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Categoria: Crise no governo Bolsonaro

  • Com a corda no pescoço, Bolsonaro rifa planos de Guedes para tentar se salvar

    Com a corda no pescoço, Bolsonaro rifa planos de Guedes para tentar se salvar

    Os incautos, direitistas, desinformados pelas fake news e os simplesmente sequiosos de engordar seus cofres correram às urnas para votar numa fraude em 2018. Vestiram a fantasia de romper com a “velha política”, abater a corrupção, modernizar o Brasil. Lançaram mão da maior máquina de mídia já vista em operação no país. Dinheiro sujo a rodo que apenas o Tribunal Superior Eleitoral e o STF não enxergam. Para desespero destes vermes, a história não segue uma linha reta. O castelo de cartas marcadas despencou de vez com uma pandemia que abriu os olhos do planeta.

    Por Ricardo Melo*

    Nunca em um século as desigualdades emergiram com tanta força. Centenas de milhares de cadáveres tingem de sangue as maravilhas do “neo-liberalismo” auto considerado vitorioso. A destruição dos sistemas públicos de saúde em prol da ganância privada cobra seu preço na forma de caminhões frigoríficos para transportar o povo pobre rumo a covas.

    Bolsonaro é a imagem desta época. Queria “30 mil mortos” para limpar o país. Já conseguiu quase o triplo disto –já são mais de 80 mil. Não como ele gostaria, à bala e sangue frio. Usou as circunstâncias para sabotar providências contra uma pandemia. Pior: ao estimular o desprezo diante dos perigos da doença, o facínora deve estar vibrando com os resultados.

    Ocorre que a corda está apertando muito depressa. O novo partido do militar expulso do Exército não conseguiu nem sequer 3% das assinaturas necessárias para se viabilizar. Entre elas, centenas de mortos transformados em eleitores. Mais uma fraude entre tantas. Especialidade da casa.

    Mas Bolsonaro mostra mais uma vez que é o que sempre foi. O defensor da “nova política” agora articula alianças com o que há de mais indigente no Congresso. Seu objetivo é claro como a luz do sol. Impedir que as dezenas de processos de impeachment evoluam no Parlamento. Para isso, destaque-se, conta com a complacência de Rodrigo Maia, na verdade um aliado que de vez em quando finge ser adversário. O bom e velho “Botafogo” das planilhas da Odebrecht sempre mata no peito.

    Quem quer se iludir, que se iluda. Não estou entre estes. Bolsonaro balança no cadafalso. Até Donald Trump, o deus do capitão expulso do Exército, percebeu que sua leniência diante da pandemia derrete suas chances eleitorais. Num giro de 180 graus, o americano resolveu até defender o uso de máscaras frente ao avanço do coronavírus.

    Bolsonaro agora fala em liberar verbas e mais verbas de auxílio emergencial, engordar soldos de militares, afagar políticos e juízes desmoralizados, embora seu posto Ipiranga só pense em privatizar de estatais a creches. Por uma razão muito simples: entre sua sobrevivência e de sua família miliciana e o chicaguismo de Guedes, adivinhe de que lado ele estará? “Para os meus filhos, sempre vou separar o filé mignon”, já disse o militar desterrado.

    A primeira votação do Fundeb impôs uma derrota acachapante aos planos de Bolsoguedes, A dupla queria esvaziar o fundo e usar recursos da educação para manobras assistencialistas atrás de votos. Mexer na farra do capital financeiro, nem pensar. Pelo menos este crime foi contido. Bolsonaro esqueceu que, se ele quer votos, o centrão, sua nova paixão, também quer. Os deputados não iriam cometer o suicídio de tirar dinheiro de estados e municípios que compõem sua base eleitoral para alimentar as manobras assistencialistas do capitão. Política é um pouco mais complicado que planejar a explosão de quartéis e adutoras como fazia o capitão expulso do Exército.

