

    Apenas é notório que nada se alterou na realidade dos supermercados brasileiros ou da cadeia do varejo graças à performance do candidato. Na vida de Cleide, sim.