    *Ricardo Melo, jornalista, foi editor-executivo do Diário de S. Paulo, chefe de redação do Jornal da Tarde (quando ganhou o Prêmio Esso de criação gráfica) e editor da revista Brasil Investe do jornal Valor Econômico, além de repórter especial da Revista Exame e colunista do jornal Folha de S. Paulo. Na televisão, trabalhou como chefe de redação do SBT e como diretor-executivo do Jornal da Band (Rede Bandeirantes) e editor-chefe do Jornal da Globo (Rede Globo). Presidiu a EBC por indicação da presidenta Dilma Rousseff.

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    HTTPS://JORNALISTASLIVRES.ORG/QUEM-CONFIA-EM-MILTON-RIBEIRO-O-MINISTRO-DA-EDUCACAO-ESCOLHIDO-POR-BOLSONARO/

    JAIR BOLSONARO É UM ASSASSINO —AGORA DE PAPEL PASSADO

    ENEM: BOLSONARO QUER DESTRUIR OS SONHOS DA JUVENTUDE POBRE DO BRASIL

    ATÉ QUANDO ESTES BANDIDOS VÃO DESGOVERNAR O BRAZIL?

    BOLSONARO EM PELE DE CORDEIRO. QUEM ACREDITA NISSO, ACREDITA EM TUDO

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    MANIFESTAÇÕES MOSTRAM QUE BOLSONARO DESLIZA SEM VOLTA PARA O PRECIPÍCIO

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    RICARDO MELO: BRASIL À DERIVA, SALVE-SE QUEM PUDER!

    PAULO MARINHO COMPROVA QUE O BRASIL ESTÁ NAS MÃOS DE UM FACÍNORA: JAIR BOLSONARO

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    LULA ESTÁ SOLTO, MAS AINDA NÃO LIVRE

  • Jair Bolsonaro é um assassino —agora de papel passado

    Jair Bolsonaro é um assassino —agora de papel passado

    Por Ricardo Melo*

    Bolsonaro finalmente admite que é um vetor da pandemia que fulmina pobres e trabalhadores em todo o mundo.

    No ambiente contaminado de redes sociais monitoradas por robôs pagos a peso de ouro, milhares comemoram. Outros pedem compaixão para um sujeito que nunca esteve nem aí para a vida dos outros. Que não reste dúvida: os olhos de Bolsonaro sempre estiveram focados em como tirar vantagens dos cargos que ocupou, mesmo que à custa de mentiras, crimes e ardis. O escândalo das “rachadinhas” que cobre de lama sua família é a prova mais robusta.

    A primeira reação de muitos, principalmente parentes e amigos dos que perderam a vida por causa da política genocida este governo, é: “Bem feito”!

    Entende-se. Mas não se faz política apenas com o fígado. Por mim, no íntimo, quero que Bolsonaro e sua turma se explodam. O mal que ele causou e vem causando ao país são imensuráveis. Imperdoáveis. O teste positivo demonstrou que ele sempre atuou a favor da pandemia. Quantos que estiveram junto com ele sem máscaras, fazendo orações, trocando abraços, fazendo troça dos cadáveres que se acumulam —quantos não andam por aí transportando a doença? Quantos já não morreram e ninguém sabe?

    Com uma diferença: Bolsonaro conta com toda a proteção de hospitais, médicos, do Alberto Einstein, do Sírio-Libanês, de respiradores de última geração. Pode desfilar à vontade. E o “resto”, simplesmente a maioria, vale dizer, o povo? A pergunta já traz a resposta.

    É difícil segurar o instinto, mas não vamos descer à brutalidade que esta gente que assaltou o Planalto quer reduzir o Brasil.

    O povo quer Bolsonaro no banco dos réus. Vivinho da silva. Para que responda pelos crimes cometidos contra o povo brasileiro ao longo de sua “carreira” de usurpador e afanador do dinheiro público. Ele, sua família e seus comparsas na mídia oficial, no Judiciário, no Legislativo, nas Forças Armadas e no capital financeiro predador que irriga todos eles.

    Um tribunal de Nuremberg será a justa medida para este bando de genocidas.

    *Ricardo Melo, jornalista, foi editor-executivo do Diário de S. Paulo, chefe de redação do Jornal da Tarde (quando ganhou o Prêmio Esso de criação gráfica) e editor da revista Brasil Investe do jornal Valor Econômico, além de repórter especial da Revista Exame e colunista do jornal Folha de S. Paulo. Na televisão, trabalhou como chefe de redação do SBT e como diretor-executivo do Jornal da Band (Rede Bandeirantes) e editor-chefe do Jornal da Globo (Rede Globo). Presidiu a EBC por indicação da presidenta Dilma Rousseff.

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    ENEM: Bolsonaro quer destruir os sonhos da juventude pobre do Brasil

     

     

  • Até quando estes bandidos vão desgovernar o BraZil?

    Até quando estes bandidos vão desgovernar o BraZil?

    Por Ricardo Melo*

    Junto ao embaixador dos EUA, Bolsonaro e alguns de seus comparsas festejam o 4 de julho, a data da independência… americana!

    Todos sem máscaras, sorridentes, como se estivéssemos no melhor dos mundos. Lembra aquelas fotos de Pablo Escobar e asseclas comemorando mais uma venda gigante do narcotráfico.

    É muita provocação. EUA e BraZil hoje encabeçam o ranking de desgraças provocadas pela pandemia. Donald Trump despenca nas pesquisas para as eleições americanas. Sob sua orientação, os Estados que resolveram lançar seus cidadãos ao abate experimentam um salto geométrico nos infectados e mortes. Basta consultar o New York Times. A Flórida, por exemplo, virou o oásis da covid-19.

    Aqui no BraZil, os números também não deixam mentir. Os casos aumentam nas cidades e invadem o interior. O mais lamentável é ver e ouvir supostas autoridades dizer que atingimos o tal do “plateau”: mais de 1.200 mortes por dia! Gente morrendo como moscas em lâmpadas de açougue. “E daí”?

    As fotos dando conta da orgia em bares do Leblon no Rio deveriam envergonhar qualquer ser humano digno desse nome. Mas não. Neofascistas, patricinhas, mauricinhos e desmiolados em geral festejavam a liberdade de disseminar o coronavírus. Eles podem. Têm a bufunfa subtraída da maioria pobre para recorrer a um Copa d’Or da vida e outros hospitais de elite, caso algo dê errado. Já o povo padece em filas do SUS sem respiradores, quando não morre em casa e nas filas de atendimento.

    Outros tantos arriscam a vida em motocicletas e bicicletas sem nenhuma proteção para ganhar uma ninharia entregando comida para os “bacanas”. E as pretensas autoridades ainda têm dúvidas sobre como legislar para interromper essa exploração criminosa da força de trabalho. “Ora, são empreendedores”, dizem os acadêmicos a serviço do genocídio oficial. Como alguém pode ouvir e ler isto e ficar calado?

    O BraZil está às vésperas de uma explosão social. As manifestações dos entregadores são apenas um sinal. Aos poucos, os desvalidos percebem que enfrentar o vírus nas ruas é a única saída para derrubar a gangue de bandoleiros que assaltou as instâncias de poder oficial. Assim como fizeram os milhões de americanos que arriscaram a vida e enfrentaram os perigos sanitários para combater os supremacistas de Trump.

    Por aqui, Bolsonaro continua o mesmo. Sua pele de cordeiro é tão frágil quanto sua trajetória e seu caráter. Basta ver os vetos que decidiu sobre o uso de máscaras. Governadores e prefeitos, com raras exceções, estão mais interessados em fundos eleitorais do que nas milhares de vidas perdidas. A maioria deles não têm plano ou estratégia que não seja as próximas eleições. Cadê os recursos para os microempresários, para os informais, para quem não tem dinheiro sequer para o café da manhã?

    O momento é difícil. Mas o povo, como sempre, saberá vencer esta avalanche de crueldades. Quem viver, verá.

     

    *Ricardo Melo, jornalista, foi editor-executivo do Diário de S. Paulo, chefe de redação do Jornal da Tarde (quando ganhou o Prêmio Esso de criação gráfica) e editor da revista Brasil Investe do jornal Valor Econômico, além de repórter especial da Revista Exame e colunista do jornal Folha de S. Paulo. Na televisão, trabalhou como chefe de redação do SBT e como diretor-executivo do Jornal da Band (Rede Bandeirantes) e editor-chefe do Jornal da Globo (Rede Globo). Presidiu a EBC por indicação da presidenta Dilma Rousseff.

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    Bolsonaro em pele de cordeiro. Quem acredita nisso, acredita em tudo

    PANDEMIA: 1% MAIS RICO DO PAÍS NÃO ESTÁ NEM AÍ PARA AS MORTES DOS POBRES

    RICARDO MELO: BRASIL À DERIVA, SALVE-SE QUEM PUDER!

  • Bolsonaro em pele de cordeiro. Quem acredita nisso, acredita em tudo

    Bolsonaro em pele de cordeiro. Quem acredita nisso, acredita em tudo

    Por Ricardo Melo*

    A mídia golpista festeja. FHC pede tolerância diante do capitão. Fernando Haddad e Guilherme Boulos aceitam o papel de vallets numa live pela “democracia”. Tudo isso porque Jair Bolsonaro baixou o tom ao sentir a água subindo acima do pescoço. Como se o problema do militar expulso do Exército fossem seus rompantes verbais.

    Nada disso. Bolsonaro virou refém de seus crimes e de sua famiglia. A prisão de Fabricio Queiroz desferiu um golpe quase mortal nos planos do mito. Queiroz sabe de tudo e um pouco mais. Se abrir a boca, Bolsonaro “já era” de direito, como já é de fato.

    À beira do precipício, Bolsonaro distribui afagos ao Judiciário e ao Legislativo. São tão sinceros quanto a negativa de assumir os croquis mostrando seus planos de explodir quartéis e uma adutora no Rio de Janeiro. Sua preocupação maior é barrar as investigações e o julgamento dele e sua famiglia no roubo de dinheiro público. Flavio Bolsonaro é um criminoso exposto à luz do sol. Basta examinar seus recursos quanto ao inquérito das rachadinhas. Seus advogados nunca discutem o mérito; apenas filigranas judiciais.

    Para isso contam com a complacência pérfida da “Justiça”. O desembargador carioca que decidiu o voto a favor da postergação do inquérito das rachadinhas é velho amigo da nova advogada do filho que é igual ao pai. No Superior Tribunal de Justiça, o presidente em exercício está acostumado a “matar no peito” as denúncias contra o presidente genocida. 85% de suas decisões têm sido favoráveis ao clã de milicianos.

    A operação em curso, porém, envolve mais coisa. Depois de fulminar a aposentadoria e os direitos trabalhistas, na surdina das “sessões virtuais”, o Senado há pouco aprovou a proposta de privatizar a água. Pra variar, o bolsoguedismo está pouco se lixando para os interesses do povo, desde que encha os bolsos do capital financeiro. Tentou passar a boiada da previdência privada. Não conseguiu (ainda). Mas água mole em pedra dura tanto bate até que fura.

    Furou. Em poucas palavras: se o monstrengo for sancionado, só terá direito a água e saneamento quem puder satisfazer a ganância dos tubarões. Como sempre, o bolsoguedismo vai na contramão do que ocorre no mundo civilizado. É o que nos informa o noticiário. “Nos últimos 15 anos, houve pelo menos 180 casos de reestatizações em 35 países, como Alemanha, Argentina, Hungria, Bolívia, Moçambique e França. Em contraposição, neste mesmo período, muitos poucos casos de privatizações de água ocorreram. Este fenômeno de reestatizações vem se mostrando como uma tendência mundial. O número de reestatizações nas cidades duplicou nos últimos cinco anos, o que demonstra a aceleração desta tendência.”

    A essa altura, nem precisa se estender sobre o MEC. A cada dia, o terceiro ministro nomeado é pilhado em mentiras. O militar da reserva ( mais um) dizia que fez doutorado. Foi desmentido na lata pelo reitor da universidade argentina onde se gabava de ter conquistado o diploma. Sua tese de mestrado também subiu ao telhado pela denúncia de plágio escancarado. Pior: foi sob sua gestão no Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) que aconteceu uma licitação de R$ 3 bilhões (já cancelada) para comprar computadores para as escolas públicas. Em algumas delas, por exemplo, cada aluno receberia cerca de…100 computadores por cabeça.

    O novo ministro correu para editar o currículo. Emenda pior que o soneto. No currículo lattes, agora admite nas entrelinhas que não tem o diploma de doutor. Mas não fala nada sobre o fato de que foi reprovado em três bancas diferentes. Tampouco explica como um não-doutor pode ser pós-doutorado numa universidade alemã. Sobre a licitação bilionária, tudo é silêncio. Abafa o caso.

    Não, não há saída enquanto Bolsonaro e sua gangue de milicianos permanecerem no poder. O Brasil continuará contabilizando milhares de mortos a cada dia, desempregados sem proteção e gente vivendo do nada e ainda menos. Só FHC mesmo para dizer que é preciso tolerar o militar genocida por mais dois anos.

    A pandemia limita a resposta do povo. Entre se aglomerar em manifestações e resguardar a vida, a maioria defende seu direito de viver. Mais do que justo. Mas a hora de ajustar as contas está cada vez mais perto. Com ou sem pandemia.

     

    *Ricardo Melo, jornalista, foi editor-executivo do Diário de S. Paulo, chefe de redação do Jornal da Tarde (quando ganhou o Prêmio Esso de criação gráfica) e editor da revista Brasil Investe do jornal Valor Econômico, além de repórter especial da Revista Exame e colunista do jornal Folha de S. Paulo. Na televisão, trabalhou como chefe de redação do SBT e como diretor-executivo do Jornal da Band (Rede Bandeirantes) e editor-chefe do Jornal da Globo (Rede Globo). Presidiu a EBC por indicação da presidenta Dilma Rousseff.

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    Agora com a ajuda do genro de Silvio Santos, brasileiros são levados ao matadouro

     

    MANIFESTAÇÕES MOSTRAM QUE BOLSONARO DESLIZA SEM VOLTA PARA O PRECIPÍCIO

    PANDEMIA: 1% MAIS RICO DO PAÍS NÃO ESTÁ NEM AÍ PARA AS MORTES DOS POBRES

    RICARDO MELO: BRASIL À DERIVA, SALVE-SE QUEM PUDER!

  • Laços de Fabrício Queiroz com milícias deixam Bolsonaro nas cordas

    Laços de Fabrício Queiroz com milícias deixam Bolsonaro nas cordas

    Por Dacio Malta*

     

     

    Há tempos Bolsonaro vinha exercendo a presidência da República no curralzinho do Alvorada.

    Todos os dias, pela manhã, a caminho do Planalto, ele parava por 30, 40 minutos para, com a desculpa de cumprimentar os admiradores, mandar seus recados à nação.

    “E daí?”, “Quer que eu faça o quê?”, “Basta, porra!”, “Chegamos ao limite”, “Não sou coveiro” e outra bravatas e baboseiras saíram de lá.

    Em seguida, ele entrava no carro e voltava a ser um Zé Mané em meio ao bando de ignorantes que o cercam.

    Desde quinta-feira passada, quando prenderam Fabricio Queiroz, o capitão é apenas isso: um Zé Mané – escondido como Márcia, mulher do Queiroz; e fujão como o ex-ministro Abraham Weintraub.

    Ele não para mais no curral pois entendeu que, nesses dias de festas juninas, sua batata está assando.

    Encontrar Queiroz na casa do advogado da família foi a ponta do iceberg.

    As rachadinhas de Queiroz são o menos importante. Se elas produziram enriquecimento ilícito do 01, em meio a lavagem de dinheiro, utilização desavergonhada de caixa dois e superfaturamento em lojas de chocolate, são crimes que Flávio  responderá com consequente perda do mandato e a prisão.

    O importante nesse imbroglio é o envolvimento da famiglia com a milícia, que mais dia menos dia ficará explícito.

    Essa é a verdadeira importância de Queiroz: o seu elo com a milícia.

    É possível que ele permaneça calado. Militar reformado da PM, Queiroz foi treinado para isso, assim como os matadores de Marielle, presos há meses e que, até agora, continuam assumindo sozinhos a responsabilidade pelo assassinato da vereadora e de seu motorista.

    O que poderá mudar o comportamento de Queiroz será a prisão de sua mulher. Mesmo que continue mudo, ela poderá aceitar uma delação premiada, o que levará o capitão a lona. No momento, ele está nas cordas.

    Assessorado por toscos e despreparados como ele, não restará outro opção senão o caminho da roça.

    Já passou da hora de as forças políticas irem conversar, seriamente, com o vice Mourão, garantindo sua posse, mas estabelecendo limites para a governança. 

     

    *Dacio Malta trabalhou nos três principais jornais do Rio – O Globo, Jornal do Brasil e O Dia – e na revista Veja.

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    Bolsonaro facilita fuga de Abraham Weintraub para os Estados Unidos

     

    CADÊ O QUEIROZ? BRAÇO DIREITO DE BOLSONARO TEM A SENHA PRA DERRUBAR O PRESIDENTE

    COM BOLSONARO, BRASIL SE TORNA O PARAÍSO DO CORONAVÍRUS

  • Bolsonaro facilita fuga de Abraham Weintraub para os Estados Unidos

    Bolsonaro facilita fuga de Abraham Weintraub para os Estados Unidos

    Por Dacio Malta*

     

    A fuga de Abraham Weintraub para os Estados Unidos é um escárnio com a Justiça brasileira e, em particular, com os “vagabundos” do Supremo.

    O ministro — sim, ele continua ganhando seu salário e manteve a imunidade — está sendo protegido pelo presidente da República que, se comporta, verdadeiramente, como um chefe miliciano, oferecendo proteção, ajudando na fuga e no esconderijo de seu militante extremista.

    Durante o tempo em que esteve no ministério, Weintraub nada fez pela Educação, a não ser atacar reitores, professores, alunos e, no seu último ato, as minorias. Participou de manifestações ridículas como explicar, com 100 bombons, o contingenciamento de 30% do orçamento de seu ministério. Como péssimo contador que é, não conseguiu esclarecer absolutamente nada, e ainda perdeu seus bombons para o capitão, que se deliciou em público. Dançou com um guarda-chuva, ridicularizou e atacou os chineses e, se comportou sempre não como autoridade, mas sim como militante — condição que ele mesmo confessou na fatídica reunião do dia 22 de abril.

    Além do processo que responderá pelas fakenews, Weintraub é recordista de processos na comissão de ética da presidência da República, responde a outras 20 interpelações judiciais em Brasília e em São Paulo, tem de responder ou se retratar quanto à acusação de “vagabundos” do STF que deveriam “estar presos”, está em dívida com o governo do Distrito Federal por não usar a máscara contra a Covid 19 e, no momento, se encontra na mesma situação que estava Fabrício Queiroz até quinta-feira passada: escondido.

    É possível que antes da posse no Banco Mundial — se é que ela se concretizará — poderá passar a condição de foragido.

    Sua fuga para Miami, de onde postou um Twitter, ainda precisa ser explicada.

    Como entrou nos EUA? Estava usando passaporte diplomático? Viajou em avião comercial ou em um jatinho? Quem pagou a viagem? Os EUA o aceitaram como se estivesse em missão? Como turista ele não poderia entrar em território americano. Se usou a desculpa do Banco Mundial, precisaria ter um visto específico para trabalhar em Washington.

     

    Weintraub dá aviso à tigrada e aos gatos angorás: "Tô fugindo!"
    Weintraub dá aviso à tigrada e aos gatos angorás: “Tô fugindo!”

     

    o chefe do Governo tem de explicar por que demorou a oficializar a demissão de Weintraub que, sexta-feira, anunciou a fuga:
    “Aviso à tigrada e aos gatos angorás (gov bem docinho). Estou saindo do Brasil o mais rápido possível (poucos dias). NÃO QUERO BRIGAR! Quero ficar quieto, me deixem em paz, porém, não me provoquem!”.

    O presidente sabia da fuga para Miami. Ele já avisou que sua rede de informantes é mais eficiente que a dos órgãos oficiais.

    Bolsonaro sabe onde Weintraub está escondido, assim como sabia onde estava Queiroz.

     

    *Dacio Malta trabalhou nos três principais jornais do Rio – O Globo, Jornal do Brasil e O Dia – e na revista Veja.

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